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mL 2 mL/ 3 mL/ Citrus x limonia 2,67 a 3,00 a 3,00 a

No documento Biodiversidade e Biotecnologia no Brasil 2 (páginas 98-103)

GOIABEIRA, NO CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS (Atta sexdens rubropilosa Forel)

Tratamentos 1 mL 2 mL/ 3 mL/ Citrus x limonia 2,67 a 3,00 a 3,00 a

Piper aduncum 0,67 b 0,67 c 0,67 c Psidium guajava 2,00 a 0,67c 2,00 b Cecropia pachystachya 1,33 b 1,00 b 1,00 c Sansevieria trifasciata 2,00 a 1,67 b 2,00 b Formicida 3,00 a 3,00 a 3,00 a Água destilada 0,00 d 0,00 d 0,00 d

*As médias seguidas pelas mesmas letras não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey, no nível de 5% de probabilidade.

De acordo com o teste de Tukey, houve diferença significativa, no nível de 5% de probabilidade, entre os extratos vegetais Citrus x limonia, P. aducum, C. pachystachya, a hipótese é aceita para este tratamento (Citrus x limonia) sendo uma alternativa para controle de formigas, pois os tratamentos diferem entre si apresentando em Citrus x limonia a maior mortalidade. Os resultados obtidos no teste de Tukey mostrou que o controle positivo difere estatisticamente de todos os outros tipos de tratamento (Tabela 2). Enquanto que os extratos de P. guajava e S. trifasciata não difere estatisticamente quando comparados na dosagem mínima de 1 mL de extrato. Trat. CN (mL) CP (mL) Citrus × limonia (mL) S. trifasciata (mL) C. pachystachya (mL) P. aduncum (mL) P. guajava (mL) T1 1 1 1 1 1 1 1 T2 2 2 2 2 2 2 2 T3 3 3 3 3 3 3 3

Assim, observa-se que em relação à dosagem de 1 mL, o extrato aquoso de Citrus x limonia foi o mais eficaz, sendo o que mais se aproximou do inseticida com a média de 2,67 de mortalidade. Esse resultado corrobora com o trabalho de Monteiro e Freitas (2017), que fizeram a extração de folhas de limão para testar contra as formigas cortadeiras em condições experimentais. Eles registraram 95% de mortalidade das formigas nas 120 horas de observação em todos os tratamentos feitos, mas segundo esses autores, novos testes estão sendo realizados para verificar a eficiência do extrato botânico.

Os dados dessa pesquisa também se aproximam dos resultados do trabalho de Fernandes et al. (2002) onde os mesmos testam óleos da semente do limão, e os resultados chegam a próximos de 60% de mortalidade com formigas cortadeiras. Assim, o extrato de folhas de limão e de óleo da semente podem ser considerados bons formicidas naturais já que sua eliminação teve alta taxa de mortalidade.

O trabalho de Fernandes et al. (2002) teve uma taxa de mortalidade de formigas superior a alguns extratos que foram testados. Porém ainda sim os extratos com as folhas do limão sobressaíram com os resultados do óleo da semente.

Em segundo lugar em eficácia estão os de P. guajava e S. trifasciata com uma média de 2,00 para mortalidade cada um. No trabalho de Marques (2017), sobre composição química de extratos vegetais e sua eficácia no controle in vitro de ovos de Fasciola hepatica, notou-se que os extratos de P. guajava apresentaram eficácia de 100% relacionada à presença de compostos bioativos neles presentes como flavonoides, taninos, alcaloides, terpenos entre outros. Tais compostos, principalmente o tanino, fizeram com que não houvesse eclosão de miracídios e em alguns casos, impossibilitando sua formação no interior do ovo. Assim, verifica-se que os extratos das folhas de P. guajava podem auxiliar no controle de certos parasitas, porém, não surtiram tanta eficácia com relação aos artrópodes.

Enquanto que o resultado de C. pachytachya apresentou efeito de mortalidade de 1,33 e P. aducum mortalidade bem abaixo do esperado na respectiva dosagem (Tabela 2). Trabalhos como os de Torres et al. (2001) mostraram que extratos aquosos de plantas (Cecropia sp.) que possuem acentuada viscosidade podem dificultar a locomoção e alimentação de larvas, reduzindo a viabilidade da fase larval de Plutella xylostella (L.). Contudo, trabalhos de extratos de Cecropia contra Atta, ainda são insipientes. Entretanto, do ponto de vista farmacológico, as propriedades hipotensoras de extratos obtidos a partir das folhas de Cecropia glaziovii Snethl, por exemplo, já foram comprovadas (ROCHA et al., 2002).

Verifica-se, também, que o extrato de Pimenta-de-macaco (P. aduncum) teve baixa taxa de mortalidade em seus tratamentos com as formigas. Porém, os extratos tiveram alta mortalidade quando usado contra as larvas de mosquitos (TELES, 2017). Trabalho realizado por Silva et al. (2007) também indicou a eficiência do extrato de P. aduncum contra Aetalion sp. (Hemiptera: Aetalionidae), uma praga de importância econômica no Amazonas. Nota-se, assim, que os extratos dessa espécie podem ser eficazes contra alguns organismos, todavia mostrou-se ineficiente contra as formigas cortadeiras desse trabalho.

Em relação à dosagem de 2 mL, os extratos aquosos de Citrus x limonia, apresentaram eficácia significativa de 3 com média igual à do inseticida. O extrato de S. trifasciata e C. pachytachya manteve a média de 1,67 e 1,00 próximo da apresentada na dosagem de 1 ml. A respeito da dosagem de 3 mL os extratos aquosos de Citrus x limonia, manteve eficácia de 100%. No entanto, o extrato de P. guajava apresentou uma eficácia de 2,00 de mortalidade (Tabela 2).

4. CONCLUSÃO

Dessa maneira, observa-se que o extrato de limão-cravo foi o mais eficiente no total, pois teve resultados bem próximos do formicida o qual fez a eliminação completa das formigas. O extrato da espada-de-são-jorge teve um resultado significativo em torno de 50% de mortalidade. Porém, é uma planta de jardim praticamente inexplorada para testes em laboratório, especialmente com artrópodes, o que torna esse trabalho pioneiro.

Pelo exposto acima, constata-se que os inseticidas vegetais podem ser indicados para o controle natural de formigas cortadeiras, sendo um recurso com baixo custo e alta eficácia em alguns extratos. Entretanto, é necessária a complementação dos dados com análises clínicas, toxicológicas e fotoquímicas para a validação de experimentos “in vivo”. Assim, os dados compilados neste trabalho poderão nortear a elaboração e o registro de novos produtos anti-formicidas para animais (como formigas) nas entidades competentes.

Espera-se que estes dados científicos alcancem o produtor rural, levando consigo os benefícios econômicos, ambientais e de saúde pública, advindos da utilização de métodos de controle anti-formicidas aos convencionais.

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ATIVIDADE INSETICIDA DO BACUPARI (Garcinia gardneriana –

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