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O PERH é um plano estratégico de âmbito nacional com aplicabilidade em sete anos. O Plano prevê dois momentos de avaliação ou monitorização do estado de implementação das metas, objectivos e acções preconizadas, de forma a avaliar o seu grau de concretização e a sua adequação ao contexto vigente.

O PERH prevê, assim, uma Avaliação Intercalar no ano de 2013 e uma Avaliação Final

em 2016, no final do período de vigência do Plano, além de uma análise anual dos

resultados.

O PERH preconiza, ainda, a constituição de uma Equipa Técnica de Acompanhamento

do PERH, constituída por representantes da APA, DGS e DGV, cuja principal missão será

assegurar a adequada implementação e monitorização do Plano. Refere-se, ainda, a

Comissão de Acompanhamento da Gestão de Resíduos (CAGER) que acompanhará a

execução do PERH e deliberará sobre a eventual necessidade de criação de uma Comissão de Acompanhamento Específica.

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Do ponto de vista da Avaliação Ambiental Estratégica considera-se a relevância de considerar as questões mais relacionadas com os efeitos ambientais do PERH no Programa de Monitorização do PERH, que permita, além da avaliação e acompanhamento da implementação e desempenho do PERH propriamente dito:

o Perceber de que forma é que foram integradas as questões ambientais identificadas neste documento nas acções do PERH.

o Avaliar a melhoria do desempenho ambiental das infra-estruturas de produção e tratamento de resíduos hospitalares.

o Avaliar se a instalação de novas unidades de tratamento de resíduos permitem suprir as necessidades identificadas em termos regionais, se respeitam os valores naturais, culturais, paisagísticos e patrimoniais e as orientações em termos de ordenamento do território.

o Avaliar a minimização dos impactes associados ao transporte de resíduos. o Avaliar a participação pública neste processo.

o Avaliar a intensidade e forma de cooperação entre os denominados intervenientes internos e intervenientes externos, já que só dessa forma será possível garantir o sucesso das estratégias.

o Identificar de forma atempada a necessidade de inflectir alguma orientação estratégica ou medida estabelecida devido a efeitos inesperados, que podem incluir novas oportunidades de melhoria do desempenho, novas tendências no sector/inovação e novas tecnologias, etc.

Cabe ainda referir que um dos principais aspectos a assegurar pelo PERH prende-se com a necessidade de estabelecer e assegurar uma cooperação intensa entre os denominados intervenientes internos e intervenientes externos, já que só dessa forma será possível garantir o sucesso da estratégia. Com efeito, uma parte das acções previstas no PERH depende de intervenientes externos (como por exemplo a dependência dos fabricantes no que se refere ao desenvolvimento de produtos menos perigosos para poderem ser utilizados no sector), sendo decisivo assegurar essa colaboração, conjugando esforços e estabelecendo parcerias (algo que o próprio PERH já considera). No Quadro 29 apresenta-se uma proposta de indicadores a ter em conta no processo de implementação e monitorização dos efeitos do PERH, nomeadamente no que aos efeitos ambientais diz respeito. Salienta-se que, face às características e orientações do Plano e à abordagem seguida na presente AAE, alguns dos indicadores apresentados, além de permitirem monitorizar efeitos ambientais (directos ou indirectos) do Plano constituem-se, também, como indicadores de desempenho do próprio Plano. A proposta dos indicadores é feita por Objectivo da Avaliação Ambiental Estratégica, traduzindo a monitorização dos efeitos considerados mais relevantes no cômputo global dos objectivos da AAE utilizados na avaliação dos efeitos do PERH.

Quadro 28 – Potenciais indicadores para seguimento e monitorização dos efeitos

ambientais do PERH

Objectivos da AAE Potenciais Indicadores Métrica Tendência

OAAE 1 – Reduzir a produção de resíduos hospitalares

Evolução da produção de resíduos hospitalares

Quantidade de resíduos hospitalares produzidos per capita

OAAE 2 – Aumentar as taxas de reutilização, reciclagem e outras formas de valorização dos resíduos hospitalares

Evolução da taxa de reciclagem de resíduos hospitalares por fileira de materiais

Quantidade de resíduos hospitalares reciclados por fileira de material/ quantidade total de resíduos hospitalares produzidos por cada fileira de materiais

Evolução da recolha selectiva dos resíduos hospitalares

Quantidade de resíduos hospitalares recolhidos selectivamente / quantidade total de resíduos hospitalares produzidos

