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CAPITULO IV – MÉTODO

5. Descrição do estudo

5.1. Sessões preliminares

Numa fase inicial, durante o mês de Maio de 2006, foi contada a história “A Lebre e a Raposa” (ver anexo 1), presente no CD-ROM “Imagens de Interculturalidade na Educação de Infância – nós e os outros”, na realidade dos Países de Leste, no domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita.

Ilustração XVIII – Slide da história da Lebre e da Raposa (Linguagem oral e Abordagem à Escrita – realidade dos países de Leste)

Esta história surgiu como foco indutor e enquadrador de todas as actividades desenvolvidas pelas crianças durante este estudo. Foi contada e recontada de diversas formas, utilizando-se o computador, fantoches, imagens em papel, etc. Inclusivamente foi lida por uma senhora ucraniana, na sua língua materna, e gravada em áudio, para posterior audição por parte das crianças, actividade que se integrava no projecto de uma das investigadoras anteriormente referidas.

Num primeiro momento, a história foi contada, oralmente, sem qualquer suporte, pela Educadora titular da sala, no acolhimento (primeiro momento da rotina diária), estando as crianças sentadas na manta. Seguiu-se uma animada conversa acerca das personagens da história, das acções, da repetição das acções, do herói da história. Foi dada ênfase especial ao facto da história ser originária de um país de leste da Europa e de haver, na sala, meninos oriundos desses países.

Na mesma semana, mas num outro dia, a Educadora titular mostrou o CD-ROM e disse que a história estava registada naquele CD. O mesmo foi colocado no computador e todas as crianças foram convidadas a visionar o respectivo slide à medida que a Educadora ia lendo a história. Deu para perceber, pelas reacções das crianças, que quer o CD-ROM quer o computador já não eram novidade para as mesmas. Em conversa com a Educadora titular, esta referiu que se havia limitado a mostrar algumas passagens do CD-ROM, sendo exploradas pela própria e não pelas crianças.

Aproveitando-se uma sugestão constante no próprio CD-ROM, foi ainda recontada pelas três investigadoras que inicialmente desenvolviam os seus projectos, com a ajuda de fantoches, robertos ou “bonecros” (ver ilustração seguinte). Aproveitou-se para referir que essas figuras foram muito utilizadas numa variante teatral tradicional portuguesa.

Ilustração XIX – Slide do CD-ROM referente aos fantoches (Expressão Dramática – realidade Portuguesa)

Depois de escutada a história, as crianças tiveram oportunidade de a recriar, de manipular os fantoches e de reproduzir sons, tal como sugerido em vários pontos do CD-ROM (ver exemplo na ilustração), neste caso, dos animais da história.

Ilustração XX – Sugestão da reprodução de sons (Expressão Musical – realidade Portuguesa)

Descrevem-se, de seguida as três experiências de aprendizagem especificamente planeadas pela autora desta dissertação e que mais interessam ao seu estudo específico, as quais foram proporcionadas às crianças.

5.1.1.

“Musicar animais”

A 27 de Junho de 2006, com as crianças sentadas na manta, foram distribuídas imagens, coladas em cartão (de cerca de 8 cm X 8 cm), das personagens3 (ilustração seguinte) da história contada anteriormente – A Lebre e a Raposa. Aproveitou-se a oportunidade para discutir quais destes animais viviam no nosso país e em que outros locais habitavam.

Ilustração XXI – Imagens das personagens da história

À medida que a mesma ia sendo contada pela investigadora, com o apoio da história imprimida a partir do CD-ROM e seguindo uma sugestão do documento (ilustração seguinte), foi pedido às crianças que colocassem as imagens pela ordem pela qual os animais se sucediam ao longo da história.

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Para cada um dos seis animais, existiam 18 cartões, que foram usados nas diversas propostas didácticas.

Ilustração XXII – Slide onde é sugerida a reconstituição de uma sequência (Expressão Plástica – realidade Portuguesa)

Como, neste caso, a raposa e a lebre se mantêm durante toda a história, e o cão entra e sai, o urso entra e sai, o boi entra e sai e o galo (herói da história) entra no final e fica, a resolução do desafio – do tipo ABX, ABX4, … – é a que se retrata na ilustração seguinte.

