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O contraponto entre o discurso oficial e a prática pedagógica na

3. UM OLHAR CRÍTICO DO ENEM A PARTIR DOS PROTAGONISTAS DE

4.1 O contraponto entre o discurso oficial e a prática pedagógica na

A análise dos documentos oficiais que tratam da política do Enem e dos quais emana o discurso governamental, será tarefa neste tópico.

O conjunto de documentos revelou finalidades, intenções, motivações, expectativas, que podem ser vistas como categorias de análise. Estas subsidiaram a reflexão tendo como horizonte estabelecer o contraponto entre o discurso oficial, oriundo do poder central, e uma prática pedagógica que, ao mesmo tempo, contempla e extrapola as locus desta pesquisa. Emergiram como categorias: a adesão ao Enem, a articulação com vistas a democratização do acesso ao Ensino Superior. O Enem como auto-avaliação, a operacionalização na execução, o acesso ao próprio Exame, os resultados, a responsabilização e implicação do currículo no Ensino Médio.

Quanto à categoria da adesão/aceitação arrolou-se o que segue: o Enem, se comparado às demais políticas de avaliação do MEC, tem um diferencial bastante significativo, porque seu potencial motivacional é positivo, seja por ser considerado um dos componentes do processo seletivo para admissão ao ensino superior, seja pela promessa de ser uma estratégia de auto-avaliação. Isto lhe confere uma aceitação e um poder de adesão que as demais políticas não possuem. As outras políticas, por enfrentarem resistência, precisam de outros apelos. No caso do Provão, cuja motivação é predominantemente negativa, apela para a punição do aluno que pode, tanto não receber o diploma, quanto ser discriminado pelo mercado de trabalho. Para a Instituição, a punição seria a de perder recursos financeiros quando seus cursos apresentassem conceitos abaixo da média e, se o fato ocorresse reiteradamente, ou ameaça de fechamento que chegou a ser feita e não perda de alunos.

Em relação ao Enem, o aluno passa a aceitá-lo com mais facilidade, porque propicia a realização de um treino, de um preparo para os processos seletivos das Universidades, já que o Exame utiliza-se do mesmo ritual das grandes universidades (anexo 1). O aluno, também, aceita o Enem pelo fato de haver um anúncio de que

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este se constitui uma estratégia de auto-avaliação, bem pouco explorada na escola. O caráter voluntário deste exame, o qual exige a decisão do próprio aluno, e talvez de sua família, faz com que ele seja mais aceito.

Constata-se que a política do Enem, em razão do apelo da democratização do acesso ao Ensino Superior sofre menos críticas, até mesmo pelo movimento estudantil organizado. Levando-se em consideração essas manifestações, as críticas mais contundentes voltaram-se para o Provão, em razão das repercussões imediatas, e pelo fato de ferir a autonomia das instituições de ensino superior. As conseqüências podem ser exemplificadas entre outras, pela rotulação do aluno, pelo ranqueamento e, ainda, pela não liberação do diploma. Até então, as Instituições de Ensino Superior não tinham tido este tipo de ingerência pela via da avaliação externa. A sua implantação por medida provisória, completando-se com o decreto, pouco antes da edição e da aprovação da nova LDB, mostra e põe em evidência a desconsideração pelo sistema de avaliação das Universidades Públicas, já em curso, e um encaminhamento autoritário.

Pelo fato do Enem, estar então respaldado legalmente na Lei nº9394/96, recentemente aprovada, portanto dentro dos padrões de legitimidade social, teve imediata aceitação.

O Enem, em seus primeiros anos de aplicação teve as críticas ao seu programa neutralizadas, em razão do forte apelo à democratização do acesso ao Ensino Superior, mantendo esta situação, enquanto havia maiores expectativas e não se dispunha de dados para fazer frente ao discurso governamental.

Com as Universidades de grande porte ocorreu o mesmo processo. Inicialmente, havia uma pressão para que adotassem o Enem como parte do processo seletivo. Agora que este já se mostrava consolidado enquanto política, não se percebiam ações de acompanhamento e avaliação da efetiva repercussão desta política e de sua efetividade social. Fixavam-se, apenas, nos números da participação, em termos de marketing, que pudessem ser manipulados para dar visibilidade à política governamental. O Enem para o aluno é mais concreto e tem visibilidade comparado ao SAEB que só, recentemente, ampliou a avaliação para o Ensino Médio, e pelo fato de ser amostral, poucos são os que dele participam. O aluno concluinte ou egresso do Ensino Médio, adere mais facilmente ao Enem, em razão dessa política estar mais próxima dele, e ter maior legitimidade junto à sociedade, graças aos apelos da mídia, sob encomenda do governo federal.

