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A COMPANHIA METALÚRGICA BARBARÁ, DE 1938 A

6.3 Novas estratégias industriais

Até o início dos anos 60, a CMB operou com a orientação estratégica que lhe fora imposta a partir de 1951, ou seja, a partição do mercado brasileiro com a CFB, ao nível de 50%. A partir dai, ela passou a orga- nizar-se no sentido de conquistar maior parcela desse mercado. Em fevereiro de 1974, premidos pela realida- de do PLANASA, a CMB promoveu a vinda de missão técnica de PaM, para estudar as necessidades imediatas de investimentos, face às perspectivas do mercado para o saneamento básico,que o Brasil passava a apresen- tar. Resultou a previsão apresentada no quadro 6.3-I, apresentado na próxima página.

195- Não é este o lugar adequado para a discussão das conveniências ou inconveniências da siderurgia a carvão vegetal. Assinalamos, contudo, que a ques-

tão sempre foi colocada sob uma ótica ideológico-emocional, com uma argumentação calcada em princípios conservacionistas distorcidos e distantes das realidades industriais do País. Sendo o Brasil ,um país tropical, com condições propícias ao uso da biomassa, não é crível que continuemos a fechar nossos olhos para ela, sob a alegação que jamais ela foi empregada, intensivamente, nos países industrializados e [completamos]...não tropicais.Ver, a respeito, a excelente coletânea de trabalhos muito competentes, In: (MELLO, 2001).

196 - O custo do ferro-gusa para aqueles altos-fornos, era formado com a seguinte participação: carvão vegetal: 70,0% ; outras matérias primas; 15,0%; mão

de obra: 10,0%; outras despesas: 5,0%. Percebe-se que os ganhos no custo somente seriam viáveis com ganhos no consumo de carvão e na produtividade da mão-de-obra, já que as demais parcelas de custos apresentavam certa inelasticidade. Daí porque os esforços eram voltados para os melhoramentos de preparação de cargas, recuperação de finos e alta pressão de topo, medidas que conduziam a menor consumo do carvão e maior produção na unidade de tempo. Pensava-se chegar a uma participação no custo da ordem de: carvão veg.: 68,8%; outras m.p.:16,6%; m. o.:8,8: outras desp.:5,8:

Note-se que, de uma equipartição do mercado a 50%, que fora mantida até o ano de 1975, era proje- to da CMB assenhorear-se de parcela crescente, chegando a 1979 com uma participação de 54,5%. Isto seria justificado através da desativação da produção de tubos para esgotamentos prediais, na usina de Indianópo- lis, passando-os à responsabilidade da CFB.

A recomendação dos membros da missão técnica era de que a usina de Indianópolis fizesse uma ampliação quantitativa e qualitativa do seu parque de máquinas-ferramenta, de modo a ampliar a sua linha de produtos, incluindo nela as válvulas de controle de fluxo para uso em refinarias de petróleo.

Quadro 6.3-I – Demanda de tubos, em t. , pelo mercado interno: 1974- 1979

Ano 1974 1975 1976 1977 1978 1979 No Brasil 156.100 177.600 196.200 215.500 234.000 255.200

Na CMB 78.050 88.800 106.050 117.300 127.400 139.000

Fonte: Raelatório: Mission Technique d’étude du 28. 1. 74 au 03. 2. 74. MM. Marty, Pierrel et Thomas.

Cópia no arq. do Autor.

Ao mesmo tempo, a usina de Barra Mansa deveria eliminar as antigas máquinas centrifugadoras para tubos em 3 m. de comprimento, rearranjando os espaços tornados disponíveis, implantar duas novas máqui- nas, modernas, para a produção da gama de diâmetros de 75 a 300 mm, em alta cadência. Essas duas máqui- nas seriam do mesmo tipo das três que a CFB também deveria implantar em sua usina de Caeté, segundo o planejamento terminado em dezembro de 1976 (ver Capítulo 5). Um tal planejamento demonstra que a alta administração de Saint Gobain 197 pensava na conquista definitiva do mercado dos pequenos e médios diâ- metros para o ferro fundido. Parece-nos, igualmente, que tal orientação veio a alterar-se somente após o fim da década de 80, como será visto mais adiante.

