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Módulo sugestões didácticas

CAPITULO III – O CD-ROM

1.2. Segunda parte

1.2.2. Módulo sugestões didácticas

Na parte das sugestões didácticas, e numa lógica de conexões múltiplas, permitindo que se perspective o currículo de forma integrada, propõem-se experiências de aprendizagem, num contexto lúdico, com o intuito das crianças construírem um conhecimento significativo (na perspectiva de Ausubel, 1982) dos conceitos envolvidos e assumirem uma atitude favorável em relação às áreas, domínios e realidades abordadas.

Embora o educador deva sempre exercer o papel de mediador na exploração do CD-ROM pelas crianças, para se enfatizar que as acções devem ser, efectivamente, realizadas por elas recorreu-se a uma linguagem que lhes é, propositadamente, dirigida e que se pretende ser-lhes próxima.

Tal módulo é, ainda, caracterizado:

• “(pela) complexidade das tarefas propostas, valorizando-se actividades superiores, nomeadamente, de resolução de problemas e de pesquisa, promovendo-se uma visão holística, e não segmentada ou compartimentada, dos temas tratados e evidenciando conexões que se estabelecem intra e inter-domínios e culturas. Note-se que “complexidade”, que não é sinónimo de dificuldade, é inversamente proporcional à “estruturação” e assim quão menos estruturado for determinado segmento mais complexo se torna (Squires & McDougal, 2001);

• (pelo) carácter genuinamente desafiante de várias tarefas, algumas vezes conseguido através de jogos online. O sentido que aqui se atribui ao termo “genuíno” é o explicitado por Squires & McDougal (1994, 2001), que defendem que o desafio deverá

ser intrínseco à concretização das várias tarefas e que a recompensa deverá advir do sucesso da mesma. No entanto, e dado que as tarefas poderão ser desenvolvidas por crianças, não se excluíram outras formas de desafio e recompensa, muitas vezes na forma de pontuação;

• (pela) sugestão de diversas saídas da instituição (mesmo que, num primeiro momento, virtuais) com vista à promoção de um melhor conhecimento de regiões mais ou menos distantes;

• (pelo) envolvimento da comunidade mais ou menos próxima – indivíduos de outras salas da mesma instituição, pais/encarregados de educação, amigos e familiares, autarquias, população da zona, … – não só como espectadores dos produtos realizados mas eles próprios participando activamente no processo;

• (pela) intenção de que o desenvolvimento das tarefas se constitua um processo de co- construção partilhada constante do conhecimento” (Cabrita, 2005: 8).

Como exemplo, percorreremos os cinco slides que constituem este módulo de sugestões didácticas na realidade portuguesa, no que se refere ao domínio da expressão musical.

Ilustração XII – Sugestões didácticas realidade portuguesa, domínio da expressão musical

Tem-se num primeiro slide a sugestão de pesquisa de músicas e instrumentos típicos de outras culturas. Sugere-se que essa pesquisa, sempre acompanhada pelo educador, seja feita através de conversas com pessoas de outras culturas, consultando livros, revistas, sites ou mesmo no próprio CD-ROM. É sugerido que fiquem registados os resultados da pesquisa para posteriormente poderem partilhar com os colegas.

Conforme indica o Livro das Competências Essenciais, “a observação directa de fotografias, vídeos ou textos acerca das características físicas do meio local, regional ou nacional” (ME, 2001: 95), podem constituir experiências de aprendizagem.

É proposta uma visita virtual ao museu da música através do site http://www.museudamusica-ipmuseus.pt/, que poderá ser uma forma de preparar uma visita ao museu, na realidade.

Ao longo do CD-ROM, é sugerida muitas vezes a utilização do episcópio, como forma de projectar materiais encontrados ou seleccionados pelas crianças ou educador.

À semelhança de outras situações, ao longo do CD-ROM é também sugerida a realização de uma exposição com o material recolhido e elaborado pelas crianças e uma festa onde possam partilhar com outras pessoas os resultados do seu trabalho. Para estes eventos, é sugerido que se convidem, para além de toda a comunidade educativa da instituição, outras pessoas. Conforme a alínea i) do artigo 10º, da Lei-Quadro para a Educação Pré-Escolar, o educador deve “incentivar a participação das famílias no processo educativo e estabelecer relações de efectiva colaboração com a comunidade”.

Para isso é proposto que se usem as tecnologias, fazendo-o através do envio de um e- mail. Para a execução dos convites, quer para a exposição quer para a festa, é também sugerida a utilização do computador.

