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Mapa 11 – Parcelamento do solo em Macaíba entre 1958 e 2017

3 MACAIBA: EVOLUÇÃO URBANA E SUA INSERÇÃO NO

3.1 FORMAÇÃO E EVOLUÇÃO URBANA DE MACAÍBA

3.1.2 Macaíba na primeira metade século XX: a cidade desvendada a partir de

A análise das fontes pesquisadas permite verificar que a morfologia urbana de Macaíba vai passando por transformações entre o final do século XIX e o início do século XX. Também nesse período, a expansão das redes de transporte ferroviário e rodoviário teve papel fundamental para colocar Macaíba no caminho que integrava o litoral com as regiões agreste e sertão do estado. Contudo, a importância da cidade foi de fato construída com base no transporte fluvial, e ocorre que se esse contexto de expansão da infraestrutura de transportes, por um lado, contribuiu para a manutenção do seu papel como centro comercial, por outro, ele foi o prenúncio de sua decadência como entreposto comercial, pois beneficiou ações que visaram consolidar Natal como centro econômico e inserir outros centros urbanos do interior do estado. Como já destacado, Macaíba se constituiu, desde o seu surgimento, como um importante centro de comércio, sendo Natal o local onde se concentrava apenas o aparato político- administrativo. Clementino (1990) destaca as condições técnicas do porto e as condições naturais como elementos explicativos para a pouca representatividade econômica de Natal em favorecimento de Macaíba:

Em alguns momentos, [Natal] teve sua condição de entreposto comercial eclipsada pela vizinha cidade de Macaíba. Ligada a Natal por via fluvial, Macaíba fazia intercâmbio de mercadorias entre o agreste, parte do sertão e o porto de Natal. O intercâmbio direto com o exterior era realizado pelo porto

de Recife com a intermediação das casas exportadoras sediadas em Natal, junto ao porto, ou em Macaíba. As mercadorias entravam e saíam do RN por cabotagem ou pela estrada de ferro (CLEMENTINO, 1990, p. 87).

Essas intervenções vieram, de acordo com a autora, com atraso em relação a outros estados, mas ocorreram no sentido de atender às necessidades do setor agroexportador, notadamente do açúcar e do algodão. A primeira ferrovia construída no estado foi a que ligava Natal a Nova Cruz, e tinha por objetivo “escoar a produção açucareira do litoral e o pouco algodão cultivado na faixa litorânea e no agreste” (CLEMENTINO, 1990, p. 80). Ainda de acordo com a autora, foi somente no começo do século XX que teve início “a abertura das primeiras estradas de rodagem, construídas dentro das condições técnicas mais modernas” (CLEMENTINO, 1990, p. 82).

No que concerne a Macaíba, ainda no final do século XIX cogitou-se a possibilidade de que pela vila de Macaíba passasse uma parte do trajeto da ferrovia Natal-Nova Cruz. Sobre os planos de construção dessa linha, Rodrigues, W. (2006, p. 92) afirma que ainda na “antiga concessão da Estrada de Ferro do vale do Ceará-Mirim (agora declarada caduca), já havia no contrato uma cláusula específica estabelecendo que a ferrovia deveria passar obrigatoriamente por Macaíba”.

A controvérsia se deu em relação ao local por onde a linha férrea deveria passar: a oeste ou a leste da vila. Para Rodrigues, W. (2006, p. 92), “A linha, que antes contornava a vila pelo oeste e atravessava o rio Jundiaí acima da povoação, devia cortar o rio ao leste de Macaíba, na altura do Ferreiro Torto, atrapalhando em muito o trânsito de barcos”. A construção desse trajeto da ferrovia nas proximidades de Macaíba acabou por não se concretizar face à concorrência que se estabeleceria com o trânsito de embarcações pelo rio Jundiaí.

