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necessárias à função de substituição permanente ou temporária dos pais das crianças e jovens " 0 Director deve recorrer a técnicos competentes

: na admissão dos utentes, tendo, no entanto, a inteira responsabilidade . do seu "acompanhamento sistemático". Deixa-se assim, em termos muito vagos, o perfil de uma personagem de tão grande importância no Internato, o que não é de molde a concorrer para a remodelação que se exige, tanto mais que as suas responsabilidades, relativamente aos utentes, estão legalmente acrescidas.

As funções do Director estão delineadas no Documento "Quadros-Tipo do Pessoal..." (já citado, ANEXO ÍT°7, p.56): o Director técnico, além de representar o Internato nas relações com a Instituição em que este se integra e com Instituições externas, deve respansabilizar-se pela coordenação do Internato, o que implica,

(segundo a orientação do CRSS), a realização de Planos de Actividades e sua Avaliação, valorização e actualização do pessoal, admissão e

85 - dispensa deste, e ainda a definição e decisão quanto aos critérios de admissão e saída dos educandos.

As características do Director do Internato fornecem-nos dados para a definição do tipo de Pedagogia que se exerce, e, portanto, do contexto em que se desenvolve cada educando.

5o entanto, "é igualmente necessário compreender e destrinçar uma

rede emaranhada e poderosa de cumplicidades políticas, administrativas e religiosas, que rodeiam, apertam e protegem a instituição e o seu

Director". (TOMKIEVICZ, 1984, p.36). % ,

Por vezes, as funções de um Director Técnico estão dëftal modo dependentes das directrizes e do controle da Direcção da Instituição (entidade empregadora), que uma outra personagem se desenha, por detrás do cenário formal que conhecemos.

É pois, necessário, responder á questão : Quem dirige de facto o Internato ? Quais os limites do seu poder ? Só assim poderemos caracterizar o tipo de Direcção, entender as relações formais e informais entre os diferentes elementos do Internato e distinguir os princípios pedagógicos que os orientam.

Os três tipos de liderança, sugeridos pela Psicologia de Grupos, podem servir-nos de base na identificação e caracterização das diferentes formas de Direcção . Existem, no entanto, como que "formas I fluidas" entre estas : a percurso de cada personagem cria atitudes ^diferentes - p0 r mais rígida que seja a Instituição - segundo as suas

* relações de poder e os seus territórios sócio-afectivos.

2 , 1 , 1 A Direcção BaBQCXàllgfi é a que se procura - pelo menos em

termos explícitos - no modelo proposto pelo CRSS. Às características exigidas para uma "capacidade de coordenação, de orientação de grupos e

de decisão", acrescenta o CRSS, as qualidades «inerentes ao pessoal de educação", que se referem não só a uma "capacidade de estabelecer relações positivas" como ainda a "aptidão para o trabalho em equipa" e

investimento na sua autoformação, entre outras.

As suas funções situam-se no contexto de um trabalho de equipa, apontando-se para a necessidade de uma actuação no sentido de uma

"política de acção social integrada", através de uma articulação com

outras instituições.

De facto, uma direcção democrática num Internato, só é possível quando coadjuvada por equipes qualificadas - sendo, ela própria, qualificada - em que um espaço de diálogo aberto e directo, permite tomadas de decisão em conjunto e em consciência, sem que a capacidade de iniciativa de cada um seja coartada. Uma chamada de atenção para uma análise cuidada desta forma de liderança é necessária, pois, em'termos formais, pode confundir-se com a "autoritária tecnocrática" em que a "reunite" substitui o trabalho de equipe e a comunicação parte sempre de quem decide para quem deve executar.

A Direcção Democrática pressupõe um contexto, evoluindo no sentido de uma Pedagogia pela socialização, em que Director, Pessoal e educandos, procuram, em colectivo, as vias do seu crescimento individual e da sua autovalorização, numa dinâmica rica em que interagem fortes sentimentos de autonomia e de pertença ao grupo.