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Hoje a articulação aparece como uma política explícita, pois as passagens de um nível para outro, ou mesmo as passagens entre etapas de um mesmo nível constituem problemas sobejamente conhecidos, mas nunca verdadeiramente discutidos e solucionados.

A articulação entre o Ensino Superior e o Ensino Médio tem sido objeto da legislação sobre o vestibular, desde a década de 70, mas pouco tem sido feito, e menos ainda tem sido cobrado. Havia dispositivos na legislação destinando o excedente dos recursos obtidos, a título de taxa de inscrição, para ser utilizado em ações de articulação entre o Ensino Médio e o Ensino Superior. Mesmo havendo potencial na política do Enem para restabelecer esta articulação, mas enfrenta resistências, em razão de ter origem externa e ter sido implantada de cima para baixo. Por conseqüência, perde força com as escolas, principalmente com as da rede pública que vivenciaram na maioria dos Estados, pelo menos por uma década (meados de 80/90), orientações progressistas com participação ativa na construção das propostas. Diante desta nova orientação, sentem-se apenas executoras das políticas, como já ocorrera na década de 70.

Inicialmente, havia uma esperança de que o Enem pelo seu tipo de Prova valorizasse o processo de aprendizagem e não somente os seus produtos, e com isto, beneficiasse os alunos concluintes e egressos da escola pública, a qual na sua metodologia enfatiza o processo, trabalha, na sua maioria, com o livro didático. Esta vantagem se é que houve, logo foi esmaecendo-se, neutralizando-se. Atribui-se esta neutralização, à rápida capacidade das escolas particulares de articularem-se, incorporando as mudanças, mais visíveis nas provas do Enem, mas postas nas DCNEM. Estas apresentam como princípios metodológicos os da contextualização e da interdisciplinaridade, estão expressos na orientação metodológica, sob a forma de resolução de problemas, a partir das situações do cotidiano.

Por outro lado, a UFPR contraditoriamente criou formas de neutralizar a pontuação da Prova do Enem como componente do seu processo seletivo. Seria uma forma de cercear a possibilidade de que os candidatos pudessem ser beneficiados. Na dúvida, nada melhor que utilizá-lo como critério de desempate e não mais como uma nota independente.

Nesta situação, o papel do Enem, tende a mascarar as desigualdades, subestimando a “rede de proteção” que as classes sociais mais privilegiadas utilizam para proteger os seus filhos, criando uma falsa ilusão de benefício, junto aos alunos

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da escola pública. Inicialmente, se o modelo do Enem, por cobrir as principais disciplinas da Base Nacional Comum, articulava-se com o “Vestibular” das Federais, atualmente este modelo interessa mais ao processo seletivo das universidades particulares, que investiram no “Vestibular Vocacionado“14

, por área, tendo no resultado do Enem desempenho comum a compor com o desempenho específico, obtido nas áreas escolhidas.

Ressalvando-se que os alunos das escolas públicas são candidatos às escolas particulares, a ampliação do número de alunos das escolas públicas que tem prestado o exame facilita e, inclusive, é vantajosa em termos econômicos. O Enem pode ser utilizado como o único critério de seleção para as Instituições de Ensino Superior de pequeno porte.

Será difícil ocorrer a substituição do Processo Seletivo de admissão ao Ensino Superior, pela alternativa do Enem, e o conseqüente enfraquecimento da estrutura paralela constituída pelos Cursinhos, uma vez que os tempos atuais são de crise financeira, e a vaga gratuita nas Federais e ou Estaduais, passa a ser mais disputada. Esta situação, faz com que o Enem passe a ser realizado por alunos das escolas particulares, clientes dos Cursinhos, como uma alternativa a mais para conseguir vaga nos cursos com maior relação aluno-vaga (Medicina, Odontologia, Engenharias, entre outros). Entende-se que os cursinhos estão incorporando o Enem na preparação dos alunos, sem maiores problemas, inclusive em suas planilhas de custos.

No Estado do Paraná foi criado pela primeira vez um Núcleo de Articulação entre o Ensino Médio - SEED-PR - e o Ensino Superior-UFPR com o objetivo de potencializar, operacionalizar essa política, entre outras possibilidades de articulação, que no entendimento de políticas mais críticas devem ter mão dupla.

