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6 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

6.4 Metas/Ações

6.4.4 Meta 04 Realizar cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC)

6.4.4.1 Ação 10 - Organização de cursos relacionados às especificidades do Espaço

Maker abertos à comunidade interna e externa

O Espaço Maker do Campus Petrolina do IF Sertão-PE será um ambiente que representará uma forma alternativa de construir conhecimentos no âmbito do próprio Campus, uma vez que, embora algumas ações existentes nas práticas pedagógicas e projetos desenvolvidos atualmente apresentem similaridades com esse Projeto de Intervenção, não há outro ambiente no Campus que reúna todas as características de um Espaço Maker.

Assim sendo, além do Espaço Maker possuir esse caráter de ineditismo na rotina acadêmico-estudantil, ele também contém particularidades relacionadas aos equipamentos que são direcionados para as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, que necessitam de formações específicas.

Os moldes atuais de formação desenvolvidos pelo IF Sertão-PE, como um todo, compõem projetos de cursos de Formação Inicial e Continuada, cujas temáticas, cargas horárias, responsáveis e participantes são descritos em editais próprios. Dessa forma, serão sugeridos cursos nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, mas buscando a intersecção desses saberes, como por exemplo:

 Utilização lúdica das tecnologias digitais no ambiente acadêmico-escolar  Ludicidade para todas as idades

 Ludicidade para idades específicas  Cultura Maker e atividades lúdicas  As Belas Artes e as Artes Digitais  Engenharia criativa

 Jogos e brincadeiras digitais  Jogos e brincadeiras tradicionais  Matemática Lúdica

 Ciências do brinquedo  Hedonismo e aprendizado

Um ponto importante na organização desses momentos formativos é que eles consigam destinar espaço para as associações entre teoria e prática e que ofereçam a possibilidade de promover a inovação e a criação de novas alternativas pedagógicas. Assim como as demais atividades promovidas pelo Espaço Maker, os cursos de Formação Inicial e Continuada terão como proposta a participação ativa dos sujeitos envolvidos com os processos de ensino e aprendizagem, encaminhando-se sempre para a ideia de que esses momentos de formação deverão ser compreendidos na circunscrição de “unidades produtivas de conhecimentos a partir de uma realidade concreta, para serem transferidas a essa realidade a fim de transformá-la” (OMISTE; LÓPEZ; RAMÍREZ, 2000, p.178).

Esses cursos devem ser realizados em calendários previamente estabelecidos em editais próprios e sua organização passará pelas contribuições ofertadas pelo grupo de trabalho, após consultas feitas à comunidade através de questionários on-line.

Com relação à certificação, o IF Sertão-PE dispõe de autonomia administrativa para emissão de certificados e, nesse caso, a articulação a ser feita direcionar-se á para a Coordenação de Extensão do Campus Petrolina.

Já estrutura utilizada será aquela que o próprio Campus Petrolina dispõe para a consecução de suas atividades pedagógicas e administrativas, associada à estrutura do Espaço

Maker desde a sua construção.

As ações do presente Projeto de Intervenção devem estar, como já foi mencionado, relacionadas umas com as outras e, sendo assim, acredita-se que durante os Ateliês Formativos sejam geradas propostas e demandas que tomem como base a vivência e as necessidades dos sujeitos participantes.

A partir dessas demandas, serão verificadas as possibilidades de realização de oficinas de curta duração para atendimento das necessidades e desejos apresentados. Esse movimento, entretanto, não se encerra em si mesmo e a realização de uma oficina deve servir de estímulo para a organização de outras.

6.4.4.3 Ação 13 - Criação de uma rádio acadêmica

Invenção atribuída ao italiano Guglielmo Marconi117, o rádio se constitui no mais versátil e acessível meio de comunicação de massa, sendo hoje a mídia mais utilizada e socialmente abrangente, especialmente na sociedade brasileira. Mesmo com todo o avanço tecnológico e o advento das tecnologias digitais, o rádio não deixou de estar presente e influente em todos os setores e áreas, especialmente na educação (BARBIERE, 2011).

Na verdade, o rádio teve sua utilização potencializada pelas novas tecnologias, integrando-se a elas, de forma que pode contribuir na democratização da produção e da recepção de dados, informações e conhecimentos. No campo educacional, não são poucas as vantagens de sua utilização, no formato de rádio acadêmica, ou rádio escola, terminologia mais popular.

