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IV. ANÁLISE TEXTUAL E COMPARATIVA

1. As quatro etapas de análise

1.2. Análise dos aspetos temático-composicionais

1.2.1. Nos textos de mulheres

Relativamente à composicionalidade, verifico que nos textos de mulheres o organizador textual título, presente em todos os textos, remete para a designação de género textual. Essa designação é visível a partir de breves construções nominalizadas: no TM1 com recurso à expressão Discurso na apresentação do programa do Governo; nos TM2 e TM4 os textos são linguisticamente identificados como um Discurso de tomada de posse; no TM3 verifica-se tratar-se de um Discurso de Posse; no TM5 o título identifica o texto como uma Declaração; e no TM6 como um Discurso de apresentação de candidatura.

À exceção do TM6, os textos apresentam o organizador textual subtítulo, com construções nominalizadas idênticas aos títulos e/ou deíticos espaciais que remetem para o lugar físico da situação de produção e, ainda, deíticos temporais sob a forma de datas que respeitam ao momento de produção. Esta disposição do subtítulo pode assumir diversas funções, tais como particularizar e/ou reiterar o género textual (TM3: Discurso Tomada de Posse), ou complementar o título com a identificação de elementos espaciais e/ou temporais do mundo objetivo (TM1: 13 de Agosto de 1979; TM2: Palácio de S. Bento, 21 de junho de 2011, TM4: 3 de maio de 2017; e TM5: 2016) e/ou elementos sociossubjetivos (TM5:

Candidata às Eleições Presidenciais).

A partir destes organizadores pré-textuais - títulos, e em alguns casos com complemento do subtítulo –, padronizados, assume-se que todos os textos se constituem como intervenções públicas na ou para a ocupação de um cargo público, produzidos no âmbito das atividades socioprofissionais dos agentes de produção. Apresentam, no entanto, oscilações, decorrentes da finalidade, tal como atestam os títulos e/ou subtítulos:

intervenções públicas de apresentação de programa de governo (TM1); intervenções públicas de tomada de posse (TM2, TM3 e TM4); e intervenções públicas de declaração/apresentação de candidatura (TM5 e TM6).

No que respeita ao corpo dos textos, apresentam oscilações de tamanho mas são, de um modo geral, bastante longos, o que se associa ao foco expositivo e argumentativo que enforma os textos. Para determinar a extensão dos textos, procedi à contabilização do número

de palavras, apresentando as seguintes evidências: o TM1 apresenta 2260 palavras, o TM2 comporta 978 palavras, o TM3 assume-se o mais extenso com 2865 palavras, o TM4 tem 1887 palavras, o TM5 2140 palavras, e o TM6 é o menos extenso, com 852 palavras.

Embora com algumas oscilações, verifica-se que o corpo dos textos apresenta uma estrutura tripartida, comportando um momento de abertura, um momento expositivo-argumentativo (desenvolvimento), e um momento de fecho/encerramento do discurso.

O movimento de abertura é, em alguns textos, suprimido (TM3), no entanto, quando ocorre é identificado de duas formas: sob a forma de organizador textual intertítulo, que coincide com a identificação do papel sociossubjetivo destinatários (TM1, TM2 e TM4); e sob a forma de parágrafo introdutório do texto, correspondente à atividade discursiva de cumprimento, linguisticamente marcada pela forma Boa tarde (TM5 e TM6).

O momento de encerramento/fecho pontua o fim do discurso, ocorre em todos os textos, e surge no seguimento da parte expositiva-argumentativa, não havendo, por norma, uma delimitação gráfica por intertítulos (salvo TM4), como no momento de abertura. No entanto, as estratégias discursivas a que os agentes de produção recorrem sugerem o fim do texto, de pendor exortativo, bem como a segmentação em parágrafos, constituindo o último ou os últimos parágrafos do texto: em TM1, o fecho é marcado no último parágrafo do texto e delimitado pela expressão de um voto/desejo; em TM2, correspondente aos três parágrafos finais, e em TM6 aos dois últimos parágrafos, o fecho é sinalizado pela forma de agradecimento (Muito Obrigada.); em TM3, é assinalado por um pedido, de cunho religioso, introduzido por que (Que Deus ilumine...), no último parágrafo; em TM4, o encerramento é visível nos dois parágrafos, um correspondente à interpelação dos destinatários sob a forma de intertítulo e o outro indiciado por modalização epistémica (Estou certa que); e, em TM5, no último parágrafo, por uma construção oracional com função exortativa/interpelativa (É a força... É a vossa força).

