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Capítulo 6 Considerações Finais

6.3 Novos caminhos e algumas limitações

É importante também assinalar que os resultados deste estudo demonstraram a ocorrência da conexão teoria-prática. Essa ligação desencadeou mudanças nas salas de aula pesquisadas, que atenuaram os problemas inicialmente apontados pelas professoras participantes. No entanto, as mudanças foram bastante graduais e não ocorreram na mesma velocidade ou profundidade para todas as professoras. Nisso incidiram não apenas fatores pessoais como, principalmente, institucionais e macro sociais. Assim, novas pesquisas poderão, num trabalho maior e mais conjugado, propor mudanças mais amplas que possam afetar diretamente as instituições e que visem, também, ao debate sobre políticas lingüísticas e educacionais no Brasil, incluindo aí, por exemplo, a efetiva avaliação da qualidade dos cursos de licenciatura, origem do problema, ao lado do baixo prestígio social e econômico do professor de ensino fundamental e médio em nossa sociedade. Além disso, outras pesquisas poderão investigar de modo mais detalhado o impacto do trabalho colaborativo na aprendizagem para verificar como (ou se) os alunos

e a comunidade escolar percebem as mudanças operadas pelos professores e o que pensam delas.

Não obstante, há que se considerar que, a despeito dos recursos teórico- metodológicos utilizados nesta pesquisa e no EDUCONLE, que se acredita efetivos para gerar conscientização e mudança, as professoras participantes, embora escolhidas aleatoriamente, demonstraram, desde sua adesão voluntária à pesquisa, grande compromisso e disposição. Elas foram, de fato, protagonistas do trabalho, e não se sabe se os resultados teriam sido os mesmos sem essa contribuição. Mas ela ocorreu, e é animador poder registrá-la aqui.

Ademais, o EDUCONLE poderá colher mais e melhores frutos se continuar a propor, cada vez mais, o rompimento com o trabalho disciplinar das quatro habilidades no ensino de línguas e seguir trabalhando de modo temático e integrador. Adicionalmente, propõe-se, aqui, a inserção de módulos de pedagogia crítica ao longo das aulas de metodologia, como elemento catalisador dessa ação integradora e emancipadora.

Por fim, confesso que, com este estudo, fiz-me ora Hermes, ora boneca russa e aprendi, com a rede de colaboração, a importância de saber ouvir outro, para com ele trabalhar. Pensei estar fazendo um doutorado, qualificando-me como pesquisadora. No entanto, tornei-me, mais que tudo, uma professora e formadora mais competente, além de pessoa mais emancipada. Fiz, portanto, eu mesma, a ponte teoria-prática, proposta deste trabalho, and it was really worth doing it.

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ANEXO A

Declarações e Termos de Consentimento Universidade Federal de Minas Gerais

Faculdade de Letras

Programa de Pós-Graduação em Lingüística Belo Horizonte, 14 de junho de 2004.

Declaração e Registro de Cronograma de Pesquisa

Declaro, para os devidos fins, que Maria Ângela Ribeiro Bomfim é participante da pesquisa de doutorado intitulada A relação teoria e prática num programa de formação continuada de professores de línguas: uma abordagem etnográfica (título provisório), conduzida pela doutoranda Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira, sob a orientação da Profa. Dra. Deise Prina Dutra.

Informo, outrossim, que as sessões colaborativas entre a pesquisadora e a participante ocorrem quinzenalmente, às sextas-feiras, das 14:00 às 16:00, no quarto andar da Faculdade de Letras da UFMG.

Declaro, também, que a pesquisadora observa as aulas da participante, na escola Municipal Carlos Lacerda, nas turmas de ensino médio, quinzenalmente, às quartas- feiras à noite.

Na última quarta-feira, dia 09/06/04, a participante esteve presente à sessão de apresentação de trabalhos da SEVFALE, conforme pode-se observar na programação anexa. Ademais, informo que os dados de pesquisa serão coletados até novembro de 2004.

Respeitosamente,

Profa. Deise Prina Dutra Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira

Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Letras

Programa de Pós-Graduação em Lingüística Belo Horizonte, 14 de junho de 2004.

Declaração e Registro de Cronograma de Pesquisa

Declaro, para os devidos fins, que Nelma de Carvalho Lage é participante da pesquisa de doutorado intitulada A relação teoria e prática num programa de formação continuada de professores de línguas: uma abordagem etnográfica (título provisório), conduzida pela doutoranda Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira, sob a orientação da Profa. Dra. Deise Prina Dutra.

Informo, outrossim, que as sessões colaborativas entre a pesquisadora e a participante ocorrem quinzenalmente, às sextas-feiras, das 14:00 às 16:00, no quarto andar da Faculdade de Letras da UFMG.