Mo encontrámos, em nenhum dos Internatos estudados, este tipo de

liderança - mesmo tendo em conta que não há lideranças puras - o que não significa, que não tenhamos conhecido, tentativas falhadas de Directores procurando esse caminho. Várias razões se nos afiguram com interferência no seu insucesso : a própria definição do internato como um «mai menor", fque cria investimentos simbólicos contraditórios na vida do colectivo!

|uma história passada do Internato, doente de tensões e conflitos! arrastando consigo um pessoal não qualificado, a quem novas responsabilidades retiram a segurança do círculo fechado da rotina; e ainda, u m colectivo de educandos a quem o "internismo" fixou,

fantasmaticamente, a mudança como um percurso de novos abandonos.' Acrescente-se o que já se disse quanto aos limites do poder, definidos ao Director Técnico. Basta que a Instituição responsável delimite rigidamente os horários do pessoal e dos educandos, sem ter em conta o Plano de Actividades e o quotidiano do Internato, para que barreiras fortes se oponham a uma actuação colectiva consciente e autónoma.

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2.1.2 A Direcção, "deixa-corrsr" (D é o tipo de direcção em que ninguém, nem adultos nem educandos, conhece os seus direitos e deveres para com o colectivo em que vivem. 0 seu espaço de liberdade é indefinido, estreitando-se ou alargando-se ao sabor do bom ou mau humor do Director. Daí um clima de insegurança e instabilidade constante, a sobreposição de funções, a desautorização de cada um. As decisões, tomadas individualmente, vão progressivamente evoluindo para a incapacidade ou recusa de decidir ou inovar. " Um modo de' direcção

"deíxa-correr" desencadeia manifestações de insegurança que se exprimem

na vida quotidiana através de agressões, geralmente disfarçadas. 0

director encontra-se assim no nó de uma situação conflitual e

sentimentos ^contraditórios organizam-se à volta dele." <LEMAY, 1973,

p.742).

Este tipo de Direcção nos Internatos surge, frequentemente, em situações em que não existe Director Técnico, mas alguém a quem a Direcção da Instituição - entidade empregadora - confia a função, sem lhe permitir tomar responsabilidades ou iniciativas. As decisões são assim, exteriores ao Internato, surgindo, muitas vezes, tardiamente, em situações de crise aguda, sendo, necessariamente, de cariz autoritário. Uma Instituição assim dirigida dá-nos, ao mesmo tempo, duas imagens contraditórias : a da desorganização total e a da rigidez até ao absurdo. Numa situação caótica, sem normas, o Proibido surge inopinadamente, como pretexto para qualquer punição, sem que um mínimo de lógica aparente o acompanhe. A ausência de regras conduz ao desconhecimento do espaço de liberdade que, ora se estreita ora se alarga, consoante a disposição dos que detêm o poder.

Por outro lado, uma direcção "deixa-correr" permite que elementos do pessoal e, mesmo, dos educandas, se apoderem de pequenos espaços de poder de forma agressiva, em que a violência física é regra. (Os artigos citados no Capítulo IV, em C- e D-, dão-nos, destas situações, variados exemplos).

<1 ) N I o c o n f u n d i m o s , c o m o c a r - t - o a a u t o r a s , M U t i p o c i e l l d a r a n ^ a c o m ai n a o - d í r a c t i v i d a d » , C)I~K* p r H f t L p t t e u m a o r g a n i z a ç ã o a u t o - g w t t l o n á r i f t m can c l i m a r * l a c i o n * l , q u a d a a c o n h a c a m o B a m q u a l q u e r l n t a r n a t o p o r t u g u f r f te

Poder-se-ia dizer que a criança e o jovem se encontram abandonados a si próprios, mas a situação é ainda mais grave. Num grupo em que o crescimento individual não se faz numa relação de crescimento com o "outro", o abandono é cumulativo : a indiferença separa-os da própria noção de existir. A criança e o jovem encontram-se aqui, "separados de

si -próprios" (CAPUL ).