OAA 3 – Reduzir a perigosidade dos resíduos hospitalares

Evolução da perigosidade dos resíduos hospitalares

Quantidade de resíduos hospitalares perigosos produzidos/quantidade total de resíduos hospitalares produzidos Substituição de produtos que

resultem em resíduos hospitalares perigosos por outros com menor perigosidade

N.º de produtos substituídos com sucesso

OAA 5 – Promover a auto-suficiência e o princípio da proximidade

Evolução dos níveis de auto- suficiência no tratamento dos resíduos hospitalares

Quantidade de resíduos hospitalares sujeitos a movimento transfronteiriço/ quantidade total de resíduos hospitalares produzidos OAAE 8 – Promover a cidadania e o princípio da responsabilidade do cidadão no processo de gestão de resíduos hospitalares Evolução do n.º de acções de divulgação e sensibilização em matéria de gestão de resíduos hospitalares

N.º de acções de divulgação e sensibilização em matéria de gestão de resíduos hospitalares OAAE 9 – Proteger a biodiversidade, paisagem e património Afectação da biodiversidade e da funcionalidade da Rede Fundamental de Conservação da Natureza (para novas instalações)

- Área de intervenção dentro de cada área classificada;

- Área de intervenção dentre de cada área sensível do ponto de vista da biodiversidade.

OAAE 10 – Proteger a

degradação da qualidade ambiental

OAAE 12 – Promover a redução das emissões de gases com efeito de estufa

OAAE 13 – Minimizar os impactes associados ao transporte de resíduos hospitalares

Evolução das emissões de gases com efeito de estufa resultantes do transporte de resíduos hospitalares (contabilização de distâncias percorridas)

Estimativa das emissões de gases com efeito de estufa

Evolução da substituição de combustível normal por combustíveis alternativos nas frotas de transporte de resíduos hospitalares

Quantidade de combustíveis alternativos consumidos/ quantidade total de combustíveis consumidos

OAAE 14 – Assegurar o bom desempenho ambiental das instalações de tratamento de resíduos hospitalares

Evolução do número de UPCS e de instalações de tratamento de resíduos aderentes a sistemas de gestão ambiental

N.º de UCPS (e de instalações de tratamento de resíduos hospitalares) aderentes a sistemas de gestão ambiental / N.º total de UCPS (e de instalações de tratamento de resíduos hospitalares)

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Objectivos da AAE Potenciais Indicadores Métrica Tendência

Evolução do número de auditorias internas e externas realizadas nas UPCS e nas instalações de tratamento de resíduos

N.º de auditorias realizadas nas UCPS e nas instalações de tratamento de resíduos hospitalares / N.º total de UCPS e de instalações de tratamento de resíduos hospitalares

OAAE 16 – Promover o conhecimento, a formação e a inovação/investigação na gestão dos resíduos hospitalares

Evolução do n.º de acções de formação e qualificação profissional em matéria de gestão de resíduos hospitalares

N.º de acções de formação e qualificação profissional em matéria de gestão de resíduos hospitalares

OAAE 17 – Potenciar o

uso das Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) no tratamento dos resíduos hospitalares

Evolução da aplicação de Melhores Técnicas Disponíveis (MTD) na gestão dos resíduos hospitalares

Evolução do n.º de processos de licenciamento e/ou de alterações de instalações existentes com aplicação de MTD OAAE 19 – Promover mecanismos adequados de controlo e fiscalização da gestão dos resíduos hospitalares

Evolução do cumprimento das normas ambientais em vigor

N.º de contra-ordenações em matéria de gestão dos resíduos hospitalares / n.º total de inspecções

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Conclusões

O Plano Estratégico dos Resíduos Hospitalares (PERH) tem por objectivo a

concretização da estratégia relativa à gestão dos resíduos hospitalares para o período de 2010 a 2016, baseando-se nos instrumentos e princípios de gestão de