O momento de exposição-argumentação13 corresponde ao desenvolvimento no plano geral do texto, ocupando a maior mancha textual, balizado pelo fecho em todos os caso e pela abertura, salvo em TM3; e apresenta também uma disposição ternária que prevê os lugares retóricos introdução, desenvolvimento e conclusão. Esta disposição tripartida surge delimitada

13 A denominação desta parcela do texto como exposição-argumentação deve-se ao facto de os textos, enquanto intervenções públicas, adquirirem, por um lado, uma dimensão expositiva e, por outro, uma dimensão persuasiva/argumentativa, uma vez que se expõem os objetivos do compromisso assumido ou a assumir, se expressam pontos de vista, se formulam juízos e se induz à ação com o intuito de validar a decisão anunciada (a ocupação do cargo público) ou a anunciar (a possível futura ocupação do cargo público).

por parágrafos e permite identificar as informações que acionam o conteúdo temático, a partir da atividade discursiva que permeia esses segmentos, depreendendo-se os segmentos temáticos centrais, recuperados pela leitura e que codifico num resumo.

Assim, a introdução da exposição-argumentação constitui-se pelo primeiro parágrafo em TM1 e em TM2, pelos primeiros três em TM3 e TM4, e pelos dois primeiros parágrafos em TM5 e TM6, e sinaliza o segmento temático central (segmento temático 1) correspondente ao propósito da ação comunicativa. Por intermédio da leitura dos segmentos iniciais de cada texto, verifica-se que o segmento temático principal é aí explanado e conforma a razão que leva os agentes de produção a produzirem os seus textos no âmbito do cargo público que assumem ou que desejam assumir, ou seja: apresentar o programa do governo (TM1); tomar posse e assumir funções de um cargo público de relevo (TM2, TM3 e TM4); e declarar-se candidata ao cargo presidencial (TM5 e TM6). Embora exista um núcleo temático que difere consoante o propósito comunicativo dos textos, estes apresentam um fio condutor temático-estrutural comum que decorre desse núcleo: o segmento temático 2. Este segmento temático constitui o desdobramento do segmento temático principal, caracterizando-se pela exposição das motivações, intenções, objetivos e ações futuras no âmbito do papel social em que as instâncias enunciativas foram investidas na ocupação de um cargo público (TM1, TM2, TM3 e TM4) ou que almejam ocupar (TM5 e TM6); e inaugura o desenvolvimento da exposição-argumentação.

O desenvolvimento da parte expositiva-argumentativa é, quanto à sua estruturação, heterogéneo, apresentando cada texto uma singularidade composicional, com traços específicos, conferindo dinamismo ao invés de rigidez ao próprio género textual. A singularidade de cada texto reside nas características composicionais e temáticas que a seguir pormenorizo, evidenciando, por um lado, a partir de organizadores textuais a composição da exposição-argumentação e, por outro lado, codificando num resumo as informações que acionam o conteúdo temático.

No TM1, o primeiro parágrafo introduz o segmento temático central – apresentar o programa do governo -, desdobrado nos parágrafos seguintes (segmento temático 2), onde o agente de produção expõe as suas intenções. As traves mestras do programa do governo são anunciadas após esta contextualização, identificadas por elementos peritextuais, sob a forma de numeração. Assim, verifica-se que os parágrafos balizados pelos números 1 a 4 remetem para a apresentação e exposição do programa do governo. Seguem-se dois momentos textuais indiciados por intertítulos que remetem para os destinatários, marcando o primeiro intertítulo

um complemento ao programa do governo onde o agente de produção expõe as suas motivações e intenções e, o segundo, pontuando a conclusão da exposição-argumentação.