2.1.3 A Direcção Autoritária é o tipo de direcção em que o Director centra em si, de uma forma cega e carismática, todo o poder de decisão :"Carisma, dedicação cega a uma ideia ou fé, e também ausência

aberta ou disfarçada de qualquer sentido de democracia, uma sede de poder, uma psico-rigidez, uma verdadeira alergia a qualquer contradição ou questionamento - em resumo, uma estrutura ainda mais paranóica do que sádica."(TOMKIEVICZ, 1984, p.36).

Para manter o seu poder, o Director faz-se apoiar, não por equipas técnicas competentes, mas por um pessoal sem formação que aceite uma existência codificada e uma censura constante dos seus actos. A censura

"provoca assim um conformismo cego e fatalista que se manifesta, não só quando o sujeito está sob o olhar da autoridade, mas também quando a autoridade está adormecida"(MC CLEERY, 1965, p.525).

0 Director autoritário tarna-se o garante da imagem de marca da Instituição. A ausência de espírito crítico interno mantém-se, como um mecanismo de defesa à crítica externa. Muito embora na "zona posterior" do cenário, os conflitos surjam e, o pessoal liberte as suas frustrações e insatisfações, num clima mútuo de ameaça e intriga e as crianças estejam sujeitas a "actos disciplinares que mascaram desejos latentes de

vingança"(LEKAY, 1973, p.742), a unidade mantém-se e a apresentação de

si da Instituição guarda os seus segredos.

A estrutura formal da organização do pessoal que apresentámos, aponta, de um modo geral, para este tipo de Direcção Autoritária, Em certos casos, inclinar-nos-íamas, para preferir a designação de direcção "deixa-correr", pois embora reconhecendo que esta, em última análise, é Autoritária, as características do seu ambiente educativo e socio-emocional permitem uma diferenciação.

­ 69 ­ 2.2 Pessoal Técnico e Auxiliar

Hierarquicamente a seguir ao Director Técnico, encontra­se o Técnico de Serviço social, com habilitações (Curso Superior do Serviço Social) e funções que lhe permitem uma avaliação global dos problemas do

Internato. É o elemento em situação privilegiada para uma articulação com o CRSS. As funções previstas pelo Documento do CRSS, para o Técnica de Serviço Social, compreendem, não só a sua participação no diagnóstico da situação do menor, como o apoio e acompanhamento deste, tendo sempre em conta a ligação com a família e comunidade, numa perspectiva de integração social. (1) Compete­lhe, neste o conhecimento e colaboração com os serviços que possam ser recurso na comunidade, a participação na elaboração de projectas de acção, de relatórios e a avaliação das actividades ^ desenvolvidas pelo estabelecimento. Assim, segundo o referido Documenta, prevê­se que a sua acção tenha um caracter global, pela sua implicação no Projecto Pedagógica Institucional, e um caracter específico, através da tónica dada à integração familiar e social de cada educando. Tem, com este, uma relação directa, participando, ao mesmo tempo, numa equipa com os educadores, servindo­lhes de mediador perante o Director Técnico.

Camo verificamos, apenas 6 das 18 instituições analisadas têm Técnico de Serviço Social (e, par vezes, a meio tempo), algumas das quais, não têm Director Técnica e/ou Educadores. Nestas condições, as suas funções são, aparentemente, alargadas, De facto, a constante interferência da Direcção da Instituição ­ entidade empregadora ­ e a ausência de uma verdadeira equipa educativa, reduzem o espaço real de actuação. Para além do que já se verificou, relativamente à proporção