Independente da não efetivação dessas obras, vamos observar que a movimentação comercial pelo rio Jundiaí começou a ser afetada conforme as estradas de ferro foram implantadas no Estado, com destaque para a já mencionada linha Natal – Nova Cruz, a Estrada de Ferro de Ceará-Mirim e a Estrada de Ferro Central. Outros fatores que podem ser apontados são as melhorias feitas no Porto de Natal e a ampliação da malha rodoviária do Estado (CLEMENTINO, 1990; RODRIGUES, W., 2006).

Além da ligação fluvial pelo rio Jundiaí, a principal ligação terrestre que se constituiu naquele momento foi a chamada Estrada do Seridó que, de início, ligava Macaíba à região do Seridó, sendo posteriormente estendida até Natal, formando a Estrada de automóveis Natal/Seridó, que completou a interligação entre o litoral e as regiões agreste e sertão e teve o município de Caicó como ponto final (CLEMENTINO, 1990).

Resgatando o trajeto dessa estrada pela área urbana de Macaíba, podemos inferir que ela possibilitou estender o ambiente construído da cidade, tendo como consequência o surgimento das atuais ruas Dona Emília, Frei Miguelinho, Severino Galdino Ribeiro e Major Antônio Delmiro, sendo esta última a que dá acesso ao local onde foi construída, nos anos de 1950, a Usina Nóbrega & Dantas, cujas instalações ainda se fazem presentes na paisagem urbana atual.

Nas primeiras décadas do século XX, o comércio ainda se constituía num elemento dinamizador da economia urbana de Macaíba, mas já começava a dar sinais de enfraquecimento. Ainda assim, não se deixa de registrar a dinâmica gerada pelas trocas comerciais ocorridas tanto na feira livre, que nas palavras de Alecrim (2008, p. 42) era “um dos episódios mais vivos da minha infância”, como no mercado público71, assim como a movimentação de embarcações pelo rio Jundiaí, levando e trazendo mercadorias e pessoas até o cais do porto às margens do rio. Sobre o porto, Dantas, M. (1985, p. 57) ressalta:

[...] contava ele [o porto], todas as manhãs e as tardes, com a chegada e saída de uma pitoresca lanchinha de nome Julita, de propriedade de mestre Antônio (Antônio Damasceno), fazendo ela o transporte de passageiros entre a localidade e a capital, com os seus aportes e partidas quase sempre festivos, anunciados por estridentes apitos ouvidos em toda a cidade. Os botes eram veleiros e a remo e também conduziam gente pobre, que pagava mais barato. Antes, porém, da lancha, todos, ricos e pobres, viajavam naqueles barcos, no meio da carga [...].

Tendo como referência os relatos de Dantas, M. (1985) e Alecrim (2008), é possível observar alguns elementos que caracterizavam a realidade do núcleo urbano de Macaíba nas primeiras décadas do século XX. Elementos muito presentes nas descrições feitas pelos autores mencionados eram a falta de calçamento nas ruas, a forma como os logradouros existentes até então estavam definidos, o feitio das construções e as atividades existentes na cidade.Ainda que não tenha se debruçado sobre esse momento, Vasconcelos (2010)72 apresenta uma síntese de como se deu a expansão da cidade ao longo do tempo, colocando em relevo a característica de espontaneidade que envolveu a constituição do seu tecido urbano:

71 Esse mercado foi construído por volta de 1920. Foi derrubado por problemas na sua estrutura, e em seu lugar

outro foi construído na década de 1950. Após a construção do Centro Municipal de Abastecimento (década de 1970), o mercado foi aos poucos ficando sem uso, sendo demolido no início dos anos 1990, sendo construída em seu lugar a Praça Augusto Severo, no encontro da rua da Conceição, Nair Mesquita e Pedro Velho (DANTAS, G., 2007).