Quadro 6.3-II - Necessidades de Metal na usina de Barra Mansa

Ano 1974 1975 1976 1977 1978 1979 Metal, em t. 118.500 135.000 165.000 180.400 196.350 214.500 Prod. A.F.,t. 89.250 101.591 120.653 133.667 145.335 159.467

Legenda: A.F. = altos-fornos; Fonte: Ibidem, quadro 6.3-I

A complementação dos volumes de ferro líquido necessário para um tal programa viria dos fornos elétricos de fusão já existentes na usina de Barra Mansa, acrescido da produção do forno cubilôt da usina de Indianópolis, aos quais se agregaria, implantada na usina de Barra Mansa, uma nova bateria de fornos elétri- cos de indução com 5.400 kVA de potência, capaz da fusão de 5 toneladas de metal, por hora. Desse modo, a complementação adicionaria ao balanço metálico anual da empresa:

� Fornos cubilôt: ...33.000 t; � Fornos elétricos de 2100 kVA:...23.360 t; � Fornos elétricos de 5500 kVA:...38.833 t;

Total...95.193 t.

197- Convém seja lembrado que, na Europa, a partir dos anos 70, houve importantes movimentos de concentração empresarial. No bojo desses movimentos,

na França, a Cie de Saint Gobain, tradicional produtora de vidros, adquire o controle da Cie de Pont-à-Mousson; reorganiza-a e cria o departamento indus- trial que denominam Branche Canalisation. Será através desse ramo industrial que passariam a ser controladas as centrifugações brasileiras.

O que era um balanço largamente confortável para o mercado projetado para a usina.

Efetivamente, o mercado esperado realizou-se a cerca de 70% do que estava projetado, e o ano de produção máxima foi 1981, quando a CMB registrou uma produção de tubos de 101.407 toneladas, enquanto a produção de tubos, mais os fundidos em areia, chegava a 110.515 toneladas.

Contudo, a CMB continuava a desenvolver o seu planejamento estratégico com relação às válvulas industriais: aliena o imóvel onde se encontrava situada a sua fábrica de Indianópolis, naquela época já situa- do em meio de um populoso bairro de classe média alta, o que lhe trazia toda a sorte de inconveniências. Transferiu sua fábrica para a periferia de São Paulo, onde montou seu novo parque fabril de máquinas- ferramentas. Toda a atividade de fundição foi transferida para a usina de Barra Mansa, exceto a fabricação de tubos tipo “Esgoto” que foi transferida à responsabilidade da CFB que, inclusive, reprojetou toda a linha em questão. Nessa oportunidade, a CFB também efetuou um novo passo na elevação da qualidade dessa linha, criando o seu revestimento interno em epóxi, preservando-os da corrosão interna.198

A partir do ano de 1982 e até a década de 90, como já falamos no capítulo 5, viveu a indústria do tu- bo centrifugado os seus piores momentos. Para a CMB, as performances não foram mais brilhantes que as apresentadas pela CFB, como exposto naquele Capítulo. Para ilustrá-lo, o Quadro 6.3-III mostra a evolução da produção de tubos, pela CMB, entre 1982 e1989, onde fica evidenciada a brutal oscilação de demanda ocor- rida. Excetuado o ano de 1982, que foi o último de produção normal do período, e os anos de 1986, 1988 e 1989, que tiveram as suas produções elevadas por efeito do atendimento de alguns pedidos de exportação, transferidos da carteira comercial de PaM, para a CMB, os demais (anos de 1983, 1984 e 1985) foram de pro- dução muito reduzida.

Quadro 6.3-III - Produção anual de tubos pela CMB: 1982-1989

Ano 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989* Prod.,em t 93.375 48.121 56.404 65.158 94.726 34.213 78.375 60.043

*Produção projetada para o ano. Fonte: Relatório intern o da CMB. Cópia no arquivo do A.