c 1 > rsJo­t­*»— «ac» q u * o D « r « t o Leal 2 / 8 6 p ( ! l « ««ri c a u t c a a » « t « « f u n ç e * K d o T é c n i c o da? S a » T ­ v i o o S o c í » l , n a m á d i d a aam q u e afr a o D i r a c t o r T é c n i c o q u e ­ p » B K a a c c m p v t i r ■a i n t a i r t . r « « p o n s * b l l i d a d a » c i o a c o t n p a n h a m a n t o G l a t a m á l i c o d o s ui­t­ean­taaax . M a n l a m o » , n o a n t a n t o «a a n a l late» c o m oafaa» n o D o c u r o a n t o d o C R S S , n a m á d i d a «**r. cjuaa, oas. d a d o s a m i r a t ^ j c l o fb&o a n t e r i o r v a a o D a c r a l o a», p o r * o u i t . r ­ o l a d o , a i n d a n l t o h o u v a r a f l u l a m a n t a ç n o c l a r a a awB­t­a» r a s p e i t o , A c r a a c e n t * ­ ­ a a q u e , g r a n d e » o a r t ­ a * d a m v a z a a , o T é c n i c o de» S a r v i ç o S o c i a l a c u m u l a ata f u n ç o a * da» D l r a c t o r T é c n i c o .

mínima de pessoal técnico frente ao numeroso pessoal auxiliar, surge-nos a enorme carência de uma formação adequada (1), Em muitos dos nossas internatos, a equipa educativa, quando existe, é constituída por elementos designados como "Preceptores" (2) ou Educadores, tenda habilitações que variam entre a 42 classe e a frequência do Ensino Secundário, ou ainda, em certos estabelecimentos, o "curso de auxiliares de educação". Ora, as funções propostas pelo CRSS não se coadunam de modo algum, com esta situação. Para além da participação ,em reuniões de planeamento, avaliação e actualização pedagógica e de um contacto com as famílias das utentes, o educador tem funções muito específicas. Ele deveria fazer o despiste precoce e o acompanhamento de'*"* situações anómalas entre os educandos, apoiar pedagogicamente as crianças e os jovens no seu desenvolvimento integral, compreendida como um processo de criação de hábitos de vida, progresso escalar e profissional, actividades de tempos livres (preferencialmente na comunidade em que se situa o estabelecimento) e proporcionar a integração dos educandos na meio.

Como já verificamos, o número total de preceptores é de 14 em 6 das 18 instituições analisadas. Procura-se "compensar" esta falha cam a contratação de 'vigilantes (40 na mesma amostra). Estes também chamados monitores, têm, segundo as Direcções dos Internatos, funções de controle

C l y N X o s a t r i i i t * « q u i d a p r » t T l d T u m a * « p * c l a l i z a ç k o o & r a l n t * r n * t O K , o qíM* s a r i a c o n t r a d i t ó r i o c o m a. p o r » l ç > o q u a d a f a n d a m o » c l » q u o o l T T t » r n » « . » n t J O aV u m a » i t u » ç « o t r a n s l t ó i r i a , p a r a a q u a l s a d w v » r i » m p r o c u r a r o u t r k s a l t a r n a U v k f t , S « r i » , d * r a a t o , u m a p r a t a n t t t o a a m r a a p o a t a , p o l « - t a l f o r m a ç ã o n a o « x i a t * n o n o s m o p a i a . C r a m o m q u a , c i a u m a - f o r m a r a a l l s t a , a t a p o d a r i a c o r m i d a r a r c o m o m í n i m o a c a i t a v a l , o C u r a o Q a r a l d o S a c u n d à r l o . a c r a a c l d o p o r u m a f o r m a ç ã o c o n t i n u a , — n a s a r a a a d a P a i c o l o g l a , A n i m a ç ã o d a G r u p o s , E d u c a ç K o , a t e , — d a q u a o C R S S , a m c o l a b o r a ç i a o c on-i a s E s c o l a s S u p a r i o r a m d a E d u c a g l o , a v a r i a o r n p o n s á v a l . < 2 > N l o q u a r a m o s mrt^mrmx^mr p o r u m a c r i t i c a a o D o c u m a n t o d o C R S S q u a , c o m o J a d i s a a n o » , a i a a l t u a a m t a r a o s d a " a s s a m t o n o r a a l " . N a o p o d a m o s , n o a a n t a n t o , d a l x a r d a c o m a n t a r a d a a i g n a ç a o tim P r a c a p i o r , r i c a d a c o n s o n a n c i a s c o m u m a p a d a g o g l a t r a d i c i o n a l , C r a m o s q u a a c o n s c l a n c l a d o a t r a s o p a d a o o g l c o a m q u a s a a - n c o n t r a m o s i n t a r n * t o c , d a v » r i a l a r v a r a u m a 1 l n g u a g a m q u a , a m t a > r m o s s i m b ó l i c o s , p r a p a r a s s a a m u d a n o a , t a n t o m a i s q u a - a s f u n ç B a s p r o p o s t a s c a b a m a u m ' a d u c a d o r " n u m a p a r s p a c t l v a m a i s a c t u a l d a r a l a o l o p a d a g o g l c a , o p o n d o — s a a d a s l g n a c H o u t i l i z a d a .