72 No livro A cidade que ninguém inventou, o autor dedica especial atenção ao período compreendido entre as

O traçado urbano de Macaíba era o próprio. Começou assim: abria-se uma rua e, lá adiante, onde ela terminava, alguém construía um barracão bem no meio. A partir daí, a rua se dividia em duas e mais à frente, com cada uma das ruas abertas, voltava a acontecer o mesmo fenômeno urbanístico. O paroxismo desse desenho assumiu ares de volúpia nas Cinco Bocas, onde o casarão de Dona Mocinha e o bar O Gato Preto abriram cada uma de suas ruas em “Y. Cada rua, uma boca. Cinco ruas, então, Cinco Bocas (VASCONCELOS, 2010, p. 29).

Nas ruas e travessas já estabelecidas, a ocupação apresentava uma mescla de residências e a presença dos grandes casarões assobradados onde funcionavam, no andar térreo, as casas de comércio ou armazéns, enquanto que no andar superior era o local onde moravam as famílias. Descrevendo a rua da Conceição, onde se localizava a residência em que nasceu e viveu parte da sua vida, Alecrim (2008, p. 40) destaca:

No fim da rua, sem calçamento, à direita de quem saísse da casa, estava a Matriz, com o seu pára-raios contando estórias de coriscos; e, à esquerda, no outro fim da rua, encontrava-se o mercado, onde os locatários de armarinho, vendendo chita, mandapolão e zuarte azul, sofriam a concorrência de sírios ambulantes que mascateavam cachemira, cachenê e brim agajota. Próximo à Matriz, havia o sítio do “major” Zé Ribeiro, delegado civil do município [...].

Outra referência feita pelo autor é à rua do Vintém (hoje denominada de rua Frei Miguelinho), “rua calçada de barro vermelho, que se caracterizava pelo lado único de suas casinholas e ainda pelo fato de cada casinhola possuir apenas uma janela [...]” (ALECRIM, 2008, p. 41). Também faz referência à rua da Ponte, local onde “ficavam os quiosques, rústicas construções de madeira” e que se constituía em ponto de encontro de parte da população.

Por fim, destaca alguns hábitos sociais que se desenrolavam no Largo das Cinco Bocas, onde se realizava o “pau de sebo”, na Praça da Matriz, com o “circo de cavalinhos”, e lembra os passeios na rua do Pernambuquinho (atual rua Maurício Freire). Por fim, destaca a chamada Praça do Corrupio, em frente à Igreja Matriz, chamada dessa forma “por causa da existência de um moinho de vento que puxava água para o tanque do chafariz, ladeada por cerrado e extenso mata-pasto [...]” (ALECRIM, 2008, p. 58-59).

Desse exame, também depreendemos que outras ruas tinham iniciado sua ocupação, merecendo ser destacada a chamada rua do Cemitério, conhecida atualmente como Gov. Dinarte Mariz – sendo o cemitério público um elemento que demarcava os limites da cidade na sua porção mais noroeste –, bem como a rua do Cajueiro, atual Baltazar Marinho, a rua da Aliança, hoje Dr. Pedro Matos, que servia de caminho para o Ferreiro Torto e interligava Macaíba à Natal, e a av. Jundiaí. Todos esses logradouros fazem parte ainda hoje da paisagem

urbana de Macaíba sem que tenham apresentado mudanças significativas do ponto de vista dos seus respectivos traçados, constituindo-se nas vias que possibilitam a integração entre o centro e os bairros da cidade.

Vale destacar que uma herança do período em que Macaíba se constituía como entreposto comercial foi a forma como as suas vias convergiam em direção ao ponto onde ocorre o encontro das ruas da Conceição, Pedro Velho e Nair Mesquita. A maneira como a cidade se expandiu ao longo das décadas fez com que esse ponto represente praticamente o centro geográfico da sua área urbana.

Conforme se expandia a cidade, sua infraestrutura e serviços também foram aos poucos passando por melhoramentos. Em seus escritos, Dantas, M. (1985) faz referências a alguns serviços e equipamentos existentes na cidade naquele momento, a exemplo do Banco do Brasil, do Grupo Escolar Auta de Souza – primeiro centro de educação, e que ainda hoje existe, com a denominação de Escola Estadual Auta de Souza –, o Telégrafo, os Correios, além da existência da Praça José da Penha, localizada ao lado da Igreja Matriz e de um cinema.

