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Modos de subjetivação, biopoder e outras políticas da vida

A noção de ciclo de vida produz um enunciado que se desdobra em três aspectos. De acordo com essa noção e pelo modo como é acionada nos diferentes discursos e práticas de atendimento no campo da saúde mental: 1) queixas genéricas das mulheres refletiriam um sofrimento psíquico ou mental como fenômeno de ordem orgânica e biológica; 2) a especifidade “feminina” desse sofrimento estaria diretamente e incontornavelmente ligada ao ciclo biológico das mulheres (ou seja, seu ciclo reprodutivo, já que essas diferentes etapas no ciclo de vida são as que constituem sua carreira reprodutiva) – reproduzindo o movimento moderno de redução do outro (as mulheres, tanto quanto se fez com os negros) a um corpo biológico essencializado; 3) é essa dimensão biologizada do sofrimento e da aflição que legitimaria uma política pública em “saúde mental”, configurando uma forma de “biolegitimação”; e finalmente 4) é através das tecnologias biomédicas, e principalmente através dos psicofármacos, que a política pública e o acesso ao direito aconteceriam.

Conforme discutido na parte inicial deste capítulo, a transformação gradativa da vida em problema do poder (e de poder) marca o limiar do que Foucault denominou de “modernidade biológica”, tornando-se gradativamente a saúde uma questão de governo, ou, para Agamben (2004), de Estado (sendo, para este último, o nazismo o Estado biopolítico por excelência – no qual a chamada “vida biológica” é politizada). A biopolítica não é apenas e nem exatamente uma política da vida, mas o governo da vida no centro da política. Para Foucault, a medicina social (e as políticas de saúde, assim como os próprios saberes e práticas médicas) é uma das formas, dos dispositivos da biopolítica, ou governo da vida, pensando a biopolítica como modo de constituição de subjetividade, como regime de subjetivação. Ele escreve em “O nascimento da medicina social”:

Foi no biológico, no somático, no corporal que, antes de tudo, investiu a sociedade capitalista, O corpo é uma realidade biopolítica. A medicina é uma estratégia biopolítica (FOUCAULT, 1979, p. 80).

Nesse texto, fundador do conceito de biopolítica, Foucault reconstitui as três etapas da formação da medicina social: “medicina de

Estado, medicina urbana e medicina da força de trabalho” (p. 80). Ele identifica a Alemanha como o lugar do surgimento, no começo do século XVIII, da medicina de Estado, com uma prática médica centrada, segundo ele, na “melhoria do nível de saúde da população” e desenvolvendo “programas efetivos de melhoria da saúde da população”, que foram denominados como política médica de um Estado ou “polícia médica” (a partir de 1764, mas efetivada no final do século XVIII e durante o século XIX). Segundo Agamben (2004), é quando a distinção entre política (luta contra os inimigos e preservação do Estado e da Nação) e polícia (procedimentos de melhoria do bem-estar e da saúde da população) se esvanece que a “polícia torna-se então política, e a tutela da vida coincide com a luta contra o inimigo” (p. 154). Seria também esse o momento em que a biopolítica se torna uma “tanatopolítica” (p. 154), uma política da morte. Para Foucault, é na França e na Inglaterra que se desenvolvem, em fins do século XVIII e no início do XIX, respectivamente, o que ele chama de “segunda” e terceira “direções” da medicina social; a francesa não mais fundamentada no Estado, como na Alemanha, mas na urbanização e nas políticas urbanas, e a inglesa como “medicina dos pobres”. Estamos falando aqui do nascimento da medicina social e das políticas de governo e de Estado relacionadas à saúde da população, que hoje podemos reunir na expressão contemporânea de “políticas públicas em saúde”.

Elementos desses três momentos e direções do surgimento da medicina social estão presentes nas políticas de saúde hoje, entre elas: 1) a regulamentação e legitimação da atuação dos profissionais e agentes e dos próprios saberes médicos e biomédicos pelo Estado (e podemos considerar um conjunto de discussões contemporâneas que se referem a esse aspecto); 2) a necessidade de produzir informação e conhecimento sobre a população que é alvo dessas políticas (sobretudo com pesquisas quantitativas, estatísticas e epidemiológicas em saúde – e essa dimensão inclui a saúde mental); 3) a adoção de programas de saúde, de prestação de serviços públicos de diferentes níveis e complexidades e intervenção do Estado na saúde da população através de ações sistemáticas (as políticas de saúde, os programas terapêuticos etc.) ou pontuais (como as campanhas de vacinação e o combate a epidemias).