­ 91 ­ e vigilância. Vigiam os utentes ao levantar e ao deitar, durante as refeições, as horas de estudo no internato e nos momentos de recreio. Em alguns internatos, os vigilantes têm ainda a seu cargo o acompanhamento dos educandos no caminho para a Escala.

É frequente os vigilantes serem antigos utentes do Internato que,

pelo seu bom comportamento os contrata, mantendo­se, com raras

excepções, internados. Acompanham e participam da história da

Instituição, são os grandes defensares do "statu quo" e da imagem de marca institucional.

Fuma situação de internamento, encontra­se também grande parte da pessoal de serviços domésticos. Este é em número muito superior ao dos elementos da Equipa Técnica, embora a proposta do CRSS seja de molde a criar um equilíbrio racional entre eles. 0 seu número é claramente excessivo nas IM. Ias IF, é reduzido e aponta para uma sobrecarga das educandas em serviços domésticos (1).

A carência de formação faz­se sentir nas Encarregadas de Serviços Domésticas, com responsabilidades de organização, no âmbito da economia doméstica, nutricionismo, coordenação do pessoal auxiliar e, ainda, no que se refere às relações com os utentes.

Os vigilantes e o pessoal doméstico são também aqueles que mais tempo se mantêm ao serviço da Instituição. Daí as suas idades variarem frequentemente, entre os 40/50 anos, por vezes até mais. íío entanto, a sua estabilidade de emprega é aparente. Ela mantém­se à custa da sua submissão à rotina. Em determinadas instituições, alojadas e alimentados

pelo internato, com uma grande fragilidade social, incapazes de

encontrar alternativas de emprego, desconhecem os seus deveres e direitos, sujeitando­se a horários sobrecarregados, sem a mínima

Cl ) E » t * m, ftllAs, uwi d o * p o r i t ­ o » c l » « « t r u t u r » c i o p « t m m o a . l mm Q.UMT m«* ­ t o m j h m m u i * • v l d » n t « m «ht» d i f a r a n ç f t f t cjuain­t­o m o m larr t­t~a.cn o • d u c a t i v » dmm I h es­ dais» IF" , •■mbor­ai awt­ai d l f » r « n c » »«* cí«rv«. A i d s o l o g l f t t o r n u m ciai d c r e i g u A l d i . d e d«» s t x o f t . C o m o Ja. n o m » p * r c « b « n o « n a . " r N p r i r f t w n t a Q X o * o c l » i c i o i n t « r n » t o " , r i s t s IF" «hOor»­t~M—m.*» p u r a uma* f o r m k ç X o d o m * w t ­ l c « timm m p a r i g a t t ( b o r d a d o s , r * m d » t m­ * ­ r » o » > l n o « ; C A K a l r o s ) , « n q L w n t o n « f t TM, «h o r i * n t ­ » ç l l o v » i v » r i » r d a um A f o r m f t Q l o mm p r o f U f t t W s m * n u & l c o ai c o m p l a t A » u » * n c l i k d » f o r m k Ç S o , & nSko ««rr* n o q u « wa> T*a>­f ari"a» » k l g u n s » d u c » n d o t t q u *( am. c o n d l ç C « « t w c a p c l o n a l v , «.«froucxrn

compensação salarial. Qualquer reivindicação é alvo de chantagem afectiva e ameaça de despedimento. A sua dedicação à "missão" que lhes foi "oferecida" é posta em causa, sendo acusados de incapacidade e de interesses materialistas, de serem "mercenárias" frente à atitude caritativa do Internato que os "acolhe".