Declaro, também, que pesquisadora observa as aulas da participante, nas turmas de sexta-série, quinzenalmente, às quartas-feiras à tarde.

Ademais, informo que os dados de pesquisa serão coletados até novembro de 2004.

Sem mais, despeço-me respeitosamente.

Profa. Deise Prina Dutra Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira

Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Letras

Programa de Pós-Graduação em Lingüística Belo Horizonte, 14 de junho de 2004.

Declaração e Registro de Cronograma de Pesquisa

Declaro, para os devidos fins, que Patrícia Valéria Coutinho é participante da pesquisa de doutorado intitulada A relação teoria e prática num programa de formação continuada de professores de línguas: uma abordagem etnográfica (título provisório), conduzida pela doutoranda Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira, sob a orientação da Profa. Dra. Deise Prina Dutra.

Informo, outrossim, que as sessões colaborativas entre a pesquisadora e a participante ocorrem quinzenalmente, às sextas-feiras, das 14:00 às 16:00, no quarto andar da Faculdade de Letras da UFMG.

Declaro, também, que pesquisadora observa as aulas da participante, na Escola Estadual Pedro Segundo, nas turmas do segundo ano do Ensino Médio, quinzenalmente, às quartas-feiras à noite. Ademais, informo que os dados de pesquisa serão coletados até novembro de 2004.

Sem mais, despeço-me respeitosamente.

Profa. Deise Prina Dutra Ana Larissa Adorno Marciotto Oliveira

Consentimento para participar da pesquisa

(Diretor)

Tendo em vista a pesquisa de doutorado intitulada A relação teoria e prática num programa de formação continuada de professores de línguas: uma abordagem etnográfica (título provisório), conduzida pela doutoranda Ana Larissa Adorno

Marciotto Oliveira, na FALE- UFM, sob a orientação da Profa. Dra. Deise Prina Dutra, pedimos sua permissão para acompanhar as aulas da Professora

_____________________________________________, na turma ____________________, quinzenalmente, no ano de 2004.

Diretor da escola (assinatura e carimbo) Pesquisador

ANEXO B1

Amostra de transcrições de dados

Fita: História de vida Maria Ângela E1: Pesquisadora

I: Maria Ângela

Fita: Maria Ângela

E1 - ... conte episódios importantes da sua história de vida, pode sê desde a sua infância até a sua vida escolar, a vida adulta, a vida profissional e falano também um pouquinho do seu contato com a Língua Inglesa.

I – Hum, hum.(++) Cê qué que eu comece contano é é os fatos importantes E1 – É.

I – que me marcaram?

E1 – Pode sê onde cê nasceu’ e tal coisa.

I – Ahã. É. Eu nascia aqui em Belo Horizonte né”. E1 – Uhu.

I – Minha família é do interior (+) de Minas, de Cachoeirinha. Eu fui/ E1 – Ah é, de Cachoeirinha.

I – Já ouviu falá? E1 – Já ((risos))

I – Perto de Diamantina. E1 – Ahã.

I – Meus irmãos nasceram lá e eu nasci (+) depois de onze anos. E1 – Ah você é raspa do tacho? Ah:::

I – (a caçulinha) E1 - Que legal.

I – É. E:: minha infância foi muito feliz até que eu perdi meu pai muito cedo. Eu perdi meu pai eu tinha oito anos.

I – E assim::: foi uma coisa muito traumatizante porque nós estávamos todos dentro de casa e ele sentiu mal (incompreensível) e eu tava perto ainda. Então depois pra eu podê me reerguê foi bem complicado.

E1 – Eu imagino, com oito anos né?. I – É.

E1 – Ele morreu do coração então? I – Ele teve um um, ele tinha 47 anos. E1 – Novíssimo.

I – É. E::: teve um ataque de coração e foi assim fulminante praticamente, porque ele já chegô no hospital morto. Então foi bem traumatizante mesmo. É:: eu disse pra você eu já tinha essa diferença de idade.

E1 – Hum, hum.

I – Então minha irmã já tava se formano, naquela época era Normal, né? E1 – Hum, hum.

I – Meu irmão, também, tinha acabado de passá no Vestibular, então é:: demorou pouco tempo pra eles saírem de casa e eu fiquei, só com minha mãe. Aí nessa época, minha mãe era professora, aposentada já, quando ela me teve.

E1 – Hum, hum.

I – Ela já me teve com trinta e nove anos. ((pigarro)) Uma mãe assim maravilhosa, meu pai tamém. Então assim eu tive muita sorte, sabe?.

E1 – Hum, hum.

