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3.2 Itens para Aplicação do Índice T

3.2.5 Mensuração Subsequente por País

Ao se verificar se os três países adotaram a IAS 16, a IAS 38 e a IAS 40 da maneira em que foi emitida pelo IASB, ou seja, sem modificações, percebeu-se que apenas o Brasil as adotou com alterações. No caso brasileiro, o método do valor justo (reavaliação) para ativos imobilizados e para ativos intangíveis foi vedado por força da Lei 6.404/76. Quanto à PPI, o Brasil optou pela manutenção da escolha entre o método do custo e do método do valor justo, como proposto pela Norma Internacional (CPC, 2014).

Ao se verificar se os três países componentes da amostra adotaram a IFRS 1 integralmente, constatou-se, também, que apenas o Brasil a adotou com alterações. Para o caso brasileiro, o custo atribuído somente é permitido para ativos imobilizados e PPI, sendo vedada a sua utilização para ativos intangíveis (CPC, 2014).

No Quadro 14 é ilustrada a posição atual do Brasil, do Chile e do Peru em relação à adoção da IAS 16, da IAS 38, da IAS 40 e da IFRS 1, no que tange à mensuração após o reconhecimento inicial.

Quadro 14 – Adoção das IAS 16, 38 e 40 e IFRS 1, por país Norma Brasil Adoção sem alterações? Chile Peru

IFRS 1 Nãoa Sim Sim

IAS 16 Nãob Sim Sim

IAS 38 Nãob Sim Sim

IAS 40 Sim Sim Sim

a. não se aplica o custo atribuído para ativos intangíveis; b. a reavaliação ao valor justo foi vedada.

Fonte: Elaborado pela autora.

Ainda em relação à mensuração subsequente de ativos imobilizados, de ativos intangíveis e de PPI pelos três países, no Quadro 15 foram dispostas as escolhas contábeis possíveis aos gestores e que foram objeto de análise nesta pesquisa.

Quadro 15 – Escolhas Contábeis na Mensuração Subsequente, por país

Escolhas Contábeis Adoção Brasil Adoção Chile Adoção Peru

Inicial Posterior Inicial Posterior Inicial Posterior

Ativo Imobilizado – Imóveis CA ou CH CH CA ou CH CH ou VJ CA ou CH CH ou VJ Ativo Imobilizado – Instalações e Equipamentos CA ou CH CH CA ou CH CH ou VJ CA ou CH CH ou VJ Ativo Intangível CH CH CA ou CH CH ou VJ CA ou CH CH ou VJ Propriedade para investimento CA ou CH CH ou VJ CA ou CH CH ou VJ CA ou CH CH ou VJ CA: custo atribuído; CH: custo histórico; VJ: valor justo. Fonte: Elaborado pela autora.

Com a adoção das IFRS, pode ter havido uma mudança relevante na mensuração subsequente dos ativos imobilizados, dos ativos intangíveis e das PPI nas demonstrações financeiras das entidades pertencentes aos diversos países. Assim, as principais diferenças entre a norma internacional (ex post) e os normativos contábeis locais (ex ante), quanto a mensuração subsequente desses ativos, estão dispostas no Quadro 16.

Quadro 16 – Diferenças entre as Legislações Nacionais e a Internacional na Mensuração subsequente

Ativo Imobilizado Ativo Intangível Propriedades para Investimento

BRASIL – antes da adoção Art. 183, V da Lei 6.404/76:

Modelo de custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

Art. 183, VII da Lei 6.404/76:

Modelo do custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de amortização acumulada.

Art. 183, IV da Lei 6.404/76:

Modelo de custo de aquisição, deduzidas:

a) as provisões para perdas prováveis na realização do seu valor; ou

b) as provisões para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este apresentar valor inferior.

CHILE – antes da adoção Boletim Técnico do Colégio de

Contadores nº 33, itens 4 e 16:

Modelo de custo, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação acumulada. Os valores do custo de aquisição ou de produção devem ser atualizados a fim de refletir os efeitos da inflação (correção monetária).

Boletim Técnico do Colégio de Contadores nº 55, itens 5 e 6:

Modelo de custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de amortização acumulada. A amortização deve ser linear (a menos que seja apropriado outro método de amortização), não podendo exceder a 20 anos.

Boletim Técnico do Colégio de Contadores nº 33, itens 4 e 16:

Modelo de custo, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação acumulada. Os valores do custo de aquisição ou de produção devem ser atualizados a fim de refletir os efeitos da inflação (correção monetária).

PERU – antes da adoção Resolução nº 010-2008 do

CONASEV, item 5.104.13:

a) método de custo, menos depreciação e perdas por

impairment acumuladas; ou b) método da reavaliação, menos depreciação e perdas por

imparirment acumuladas.

Resolução nº 010-2008 do CONASEV, item 5.104.14:

a) método de custo, menos amortização e perdas por

impairment acumuladas; ou b) método da reavaliação, menos amortização e perdas por

imparirment acumuladas.

Resolução nº 010-2008 do CONASEV, item 5.104.10:

O mesmo modelo deve ser aplicado a todos os elementos de PPI:

a) modelo de valor justo; ou b) modelo de custo.

IASB – Norma Contábil Internacional em vigor nos três paísesa

IAS 16, item 29:

Utilizar para a classe inteira de ativos imobilizados reconhecidos: a) o método de custo; ou

b) o método do valor justo.

IAS 38, item 72:

Utilizar para a classe inteira de ativos intangíveis reconhecidos: a) o método de custo; ou b) o método do valor justo.

IAS 40, item 30:

Utilizar para a classe inteira de PPI reconhecidas:

a) o método de custo; ou b) o método do valor justo.

a. Para o Brasil, com modificações: não se aplica o valor justo para os ativos imobilizados e os ativos intangíveis. Fonte: Elaborado pela autora.

Assim como no estudo de Taplin, Yuan e Brown (2014), para o cálculo do grau de comparabilidade das demonstrações financeiras das companhias abertas, bem como para a identificação das possíveis variáveis explicativas das escolhas contábeis dos gestores, dividiu- se esta pesquisa em duas partes. Na primeira parte (seção 3.3) são elucidadas as hipóteses de pesquisa referentes à comparabilidade e as especificidades do índice T, método utilizado para se mensurar a comparabilidade nacional e internacional. Na segunda parte (seção 3.4) são descritas as hipóteses de pesquisas referentes às possíveis variáveis explicativas às escolhas contábeis dos gestores, bem como o detalhamento do modelo de regressão, usado para se identificar a relação entre as variáveis.