Convém seja dada atenção ao que se passava no mercado do saneamento, nos anos de 1983 a 1985 e mostrado no quadro 6.3-IV, o qual confirma a tendência declinante da participação do ferro fundido; essa fora calculada com uma média de 35,5% no período 1983-1990.199

Quadro 6.3-IV - Participação no mercado, em % por tipo de tubo

Ano Demanda Total, em t. % F°F° %PVC %C.A. 1983 276.051 28,5 64,0 7,5 1984 249.495 43,1 52,1 4,8

1985 217.886* 42,8 48,8 8,4

Nota: *Produção estimada nos três últimos meses do ano;

Legenda: F°F° Tubos em ferro fundido; PVC: Tubos em plástico(cloreto de polivinila); C. A. : Tubos em cimento-amianto. Fonte: Relatório interno da CMB. Arranjo do A. Cópia no arquivo do A.

198- Ver: Relatório do Conselho de Administração e da Diretoria [da CMB] à Assembléia dos Acionistas, em 23 de março de 1983; publicado na Gazeta Mer-

cantil, Rio de Janeiro, 25.03.1983;

O quadro 6.3-IV sugere uma tendência à conservação de uma participação em torno de 40% para o ferro fundido, após o choque de 1983, quando as obras de captação e adução, de um modo geral, foram momentaneamente suspensas. Contudo, ele sugere, também, uma falsa idéia de uma queda na participa- ção do PVC, ao lado de uma subida da participação do cimentoamianto. Será, portanto, necessário exami- narmos como se distribuiu, no período, a demanda dos diversos produtos concorrentes em cada gama de- terminada de diâmetros, o que faremos considerando o quadro 6.3-V.

Novamente observamos que as faixas de diâmetros pequenos e médios representavam uma de- manda de 45 a 65% da demanda total do mercado, nesses anos examinados. Particularmente no ano de 1983, essa demanda subiu a 67%, bem identificando a razão maior da crise do ferro fundido nesse ano.

Nas demais faixas de diâmetros, a concorrência mais séria era representada pelos tubos de aço, ofe- recidos com as novas conquistas tecnológicas de acabamentos resistentes à corrosão e dotados de juntas flexíveis, em elastômeros, à exemplo dos próprios tubos de ferro fundido. Essas novas presenças, associadas à redução das demandas nas faixas adequadas para as captações e aduções , foram as responsáveis pela crise da indústria de tubos centrifugados. Mas, essa crise permaneceu por todo o decênio seguinte, mostrando que as grandes obras de adução, compensatórias de carências acumuladas, tinham chegado ao fim; em um ano, ou outro, eram realizadas novas obras de adução, ou de grandes aneis de distribuição, de forma que, pa- ra os diâmetros correspondentes, a capacidade brasileira instalada tornou-se excessiva.

Quadro 6.3-V - Repartição do mercado entre produtos concorrentes, em % em peso e por faixas de diâmetros nominais(DN). Total anual em toneladas equivalentes ao ferro fundido.

Faixa de DN Ano Fo. Fo. PVC C. A Ton. total 50/75 1983 1,0 41,7 0,3 120.384,5 1984 1,0 31,8 0,2 90.957,6 1985 0,8 29,1 0,1 48.881,1 100/150 1983 5,0 16,5 2,5 66.920,8 1984 6,1 15,8 1,4 58.348,1 1985 6,3 14,8 3,0 39.402,8 200/300 1983 9,6 6,2 3,2 52.976,5 1984 13,5 4,5 2,0 51.358,8 1985 13,7 4,9 4,6 37.962,6 350/600 1983 8,3 - 1,6 22.557,1 1984 13,7 - 1,2 28.675,2 1985 15,2 - 0,7 25.973,5 700/1200 1983 4,8 - - 13.212,6 1984 8,8 - - 20.155,5 1985 6,8 - - 11.195,5

Nota: As porcentagens em peso, para os tubos de cimento-amianto e PVC estão calculadas como pesos equivalentes aos

tubos de ferro fundido;

Legenda: F°F° Tubos em ferro fundido; PVC: Tubos em plástico(cloreto de polivinila); C. A. : Tubos em cimento-amianto. Fonte: Relatório Comercial Interno da CMB – 1988. Cópia no arq. do A.