Em certas instituições, o pessoal administrativo interfere, constantemente, nas relações com os educandas. É, por exemplo, o caso do controle das ofertas de "benfeitores" (brinquedos, alimentos, vestuário, etc. ) que, sob o pretexta de inventariação, são conservados ou entregues, segundo critérios seus, com o total desconhecimenta das responsáveis pelos utentes. Por outro lado, quando a carência de formação do restante pessoal é grande, também o administrativo decide quanto à leitura da correspondência dos educandos, autorização de contactos telefónicas cam a família e, até mesmo, quanto às formas de castigar os utentes.

Na área que definimos por "outros", encantra-se uma grande dispersão de profissões. Algumas correspondem a uma não utilização dos recursos comunitários, a um fechar da Instituição ao meio, como é o casa do médico, da enfermeiro, professares de actividades, o alfaiate e o sapateiro. Justificam-se ainda, pelo número excessivo de utentes, embora se possam pôr questões quanto à economia que representa a salário mensal de tais profissionais.

Os empregados rurais surgem, quando o Internato tem um terreno cultivável, não sendo, no entanto, na maior parte das vezes, aproveitado o espaço educativo que aqui se abre.

0 Porteiro, personagem interessante em certas Instituições, elemento exemplar das relações transaccionais, pela sua situação privilegiada, senhor de todas as portas - desesperadamente fechadas - é, simbolicamente, o guardião da Instituição.

M o podemos deixar de referir, certas instituições a cargo de ordens religiosas, em que o quadro da pessoal é extremamente reduzido, sendo compensada pela existência de "irmãs". Estas responsabilizam-se por quase todas as funções previstas, desde a direcção e educação ao

- 93 - controle do serviço doméstico que as educandas executam, por vezes, com apoio de pessoal doméstica. Tal situação surge, quase exclusivamente, em IF ou IMF, sendo a hierarquia das funções, submetida à hierarquia religiosa.

Sote-se que muitas das IM são dirigidas por Padres, mas estes, tendo outras actividades exteriores ao estabelecimento, investem mais facilmente na contratação de pessoal. As "irmãs" aparecem nos internatos, como que num prolongamento da sua vida conventual, mantendo nestes o mesma clima de distância afectiva, de silêncio ritualizado e ritmado, bem diferente das famílias que se propõem substituir. Aliás, situações de proximidade afectiva são evitadas, em certas ordens, às próprias "irmãs", que, através de uma rotatividade, imposta ao fim de determinados períodos, são enviadas para missões diferentes.

3. Ambiente Socio-emocional

As condições de trabalho, com ausência de formação (de base e/ou contínua) e de trabalho de equipa, os horárias rígidos e desencontradas, a desequilíbrio quantitativo entre o pessoal educativo e o pessoal auxiliar, a insegurança de emprega, etc, fazem parte do contexto que favorece a existência de um Direcção Autoritária. 0 pessoal mantém-se numa situação de imaturidade social, sem poder sobre os seus actos, afundando-se em "formas psicoafectlvas regressivas" (MENDEL G. , 1980, p.241).

0 trabalho de equipa tem sentido, não só em função de uma melhor resposta ás necessidades do educando, cama também na defesa e valorização dos diferentes intervenientes no processo educativo. Uma equipa que trabalha de forma equilibrada e tem um projecto de conjunto cria, sem dúvida nenhuma, um clima de maior segurança e inter-ajuda. A reflexão conjunta permite, a cada um, uma distanciação necessária no que respeita às suas projecções relativamente ao educando. 0 Educador é, de facto, um adulta extremamente vulnerável, perante crianças sofrendo situações de separação e/ou abandono. Ao mesmo tempo que é, para estas, um polo de referência, é confrontado com "as suas próprias pulsões,