MAPEANDO UMA REALIDADE LOCAL

Escola Municipal de Ensino Fundamental São Francisco Xavier.

Fundada no início da década de 90 do século XX, localiza-se na Avenida do Ancoradouro, no bairro de São Francisco.

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Figura 12 - Diretora e alunos da Escola Municipal Francisco Xavier. Fonte: Portfólio da escola. Período: 03/2013 a 01/2014.

Segundo dados do seu Projeto Político Pedagógico, a escola está inscrita no Ministério de Educação e Cultura com o código do Censo Escolar-INEP n. 15036391, acolhe os alunos do Ensino Fundamental (Resolução n. 907, de dezembro de 1999, Ato de reconhecimento do Ensino Fundamental de 1ª a 8ª séries), nos turnos da manhã, intermediário e da tarde, e da Educação de Jovens e Adultos (Resolução n. 804, de 04 de novembro de 1999 – Ato de reconhecimento do Ensino Supletivo de 1ª a 4ª etapas), no período noturno.

Na sua história recente, mais precisamente no início do ano letivo de 2011, a escola passou por algumas reformas, dirigidas, sobretudo, às acessibilidades para alunos portadores de deficiência física, com recursos do Plano de Desenvolvimento Escolar. De acordo com este documento, a acessibilidade é um complemento muito importante para garantir o respeito e a concretização da inclusão, tanto dos alunos da escola, como de todos os que fazem parte da comunidade escolar.

Tendo em conta os recursos financeiros limitados, no que toca ao orçamento da escola, a direção tem dado prioridade à pintura do edifício e à reparação da instalação elétrica e das canalizações, no início do ano letivo, mas alguns problemas são recorrentes o que acaba por se repercutir nas aprendizagens e prejudicar o bom funcionamento da escola. É o caso do muro à volta do edifício, que é muito baixo e não tem segurança; do telhado, que tem infiltrações; das portas das salas, que estão deterioradas; dos revestimentos das salas, que são frágeis; dos portões, que estão carcomidos pela ferrugem; das casas de banho, que estão em mau estado de conservação; e da caixa d’água, a necessitar de reparação.

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A escola tem desenvolvido projetos diversificados, são considerados de extrema relevância, no que respeita à formação do aluno. Atualmente, estão em curso os seguintes projetos:

1º Projeto: “Formação de Leitores” - visa despertar, no aluno, o interesse pelos livros e o gosto pela leitura, incentivando-o a frequentar mais o espaço da biblioteca e a ter contacto, com mais frequência, com livros literários e não literários;

2º Projeto: “Sala de Aula e Recursos Multifuncionais” - tem por objetivo promover a inclusão dos alunos com necessidades especiais na comunidade escolar e primar pelo seu sucesso;

3º Projeto: “Amo minha Escola” - de cunho socioambiental, visa despertar, nos diferentes atores escolares, o compromisso de cuidar do meio ambiente, tornando-se parte integrante e constituinte do processo, vivenciando atitudes que possam fortalecer o respeito, o convívio e a ética nas relações diárias, e diminuir os atos de violência, tornando o ambiente escolar um local agradável de convivência e de participação;

4º Projeto: “Nossa Escola é um show! Nossa Comunidade é super.…!” - pretende descobrir e partilhar saberes com o intuito de explorar competências e capacidades do aluno, e promover a sua integração entre os pares, professores e familiares, pela melhoria das relações humanas, logo, das aprendizagens;

5º Projeto: “Programa Vale Juventude” - prima pelo contributo para o desenvolvimento pessoal e social de adolescentes e jovens, a partir do eixo de atuação de educação afetiva-sexual, e pela valorização e reconhecimento do potencial dos adolescentes e jovens para desenvolverem atitudes positivas relativamente à saúde, sexualidade e ao papel do género;

6º Projeto: “Sala de Leitura” - desenvolvido em parceria com O Liberal, o jornal de maior circulação no Norte, visa estimular o gosto pela leitura dos alunos do Ensino Fundamental, através da criação do grupo de contadores de estórias;

A par destes projetos, a escola tem levado a cabo programas nacionais como o “Programa de Desenvolvimento da Educação”, o “Programa Mais Educação” e o “Projeto Atleta na Escola”. O principal objetivo é o de possibilitar aos alunos oportunidades de

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aprendizagem e troca de experiências e a construção de conhecimento cultural, científico e tecnológico que lhes permita desenvolver competências para operar, rever, transformar e redirecionar esse conhecimento e convertê-lo em atitudes sociais de cooperação, solidariedade, e ética, tendo como base a formação democrática, incluindo a formação crítica e de cidadania.

Figura 13 - Escola São Francisco Xavier no combate a exploração sexual de crianças. Fonte: arquivo fotográfico da escola (18/05/14).