Os sucessos da contratação de um grande fornecimento de exportação para o Iraque, em novembro de 1985, num total inicial de 172.500 toneladas e mais 36,000 toneladas complementares, repercutiu muito favoravelmente no desempenho industrial do primeiro semestre de 1986. Tal desempenho fez-se seguir de uma série de declarações entusiásticas , conquanto pobres em conteúdo analítico, do diretor geral e do ge- rente financeiro da empresa., publicados em jornais de circulação nacional.200 Festejavam-se as projeções de distribuição de dividendos para o exercício de 1986. Esse exercício era, ainda, encarado como “ano eleitoral” e portanto susceptível de importantes acréscimos de encomendas. É bem verdade que a empresa estava em preparativos para o aumento do seu capital, em 136 milhões de cruzados, através lançamento de ações pelas Bolsa de Valores de São Paulo, o que explica o nível de entusiasmo das declarações.201 Contudo, apercebe- mo-nos de que ainda não fora compreendida pela empresa a real evolução do mercado interno brasileiro, em direção aos pequenos e médios diâmetros de tubos, vale dizer, um mercado voltado para a distribuição da água, e não mais para a grande adução.

De 1986 a 1988, houve sucessivas chamadas de capital destinadas à implantação do baixo forno elé- trico, conforme já comentamos anteriormente, representando investimentos de cerca de US$ 20.000.000,00. O projeto visava a total substituição dos tradicionais altos-fornos por este novo aparelho, o qual teria uma capacidade de gerar 240 toneladas de ferro líquido por dia, podendo ser operado por um efetivo operário de apenas 30% daquele demandado pelos aparelhos substituídos. Dessa forma, nas futuras retomadas de pro- dução, os efetivos operários demandados não seriam muito superiores aos atuais da usina que, em 1985 ha- viam sido reduzidos em 700 operários, tendo em vista a retração de demanda do mercado.

O fornecimento de tubos para o Iraque correspondeu à incorporação de novos procedimentos tec- nológicos nas duas centrifugadoras brasileiras. Efetivamente, tendo em vista as peculiaridades dos solos ira- quianos situados nos prolongamentos das formações geológicas do deserto da Síria, os tubos deveriam ser fornecidos com proteções adicionais contra os efeitos de corrosão galvânica; outra peculiaridade era relativa à conservação do meio ambiente: os tubos não poderiam ser pintados com indutos baseados no alcatrão de coque, os quais são geralmente compostos por óleos antracênicos e fenóis. Dessa forma, as proteções com zinco pulverizado sob arco elétrico foram desenvolvidas e implantadas; as pinturas a quente, com indutos derivados de hidrocarbonetos de asfalto oxidado de petróleo também o foram, atendendo as rígidas e seve- ras especificações do comprador.202

Um novo interesse surgiu nas duas centrifugadoras, em vista das possibilidades aumentadas, de for- necimentos internacionais, que a partir de então sempre contemplariam as duas, simultaneamente: a padro- nização dos seus procedimentos, ferramentais e controles segundo as prescrições ISO 9000, resultando isso em um programa de trabalhos consequentes e, em princípios dos anos 90, aquela sistematização já estava implantada e em prática diuturna.

Mas o caráter renitente da retração do mercado levou as empresas a estudarem, taticamente, a sua possível contração. Das duas empresas existentes no Brasil, uma deveria desaparecer e a questão era de se determinar qual seria a sacrificada. Não foi uma decisão complexa, porque a CMB era a usina dotada de e- quipamentos mais recentes e capaz de produzir tubos até o diâmetro de 1.200 mm; além disso, já cuidara da implantação de duas máquinas centrifugadoras capazes dos DN 75 a 300 mm, de tecnologia moderna e de altas cadências de produção. A CFB, por outro lado, não tinha conseguido completar a sua modernização, principalmente para a gama de DN 150/300, cujas máquinas eram antigas e de baixa cadência; na gama dos DN 700/900, ela empregava tecnologia oriunda da US Pipe Corp. que empregava um sistema de inoculações

