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2. CAPÍTULO II – PROFICIÊNCIA EM LÍNGUAS

2.7 MULTILINGUISMO NO MUNDO MODERNO

O mundo globalizado de hoje tornou o conhecimento de várias línguas quase uma necessidade, e o multilinguismo é visto como um investimento para o futuro, portanto, deve ser dada a devida importância para desenvolvimento de capacidades multilíngues, que são cruciais para entrar no diálogo intercultural. Ora, necessita-se de línguas estrangeiras para estabelecer comunicação empresarial, para viajar e por outras razões pessoais, quer deseje-se aprender uma língua nova por entretenimento, ou para estudar num país estrangeiro, ou para compreender melhor uma cultura diferente (Drobot, 2017). A diversidade de línguas e culturas é vista como um aspeto positivo que deve ser apreciada e promovida a todos os tempos, pois todas as línguas preservam a sua originalidade e os seus valores distintos (Suhaimi & bin Abdullah, 2017).

A Comissão Europeia define o multilinguismo como “a capacidade das sociedades, instituições, grupos e indivíduos de interagirem-se, regularmente, com mais que uma língua no seu dia-a-dia. Além disso, o termo multilinguismo é usado para se referir à coexistência de diferentes comunidades linguísticas, numa determinada área geográfica ou geopolítica ou entidade política.” (Commission of the European Communities, 2007). De acordo com a Linguistic Society of America (2012), o multilinguismo é uma condição humana comum que torna possível um indivíduo operar corretamente, a um determinado nível, mais que uma língua, desta forma, a solução para esta definição é o ato de dominar ou unicamente praticar mais que uma língua. Pace (2015) reforça que, tal como declarado pela Comissão Europeia num dos seus documentos sobre multilinguismo, intitulado de "Línguas significam Negócios!", uma das principais razões pelas quais milhares de empresas europeias perdem acordos e contratos é devido à sua falta de competências linguísticas e interculturais.

Aronin & Singleton (2008) defendem que o multilinguismo deve ser tratado como uma nova distribuição linguística, pelos seguintes motivos:

• O multilinguismo é onipresente, ou seja, encontra-se em crescimento por todo o mundo e é cada vez mais profundo e vasto nos seus efeitos;

• O multilinguismo é um elemento tão intrínseco à sociedade humana que é indispensável para o bom funcionamento dos principais componentes da estrutura social (no sentido abrangente, incluindo, entre outros, tecnologia, finanças, política e cultura).

A União Europeia promove a aprendizagem de várias línguas pelas seguintes razões:

• Melhores capacidades linguísticas, pois permitem que mais pessoas estudem e/ ou trabalhem no exterior e melhorem as suas probabilidades de obter um emprego;

• Falar outras línguas ajuda as pessoas de diferentes culturas a compreenderem-se mutuamente, pelo que é fundamental numa Europa multilingue e multicultural;

• As empresas necessitam de pessoal multilingue, para que o comércio torne-se eficaz em toda a Europa;

• A indústria da língua como a tradução e a interpretação, ensino de línguas, terminologias da linguagem, entre outros, está entre as áreas de maior crescimento da economia.

O multilinguismo, considerado um aspeto fundamental da identidade da língua europeia, permite uma troca de informações de alta qualidade e a conscientização sobre a importância da educação multilíngue não apenas no setor do turismo, mas também em relação a outros aspetos da comunidade de língua-alvo. Com vista a um desenvolvimento mais eficiente da indústria do turismo, deve-se dar destaque ao desenvolvimento das capacidades multilíngues, que são cruciais para o diálogo intercultural, assim, o desenvolvimento das capacidades multilíngues contribuirá, sem dúvida, para o estabelecimento de uma comunicação mais eficiente e de uma troca de opiniões entre diferentes populações. Capacidades interculturais e de know-how

abrangem a aptidão de relacionar a cultura de origem e a cultura estrangeira, uma com a outra. Portanto, a proficiência em várias línguas estrangeiras é um pressuposto básico para uma comunicação bem-sucedida no setor do turismo (Sindik & Božinović, 2013). No processo de aprendizagem de uma nova língua, é importante estar ciente dos seus aspetos culturais, pois o conhecimento de outras culturas ajuda a aprender uma determinada língua e a avaliar os valores culturais da mesma (Luka, 2009). Cenoz (2013) afirma que os bilíngues foram considerados melhores que os monolíngues quando aprendem outra língua, enquanto as pessoas multilíngues foram consideradas melhores que os bilíngues no reconhecimento de estímulos gramaticais em gramáticas artificiais e melhor que os monolíngues a aprender outra língua.

2.8CONCLUSÃO

O Inglês é indubitavelmente um idioma dominante e hegemónico e que opera como meio comum para a comunicação internacional. O conhecimento de uma língua estrangeira é, por isso, uma vantagem clara e uma forma de o turista compreender e ser compreendido e assim conseguir ter outra agilidade no mundo intercultural e multilingue. Através deste conhecimento, poder-se-á envolver e conhecer novas realidades sem se deparar com as indesejáveis barreiras linguísticas que dificultam ou impossibilitam a comunicação e consequentemente o conhecimento e a descoberta.

Em suma, incentivar as pessoas a aprender outras línguas e conhecer outras culturas ajudará a melhorar a sua comunicação e compreensão mútua. É também sabido que a capacidade de comunicar diretamente numa

língua estrangeira também pode trazer benefícios culturais e económicos a todos os participantes no processo de comunicação. Portanto, aumentar a conscientização sobre a importância da proficiência em línguas estrangeiras, bem como incentivar o desenvolvimento da competência intercultural na área de turismo e hotelaria, é extremamente importante.

É neste contexto que se torna importante fazer uma análise e reflexão sobre a utilização das línguas neste setor, uma vez que o turismo é uma indústria na qual as línguas desempenham um papel fundamental na comunicação diária entre todos os indivíduos das mais variadas culturas.

3. CAPÍTULO III – HOSPITALIDADE NO TURISMO