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3 PERCURSO TEÓRICO E METODOLÓGICO

3.1 A Abordagem Ergonômica

3.4.1 Materiais utilizados e procedimentos

A amostra foi composta por 17 profissionais, auxiliares e técnicos de enfermagem, do CAC do Instituto Raul Soares (IRS) – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG).

Foram utilizados nesse estudo equipamentos para coleta e registro das informações observadas em campo. Gravações foram feitas com cada sujeito de pesquisa separadamente, utilizando-se de um gravador digital com o intuito de facilitar o

trabalho de síntese.

Foi utilizado o programa Express Scribe, na sua versão gratuita, para transcrição do áudio para texto no formato .doc e o programa NVIVO 9 (QSR International Pty Ltd©, Doncaster, Victoria, Austrália) para análise das transcrições e categorização das falas dos voluntários. Também foi utilizado uma filmadora (SONY digital Handcam – DCR-TRV340) para registro da atividade dos auxiliares e técnicos de enfermagem e uma câmera fotográfica digital para registros pontuais relevantes nos processos de trabalho da amostra do estudo no contexto produtivo.

Inicialmente, o pesquisador entrou em campo a fim de realizar uma observação geral e de análise organizacional do contexto produtivo, bem como coleta de informações referentes à categorização da população alvo. Em seguida, fez o recrutamento da população alvo deste estudo e um agendamento prévio, de acordo com a disponibilidade de cada um, para a realização dos procedimentos de coleta de dados. O agendamento seguiu a seqüência conforme a disponibilidade registrada anteriormente a fim de se evitar interferências do pesquisador no processo de seleção.

Após explicação dos objetivos e procedimentos do estudo, bem como assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes (APÊNDICE A), foi aplicado um questionário sócio-demográfico, de caracterização ocupacional e de saúde da população envolvida (APÊNDICE B). Em seguida, o pesquisador submeteu o sujeito de pesquisa a uma entrevista aberta, com as seguintes perguntas norteadoras: Qual é sua ocupação aqui na instituição? Como é trabalhar

com paciente psiquiátrico? Caracterize as suas atividades no seu ambiente de trabalho. Há riscos neste trabalho? Se sim, quais? Descreva-os. Como você gere os riscos?

As entrevistas foram transcritas e entregues a cada voluntário para que os mesmos dessem consentimento da veracidade da transcrição. Uma cópia da transcrição foi entregue a cada participante, em mãos, pelo pesquisador, no prazo de 48 horas da execução da entrevista. Tal procedimento se justificou pela escala de plantão, em sua maioria, de 12 horas de trabalho para 36 horas de descanso. Caso houvesse

alguma inconsistência, eram feitas adequações até que o voluntário concordasse com a versão transcrita.

Para corroborar e/ou confrontar a fala dos entrevistados, o pesquisador também entrevistou os(as) gestor(as)-chefe, os(as) médicos(as) de triagem e enfermeiros(as)-chefe de cada setor do IRS, em momentos pré-agendados e de modo individual, após entrevista com a população alvo deste estudo. Foram utilizadas as seguintes perguntas norteadoras para este grupo: Qual é sua ocupação

aqui na instituição? Como você percebe o trabalho da equipe de enfermagem com pacientes psiquiátricos? Caracterize as atividades da equipe de enfermagem do CAC. Você considera que há riscos neste trabalho? Se sim, quais? Descreva-os. Como você percebe a equipe de enfermagem do CAC gerir estes riscos? Este

procedimento subsidiou o pesquisador acerca de informações relevantes para o procedimento seguinte de coleta de dados no que se refere ao registro e análise organizacional do contexto produtivo em foco.

Após a coleta com a população envolvida, o pesquisador com as transcrições validadas em mãos, utilizou o programa NVIVO 9 (QSR International Pty Ltd©, Doncaster, Victoria, Austrália) para análise das mesmas e categorização das falas dos voluntários.

O recorte necessário para o aprofundamento metodológico foi feito no CAC, por meio de observação e entrevista em autoconfrontação com os auxiliares e técnicos de enfermagem deste setor.

A atividade destes trabalhadores foi filmada e os registros utilizados na entrevista de autoconfrontação. Por meio de procedimentos específicos de edição, as imagens captadas foram tratadas com a utilização de mosaicos sobre a face de pacientes e trabalhadores não envolvidos com a pesquisa e que foram captados durante a coleta, a fim de se preservar a não identificação dos mesmos.

Em um segundo momento, a fim de se proceder com a auto-confrontação – verbalização (entrevista e filmagem) e ações coletadas (filmagem), cada indivíduo, separadamente, foi conduzido a uma sala reservada, em momento pré-agendado,

juntamente com o pesquisador para confrontação da verbalização numa perspectiva de explicitar os modos operatórios assumidos (os atos, os gestos, os valores, as escolhas e as competências utilizadas para a gestão do trabalho).

Inicialmente, o pesquisador descreveu o objetivo desta prática e, em um monitor, projetou o vídeo correspondente à prática laboral deste em situação real de trabalho. Após o indivíduo assistir ao vídeo de sua prática, ao mesmo foi solicitado que verbalizasse as atitudes tomadas frente à situação de trabalho observada. Baseado nas informações verbalizadas pelo participante, o pesquisador utilizou da metodologia da confrontação das suas observações a fim de aprofundar a problematização apontada e subsidiá-lo de informações do contexto real de trabalho. O objetivo deste procedimento não foi julgar as escolhas assumidas e, sim, fazer com que o trabalhador reconhecesse estas escolhas como estratégia de regulação frente aos condicionantes da atividade (prescrições, objetivos produtivos da empresa, variabilidades do processo, meios e processos de trabalho).

Utilizou-se de um gravador digital neste procedimento e as entrevistas foram transcritas e entregues a cada voluntário para que os mesmos dessem consentimento da veracidade da transcrição. Uma cópia da transcrição foi entregue a cada participante, em mãos, pelo pesquisador, no prazo de 48 horas da execução da entrevista. Caso houvesse alguma inconsistência, adequações eram feitas até que o voluntário concordasse com a versão transcrita.

O número de voluntários envolvidos foi definido pelo critério de saturação da amostra no qual, por meio de análise das respostas nas entrevistas, as mesmas se repetissem e não se observasse nada mais a acrescentar no problema observado. Os procedimentos metodológicos desse estudo foram aprovados pelos Comitês de Ética em Pesquisa da UFMG (COEP/UFMG) – n° 492/11 (ANEXO A) e da FHEMIG (CEP/FHEMIG) – n° 96/11 (ANEXO B).