200- GAZETA MERCANTIL. Rio de Janeiro, 14 de maio de 1986, p. 20; JORNAL DO BRASIL. Rio de Janeiro: 1°Caderno, p.31, 24 de julho de 1986; Registre-se

nessa última entrevista um sério anacronismo histórico, quando é informado que a CMB se instalara em Barra Mansa, em 1937, “onde já se sabia, seria sedi- ada a Companhia Siderúrgica Nacional.” Em realidade, ainda não fora tomada tal decisão, e quando ela se deu, apenas veio a ressaltar a visão industrial de Baldomero Bárbara.

201- Em meados de 1973 a CMB abrira o seu capital; suas ações permaneceram em Bolsa até 31 de maio de 2001 quando, por interesse do acionista majoritá-

rio, e após oferta de compra das ações possuídas pelos minoritários, seu registro na CVM foi cancelado.

202- Na CFB, o sistema de zincagem sob arco elétrico já vinham sendo ensaiadas desde 1981, devido a alguns casos de corrosão registrados no Brasil, princi-

palmente no Nordeste e em Santos. Foi este sistema que operou para atender às especificações iraquianas. Da mesma forma, uma linha de pintura à quen- te, inteiramente automatizada, foi projetada pela própria usina de Caeté. Essa linha foi implantada a partir de janeiro de 1990.

de coquilhas denominado Dry-Spray (tão eficiente quanto o sistema PaM, denominado Wet-Spray). Outra diferença fundamental era o comprimento dos tubos de grandes diâmetros: 6 m para os da CFB e 7 m para os da CMB. A diferença nesses comprimentos vinha da busca de um melhor aproveitamento volumétrico quan- do do carregamento dos tubos em vagões ferroviários, o que era muito importante na França, face aos pa- drões dimensionais dos vagões adotados nesse país. Em contrapartida, o sistema francês exigia linhas espe- ciais para a produção desses tubos desde o forno de tratamento térmico, o que significava altos investimen- tos para sua implantação. Não era o caso do sistema adotado pela CFB, que permitia o uso dos mesmos forno e linha de acabamentos, porém com diâmetros limitados a 900 mm. Era uma tecnologia concorrente de PaM e, portanto, não era bem vista pelos seus executivos e, formalmente, criava situação industrial muito seme- lhante àquela da tecnologia Arens, quando da aquisição do controle acionário da CMB.

Diante de um tal situação industrial, não seriam levadas em conta fatores estratégicos, embora que da maior importância para um possível futuro da integração latino-americana: a CFB se encontrava implan- tada sobre um eixo rodoviário de notável importância estratégica em termos continentais - a BR-262 – ligan- do o Atlântico ao Pacífico. Para o grupo internacional, tal posição até mesmo contrariava seus interesses ime- diatos, posto que negociava a aquisição do controle de uma outra pequena empresa centrifugadora situada na Venezuela, através da qual pretendia abastecer toda a costa latino-americana do Pacífico. Finalmente, a CFB possuía uma capacidade de realização tecnológica que não convinha fosse mantida no Brasil, pois a po- lítica tecnológica do Grupo sempre fora a da importação de sistemas completos , com a engenharia fornecida nas condições conhecidas como “Black-Box”, geralmente oriundas do Centre de Recherches de Pont-à- Mousson.

A Companhia Ferro Brasileiro era aquela naturalmente indicada ao desaparecimento, como já co- mentado no Capítulo 5, in fine. Efetivamente, tal foi realizado a partir de 21 de outubro de 1991, com a incor- poração social da CFB à CMB, como tratado no capítulo 5. Essa operação foi consolidada através das resolu- ções tomadas na Assembléia Geral dos Acionistas da CMB, na data de 29 de novembro de 1991 (DIÁRIO OFICIAL do Estado do Rio de Janeiro, 1991).