Amante (2007) afirma que “para além dos programas utilitários mais comummente utilizados pelos adultos (Word, Paint, PowerPoint) e que são igualmente úteis e adequados para serem utilizados por crianças, mesmo as do Pré-Escolar, cabe ao educador seleccionar alguns programas, de carácter especificamente educativo, que possam ser utilizados pelas crianças (56).

Ilustração XIII – Sugestões didácticas realidade portuguesa, domínio da expressão musical Passa-se a um segundo slide, que é representativo de muitos outros ao longo do CD- ROM, devido à forma como abre caminhos ao educador. Embora estando na realidade portuguesa e no domínio da expressão musical, é sugerido que se trabalhem outras áreas, como a expressão plástica, quando são propostas tarefas de recorte, colagem, pintura ou modelagem ou a matemática quando é proposto o agrupamento dos instrumentos e o trabalho com conjuntos.

Ilustração XIV – Sugestões didácticas realidade portuguesa, domínio da expressão musical

Mais uma vez as sugestões didácticas do CD-ROM extrapolam para “fora” do mesmo, na medida em que sugerem algumas canções (que fazem parte de um CD, do qual é dada a referência) para as crianças aprenderem e cantarem. Ao trabalhar as letras das canções, a criança relaciona o domínio da expressão musical com o da linguagem, passando a compreender o sentido do que diz, tirando partido das rimas para discriminar os sons, explorando o carácter lúdico das palavras e criando variações da letra original (ME, 1997).

É ainda sugerido outro tipo de tarefas mais envolventes para as crianças já que implicam mais empenho, como por exemplo, serem elas próprias a gravar os sons e criarem jogos em redor dessas gravações.

“A utilização de um gravador permite registar e reproduzir vários tipos de sons e músicas que, podendo ser um suporte para o trabalho de expressão, possibilita ainda que as crianças alarguem a sua cultura musical, desenvolvendo a sensibilidade estética neste domínio” (ME, 1997: 65).

Ilustração XV – Sugestões didácticas realidade portuguesa, domínio da expressão musical É ainda proposto um jogo que, mais uma vez, integra vários domínios, e possibilita o envolvimento de todo o grupo, quer na sua execução quer no jogo propriamente dito.

“O jogo é um tipo de actividade que alia raciocínio, estratégia e reflexão com desafio e competição de uma forma lúdica muito rica. Os jogos de equipa podem ainda favorecer o trabalho cooperativo. A prática de jogos, em particular dos jogos de estratégia, de observação e de memorização, contribui de forma articulada para o desenvolvimento de capacidades matemáticas e para o desenvolvimento pessoal e social. Há jogos em todas as culturas e a matemática desenvolveu muito conhecimento a partir deles” (ME, 2001: 68).

Ao propor que se utilize a câmara de filmar, abre possibilidade para que as crianças tomem contacto com a tecnologia e possam observar e avaliar o seu comportamento ao longo da execução da tarefa.

Como sugere o Livro das Competências Essenciais “o aluno deve ter a possibilidade de experimentar meios expressivos, ligados aos diversos processos tecnológicos – a fotografia, o cinema, o vídeo, o computador, entre outros – por si só ou integrados e ser capaz de os utilizar de forma criativa e funcional” (ME, 2001: 163).

Ilustração XVI – Sugestões didácticas realidade portuguesa, domínio da expressão musical As crianças são convidadas à criatividade e à expressão do que sentem, utilizando o movimento, tal como refere o Livro das Competências Essenciais, “como reacção a determinados sons e obras musicais de diferentes culturas. Incorporam códigos e convenções através do movimento” (ME, 2001: 169).

É proposto às crianças que demonstrem os seus gostos, sendo o papel do educador muito importante, na medida em que pode facilitar “a emergência de outras situações de expressão e comunicação que incluem diferentes formas de mimar e dramatizar vivências e experiências das crianças. Através do corpo/voz podem exprimir-se situações de vida quotidiana – levantar-se, vestir-se, viajar; movimentos – vento, crescer; sentimentos ou atitudes – estar triste, alegre, cansado…” (ME, 1997: 60).

A criança é convidada a criar relações com uma história, que pode até ser uma que já tenha inventado. As histórias fazem parte do dia-a-dia da criança. “A dramatização de histórias

conhecidas ou inventadas constitui ocasião de desenvolvimento da imaginação e da linguagem verbal e não verbal” (ME, 1997:60).