• Nenhum resultado encontrado

Modelos de Regressão Linear para Incidência da Crise financeira

CAPÍTULO 3: ABERTURA FINANCEIRA E CRISES FINANCEIRAS: EVIDÊNCIAS

3.4 Apresentação dos Resultados

3.4.1 Modelos de Regressão Linear para Incidência da Crise financeira

As tabelas E1 a E6 apresentam os resultados das equações estimadas para cinco diferentes medidas de incidência para a crise financeira: i) a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009; ii) a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008- 2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007; iii) a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2005-2007; iv) a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007; v) A previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2009.

A tabela E1 apresenta os resultados das equações estimadas para a medida de incidência da crise, taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009. Os coeficientes associados à variável conta corrente são positivos e estatisticamente significativos para sete das oito regressões estimadas. O resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com superávit em contas correntes no período pré-crise.

Os coeficientes associados à variável PIB per capita são negativos e estatisticamente significativos para todas as regressões estimadas. O resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de renda no período anterior à crise. Os coeficientes associados às variáveis reservas internacionais, abertura comercial, crescimento do crédito, câmbio fixo, e todos os índices de abertura financeira LMF, KAOPEN, WANG_JAHAN e SCHINDLERF (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais), não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira.

Os testes de diagnósticos para examinar se as observações atendem às hipóteses do modelo de regressão linear MQO, sugerem que: i) Os testes Breusch-Pagan e White’s test, para todas as estimações, não rejeitaram a hipótese nula de homoscedasticidade a nível de significância estatística de 5%, indicando que os dados são homoscedasticos; ii) O Ramsey test, para todas as estimações, não rejeita a hipótese nula de que não há variáveis omitidas no modelo, a nível de significância estatística de 5%, indicando que a regressão está bem especificada; iii) O teste VIF42, para as oito estimações, não apresenta evidências de colinearidade entre as variáveis. iv) O teste Jarque-Bera, para quatro das oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de normalidade dos resíduos, a nível de significância estatística de 5%, indicando não normalidade para metade dos modelos; v) As observações discrepantes e influentes indicadas pelos DFITS, encontram-se descritas no Apêndice E, quadro E.1.

A tabela E2 apresenta os resultados das equações estimadas para a medida de incidência da crise, taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2003-2007. Os coeficientes associados às variáveis crescimento do crédito e PIB per capita são negativos e estatisticamente significativos para as oito regressões estimadas. O resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de renda e boom de crédito no período anterior a crise.

Os coeficientes associados à variável conta corrente são positivos e estatisticamente significativos para quatro das oito regressões estimadas. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com superávit em contas correntes no período pré-crise. Os coeficientes associados às variáveis reservas internacionais, abertura comercial, e câmbio fixo não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira nas regressões estimadas.

Em relação aos índices de abertura financeira. O coeficiente associado ao índice de abertura financeira de facto LMF é positivo e estaticamente significativo. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com maiores níveis de abertura financeira no período anterior a crise.

Os coeficientes associados aos índices de abertura financeira de jure SCHINDLERF (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais) são negativos e

42Segundo Baum (2006, p.85) “A rule of thumb states that there is evidence of collinearity if the mean VIF is greater than unity or if the largest VIF is greater than 10”.

estaticamente significativos. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de restrições das contas capitais, ou seja, menor abertura financeira no período anterior a crise.

Em relação aos coeficientes associados as medidas de abertura financeira de jure restantes, KAOPEN, WANG-JAHAN (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais), não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira nas regressões estimadas.

Os testes de diagnósticos para examinar se a amostra atende às hipóteses do modelo de regressão linear MQO, sugerem que: i) O teste Breusch-Pagan, para quatro das oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula a nível de significância estatística de 5% de homoscedasticidade, indicando heterocedasticidade para metade dos modelos. Entretanto, o White’s, test, em nenhuma das regressões, rejeita a hipótese nula, a nível de significância estatística de 5%, indicando que o modelo é homoscedastico; ii) O Ramsey test, para cinco das oito regressões, rejeita a hipótese nula de que não há variáveis omitidas no modelo a nível de significância estatística de 5%, indicando que a regressão está bem especificada; iii) O teste VIF, para todas as estimações, não apresenta evidências de colinearidade; iv) O teste Jarque-Bera para as oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de normalidade dos resíduos a nível de significância estatística de 5%; v) As observações discrepantes e influentes indicadas pelos DFITS, encontram-se descritas no Apêndice E, quadro E.2.