No TM2, o primeiro parágrafo introduz o segmento temático central – presidir ao Parlamento. Os parágrafos seguintes assinalam o desenvolvimento da exposição-argumentação, em que a instância enunciativa expõe as suas motivações e intenções (segmento temático 2). A estrutura retórica introdução-desenvolvimento-conclusão não surge sementada por intertítulos (as ideias surgem de forma sucessiva, apenas paragrafadas), pelo que só é codificada na leitura.

No TM3, o momento inicial corresponde aos três primeiros parágrafos conformando a identificação do segmento central – assumir funções como reitora. Os parágrafos seguintes particularizam a importância da situação comunicativa, verificando-se que termina com a exposição das intenções, motivações, objetivos e modos de atuação futuros, que surgem pontuadas por componentes peritextuais (segmento temático 2). À semelhança do TM1, esse momento é segmentado por elementos numéricos, entre 1 e 8, e ocupam a maior parte do corpo textual. A conclusão é determinada pela atividade discursiva, assinalando-se linguisticamente o término do discurso por intermédio da forma verbal terminar (E termino com (...)).

No TM4 verifica-se uma organização composicional mais complexa, com recurso a distintos elementos peritextuais: o corpo textual é composto por seis partes, e cada parte surge assinalada por numeração romana e respetivo título. Estes intertítulos segmentam a finalidade de cada mudança de parte: a primeira (I. Introdução) apresenta o segmento temático central – a aceitação do cargo de presidente da Fundação Calouste Gulbenkian; a segunda (II.

Agradecimentos) surge com o intuito de dirigir os agradecimentos formais; a terceira (III.

Enquadramento) enquadra o percurso da instância enunciativa na instituição social que representa e, ainda, sinaliza as duas partes seguintes (segmento temático 2): os compromissos (IV. Compromissos), onde expõe as suas intenções e objetivos futuros, e a agenda (V.

Agenda), onde projeta os modos de atuação no exercício das suas funções; e a última conforma o fim do discurso (VI. Conclusão). Esta segmentação surge, ainda, complementada em algumas partes por outros elementos peritextuais: nos compromissos, apresentam-se três graficamente marcados por numeração de 1 a 3 e, na agenda, sucede o mesmo, destacando-se oito modos de atuação enumerados de 1 a 8. Ocorre, ainda, no interior das partes I, III e IV, a interpelação a alguns destinatários, intertitularizados como no TM1.

No TM5, a exposição-argumentação surge francamente delimitada: após os dois parágrafos de abertura, o texto surge seccionado em partes, marcadas pelos elementos peritextuais numeração romana, de I a VI. A primeira parte (I.) constitui a introdução e apresenta o segmento temático central (segundo parágrafo) – candidatura à presidência da República. Nos seguintes parágrafos, seccionados pelos elementos II., III., IV. e V., desdobra-se o desdobra-segmento temático 1, expondo-desdobra-se os propósitos da candidatura, ou desdobra-seja, a apredesdobra-sentação da tese/ponto de vista central que o agente de produção pretende veicular e a respeito do qual pretende conquistar o voto, desdobrando em argumentos sustentados com o objetivo de induzir à ação (segmento temático 2). Na parte final do texto (VI.) – conclusão – retoma-se a tese central respaldada pelos argumentos desenvolvidos anteriormente e conclui-se o texto com a incitação ao voto.

No TM6 prevê-se a mesma hierarquização do que é enunciado, tal como em TM5, uma vez que ambos os textos apresentam o mesmo segmento temático central – a candidatura à presidência da República. No entanto - e aí reside a singularidade composicional dos textos que se prevê decorrer da agentividade - os argumentos/pontos de vista são apresentados de forma distinta: se no TM5 eram seccionados em partes, graficamente marcados por elementos peritextuais, no TM6 a estrutura composicional é idêntica à observada no TM2. Ou seja, a estrutura retórica introdução-desenvolvimento-conclusão não surge segmentada por intertítulos, sugerindo um texto “corrido”, em que as ideias são apenas divididas por parágrafos, pelo que a sua estrutura é somente codificada na leitura. A introdução (3º e 4º parágrafos) precede a abertura e apresenta o segmento temático 1– candidatura à presidência da República – desenrolando-se, nos seguintes parágrafos, a defesa das convicções do agente de produção (segmento temático 2).