Várias outras ações estão a ser viabilizadas, de acordo com o Projeto Político Pedagógico da Escola (2013-2014), direcionadas para o processo ensino/aprendizagem, o contacto com o mundo do trabalho, a aprendizagem política, a construção da moralidade, a convivência com e o respeito pela diversidade, e a intervenção em casos de manifestação de indisciplina e violência escolar, como se pode ler no referido PPP:

Estimular o processo ensino-aprendizagem, a partir de projetos pedagógicos desenvolvidos pela escola; implantar o Programa de correção de fluxo para reduzir o índice de alunos em distorção idade-série; garantir o processo de formação continuada para os professores das diversas áreas; realizar oficinas sobre: ética, relações interpessoais, convivência com a diversidade e cidadania, drogas, prostituição, violência urbana, mercado de trabalho e o fazer político estudantil; acompanhamento, supervisão e assessoramento técnico-pedagógico aos alunos com alto índice de indisciplina; implantar o momento cívico na escola para estimular os alunos a ter respeito pelos símbolos nacionais (PPP, 2013-14, p. 18).

Os sujeitos escolares também orientam as suas ações para a relação escola – comunidade, de modo a conhecer o mundo do aluno, a fortalecer o sentimento de pertença à família – em que, em muitos casos, os papeis se confundem, pois são pais e alunos, ao mesmo tempo – e a contribuir para a sua participação efetiva na construção coletiva da escola. Neste domínio, os objetivos do PPP são bastante esclarecedores:

Promover encontro com os pais na escola; realizar encontros culturais na escola, envolvendo toda comunidade escolar; promover atividades culturais, como:

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apresentações teatrais, músicas, de danças e outros, com a comunidade escolar; realizar jogos internos da escola; realizar gincanas estudantis; planejar e desenvolver propostas pedagógicas que atenda as necessidades dos alunos que estão em dependência de estudos; realizar a feira cultural, objetivando a integração e o envolvimento de nossos alunos com a comunidade em torno; organização política dos alunos; realizar ciclo de palestras e encontros com as lideranças das turmas e realizar encontros de formação específicos para os alunos da EJA (PPP, 2013-14, p. 40).

No documento, pode ler-se que as várias ações desenvolvidas pela escola passam por um contínuo processo de avaliação coletiva, considerado como ato político que integra, não apenas a avaliação da realização das ações, mas, também, a apreciação da sua qualidade e do seu cumprimento social, dentro e fora da escola.

Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Aloysio da Costa Chaves.

Inaugurada no dia 3 de setembro de 1983, situa-se na travessa de São Francisco, no bairro da Betânia, município de Barcarena; a sua população é constituída por alunos oriundos da zona urbana e rural, funciona nos quatro turnos e inclui as modalidades de Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.

Figura 14 - Escola de Ensino Fundamental Professor Aloysio Chaves. Fonte: Arquivo fotográfico da escola.

De acordo com o seu Projeto Político Pedagógico, a escola tem por meta traçar uma direção para a ação com a participação de todos na construção de uma escola de qualidade, participativa e democrática, que respeite todos os que dela fazem parte. Esse objetivo foi estruturado a partir de algumas preocupações da comunidade escolar relativamente, por

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exemplo, à ausência de participação efetiva da família na vida do educando e da escola; à falta de relação nas ações desenvolvidas pelos educadores; à ausência de planeamento pedagógico; à desarticulação entre corpo técnico, docente e discente; à ausência de cumprimento dos direitos e deveres dos envolvidos; à depreciação dos móveis, utensílios e acomodações da escola; e ao desconhecimento dos pais acerca dos seus direitos e deveres.

Neste sentido, algumas ações foram delineadas e incluídas no PPP da escola como:

Adotar estratégias variadas a fim de reduzir o índice de reprovação e evasão; resgatar ações educativas que enfatizem os valores como: respeito, honestidade e solidariedade; propor medidas para criar e incentivar equipes no trabalho de construção e desenvolvimento democrático da escola; melhorar a qualidade da educação com a redução de desigualdade relativa às oportunidades educacionais; melhorar o desenho da escola e, como consequência o conceito e o respeito da escola como patrimônio da comunidade; adotar práticas de transparência dos projetos e programas que a escola recebeu e receberá; garantir a eleição direta de seus gestores, legitimando sempre o processo de gestão democrática, a partir da formação do Conselho Municipal de Educação (PPP, 2012, p. 8-10).

Em 2013, a escola desenvolveu vários projetos, nomeadamente o “Projeto Xadrez na Escola”, o “Projeto Ler e Escrever pra valer” e o “Projeto bola prá frente, educação pra gente”, tendo, também, participado na “Olimpíada Brasileira de Astronomia e Matemática”. Além disso, desenvolve os Programas “Escola Educação Integral”, “Mais Educação” e “Programa de Informática”.