A tabela E3 em apêndice apresenta os resultados das estimações para modelos de incidência de crise financeira que utiliza como medida de incidência da crise financeira, a taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 2005-2007; Os coeficientes associados às variáveis crescimento do crédito e PIB per capita são negativos e estatisticamente significativos para as oito regressões estimadas. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de rendas e boom de crédito no período anterior a crise.

Os coeficientes associados à variável abertura comercial são negativos e estatisticamente significativos para cinco das oito regressões estimadas. O resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com maior abertura comercial no período pré-crise. Os coeficientes associados às variáveis reservas internacionais, conta corrente, e câmbio fixo não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira nas regressões estimadas.

Em relação aos índices de abertura financeira. O coeficiente associado ao índice de abertura financeira de facto LMF é positivo e estaticamente significativo. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com maiores níveis abertura financeira no período anterior a crise. Os coeficientes associados aos índices de abertura financeira de jure SCHINDLERF (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais) são negativos e estaticamente significativos. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de restrições das contas capitais, ou seja, menor abertura financeira no período anterior a crise.

Em relação aos coeficientes associados as medidas de abertura financeira de jure restantes, KAOPEN, SCHINDLERF, WANG-JAHAN (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais), não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira nas regressões estimadas.

Os testes de diagnósticos para examinar se as observações atendem às hipóteses do modelo de regressão linear MQO, sugerem que: i) O teste Breusch-Pagan, para três das oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de homoscedasticidade a nível de significância estatística de 5%, indicando que há heterocedasticidade no modelo. Entretanto, o White’s, test , em nenhuma das regressões estimadas, rejeita a hipótese nula, a nível de significância estatística de 5%, indicando que o modelo é homoscedastico; ii) O Ramsey test, para três das oito regressões, rejeita a hipótese nula de que não há variáveis omitidas no modelo, a nível de significância estatística de 5%, indicando a regressão não está bem especificada; iii) O teste VIF, para todas as estimações realizadas, não apresenta colinearidade; iv) O teste Jarque- Bera, para as oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de normalidade dos resíduos a nível de significância estatística de 5%, indicando que a distribuição dos resíduos não é normal; v) As observações discrepantes e influentes indicadas pelos DFITS, encontram-se descritas no Apêndice E, quadro E.3.

A tabela E4 em apêndice apresenta os resultados das estimações para a medida de incidência da crise financeira, taxa média de crescimento do PIB real no período 2008-2009 menos a taxa média de crescimento do PIB real no período 1990-2007. Os coeficientes associados à variável PIB per capita são negativos e estatisticamente significativos para as oito regressões estimadas. O resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de renda e boom de crédito no período anterior a crise.

Os coeficientes associados à variável abertura comercial são negativos e estatisticamente significativos para cinco das oito regressões estimadas. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maior abertura comercial no período pré-crise. Os coeficientes associados à variável conta corrente são positivos e estatisticamente significativos para cinco das oito regressões estimadas. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com superávits em conta corrente no período pré-crise.

Os coeficientes associados a variável crescimento do crédito, são negativos e estatisticamente significativos para três das oito regressões estimadas, indicando que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países que apresentaram maior crescimento do crédito no período anterior a crise. Os coeficientes associados às variáveis reservas internacionais e câmbio fixo são positivos e estatisticamente significativos para respectivamente três e duas das oito regressões estimadas, indicando que a crise financeira global incidiu de forma menos severa nos países que apresentaram câmbio fixo e maiores níveis de reservas internacionais.

Em relação aos índices de abertura financeira. Os coeficientes associados a todos os índices de abertura financeira de facto LMF, de jure KAOPEN e de jure WANG-JAHAN(seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais) são positivos e estaticamente significativos. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com maiores níveis abertura financeira no período anterior a crise.

Os coeficientes associados a todos os índices de abertura financeira de jure SCHINDLERF (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais) são negativos e estaticamente significativos. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de restrições das contas capitais, ou seja, menor abertura financeira no período anterior a crise. Portanto, todos os índices de abertura financeira indicaram relação estatisticamente significativa entre a abertura financeira e a incidência da crise financeira global.

