• Nenhum resultado encontrado

APÊNDICE I Resultado Geral da Maturidade das Práticas na UFC

4.3 Análise Quantitativa e Qualitativa dos Dados

4.3.2 Análise da Maturidade dos Critérios com base em suas Práticas

4.3.2.2 Maturidade de Indicadores

Nesta pesquisa, o critério Indicadores corresponde no modelo SAMM ao fator denominado “Métricas e Valores de Competência”. Este grupo de práticas demonstra, por meio do uso de parâmetros e medidas, o valor da contribuição das áreas de negócios, especialmente a área de TI, para o sucesso do desempenho organizacional (LUFTMAN, 2000). Para Henderson e Venkatraman (1993), as variáveis desse critério captam a mudança no papel da TI nas organizações, de um papel operacional cujo foco era interno (eficiência operacional e redução de custos), para um papel estratégico, voltado para capacidade da TI em ajuntar valor aos processos de negócios e prover vantagens competitivas.

Dentre os 82 participantes, obteve-se a seguinte distribuição para o Critério Indicadores, que se encontra nas questões de 5 a 9 do questionário (APÊNDICE G):

Tabela 4.5 – Matriz de Maturidade de Indicadores por Prática

Nº de Respostas Indicadores 0 1 2 3 4 5 MO Nível de Maturidade INDQ5 22 17 14 17 12 0 1,76 0 1,42 2-Comprometido INDQ6 23 18 8 17 15 1 1,83 0 1,54 2-Comprometido INDQ7 25 15 17 19 6 0 1,59 0 1,33 2-Comprometido INDQ8 35 14 14 16 3 0 1,24 0 1,29 1-Inicial INDQ9 19 10 21 20 11 1 1,96 2 1,40 2-Comprometido Fonte: Dados Pesquisa AE UFC 2009

Em relação a esse grupo de práticas, observa-se na Tabela 4.5 que a maioria dos respondentes percebe uma efetividade média de promoção das práticas em torno do

valor 2, com exceção da prática INDQ8, que mensura a maturidade da Avaliação do investimento em TI, classificada no nível 1-Inicial.

Conforme a literatura (LUFTMAN, 2000), as organizações cujas práticas se encontram no nível Comprometido estão vivenciando as primeiras experiências do uso de Indicadores. Nesse estádio, os gestores e demais colaboradores começam a ter consciência da importância desse fator para o AE.

No caso da UFC, essa leitura deve ser relativizada em função de dois aspectos. O primeiro é o valor da média e da moda obtidos na prática INDQ8, relativa a Avaliação do investimento em TI. Laurindo (2002) ressalta a importância de monitorar fatores relacionados à eficácia da TI, ou seja, avaliar se seus resultados estão beneficiando a organização em termos de produtividade e lucratividade esperadas com os investimentos. Pelo valor médio obtido das respostas da INDQ8 ( =1,24), o menor desse grupo de práticas, e a maior quantidade de respostas 0 (35), pode-se levantar a hipótese de que não existem procedimentos formalizados de avaliação dos investimentos em TI, ou que a maioria dos gestores da UFC desconhece esses procedimentos. Para Luftman et al. (2006), todo projeto envolvendo a área de TI deve ter um conjunto predefinido de custos e benefícios em função dos objetivos organizacionais. Além disso, os investimentos necessários precisam ser justificados e detalhados de maneira bastante clara, para que os principais gestores possam ter um panorama do que foi investido e dos resultados gerados em função desses investimentos (STRASSMAN, 2004).

O segundo ponto a ressaltar é a quantidade significativa de respondentes que atribuíram valor 0 - Não Identificada, em todas as práticas do critério (22, 23, 35, 35 e 19). Essa opção representa a situação na qual o gestor não se sente em condições de julgar a prática. Associado ao fato de o valor 0 ser a moda para as práticas do critério Indicadores, com exceção da INDQ9, está a constatação do baixíssimo número de ocorrências no nível de promoção Muito Alto (2). Uma explicação encontrada na literatura (LUFTMAN et al., 2006) é a de que as práticas de Indicadores estão ligadas à familiariedade dos gestores com a TI, e se esse conhecimento do ambiente de TI é pequeno, como se supõe na UFC pelos dados do critério de Comunicação, fica difícil para os gestores se posicionarem definindo medidas, principalmente envolvendo ambas as áreas (negócio e TI).

Com encosto nos valores médios das práticas (INDQ5=1,76; INDQ6=1,83; INDQ7=1,59; INDQ8=1,24; INDQ9=1,96), pode-se calcular a maturidade do critério de

Indicadores (MATIND), cujo valor médio é de 1,68, com desvio-padrão de 1,22. Esses resultados enquadram o critério Indicadores no nível Comprometido, apesar de ser o menor índice de maturidade entre os seis critérios.

A tabela 4.6 apresenta as categorias de maturidade onde se enquadram a média das respostas dadas ao critério Indicadores pelos 82 respondentes.

Tabela 4.6 – Matriz de Maturidade de Indicadores por Respondente

Categorias Maturidade Indicadores Nº Respondentes Percentual

Nulo (0 <= MATIND <= 0,4) 18 22 Inicial (0,5 <= MATIND <= 1,4) 24 29,2 Comprometido (1,5 <= MATIND <= 2,4) 15 18,3 Estabelecido (2,5 <= MATIND <= 3,4) 19 23,2 Gerenciado (3,5 <= MATIND <= 3,4) 6 7,3 Otimizado (4,5 <= MATIND <= 5) 0 0 Total 82 100,0

Fonte: Dados Pesquisa AE UFC 2009

Os dados da tabela 4.6 evidenciam a tendência de redução da maturidade de Indicadores para o nível de maturidade 1-Inicial. Nota-se que a maioria das respostas (51,2%) se encontra nos dois primeiros níveis da escala (Nulo e Inicial), o que para Luftman (2000) indica uma definição de medidas ainda imprevisível ou inexistente para a maioria das áreas de negócio na UFC.

Outro aspecto que chama a atenção na tabela 4.6 é a quantidade de respondentes que considera o critério como no nível Estabelecido (23,2%), superando aqueles que o consideram como Comprometido (18,3%), que foi o valor médio calculado a partir da média das práticas. Além disso, verifica-se que nenhum respondente considerou o critério como Otimizado.

Essa aparente contradição de percepções pode ser explicada por Pessoa (2002), quando destaca que a criação de medidas é complexa, geralmente dificultada pela falta de informações para produzir dados confiáveis e pela insegurança quanto ao conjunto ideal de indicadores. Para a autora, porém, a adoção de indicadores é uma necessidade, sendo que o mais importante é escolher e definir aqueles que consigam traduzir e comunicar o significado das estratégias formuladas.

No geral, esse baixo nível de maturidade sinaliza que a UFC ainda está incipiente, tanto na formalização de indicadores de desempenho, como, especialmente, na definição de procedimentos de revisão e avaliação dos resultados. Pode significar, ainda, que a maioria das unidades carece de medidas que demonstrem o valor e o

compromisso da TI com as suas respectivas áreas de negócio, e que tais medidas sejam compreendidas ou aceitas pelos gestores (LUFTMAN, 2000).