Ilustração XXIII – Sequência dos animais na história

Foi, depois, proposto um jogo com as ditas imagens, com base numa sugestão expressa no slide 7 do domínio da Expressão Plástica da realidade portuguesa (ilustração seguinte) – após a escolha de dois ou três animais, atribuíram a cada um, um som – bater palmas, estalar a língua, ou, o som próprio do animal, como o ão-ão do cão ou o mum-mum do boi. Para confirmarmos que todos tinham percebido a correspondência, mostraram-se várias imagens soltas que tinham que sonorizar. Depois mostraram-se pares de imagens, uma em cada mão para as “lerem” com o respectivo som. Finalmente, foram, então, mostradas sequências de imagens que as crianças “leram”, reproduzindo os respectivos sons.

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Ilustração XXIV – Slide onde são sugeridas várias propostas sobre padrões (slide 7 – Expressão Plástica – realidade Portuguesa)

Inicialmente, apenas foram usados dois animais, alternadamente – padrão do tipo AB, AB, …. Depois, introduziu-se um terceiro cartão, obtendo-se um padrão do tipo ABC, ABC… Ainda se tentaram outros tipos de padrões, mas, como as crianças se mostraram muito cansadas, desistiu- se.

Dada a dificuldade de explicar a crianças tão pequeninas o que é um padrão, ou mesmo uma sequência, antes de nos despedirmos questionamos o que se tinha estado a fazer. Surgiu, então, uma resposta que foi de grande auxílio. Uma criança explicou que tinham estado a fazer “comboios sempre direitinhos com os animais e os sons”.

5.1.2.

“Dispor animais”

A 4 de Julho de 2006 implementou-se a segunda tarefa preliminar. Com os conjuntos de peças/imagens dos animais em cartão, foi proposta uma nova experiência, semelhante à que tinha sido feita antes na manta mas, desta vez, na mesa. A turma foi dividida pelas 3 mesas, existentes na sala, com cerca de 8 crianças cada. Em cada mesa foram distribuídos 36 cartões – quatro ou cinco por cada criança –, metade dos quais representando um animal e os restantes outro animal e foi proposto que se fizessem “comboios” (padrão alternância – animal A animal B, animal A animal B, …) como os que se tinham feito para a tarefa anterior. A ideia era que uma criança colocasse, na mesa, um cartão, e os colegas continuassem a sequência. Numa primeira fase, isso gerou muita confusão porque quando uma criança colocava uma peça no centro da mesa, o companheiro retirava-a para ficar com mais peças. Houve, então necessidade de estabelecer e fazer cumprir regras, depois de se discutir se era correcto fazer isso. Retomou-se a actividade.

Num momento posterior, a investigadora perguntou a cada um dos cinco meninos que constituíam os ‘casos’ que animais preferiam, deu-lhes as respectivas cartas – de cada animal – e pediu-lhes que reproduzissem os padrões do tipo dos usados anteriormente.

Dessa actividade foi feito um registo fotográfico5. A investigadora aproveitou para explicar como se usava a máquina, quer para fotografar quer para se verem os registos efectuados e deu oportunidade às crianças para fotografarem e verem os registos.

5.1.3.

“Desenhar a disposição de animais”

Na semana seguinte – a 11 de Julho – foi proposto às crianças que reproduzissem, numa folha A4 distribuída para o efeito, com três colunas/linhas e oito linhas/colunas com quadrados (anexo 2), os “comboio(s)” que tinham feito na actividade anterior. Como essa actividade tinha sido fotografada, a investigadora aproveitou para exemplificar como se transpõem as fotografias para o computador. As crianças visionaram, então, os seus trabalhos no computador, o que, inicialmente, causou alguma perturbação na sala, pois todos queriam ver ao mesmo tempo. Foram, então mostradas, as fotografias em pequenos grupos.

Não obstante, a tarefa proposta – de criação de padrões semelhantes ao que haviam feito anteriormente – revelou-se difícil, só tendo sido realizada por algumas crianças. Dessas, houve quem, mesmo assim, tivesse pintado outras sequências. Uma dificuldade detectada parece ter a ver com o facto do número de quadrados não ser múltiplo dos que se tomam para módulo.