• Nenhum resultado encontrado

estrutura de

Consideramos forma base aquela que é o elemento indivisível e reconhecível, conceito este derivado da noção do campo da Biologia de morfogénese (Burgine, 2011).

‘Preferimos partir da ideia de que um sinal pode ser visto como independente quando a sua imagem for totalmente inequívoca. É o que acontece

quando um quadrado é visto e compreendido como tal e não como quatro rectas, e uma cruz como uma cruz, em vez de um traço horizontal dividido por uma vertical.’ (Frutiger, 2007: 34)

Os negativos internos são os espaços vazios que se situam dentro dos limites da mancha útil. White afirma que a melhor maneira de concluir se um logo é um bom logo (bom para White

significa que resolve um problema real e dura uma década [2011: 60-61]) passa por verificar se ele é inteligente, belo, com sentido de humor, elegante, original, apropriado e se usa bem o espaço vazio. Este último factor, usar bem o espaço vazio, combinado com a ideia de ser fresco e facilmente reconhecível, é um dos processos mais complexos, no nosso entender, de explicar aos estudantes. Este projecto procura contribuir para tornar isso mais evidente (ver capítulo 3 Resultados).

‘white space is a raw ingredient. (...) Design elements are always viewed in relation to their surroundings. (...) Thus, when it is used intriguingly, white space becomes foreground. The emptiness becomes a positive shape and the positive and negative areas become intricaly linked.’ (White, 2011: 19)

Relativamente aos negativos, estudamos se o negativo penetra na forma, sendo esse vazio significante (ex: WWF, NBC). Da análise da relação da forma e do fundo, verificamos se se trata de um desenho de mancha ou de linha.

2. metodologias

Os negativos externos são aqueles que se situam entre os limites da mancha útil e a estrutura de implementação, isto é, que resultam da subtracção da mancha útil à estrutura de implementação.

Consideramos stress, a soma dos negativos internos e externos, ou seja, o total da marca gráfica negativada, tendo em consideração a sua estrutura de implementação, o que enfatiza os pontos implícitos de composição, como Aires refere na sua tese (2006).

Para analisar a marca em profundidade, optamos por conceber também uma análise dos processos que a terão construído em termos formais. Como uma espécie de análise forense, observamos, para além dos padrões e categorias de agrupamentos, as actividades ou processos de que a marca é o resultado visível. (Isto não significa, no entanto, que este tenha sido um processo consciente no acto da sua criação). Para tal, sintetizamos da bibliografia estudada os conceitos de Eduardo Aires (2006), Jacques Bertin, (1981), Christian Leborg (2006) e Zwimpfer (2001) e estudamos a presença ou ausência de: - repetição;

- rotação; - simetria; - deslocamento;

- composto por intersecção de formas.49

actividades

49. ‘Sobrepondo

duas formas, surge automaticamente uma terceira área interna, comum a ambas. (...) Em primeiro lugar, observamos que a ‘luminosidade’ de cada sinal fechado é reduzida de modo considerável pela sobreposição com outro sianl. A nova área resultante, formada a partir da intersecção dos dois sinais, contém a sua própria luminosidade, obviamente em detrimento dos sinais originais.’ (Frutiger, 2007: 35) Em suma, fazemos uma síntese de categorias similares entre diferentes autores. Bertin (1983) sugere oito categorias para analisar os materias visuais: as duas dimensões do plano, tamanho, valor, textura, cor, direcção, forma. Dondis (1974) sugere dez: ponto, linha, plano, forma, direcção, tamanho, cor, textura, escala, dimensão e movimento. Elam (2010) sugere duas: proporção e linhas da composição.

Arnheim (1988) sugere dez: equilíbrio, configuração, forma, desenvolvimento, espaço, luz, cor, movimentos, dinâmica, expressão. Zwimpfer (2001) propõe quinze variáveis: contraste, cor, linha e ponto, grupos, direcção, forma-fundo, tamanho, ângulo e curvas, luz e sombra, movimento e tempo, emoção. Leborg (2006) propõe mais de trinta, nomeadamente: ponto, linha, plano, volume, dimensão, formato, forma, tamanho, cor, repetição, ritmo, eixos de simetria, rotação, proporção, movimento, percurso, direcção, deslocamento, atracção, equilíbrio, grupos, difusão, direcção, posição, espaço, peso, dominância, neutralidade, forma e fundo, coordenação, distância, paralelismo.

