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AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO

3.2 Recorte Espacial

Para fins de avaliar a sit uação do confort o t érm ico nas áreas escolhidas do m unicípio de São Luís, em face de sua vulnerabilidade socioespacial, verificou- se que não há grande diversidade de tipologias const rutivas na sua ár ea urbana, de form a que predom inam t rês padrões const rutivos típicos: fecham ent o em m adeira com t elha de fibrocim ent o, fecham ent o em alvenaria sem reboco com t elha de fibrocim ent o, e fecham ent o em alvenaria com reboco e t elha de cerâm ica. Essa cert a hom ogeneidade por grupos de padrões const rut ivos perm itiu definir com m aior precisão as habit ações que seriam usadas com o post os m icroclim áticos e aquelas às quais seriam aplicados os questionários sobre a percepção do confort o t érm ico. Ao m esm o t em po, a predefinição por sem elhança ent re os padrões const rutivos dos post os m icroclim áticos e as habit ações am ost rais, possibilit a a com paração entre os dados regist rados e as condições de saúde investigada.

A escolha dos bairros pesquisados obedeceu o critério da hom ogeneidade dos padrões const rut ivos, porém , com o em São Luís não exist e um a legislação especifica sobre os lim ites dos bairros, adot ou a definição do I BGE que est abelece t ais lim it es considerando os set ores censit ários. A escolha dos lim it es pelo set or censit ário, perm itiu caract erizar m elhor a vulnerabilidade socioespacial das áreas considerando os set ores censit ários ( geralm ent e form ados por cerca de 200 a 300 dom icílios) constit uem a m enor unidade para o qual o I BGE fornece inform ações socioeconôm icas, t ais com o: renda m édia dos chefes de fam ília, porcent agem de chefes de fam ília com nível superior, núm ero de dom icílios por t ipo, et c. Essas inform ações podem ser usadas para definir, at ravés de t écnicas est atísticas m ultivariadas, grupos de set ores hom ogêneos, cham ados est rat os, em cada m unicípio selecionado.

Nest e t rabalho, os dados do censo de 2010 foram t rat ados, criando e identificando variáveis com m aior capacidade de expressar as diferenças int erset ores, e utilizando- as em um processo de classificação m ultivariado que gerou um a tipologia socioeconôm ica dos set ores censit ários, perm itindo assim avaliar as diferenças ent re as áreas pesquisadas.

A classificação m ultivariada, t am bém denom inada análise de clust er, é um conj unt o de procedim ent os que visa agrupar e discrim inar grupos de indivíduos, regiões ou qualquer obj et o. Est es agrupam ent os ou clust er são constit uídos definindo- se crit érios baseados em dist âncias. Dist ância é um a m edida m at em ática de sim ilaridade, que pode ser geográfica, t em poral ou baseada em qualquer caract erística do obj et o. Quando são utilizadas diversas variáveis é possível a const rução de grupam ent os onde o crit ério de sim ilaridade est á dist ribuído ent re diversas caract erísticas.

Port ant o, a partir desse recort e e delim it ação das áreas pesquisadas foi m onit orado e avaliado o confort o t érm ico de 9 ( nove) habit ações com t ecnologia e padrão const rutivos diferent es em 3 ( t rês) áreas urbanas de São Luís (Figura 8) , a Vila Cruzado, a Salinas do Sacavém e a Forquilha, destacando nas m esm as a deficiência na infraest rut ura urbana e a vulnerabilidade socioespacial.

Part iu- se do pressupost o que um a casa pode m odular com m aior ou m enor eficácia os diversos at ribut os clim áticos, sendo os principais a t em peratura, a radiação solar, a um idade do ar, vent os e precipit ação. A sensação de confort o é det erm inada por quat ro fat ores físicos, com o a tem perat ura do ar, a um idade do ar, o cam po de radiação e a ventilação ( OLGYAY, 1998) . O ideal seria m edir e analisar essas quat ro variáveis no int erior de cada habit ação para chegar a conclusões m ais abrangent es.

Devido à falt a de equipam ent os necessários para a m edição do cam po de radiação e ventilação, e t am bém à dificuldade de t rabalhar e regist rar t odas essas variáveis foi possível nest e t rabalho regist rar a tem perat ura e um idade relativa do ar at ravés de m ini regist radores digit ais, equipam ent os disponíveis no GAI A ( Grupo de Pesquisa I nt erações na Superfície Terrest re, Água e Atm osfera) do Program a de Pós- graduação em Geografia da Universidade Est adual Paulist a (UNESP) - Cam pi de Presidente Prudent e.

O vent o é um elem ent o im port ant e, considerando que o efeit o da velocidade do ar no confort o das pessoas est á relacionado com o cont role dos processos de t ransferência de calor por convecção. “A velocidade do ar em am biente interno teoricam ente seria baixa ( 0 a 0,5 m / s) , e t eoricam ent e dent ro dos lim ites t erm icam ente aceit áveis, não é necessário que o ar apresent e um m ovim ent o m ínim o para proporcionar confort o t érm ico”

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( ULTI MURA, 2010, p. 55)

A escolha das residências cont em plou a t ecnologia em pregada na const rução e m at erial const rutivo de fecham ent o, pois se considerou que o conj unt o de t écnicas em pregadas ( form a de se const ruir) e a qualidade dos m at eriais das paredes e cobert uras irão determ inar as condições de desem penho térm ico da edificação

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Os tipos de padrões const rutivos foram classificados de acordo com o m aterial em pregado nas paredes e cobert ura das habit ações. A escolha dest as duas superfícies j ustifica- se pela alt a influência que as m esm as exercem nas t rocas de calor ent re o am biente int erno e ext erno, definindo as condições de confort o do am biente interno.

Os padrões const rutivos das residências selecionadas t am bém caract erizam - se por ser um tipo dom inant e e represent ativo m uit o predom inant e nas áreas de vulnerabilidade socioespacial em São Luís, que para além do m at erial const rutivo utilizado, envolve o tipo do desenho const rutivo, principalm ent e as fachadas que pouco perm it e a livre circulação do ar.

Dessa form a, os m odelos represent ativos nas 3 ( t rês) áreas são:

- fecham ent o em m adeira reutilizada e cobert ura de t elha ondulada de fibrocim ent o,

- fecham ent o em alvenaria (tij olos furados cerâm icos) com e sem reboco e cobert ura de t elha ondulada de fibrocim ent o,

- fecham ent o em alvenaria ( tij olos furados cerâm icos) com revestim ent o de cerâm ica e cobert ura de t elha de cerâm ica,

- fecham ent o em alvenaria (tij olo furados cerâm icos) sem reboco ou com reboco com cobert ura de t elha de cerâm ica.

Figura 8. Localização da Vila Cruzado, Salinas do Sacavém e da Forquilha na área urbana de São Luís.