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O designer ao criar uma marca que se adapta, que é fluída e aberta, propicia este sentimento natural de algo vivo, mas também de algo que pertence ao meio onde se insere, que se identifica com o local; atribui-lhe valores de algo mais pessoal, ganhando um valor emocional e glocal.

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Gilles Lipovestky, na conferência Exit Talks, realizada na Universidade de Aveiro sobre

exportação, em Abril de 2013 (2013), alerta também para o facto de os clientes estarem cada vez mais imprevisíveis e quererem ao mesmo tempo o

low cost e o premium, sendo coleccionadores de experiências. Propomos, por isso, a ideia de marca entre ontwerpen e vormgeving que passamos a explicar: marcas que têm uma atitude entre a linguagem racional e a linguagem emocional.

‘(...) in our current glocal society, these identity symbols are perhaps evolving from an impact ideology (impact, from the latin impactus or impingere, that means to ‘push into’) from a bold, synthetic graphic mark that seeks to be universal and long-lasting, and therefore, with an ontwerpen strategy (ontwerpen: one of the two dutch words for design; it stands for design as a ‘problem- solving’ activity [with a more rational strategy]), to a contact ideology (contact: from the latin contactus and contingere that means ‘to touch’ – com: ‘together’ and tangere: ‘to touch’), to an approachable, fluid, open picture mark that seeks to please the eye and therefore, with a more vormgeving attitude (the second dutch word for design which stands for a more superficial process

of making things look nice).’ (Coelho, 2012)

Influenciada pelas novas tecnologias, pelos efeitos do software utilizado e pelo modus operandi, pela maior acessibilidade aos meios de criação e difusão do design, notamos, por um lado, uma perspectiva mais impactante, universal e racional115 e, por

outro, uma tendência mais sensorial e emotiva no design de marcas gráficas. Certas marcas gráficas apresentam, por exemplo, como vimos, contornos mais arredondados (Citroën, Peugeot, Amtrak).116

Esta abertura do design das marcas a uma apresentação mais flexível, permite que elas se identifiquem mais com o contexto em que se inserem, e, por conseguinte, são também elas mutantes, como o ser humano, como o ciclo da vida e da Natureza, oferecendo essa maior facilidade de identificação, por serem mais humanizadas, e apesar da sua consistência, admitem uma

flexibilidade que lhes permite o factor jogo, o factor surpresa, tão desejado nas actividades interactivas. O público é exigente, ele quer interacção e conexão. Assim, essas marcas parecem estar tão vivas quanto nós, transportam mudanças de emoção, estão sujeitas a condicionantes do seu contexto, parecem ostentar um carácter e temperamento e já não são tão fixas e impostas como as outras. Este género de marca presta-se muito a identificar eventos que têm um carácter mais efémero ou mutante e têm um conceito mais irreverente.

115. O sentido de

universalidade e racionalidade modernista tinha como visão a vida em geral mais harmoniosa, perfeita, onde as pessoas estariam melhor informadas e fariam melhores decisões para o bem comum, sem equívocos ou confusões.

116. Oferece-nos sugerir a

investigação de Moshe Bar e Maital Neta (Bar e Neta, 2006) e do já mencionado psicólogo da percepção Silvia (Silvia e Barona, 2009).

117. Marcas gráficas

A análise das marcas actuais e mais complexas ou com maior densidade de pontos, permite-nos a formulação da tese de que a síntese se mantém hoje como característica basilar nas marcas contemporâneas, não significando exclusivamente a redução de pontos ou a geometrização da forma, mas antes a utilização de um número estrito de grupos visuais.