Considera-se que a rádio escola favorece a convivência e trabalho em grupo, respeitando diferenças, níveis e ritmos de aprendizagem de cada um dos integrantes da equipe, além de exercitar a comunicação oral, aprimorando a objetividade e clareza de exposição do pensamento. Ela torna o processo de ensino e aprendizagem mais democrático, no momento em que faz com que o aluno desista do papel de coadjuvante e assuma o papel de protagonista na construção do saber. A rádio promove a participação de toda a comunidade escolar, estimulando a troca de experiências, a pesquisa, o debate e a busca por soluções dos problemas enfrentados no espaço escolar e no ambiente em que a escola está inserida. Ao mesmo tempo aproxima pais, alunos e professores, estreita relações e amplia horizontes, envolve a todos no processo pedagógico de construção do saber, aumenta a capacidade de comunicação, promovendo o exercício pleno de cidadania. (BARBIERE, 2011, p.01).

Com efeito, para a consecução dessa ação, pretende-se buscar parcerias com universidades e faculdades da região, tais como o Curso de Jornalismo Multimeios da

117

Há historiadores que atribuem a invenção ao padre brasileiro Roberto Landell de Moura, que teria realizado a primeira transmissão através de radiodifusão em 1894. Por causa disso, Landell fora acusado de bruxaria e quase teve seu laboratório destruído. Disponível em: https://abr.ai/2IzbRVf

Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e o curso de Jornalismo, Publicidade e Marketing da Faculdade São Francisco de Juazeiro (FASJ) para realização de oficinas formativas. Também, é importante que essas parcerias aconteçam com as entidades representativas do setor, como os sindicatos de radialistas e publicitários das cidades de Petrolina-PE e Juazeiro- BA, dada a experiência que essas duas entidades possuem na elaboração, organização e realização de cursos de formação na área.

De toda sorte, inicialmente é possível fazer o levantamento prévio das necessidades materiais mínimas para a implantação da meta118:

Tabela 3 - Equipamentos mínimos para instalação de uma Rádio Acadêmica

Função/Descrição Equipamento

Reprodução de sons e gravação do material que não entrará ao vivo, tais como vinhetas, comerciais, chamadas e informe.

Microssystem com DVD/CD player, entrada para pendrive, rádio, toca-fitas e entrada para microfone.

Garantia do retorno do som em execução para quem está no comando do som.

Fones de ouvido

Alternativa ao microssystem, para, quando este estiver sendo utilizado, preparar a próxima execução.

Radiogravador

Reprodução do que está sendo veiculado no estúdio. Um conjunto de Quatro caixas de cem watts de potência cobre um espaço para cerca de cem pessoas. Devem ser instalados em locais estratégicos do

Campus, como sistema de alto-

falantes.

Caixa acústica

118

Equipamentos baseados no Guia de implementação de projeto rádio escolar, publicado pela Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo, disponível em https://bit.ly/2U9INoI e no site

Utilizado para captar a voz do responsável pela locução.

Microfone

Realizar a conexão do microsystem, do microfone, dos fones de ouvido e do radiogravador. Dela também sai a fiação para as caixas de som.

Mesa de som.

Fonte: Elaboração própria (2019) a partir do Guia de Implementação do Projeto Rádio Escolar da Prefeitura de São Paulo-SP e do site Infoescola

Também é preciso atenção especial para com o local onde o estúdio deverá funcionar. As dimensões mínimas recomendadas devem cobrir um espaço de 2x2 m, com acesso privativo, mesas cadeiras, prateleiras e terminal de computador e, de preferência, deverá integrar o Espaço Maker, separando-se deste por divisória de vidro temperado.

Além dessas informações técnicas e dos equipamentos necessários a implementação dessa ação, é importante destacar que todos os envolvidos no projeto do Espaço Maker devem fazer parte dessa ação, para que ela não se descaracterize como inerente ao Espaço.

Ainda cumpre salientar que tão importante quanto o valor a ser investido ou a estrutura a ser montada é a ideia que sustém o investimento e a estrutura. Nesse sentido, os Institutos Federais, por sua natureza e pela natureza de seus cursos, exibem um quadro de predisposição ao conceito do faça-você-mesmo, em termos materiais, e a união de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Matemática e Arte encontra-se subjacente no documento de criação dessas instituições.

Assim, implantar um Espaço Maker, na verdade, torna-se uma forma de desenvolver a Cultura Maker na tessitura desse tipo de instituição aproveitando seu próprio potencial. E não se trata apenas e em específico da ideia de “fazer você mesmo”. Há um espectro muito mais amplo e multifacetado a ser explorado, tal como o compartilhamento, a colaboração, a autonomia, o desenvolvimento das habilidades docentes, o prazer de realizar.