Como destaca Lyra, A. (2009b; 2009e), foi no governo de José Augusto Varela (1947- 1951) que foram realizadas as obras de construção dos muros às margens do rio Jundiaí, no trecho em que ele banha a cidade, e de urbanização do cais do porto. Já no governo do Prefeito Luiz Cúrcio Marinho (1948-1953), também foi realizado um conjunto de intervenções nas duas margens do rio Jundiaí: a praça Antônio de Melo Siqueira, o Pax Clube e o parque Governador José Varela.

Nesta época construiu o parque governador José Varela, que era composto de um conjunto de prédios destinados a câmara municipal, biblioteca, sede da banda de música, amplificadora e a escola “Major Andrade”, além do clube Pax, que tornou-se o sodalício elegante da cidade. No lado oposto do rio Jundiaí, construiu a praça Dr. Antônio de Melo que possuía quadras de vôlei e basquete, parque infantil, piscinas e belos jardins. Todo esse melhoramento foi inaugurado em julho de 1950 (LYRA, A., 2009b, online).

Também naquele momento, a expansão da produção do algodão pelo estado e seu beneficiamento também apresentará seus reflexos em Macaíba. Dantas, M. (1985) se refere à existência na cidade, ainda nas primeiras décadas do século XX, dos descaroçadores de algodão pertencentes a Prudente e Neco Alecrim. Depreendemos que, pela dinâmica comercial que se estabeleceu em Macaíba desde o seu surgimento, sendo a cidade um dos principais centros urbanos da porção oriental do estado, não seria diferente que ela também assumisse um papel de relevo no processo de beneficiamento do algodão.

Santos, P. (2010, p. 210) ressalta que foi por volta do “início da década de 1930, que o Rio Grande do Norte apresentou as mudanças iniciais no processo de beneficiamento do algodão, visando à utilização deste produto para fins industriais mais amplos”. Clementino (1990) também aponta a década de 1930 como crucial para as mudanças ocorridas na estrutura de beneficiamento, mudanças essas conduzidas por empresas multinacionais, mas, também, por grupos locais. A referida autora afirma:

Verifica-se que o processo de deslocamento dos maquinismos de beneficiamento do campo para a “cidade” se dá a partir de movimentos internos do capital agroexportador. De um lado, caem os descaroçadores do interior das grandes fazendas e, de outro, a interiorização da casa exportadora que agora, também assume a tarefa de beneficiar algodão (CLEMENTINO, 1990, p. 113).

A referida autora pontua que, no ano de 1942, dos 168 estabelecimentos industriais de algodão no RN, 157 estavam relacionados ao beneficiamento e os demais ligados a outros tipos de atividades. Quando se considera a distribuição dessas unidades pelo estado, observa-se que Macaíba possuía quatro unidades de beneficiamento (CLEMENTINO, 1990). Na década de 1950, é construída em Macaíba a usina Nóbrega & Dantas S/A, sendo esta a maior beneficiadora existente na cidade e um elemento dinamizador da sua economia de 1960 a 1980, quando encerra suas atividades (DANTAS, G., 2007). Além do beneficiamento, na unidade também era realizada a fabricação de óleo do caroço de algodão para uso doméstico, denominada Benedito (SANTOS, P., 2010)73.

A dinâmica gerada pelas atividades da usina Nóbrega & Dantas e das outras unidades de beneficiamento de algodão, bem como dos estabelecimentos comerciais existentes na cidade, provocou a necessidade de ampliar a sua infraestrutura urbana. Ainda na década de 1950, foi construído um novo mercado, no mesmo local onde fora construído o primeiro. No que concerne à sua organização espacial, podemos observar que a cidade havia experimentado poucas modificações até meados da década de 1960, tendo consolidado o sítio urbano e iniciado uma esparsa expansão, para além dos limites da área urbana, cujo eixo eram as vias terrestres que interligavam a cidade à sua zona rural e aos outros municípios próximos (Figura 5).