Quanto à conclusão da exposição-argumentação, que antecede o fecho/encerramento do discurso no plano geral do texto, é estruturada com recurso aos seguintes organizadores textuais: em TM1 com cinco parágrafos anteriores ao do fecho, delimitados por intertítulo; em TM2 com um parágrafo que antecede os três parágrafos do fecho; em TM3 com um parágrafo, anterior ao parágrafo do fecho; em TM4 com seis parágrafos anteriores aos do fecho e em TM5 com dois parágrafos, em ambos os textos linguisticamente marcados por intertítulo; e em TM6 com dois parágrafos que antecedem o encerramento. Esta organização textual da conclusão é, ainda, codificada pela leitura, verificando-se, resumidamente, que se trata do momento em que os agentes de produção retomam a tese central respaldada pelos argumentos desenvolvidos anteriormente e dão conta, em jeito conclusivo, das capacidades

que os constituem como os representantes ideais na ocupação ou para a ocupação do cargo público visado (segmento temático 3).

Embora estejam identificadas as principais características composicionais, de cada texto, salientam-se outros elementos – paratextuais - que não coexistem em todos os textos, considerando-se elementos que respeitam a uma composição local e, inclusive, do contexto altamente institucional, ou, ainda, que decorre do próprio suporte: é o caso de elementos multimodais que acompanham o TM3 – fotografia do sujeito empírico; a marca de autoria (assinatura) e a referência ao espaço físico no TM3 após o título; e os recursos semiográficos identificativos das instituições – logótipo - que encabeçam o plano geral dos textos TM2 e TM4.

Na figura abaixo, apresento os dados observados, no seu conjunto, na análise dos aspetos temático-composicionais nos textos de mulheres:

Figura 29. Os aspetos temático-composicionais nos textos de mulheres

Em suma, no que concerne aos dados observados na análise da composicionalidade, assumo que embora se verifiquem oscilações na configuração composicional dos textos, essas não alteram substancialmente a formatação genológica que se entende padronizada e

ASPETOS TEMÁTICO-COMPOSICIONAIS

Plano geral dos textos

TM1 TM2 TM3 TM4 TM5 TM6

Composicionalidade

Organizadores textuais (Título)

Designação de género Designação de género Designação de género Elementos do mundo sociossubjetivo:

quadro social de interação

Designação de género Designação de género Designação de género

Organizadores textuais (Subtítulo)

Elementos do mundo físico: tempo Elementos do mundo físico: espaço e tempo Elementos do mundo sociossubjetivo: quadro social de interação

Reiteração do género Elementos do mundo físico: tempo Elementos do mundo físcio: tempo Elemento do mundo sóoiosssubjetivo: quadro social de interação

(ausência)

Organizadores textuais (Intertítulos, mudanças de partes e parágrafos divisórios)

Segmentações por numeração cardinal, de 1 a 4 Intertítulos (parâmetro sociossubjetivo destinatários)

(ausência) Segmentações por numeração cardinal, de 1 a 8

Segmentações intertitulares por numeração romana, de I a VI, seguida de construção nominal única Subsecionamento dos segmentos IV e V por numeração cardinal, de 1 a 3 e de 1 a 8, respetivamente

Intertítulos (parâmetro sociossubjetivo destinatários)

Segmentações intertitulares por numeração romana, de I a VI

(ausência)

Outros elementos paratextuais

(ausência) Recurso semiográfico

(logótipo) – instituição e espaço físico

Assinatura no início do texto e elemento multimodal - agentividade Elementos do mundo físico: espaço

Assinatura no final do texto - agentividade

Recurso semiográfico (logótipo) – instituição e espaço físico

(ausência) (ausência)

Configuração composicional do plano de texto

Título (e subtítulo) Abertura (destinatários) Exposição-argumentação (configuração retórica clássica:

introdução-desenvolvimento-conclusão)

Fecho

Título (e subtítulo) Abertura (destinatários) Exposição-argumentação (configuração retórica clássica: introdução- desenvolvimento-conclusão) Fecho