I – E::: é::: a gente era nós éramos muito apegadas. E com esse advento da morte do meu pai, ficamos mais mais ainda né”. E:: meus irmãos: minha irmã se casô, um tempo depois, meu irmão se formô em engenharia e foi morá fora e eu fiquei com ela. E ela sempre teve esse cuidado assim, apesar da gente te um tê uma situação financeira muito apertada, principalmente porque o meu pai morreu de repente

E1 – Ah

I – ela tinha um cuidado todo especial coma nossa educação. Ela:: fazia questão que a gente estudasse em bons colégios e ela dizia que, além disso ela, uma coisa muito engraçada o detalhe com de cuidado com os dentes também sabe? De

E1 – Hum, hum .

I – de levá (a gente) no dentista, apesar de não podê. E1 – Hum, hum (++) ela tinha cultura né”.

I – É. Então é eu num (ganhava)/ eu nasci na Serra, no bairro da Serra, vivi lá até de/ dez anos depois de casada. E aí ((pigarro)) eu estudei no Colégio Assunção

I – e:: é um colégio de irmãs (ininteligível) a escola sê pequena mas é uma escola boa é o primário sabe” uma escola assim que era umas:: umas cinco professoras só dentro de uma escola, particular. Eu eu achei que eu eu fui bem assim:: e:: porque eu acho que o curso seno de 1ª à 4ª é tão importante né?.

E1 – (É muito importante é.)

I – Você se você não fizé bem feito cê falha, parece que cê falha depois e tal que você às vezes não consegue te retirá né”.

E1 - É.

I – E:: ((pigarro)) quando eu fui pro Colégio Assunção naquela época era francês E1 – Ah::

I – que a gente fazia. E eu gostava muito de francês sabe? Tinha uma irmã é:: Irmã Maria da Paz, seu eu me lembro, que dava aula de francês, e ela (++) sabia fazê muito bem sabe? ela ela tinha uma pronuncia muito bonita, e eu gostei muito da do francês e tá mas depois, acho que quando chegô na 8ª série

E1 – Hum, hum I - mudô pro inglês

E1 – Hum, hum. Era assim mesmo.

I – né”. E:: aí na 8ª série, o primeiro contato com inglês, e aí minha mãe, como ela viu que eu gostava muito de línguas e tal, e ela sabia da importância tamém, ela falô assim: “Não, se cê qué estudá inglês fora, nós vamos fazê o sacrifício, vô pagá o inglês pra você”. Naquela época ela começô a estudá no Mai, cê imagina há quantos anos atrás. E1 – Hum, hum.

I – ((pigarro)) E ali do Funcionários, que foi o primeiro Mai que teve aqui em Belo Horizonte, na Avenida Brasil.

E1 – Hum, hum . I – Aí foi o auê sabe”. E1 – Uhu.

I – Gostava mUIto mesmo das aulas

E1 – Aí cê já tinha o quê? É cê tava no segun/ no no já tava na época [(ininteligível)] I – [No Ensino Colegial]

E1 – Ahã.

I – No Ensino Médio né? E1 – É

E1 – Científico, é.

I – Aí nessa época tamém o o Colégio Assunção vendeu a o colégio, uma pena né”, as irmãs venderam pro Promove.

E1 – Uhu.

I – Então passei a estudar no Promove, a era o lugar assim muito bom lá na Serra, sabe? Era uma casa que hoje até virô, é foi tombada pelo, a parte da frente, pelo Patrimônio Histórico.

E1 – Que legal.

I – Atrás construíram dois prédios enormes. E1 – Hum, hum.

I – Mas era um um espaço muito bonito. E no 3º ano fui pro Promove que era no centro, que aí a gente já fazia o cursinho junto e tal. E na/ pra:: escolhê o que eu queria fazê, eu só gostava de línguas sabe”. Então é aquela coisa de você falá assim “Ah o que que cê vai fazê”, “Ah eu vô fazê Letras”, “Ah Letras” todo mundo fala assim (ininteligível) E1 – Hum, hum.

I - dano pouca importância né? E1 – Hum, hum.

I – ((pigarro)) (Assim mesmo) era o que eu queria. Não assim ah, eu num pensava nem em dá aula não sabe? eu queria aprofundá no estudo da língua mesmo, eu gostava muito. (++) É:: eu pensava assim talvez é::: me interessá um pouco profissão ou então pode sê fazê um trabalho assim tipo secretária bilíngüe sabe?.

E1 – Não pensava em dá aula.

I – Não. É e minha mãe sempre falô muito, sabe: “Ah minha filha, eu num queria que cê fosse professora”. ((risos))

E2 – É o contrário da mãe da Patrícia, a mãe da Patrícia queria que ela fosse professora. I – Minha mãe toda vida falô isso comigo: “minha filha eu num queria que se fosse professora”

E2 – Por que não?

I – “porque professora é uma vida muito sofrida, [ganha poco]” E2 – [Ganha poco].

I – E quando eu passei no Vestibular, eu fiz naquela época s/ é é só PUC, UFMG e acho