73 “Posteriormente, as usinas mais estruturadas, com mais capital e mais perspectivas de mercado, passaram a

refinar o óleo e enlatá-lo para o consumo humano. Cinco marcas chegaram a circular no mercador do Rio Grande do Norte: a Pleno, da Cia, Mercantil Tertuliano Fernandes; as marcas Mavioso e Arcal, de Medeiros & Cia.; a

Benedito, fabricada na usina de Macaíba, pertencentes à firma Nóbrega & Dantas S/A Ind. e Comércio; e a

marca Sândi, pertencente a algodoeira São Miguel (Machine Cotton).” (SANTOS, P., 2010, p. 210-211, grifo nosso).

Figura 5 – Área urbana de Macaíba na década de 1960.

Fonte: Prefeitura de Macaíba/Museu do Ferreiro Torto.

Vale destacar que esse período representou, para o RN, o início de uma série de ações por parte do governo estadual, havendo, também, o suporte das ações realizadas pela SUDENE, que, de acordo com Araújo, D. (2010, p. 100), objetivava “[...] levar à região Nordeste as condições instrumentais que sustentassem seu desenvolvimento”, principalmente na expansão da produção industrial da região. Nesse período, também foram criadas no estado as companhias de energia (COSERN), telefonia (TELERN) e águas (CAERN), e também ocorreram outras ações, como a inauguração do Hotel Reis Magos em Natal e a criação da Secretaria de Turismo (SANTOS, P., 2010)74.

Em Macaíba, essas políticas se refletiram na implantação de indústrias, como veremos mais adiante, e também em melhorias na infraestrutura, com a criação e/ou ampliação dos serviços de energia elétrica, com as inaugurações da unidade da rede de energia da Companhia

74 “Em 3 de agosto de 1962, era criada a COSERN pelo governo do Estado, através da Lei nº 2721, de 14 de

dezembro de 1961. E, em 1963, chegava a energia de Paulo Afonso ao Rio Grande do Norte, no município de Santa Cruz. O governador Aluízio Alves, através da Lei 2817, de fevereiro de 1963, criava a Companhia de Águas e Solos (CASOL). Uma empresa de economia mista para pesquisar, fazer prospecção e análise do solo. Era criada pelo governo estadual a TELERN, em 3 de dezembro de 1963, sendo Angicos a primeira cidade do interior a receber telefone” (SANTOS, P., 2010, p. 312-313).

Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), proveniente da cidade de Paulo Afonso (INAUGURADA..., 1964), e da rede de abastecimento de água da cidade (JUAREZ..., 1967).

Diante do exposto, podemos observar como Macaíba esteve atrelada ao contexto da economia agroexportadora ao longo de todo o seu desenvolvimento, e como o comércio foi essencial para a sua consolidação como núcleo urbano. É, inclusive, nesse momento que identificamos os primeiros movimentos em direção à conversão dos espaços situados no entorno do núcleo urbano visando à constituição dos primeiros parcelamentos do solo. No capítulo 4 analisaremos de forma mais detalhada como esse processo teve início, contudo, entendemos ser necessário destacar que, desde seu início, o processo de parcelamento do solo em Macaíba já apontava para uma produção fundiária que se caracterizaria, ao longo dos anos 1950 e 1960, e mais acentuadamente ao longo dos anos 1970 e 1980, pela formação de grandes loteamentos em terrenos localizados em área rurais, entre a área urbana de Macaíba e os territórios dos municípios de Natal e Parnamirim.

Malgrado a existência dessa produção fundiária em Macaíba nesse período, entendemos que foram os resultados das políticas levadas a efeito no período dos governos militares, em especial a política de habitação, que tiveram maior peso para impulsionar a expansão da cidade. Na próxima seção, analisaremos como as políticas públicas de habitação, e também de industrialização, implementadas no estado nos anos 1970 e 1980 contribuíram para o referido processo.