Um quarto aspecto se refere aos novos regimes biopolíticos discutidos na primeira parte deste capítulo e à potência moral do “direito à vida” em detrimento, por exemplo, dos direitos socioeconômicos. Ao mesmo tempo, são essas condições socioeconômicas do capitalismo neoliberal que definem a dinâmica dessas novas biopolíticas e o modo como a economia moral do direito à vida poderá se realizar.

A própria noção de inovação tecnológica com que os psicofármacos são apresentados, inclusive como os grandes “atores” da possibilidade de Reforma Psiquiátrica (MALUF, 2011), está ligada a essas novas disposições biopolíticas. Foucault discute a questão da inovação e do progresso técnico não a partir de seu desenvolvimento intrínseco e das formas de produtividade em si, mas como forma de renovação do que os economistas neoliberais denominaram de “capital humano”, que se materializaria na extensão, para o sujeito, da forma-empresa e na ideia do sujeito-empresa como novo regime de subjetivação. Para além das políticas públicas de saúde, a individualização das estratégias biopolíticas no campo da saúde mental, que tem como foco a produção de diagnósticos individuais cada vez mais específicos (lógica dos DSMs) e formas de tratamento medicamentoso dirigidas ao sujeito, parece responder a esse novo regime de subjetivação e à construção de determinado tipo de sujeito e de subjetividade.

Descrevi essa dinâmica a partir do conceito de biolegitimidade, formulado por Didier Fassin como aquele que define a questão crucial do contemporâneo, não mais o poder sobre a vida (biopolítica), mas o poder da vida enquanto tal. Para o autor, a biolegitimidade refere- se a um “deslocamento de legitimidades nas políticas da vida”, da vida política à biológica (de bios a zoé).28

No caso das políticas de saúde, esses deslocamentos entre bios e zoé, do político ao “biológico”, ao mesmo tempo que podem parecer mais evidentes (afinal, questões de saúde são mais facilmente apreendidas como relacionadas à vida biológica ou vida em si mesma), apresentam maior dificuldade de apreensão como objetos de uma reflexão crítica. A relação quase natural entre política de saúde e manutenção, cuidado e prolongamento do corpo e da vida física (de cada cidadão e cidadã) parece inquestionável. Os dois campos de política de saúde em que se

28 A diferença entre os dois termos gregos para “vida”, presente em Aristóteles, é

retomada e desenvolvida por Giorgio Agamben (2004), que, inspirado em Hanna Arendt, define essa diferença da seguinte maneira: para os gregos, havia dois termos para exprimir a noção de vida: “zoé, que exprimia o simples fato de viver, comum a todos os seres vivos (animais, homens ou deuses), e bíos, que indicava a forma ou maneira de viver própria de um indivíduo ou de um grupo”, ou “a vida qualificada”. Certamente é preciso ter cuidado com a reificação dessa dicotomia. Butler critica uma certa ilusão naturalista na formulação da ideia de vida nua (p. 2). Para ela a vida nua enquanto tal não existiria, na medida em que a vida já ingressou no campo político de maneira irreversível (BUTLER, 2006, p. 69). Parece-me que a questão fundamental é a forma como uma nova hegemonia da ideia de “vida em si” (zoé) parece definir a dinâmica de vários processos políticos contemporâneos.

situam as reflexões expostas aqui, no entanto, abrem algumas brechas para uma reflexão crítica talvez pela própria qualidade de seus objetos: saúde mental, de um lado, e saúde da mulher, de outro.