Título (e subtítulo) (ausência de abertura) Exposição-argumentação (configuração retórica clássica:

introdução-desenvolvimento-conclusão)

Fecho

Título (e subtítulo) Abertura (destinatários) Exposição-argumentação (configuração retórica clássica: introdução-desenvolvimento-conclusão) Fecho

Título (e subtítulo) Abertura (destinatários) Exposição-argumentação (configuração retórica clássica: introdução- desenvolvimento-conclusão) Fecho

Título

Abertura (destinatários) Exposição-argumentação (configuração retórica clássica: introdução- desenvolvimento-conclusão) Fecho

Conteúdo temático

Configuração temática (segmentos temáticos)

Designação de género (título) Segmento temático 1: apresentar o programa do governo (introdução) Segmento temático 2: expor as intenções, motivações, objetivos e modos de atuação (desenvolvimento) Segmento temático 3: respaldar as capacidades do agente de produção para a representação do cargo público (conclusão)

Designação de género (título)

Segmento temático 1: proferir tomada de posse (introdução)

Segmento temático 2: expor as intenções, motivações, objetivos e modos de atuação (desenvolvimento) Segmento temático 3: respaldar as capacidades do agente de produção para a representação do cargo público (conclusão)

Designação de género (título) Segmento temático 1: candidatar às eleições presidenciais (introdução)

Segmento temático 2: expor as intenções, motivações, objetivos e modos de atuação (desenvolvimento) Segmento temático 3: respaldar as capacidades do agente de produção para a representação do cargo público (conclusão)

convencional das intervenções públicas (planos de texto convencionais), antes possibilitam atestar padrões singulares que decorrem da perspetiva individual do agente de produção, do propósito comunicativo e do próprio quadro social de interação. Embora a atividade discursiva condicione a disposição textual dos elementos composicionais, a mancha gráfica do género textual intervenção pública pode ser, em termos gerais, representada pela seguinte figura:

Figura 30. Configuração composicional da intervenção pública

Relativamente às informações que acionam o conteúdo temático, verifico que todos os textos apresentam uma disposição e distribuição idênticas dos segmentos temáticos centrais, recuperados pela leitura na parte expositiva-argumentativa e que podem ser codificados num resumo: o segmento temático central (segmento temático 1) é manifestado na introdução, amplificado no desenvolvimento (segmento temático 2) e respaldado na conclusão

Figura: Plano de texto do género intervenção pública Título

Subtítulo (opcional)

Corpo do texto

Elementos do mundo físico e/ou social

Abertura

(destinatários da interação)

Exposão-argumentação

Fecho/encerramento Introdução

Desenvolvimento

Conclusão Designação do género

Introdução DesenvolvimentoConcluo

PLANO GERAL DE TEXTO

(segmento temático 3). Nos segmentos temáticos, o agir comunicativo é quase sempre captado sob a forma de construção praxiológica, numa relação temporal e de agentividade, marcada, maioritariamente, pelas formas verbais do presente do indicativo e pelas marcas de pessoa de primeira pessoa do singular e/ou do plural, pontuando a atividade discursiva individual e/ou de um coletivo que os agentes de produção representam ou integram. Os temas centrais coincidem com a natureza dos domínios institucionais em que as instâncias produtoras atuam - político (TM1, TM2, TM5 e TM6), académico (TM3) e cultural (TM4) – pelo que as especificidades da macroestrutura temática se justificam pelas atividades em que os textos foram produzidos. Ainda assim, a configuração temática evidenciada é comum a todos os textos, pelo que constitui uma componente genológica que se ajusta à organização composicional prototípica prevista pelas intervenções públicas. A figura seguinte esquematiza a configuração temática dos textos:

Figura 31. Configuração temática da intervenção pública

No ponto seguinte, apresento os dados temático-composicionais identificados nos textos de autoria masculina.

Configuração temática

Designação de género título

Referência a elementos físicos e sociossubjetivos subtítulo (opcional)

Exposição do tema central segmento temático 1 Desdobramento do tema central

segmento temático 2 Respaldo do tema central

segmento temático 3