Os silent designers são uma espécie de ‘computer

sais yes’ (em reflexo do programa britânico Little

Britain no qual a personagem Carol Beer, conhecida pela sua expressão ‘computer sais no’ é a imagem perfeita desta submissão não esclarecida a que o software pode impor. [Walliams; Lucas, 2003]). A pressão da actividade diária ou a ingenuidade e inconsciência criativa podem levar a que as

decisões no processo de design sejam aquelas que aparecem por defeito, o que pode resultar em soluções complicadas ou pobres em termos de refinamento e apropriação da forma ou do conceito. A ideia da marca gráfica com abertura, fluidez e

adaptabilidade ou – propomos nós – no futuro, a sua personalização, pode trazer às entidades uma emotividade que ajuda a incentivar e assegurar a relação com as pessoas.118

As marcas gráficas procuram ainda hoje a sua leiturabilidade, consistência e universalidade, ao querer verter-se em várias plataformas: para conseguir esse objectivo, sugerimos que o seu design incorpore flexibilidade que permita a adaptação a vários contextos, mantendo a sua coerência.

1 / mancha suporte 2 / mancha útil forma base 3 / neg. int. 5 / neg. ext. 6 / stress 1 / 2 / 3 / 4 / 5 / ACTIVIDADES

CONTRACÇÃO / EXPANSÃO (DESLOCAMENTO) SIMETRIA

AGRUPAMENTOS

118. Id est, avatares como,

por exemplo, do Southpark, podem ser uma forma de personalização das marcas.

LOVEBYTES

Universal Everything

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ACTIVIDADES

REPETIÇÃO ROTAÇÃO E DESLOCAMENTO

MIT MEDIA LAB

E Roon Kang + TheGreenEyl 2010 1 / mancha suporte 2 / mancha útil 3 / forma base 4 / forma base 5 / forma base 6 / forma base 7 / neg. int 9 / neg. int 10 / neg. int 11 / neg. int 12 / stress AGRUPAMENTOS 1 / 2 / 3 / 4 / 5 / 6 / 7 / 8 / 9 / 10 / 11 /

Verificamos também que é possível aplicar esta ferramenta e obter cerca de sete agrupamentos, bem como, observar que as actividades são baseadas na repetição e na rotação nas marcas mais recentes e naquelas que funcionam em sistema aberto e são, portanto, fluídas. Por mais densidade de pontos que elas apresentem – ex: Cop15, Seed Media Group, BP, Mit Media Lab, EDP – estas marcas gráficas respeitam estes princípios e os seus agrupamentos são tendencialmente sete, sendo que as formas, fundo, mancha útil e mancha de suporte se relacionam entre si. São obtidos os mesmos três resultados estruturais nas marcas gráficas mais intemporais e nas mais recentes. Além disso, verificamos que uma diferença significativa a salvaguardar é a de que o

agrupamento que designamos como estrutura de implementação é, neste estudo, a forma basilar que enquadra a silhueta da forma – seja a forma do rectângulo, triângulo ou círculo, consoante o que tiver mais pontos de contacto com o contorno da marca; em vez de ser uma área perfeitamente delimitada como uma moldura onde a forma se insere e nunca extravasa, nas marcas criadas em

sistemas auto-generativos e abertos, o designer deixa abertura e flexibilidade para essas formas, sendo que a marca gráfica se expande e contrai para além de um limite delineado a linha, por não haver uma soução formal fixa e única, mas uma estrutura: nos resultados assinalamos essa estrutura dentro de uma área. Assim, nas marcas formalmente mais flexíveis, não observamos no seu design um ‘caixilho’, mas uma área nevrálgica que se constitui como a estrutura central, de onde literalmente nascem, movimentando-se, os restantes elementos: é este o caso de Lovebytes, Casa da Música, EDP, Mit Media Lab (neste último, a estrutura de implementação é sempre a mesma, só as formas é que variam). Cada uma das marcas não é constituída por apenas uma solução, mas por um desdobramento de várias soluções similares que têm um denominador em comum, ou seja, a aparência geral é consistente, apesar das diferenças subtis. Nomeadamente, Lovebytes tem um centro comum que é uma circunferência menor do que a área de implementação da marca (sendo que depois a forma da marca pode revelar-se como que um magma aproximado ao triângulo, ao círculo, ou ao quadrado).

3. resultados

A vida ao ser complexa pode tornar-se estimulante,