resíduos, consignados a nível comunitário e nacional, considerando a conjuntura actual do sector e as perspectivas de evolução futura. O PERH é da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente, da Direcção-Geral da Saúde e da Direcção-Geral de Veterinária. O PERH foi submetido a um procedimento de Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), ao abrigo do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, que consagra no ordenamento jurídico nacional os requisitos legais europeus estabelecidos pela Directiva n.º 2001/42/CE, de 25 de Junho. O procedimento de Avaliação Ambiental Estratégica propriamente dito envolve várias etapas: i) Definição do âmbito da AAE e Consulta às Entidades com Responsabilidade Ambiental Específica (ERAE); ii) Avaliação do Plano e Preparação do Relatório Ambiental; iii) Consulta do Plano e do Relatório Ambiental; iv) Ponderação dos resultados da consulta e preparação do Relatório Ambiental Final; e v) Preparação da Declaração Ambiental. O trabalho desenvolvido até ao momento incluiu a preparação do Relatório de Âmbito e consulta às ERAE (que decorreu entre 2 de Outubro e 2 de Novembro de 2009) e a elaboração do Relatório Ambiental.

A abordagem metodológica seguida no Relatório Ambiental incluiu os seguintes passos principais: i) Enquadramento e Descrição do Objecto de Avaliação; ii) Definição dos Objectivos de Avaliação da AAE; iii) Avaliação dos Efeitos do Plano, incluindo a análise da complementaridade entre os Objectivos da AAE e os Objectivos do PERH, e a análise dos efeitos do PERH; e iv) Implementação e Monitorização.

Da análise da Compatibilidade entre os Objectivos da AAE e os Objectivos do PERH constatou-se que, de uma forma geral:

o Não se identificaram situações de não compatibilidade, ou seja, não se identificaram situações em que os Objectivos da AAE fossem contrariados pelos Objectivos do PERH.

o Alguns dos Objectivos da AAE apresentam um elevado grau de compatibilidade com os Objectivos do PERH, no que respeita, essencialmente aos aspectos da gestão sustentável de resíduos e da formação, sensibilização e inovação em matéria de resíduos hospitalares. o Os Objectivos da AAE mais dirigidos para os valores naturais e culturais e de ordenamento do território não apresentam relação com os objectivos do PERH (sendo este um Plano eminentemente estratégico e definidor de orientações e não estando abrangidas no mesmo a concretização de infra-estruturas, não é, efectivamente, imediato determinar uma relação directa do Plano com estes aspectos mais relacionados com o território). o Relativamente aos Objectivos da AAE mais directamente relacionadas

com o ambiente, o PERH assegura, dentro da sua dimensão não espacializada, a compatibilidade e prevê uma série de acções que pressupõem a melhoria do controlo sobre os processos e a protecção da qualidade ambiental. Foram identificadas algumas situações em que a compatibilidade não é clara, sendo propostas recomendações.

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Da análise dos efeitos ambientais do PERH ressaltam os seguintes aspectos: o De uma forma geral a concretização do PERH terá efeitos genericamente

positivos sobre a generalidade dos Objectivos da AAE, traduzindo-se em efeitos positivos e relevantes em alguns casos, sobre o ambiente e populações. Os efeitos potencialmente negativos estão relacionados com o funcionamento das unidades de gestão de resíduos e com o seu transporte, não decorrendo directamente da concretização das orientações estratégicas do Plano mas sim do funcionamento do sistema. o O carácter não espacializado do PERH dificulta a identificação de efeitos

concretos, considerando-se, contudo, que a generalidade das acções previstas pelo PERH no sentido de reduzir as quantidades de resíduos hospitalares produzidos, diminuir a sua perigosidade e aumentar as taxas de reciclagem acabam por se traduzir, indirectamente em efeitos positivos, embora difusos e difíceis de localizar, sobre a biodiversidade e valores naturais.

o O PERH apresenta uma série de medidas e de acções que contribuirão para a minimização (de forma directa ou indirecta) dos impactes da gestão de resíduos sobre o ambiente, valores naturais e culturais e populações. o Na análise efectuada foram identificadas medidas e recomendações

destinadas a amplificar estes efeitos positivos decorrentes do PERH e/ou a minimizar efeitos para os quais este não previa medidas. Algumas das recomendações da equipa da AAE foram introduzidas directamente no Plano (através de novas acções e/ou respectiva adaptação), enquanto outras constam do quadro final de recomendações apresentado.

o Foi identificada a necessidade de estabelecer um Plano de Monitorização para avaliar a implementação do PERH e, simultaneamente, avaliar os potenciais efeitos ambientais do Plano. Para tal indicam-se uma série de potenciais indicadores de seguimento.

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Anexo A:

CONTRIBUTOS

DAS

ENTIDADES

COM

RESPONSABILIDADE

AMBIENTAL