Os testes de diagnósticos para examinar se as observações atendem às hipóteses do modelo de regressão linear MQO, sugerem que: i) O teste Breusch-Pagan, para duas das oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de homoscedasticidade a nível de significância estatística de 5%, indicando a presença de heterocedasticidade no modelo. O White’s test, para nenhuma das regressões estimadas, rejeita a hipótese nula a nível de significância estatística de 5%, indicando que o modelo é homoscedastico; ii) O Ramsey test, para três das

oito regressões, rejeita a hipótese nula de que não há variáveis omitidas no modelo a nível de significância estatística de 5%, indicando que a regressão não está bem especificada; iii) o teste VIF, para as oito estimações, não apresenta colinearidade; iv) O teste Jarque-Bera para as oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de normalidade dos resíduos a nível de significância estatística de 5%, indicando que a distribuição dos resíduos não é normal; v) As observações discrepantes e influentes indicadas pelos DFITS, encontram-se descritas no Apêndice E, quadro E.4.

A tabela E5 em apêndice apresenta os resultados das estimações para a medida de incidência da crise financeira, previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada em abril de 2008 menos a previsão para a taxa de crescimento do PIB real em 2009 realizada abril de 2009. Os coeficientes associados às variáveis abertura comercial, crescimento do crédito e PIB per capita são negativos e estatisticamente significativos para as oito regressões estimadas. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores aberturas ao comércio, níveis de renda e boom de crédito no período anterior a crise.

Os coeficientes associados à variável Reservas Internacionais são negativos e estatisticamente significativos para cinco das oito regressões estimadas. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de reservas internacionais no período pré-crise.

Os coeficientes associados às conta corrente e câmbio fixo não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira nas regressões estimadas. Em relação aos índices de abertura financeira. O coeficientes associado ao índice de abertura financeira de facto LMF, é positivo e estaticamente significativo. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com maiores níveis abertura financeira no período anterior a crise.

Os coeficientes associados a todos os índices de abertura financeira de jure SCHINDLERF (geral e saída de capitais) são negativos e estaticamente significativos. Esse resultado indica que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de restrições das contas capitais, ou seja, menor abertura financeira no período anterior a crise.

Em relação aos coeficientes associados aos índices de abertura financeira de jure, KAOPEN, WANG-JAHAN (seja geral, ou por direção dos fluxos: entradas de capitais e saída de capitais), e SCHINDLERF (para entrada de capitais) não apresentaram relação estatisticamente significativa com a incidência da crise financeira nas regressões estimadas.

Os testes de diagnósticos para examinar se os dados atendem às hipóteses do modelo de regressão linear MQO, sugerem que: i) O teste Breusch-Pagan, para oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de homoscedasticidade, a nível de significância estatística de 5%, indicando que há heterocedasticidade no modelo. O White’s test, para todas as regressões, rejeita a hipótese nula a nível de significância estatística de 5%, indicando heterocedasticidade no modelo; ii) O Ramsey test, para as oito estimações, não rejeita a hipótese nula de que há variáveis omitidas no modelo a nível de significância estatística de 5%, indicando que a regressão está bem especificada; iii) O teste VIF, não apresenta evidências de colinearidade; iv) O teste Jarque-Bera para as oito regressões estimadas, rejeita a hipótese nula de normalidade dos resíduos a nível de significância estatística de 5%, indicando que a distribuição dos resíduos não é normal; v) As observações discrepantes e influentes indicadas pelos DFITS, encontram-se descritas no Apêndice E, quadro E.5.

Os resultados indicaram que o PIB per capita, crescimento do crédito e abertura comercial foram as variáveis que apresentaram maiores relações estatisticamente significativas com a incidência da crise financeira, indicando que a crise financeira global incidiu de forma mais severa (maior perda do produto) em países com maiores níveis de renda, abertura comercial e crescimento do crédito anterior a crise. Os índices de abertura financeira de facto LMF e o índice de abertura financeira de jure SCHINDLERF(seja geral, para entradas ou saídas de capitais) também apresentaram relações estatisticamente significativas com a incidência da crise financeira, e indicaram que a crise financeira global incidiu de forma menos severa (menor perda do produto) em países com maiores níveis abertura financeira no período anterior a crise.