Percebeu-se que o formato escolhido, o de Núcleo foi de fácil implantação, mas revelou-se frágil quanto à sua manutenção e assim, que passou o entusiasmo inicial, foi enfraquecendo.

Procede o uso que os estudantes fazem do Enem como um treino, um preparo para o “Vestibular”, levando-se em conta que a Fundação CESGRANRIO encarregada da aplicação e correção em nível nacional, utiliza as mesmas

14 A partir da implantação da nova LDB, o vestibular unificado como tal foi extinto, e a base comum nacional, passou a ser, apenas, uma das formas do Processo Seletivo previsto na nova legislação. Ressurge o Vestibular Vocacionado, ou seja, aquele que privilegia, na sua proposta, apenas conteúdos mais diretamente ligados à área do curso pretendido e/ou provas de aptidão

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estratégias na aplicação do “Concurso Vestibular”, o mesmo rigor e, inclusive, serve- se dos espaços físicos das Instituições de Ensino Superior. Isto assegura ao Enem a legitimidade, a credibilidade de que necessita junto às instituições e sociedade para ser reconhecido como componente, como alternativa para processos seletivos mais concorridos, quais sejam os das Universidades Federais e Estaduais.

Relevante, ainda, para as escolas públicas é a questão do escore para estabelecer o corte para correção das provas do vestibular e que, a cada aumento da demanda, pode estar subindo. Quanto aos alunos das públicas, muitos podem nem estar alcançando o escore estabelecido e, por esse motivo, não terão a condição de aproveitar os resultados do Enem. Destaque-se que esta contabilidade não é visível para os alunos.

O aumento do atendimento à demanda do Ensino Médio na Rede Pública, sem o aumento de oportunidades educacionais na Rede Pública de Ensino Superior, paradoxalmente enfraquece a política de democratização do acesso, uma vez que a seleção permanece acirrada para todos.

A recente ampliação com a participação de alunos da rede pública, foi motivada pela isenção da taxa estendida aos carentes da rede particular. Depreende-se daí, que havia a intenção de ampliar a participação dos alunos da rede particular, pois passada a euforia do acesso dos alunos das escolas públicas, torna-se relevante para esta política, conquistar o interesse dos alunos das particulares, que disputam os cursos mais concorridos e, nesse caso, a nota do Enem poderá ser um diferencial.

O aumento de oportunidades educacionais no Ensino Superior, neste período, ocorreu para as instituições particulares e, nesta situação, os alunos não necessitaram do Enem, mas do Financiamento do Ensino Superior - FIES, ou de condições financeiras mínimas para manter-se no curso, sem serem vencidos pela inadimplência. Constata-se hoje, que a evasão dos alunos nas Instituições Particulares ocorre mais freqüentemente por motivos econômicos, do que por questões intelectivas. Alunos com ótimo desempenho escolar abandonam o curso, motivados exclusivamente pela questão financeira. A partir do ProUni, o governo federal passou a utilizar-se do Enem como uma pré-seleção (nota e dados do questionário sócio-econômico), para efeito de conquista de vaga e distribuição de bolsas integrais e parciais para alunos que cursaram a Escola Pública.

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Se a mídia divulga e investe nos dados do Enem relativos à Instituições Superiores de Ensino que passaram a utilizá-lo, e no número de inscritos, mas não divulga a porcentagem de alunos de escolas públicas que usufruíram deste Exame, é porque estes números não devem ser significativos. Vide quadros 2 e 3 no apêndice.

A efetividade social desta política deveria ter como parâmetros, porcentagem além dos 10% de alunos da escola pública que já se encontram na Universidade e, no entanto, concentram-se nos cursos com menor procura, com menos status.

O argumento inicial para implantar e consolidar o Enem foi a democratização do acesso ao Ensino Superior, com o auxílio do marketing governamental. A nota do exame fazia parte do processo seletivo das universidades públicas, e isto, a duras penas, vinha sendo assegurada. Ao mesmo tempo, houve uma primeira e valiosa conquista, isto é, a imposição de sua forma de avaliação às Instituições de Ensino Superior que o incorporaram. Ressalte-se que passou ainda pela crítica velada e, muitas vezes, explícita ao tipo de provas realizadas nos processos seletivos com questões marcadas pela memorização. Estas eram descontextualizadas e não utilizavam a resolução de problemas como metodologia, o que vale dizer, ignoravam a interdisciplinaridade.