2. metodologias dimensão do plano x dimensão do plano y tamanho valor textura cor direção form a ponto linha form a direção to m co r textur a escal a dimensão moviment o agrupamentos área de implementação área bruta formas base negativos interno s negativos externo s stress / punctum proporção linhas de forç a

boa continuação / direcção

fechament o agrupament o proximidad e semelhança forma-fund o boa form a simplicidade / síntese simetri a pregnância (pragnaz=

boa forma / simplicidade)

1 /

Christian von Erenfels 1890 Gestalt Max wertheimer Wolfgang Köhler Kurt Kofka 2 / Jacques Bertin 3 / Rudolf Arnheim 4 / Donis A. Dondis 5 / Kimberly Elam 6 / A nossa tese Eduardo Aires Rita Coelho 1 / 2 / 3 / 4 / 5 / 6 /

O significado de uma mensagem, sabemos, não é unívoco: ele é dependente do receptor, do contexto, do grau de conhecimento sobre a mensagem. ‘All

images are polysemous; they imply, underlying their signifiers, a ‘floating chain’ of signifieds, the reader able to choose some and ignore others’ (Barthes, 1977 [1964]: 38-39). Roland Barthes sugere-nos, ainda, o relevante conceito de mito (1972): uma forma expandida de metáfora, que surge como uma leitura natural dos signos, que entendemos ser relevante aplicar neste estudo à marca gráfica. Uma marca é um elemento visual que procura sintetizar, conotar e concentrar em si conceitos de forma a ser interpretada de maneira emocionalmente impactante e pregnante. A investigadora Leire Fernandez (2008 b) da

Facultad de Bellas Artes de la Universidad del País Vasco, reforça a divisão de Peirce e categoriza os signos de identidade – logótipos e marcas gráficas – em ícones, indices e símbolos.

Frutiger, por seu turno, sublinha: ‘Com a

combinação dos sinais surge, além dos aspectos gráficos, uma impressão mental, filosófica e até ‘alquímica’. (...) Como primeiro exemplo, gostaríamos de considerar dois círculos que se tocam com um alinhamento horizontal. Essa ligação exprime um estado de igualdade. Em sua complexidade, poderia ser o sinal da amizade ou da irmandade. Por outro lado, dois círculos dispostos verticalmente evocam a ideia de hierarquia, do superior ou do inferior. O efeito desse sinal é mais instável do que equilibrado, como uma estátua ou monumento. Na terceira ligação, disposta de forma oblíqua, entra em jogo um pouco de agressividade, e a imagem que se tem é predominantemente a de puxar e empurrar.’ (2007: 34-35).

conceitos

2. metodologias

Assim, interessou-nos sub-dividir e analisar os resultados dos conceitos percepcionados através dos inquéritos em relação ao nosso acervo de marcas gráficas em termos: - denotativos - conotativos - alegóricos - metafóricos - metonímicos - irónicos - sinedóquicos - globais ou particulares

(sendo que a relação da marca gráfica ao seu significado foi analisada em termos de a própria ser: icónica, um índice ou símbolo).

2.4. sumário do capítulo 2

Neste capítulo começamos por tratar a preparação para a criação dos esquemas. - revisão e análise da literatura;

- enquadramento do estado da arte;

- inquérito preliminar aos pares (criativos) inscritos no PhD Design List: 64 respondentes; - entrevistas a designers de referência;

- análise documental; análise qualitativa segundo grelha de análise composta pelas categorias –

agrupamentos visuais (estrutura de implementação, mancha útil, formas base, negativos internos, negativos externos e stress), actividades, conceitos; estudo de casos através de ‘sustained looking’; observação directa e análise visual e categorização das marcas do corpus de estudo: 50 marcas gráficas;

- metodologia activa, nomeadamente através da técnica do desenho; construção dos esquemas gráficos em formato vectorial;

- experimentação e simulação de modelos de esquemas;

- inquérito sobre conceitos associados a marcas de instituições bancárias;

- inquérito preliminar a 30 pessoas sobre conceitos das marcas gráficas do nosso acervo; inquérito sobre a interpretação das marcas a 500 inquiridos;

- análise qualitativa e quantitativa dos resultados; interpretação dos resultados parcelares; - apresentação de artigos científicos em conferências nacionais e internacionais;

- apresentação de aulas de design sobre o projecto em curso, desenvolvimento de workshops, e experimentação em ambiente projectual com estudantes de design. - operacionalização da ferramenta em ambiente projectual;

3.

resulta-