Especificamente em relação à saúde mental, as políticas públicas hoje estão, conforme descrito acima, focadas na realização do projeto de Reforma Psiquiátrica, que tem como eixo a chamada “desinstitucio- nalização” dos serviços em saúde mental e dos internos dos hospitais psiquiátricos com o gradativo fechamento dos leitos. Para tanto, discutem-se as formas de se constituir uma “rede de atendimento psicossocial” que dê conta do universo em questão: do atendimento ao sujeito “desinstitucionalizado” ao usuário do sistema público portador de sofrimento ou aflição “tratável” (conceito cada vez mais amplo) pelos saberes bio-psico-médicos, principalmente através dos psicofármacos. No entanto, há uma constatação generalizada sobre as dificuldades de implantação na prática do que está previsto nos fundamentos da Reforma Psiquiátrica.

Em diversas situações, a lógica de funcionamento dos diversos espaços de serviço público criados para efetivar essa rede psicossocial (sobretudo os Centros de Atendimento Psicossocial, mas também a rede de atenção básica, os serviços substitutivos, entre outros) mantém uma lógica institucionalizadora, medicalizante e eventualmente manicomial.29 Em outras palavras, não só a dinâmica do atendimento pós-Reforma Psiquiátrica reproduz em algumas situações a lógica do hospital psiquiátrico e da própria psiquiatria hegemônica, centrada hoje em concepções fisicalistas e medicalizantes do sofrimento psicológico, mas essa mesma lógica se estende agora a uma população muito mais ampla, formada sobretudo e em sua maioria de mulheres que percorrem os centros e unidades de atenção básica em saúde buscando (bio)legitimidade a suas queixas. Seria possível, nesse quadro e nesse contexto, uma outra “política da vida” por parte do Estado, nas suas políticas de saúde mental? Como poderia o Estado construir “redes sociais” de acolhimento desses sujeitos para além de sua medicalização e sua inserção num regime de normalização? Esse parece ser um dos nós da Reforma Psiquiátrica brasileira hoje, no que diz respeito à realização de um certo ideário presente em seus fundamentos (que evidentemente não foram definidos sem disputas e conflitos entre as diferentes forças sociais, políticas, ideológicas e corporativas que estiveram presentes na elaboração dessa política).

Em relação às políticas de “saúde da mulher”, que vão dos direitos reprodutivos em seu sentido mais amplo, passando pela prevenção de diversos tipos de afecções, ao câncer de mama e de colo de útero mais especificamente, chegando às políticas de “saúde mental” da mulher, retoma-se a redução fisicalista das mulheres a um corpo biológico, por sua vez reduzido ao seu ciclo reprodutivo, de “ciclo de vida”, à qual me referi. As políticas de saúde nesse caso funcionam como “tecnologias de gênero” (LAURETIS, 1987), modos específicos com que a biopolítica e as tecnologias do sujeito se configuram na reprodução das diferenças e hierarquias de gênero. Pensando na dimensão social do que foi reportado pelas mulheres com que a pesquisa foi realizada, como seria possível fazer com que essa dimensão seja incorporada à política de saúde? Seria possível pensar numa política pública de saúde das mulheres que tivesse como alvo não a reprodução da diferença, mas sua desconstrução? Como conceber hoje uma outra configuração do biológico e do político nas políticas de saúde da mulher, que se desloque do “vivo” ao “vivido”, do ciclo ao “curso de vida”, do biológico ao biográfico? Como construir formas de legitimação de outra política pública, num contexto em que, como coloquei, é justamente a dimensão biologizada do sofrimento e da aflição que legitima uma política pública em “saúde da mulher” ou em “saúde mental”?

Além disso, cabe discutir o quanto os próprios procedimentos e métodos utilizados para elaborar e colocar em práticas essas políticas não acabam obscurecendo, invisibilizando e impossibilitando que essas outras epistemologias, modos de compreeender e até mesmo estilos de pensamento (ROSE, 2013, p. 26) possam ser ouvidos.

A pesquisa antropológica e a pesquisa qualitativa e de cunho etnográfico têm demonstrado que outras políticas da vida vêm sendo exercidas por sujeitos reais em suas vidas e experiências cotidianas. Cabe perguntar o quanto o reconhecimento dessas políticas, saberes e práticas pode contribuir para que se repense a dinâmica de funcionamento das instituições e dos dispositivos do Estado no campo das políticas públicas, do reconhecimento e dos direitos.

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