Verifica-se que, no atual Projeto Pedagógico Político existe uma preocupação com a relação escola, família e comunidade, partindo da noção que a escola constitui um dos espaços de educação da sociedade. Neste sentido, ao participar da vida dessa instituição, a família poderá criar uma relação entre a educação que acontece em casa e a que ocorre na escola, o que propiciará trocas significativas e poderá contribuir para o entendimento da lógica pela qual a escola se rege. Com efeito, a família e a escola partilham a responsabilidade de educar. Esta preocupação, de acordo com o PPP da Escola de Ensino Fundamental Professor Aloysio Chaves, decorre da LDB, que, no seu artigo primeiro, reconhece que a escola partilha a responsabilidade de educar as novas gerações, bem como os jovens e adultos, com várias outras instituições da sociedade. Como se pode ler no referido documento:

No momento em que a escola e família conseguem estabelecer uma parceria na maneira como irão promover a educação de seus educandos e filhos, muitos dos conflitos hoje observados em sala de aula, serão aos poucos superados. Todavia, para que isso possa acontecer é necessário que a família realmente participe da vida escolar de seus filhos. Que a família tenha comprometimento, envolvimento com a escola,

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gerando assim, na criança e adolescente um sentimento de amor, fazendo sentir-se amparado e valorizado como ser humano (PPP, 2012, p. 16).

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Acy de Jesus Pereira.

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Acy de Jesus Pereira está localizada no bairro de São Francisco, no Município de Barcarena.

Figura 15 - Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Acy de Barros. Fonte: Arquivo fotográfico da escola

No seu Projeto Político Pedagógico, em elaboração, a escola pretende assegurar ao aluno a formação comum indispensável ao exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir em estudos posteriores.

Relativamente aos principais problemas que a escola enfrenta, existem alguns dados provenientes de um diagnóstico inicial feito por professores, alunos e pais de alunos (2014), bem como propostas de sugestões para a melhoria da escola

Entre os principais problemas levantados pelos professores enumeram-se: a falta de funcionários, principalmente de apoio; a falta de uma infraestrutura física, na secretaria, o que dificulta, consideravelmente, o processo de ensino/aprendizagem; as salas quentes, com pouca iluminação; a elevada carga horária dos professores como forma de garantir um salário um pouco mais digno, provocando dificuldades de planeamento; a falta de material didático que providencie o suporte a uma série de atividades e de apoio ao trabalho prático (pesquisa de

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campo), essenciais à aprendizagem, em determinadas disciplinas; a falta de participação da comunidade; o desinteresse dos alunos; a falta de planeamento das atividades administrativas, pedagógicas e financeiras; o elevado absentismo dos docentes; a indisciplina dos alunos; o grau considerável de improvisação das atividades.

No caso dos pais, os problemas mais referidos prendem-se com o facto da biblioteca da escola permanecer fechada todos os dias, com a falta de funcionários, nos vários turnos, de limpeza das salas de aula e do ambiente externo, de bebedouros, da merenda escolar, de professores, com a precariedade do transporte escolar, a existência de salas quentes por falta de ventilação e a falta de funcionários e de um recinto desportivo.

Figura 16 - Alunos da Escola Acy de Barros participam do projeto ambiental. Fonte: Arquivo fotográfico da escola.

Os alunos assinalam, como principais problemas: as dificuldades, a falta de diálogo e respeito entre professores e alunos, a falta da merenda escolar de qualidade, as discussões entre alunos, as salas com portas abertas e sem ventilação, a falta de bebedouros, de um recinto desportivo, de pintura, na escola, e de segurança qualificada.

Para melhorar a escola, os professores sugerem: o estabelecimento de parcerias entre empresas e a comunidade; a criação de um curso aos sábados; a viabilização de uma gestão participativa no planeamento, organização, execução e avaliação das atividades da escola; reuniões mais frequentes entre a comunidade e os professores; o envolvimento dos educadores com os problemas sociais; a divulgação do trabalho dos professores junto da comunidade; um melhor relacionamento entre professores e um esforço de ir mais além da sua função.

Quanto aos pais, entendem que devem exigir mais da gestão, no sentido de que todos façam a sua parte; reivindicam mais reuniões, em horários compatíveis com as suas atividades,

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e um melhor relacionamento entre professores e ele, pais e encarregados de educação; exigem a possibilidade de os alunos participarem mais nos diversos projetos em curso na escola.

Finalmente, as propostas dos alunos foram no sentido do diálogo entre alunos e professores, para que possam exprimir a sua opinião relativamente ao que deve ser feito para melhorar a escola; da criação de programas escolares em que os alunos se possam envolver; da iniciativa de dotar as salas de aula de um sistema de climatização e computadores novos e atualizados, à disposição de todos os alunos; e do esforço, por parte da escola de procurar parcerias com várias entidade para obter mais recursos.

5.1.5. OS ATORES DA PESQUISA