Os responsáveis pelo Enem provavelmente soubessem que se o exame fosse utilizado, apenas, como estratégia de auto-avaliação, não teria a mesma força, a mesma repercussão que lhe confere a participação nos processos seletivos. Seria desconfortável, trazer a público, o fator comparativo, colocando em xeque as propostas das Universidades para este processo, que têm sido criticado por fazer cobranças, além do nível de Ensino Médio, e incorporar de modo pouco significativo as questões do Ensino Fundamental.

O que se quer saber, na realidade, é se as questões do Vestibular se alteraram a partir das Provas do Enem.

Há, ainda, uma queixa em relação às provas do Enem que não conseguem avaliar as competências e habilidades sugeridas, assim como há pouca valorização pelas Universidades e Instituições de Ensino Superior, embora o número de usuários destes resultados até o momento seja de 384 instituições. (6.ª edição)

A exemplo do Provão, que premia os primeiros lugares com bolsas de estudo, o Enem também faz o ranqueamento e a premiação revelando que estas políticas estão afinadas com a lógica capitalista, amparada na meritocracia. Esta situação se

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reproduz devido ao sucesso da medida, ou seja, sua repercussão. O ranqueamento e a premiação, ainda são utilizados como recursos de marketing e redundam em novas adesões.

Articulação do ENEM em relação ao currículo do ensino médio

As repercussões esperadas no currículo do Ensino Médio foram elencadas pelos tecnocratas do Enem. Estas gerariam, pelo tipo de questões trabalhadas na prova, uma mudança de metodologia. No entanto, entende-se que esta política é apenas coadjuvante e concorrente da política maior que está posta nas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio. Ressalte-se que, embora, implantada em 1998 quase concomitante ao Enem, desde sua versão preliminar, já vinha defendendo os mesmos pressupostos.

Daí, haver repercussões como alerta a legislação no que tange ao Ensino Médio, principalmente pelo seu modelo, sob a forma de matriz baseada em competências e habilidades. Ora, esta matriz é operacionalizada em provas com questões interdisciplinares que, ao mesmo tempo, exigem raciocínio e sustentam-se em situações-problemas a serem resolvidas. Este modelo justifica-se segundo o Inep/MEC em nome das exigências do mercadoque procura um cidadão, formação geral sólida, aliada à flexibilidade para resolver situações de trabalho, aplicando os conhecimentos no trabalho.

Examinando o material de divulgação do Enem, não há menção a autores e os conceitos mais utilizados como o de competência e habilidades aparecem sem qualquer indicação da linha teórica ou de autores. Esta estratégia acaba passando a falsa idéia de que esta política foi aqui gestada e produzida. Nos Seminários e Encontros realizados principalmente no momento da implantação da política, técnicos do Inep/MEC, responsáveis pela proposta do Enem faziam uma defesa incondicional da proposta, desviando a atenção dos participantes para a grafia de termos15. Anunciavam a possibilidade de articulação, desta vez institucionalizada com o Ensino Médio, através de equipes da SEED com a Universidade. Esta, foi a estratégia utilizada no Paraná. Desta forma, foram discutidas as questões de entendimento, de operacionalização, mas sem entrar nas questões de ordem política que levariam ao questionamento da linha e da concepção de avaliação que subjaz a

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este Exame. Nenhuma menção foi feita ao fato desta política ser mundial, e nem aos modelos que estavam sendo seguidos como parâmetros.

O estudo das políticas de avaliação concentra-se mais no instrumento da prova, do exame como é o caso do SAEB/ENEM/PROVÃO, com a avaliação de desempenho do aluno pela via, “janela do currículo”. No entanto, existe um conjunto de outras estratégias, instrumentos que utilizando o aluno, avaliam também a Escola, e mais uma vez o Currículo. Este é o caso do questionário sócio-econômico que acompanha o manual do inscrito o qual o aluno deve preencher e que por ser bastante detalhado e abrangente, oferece uma boa base de dados para o MEC. A entrega do questionário é garantida pois é condição sine qua non para a realização da prova.

Acesso ao exame

Até o ano de 2001, nem todos os alunos participavam do Enem, permanecendo este exame restrito mais aos alunos que às escolas, já que estas não assumiam os maus resultados. No exame de 2002, o MEC com a medida de isentar alunos de escolas públicas ampliou o número de participantes, ao mesmo tempo que aumenta, gradativamente, o número de Instituições particulares, as quais utilizam seus resultados, seja como a única nota, ou atribuindo peso significativo.

Ao estabelecer o critério de 90% de participantes, no Exame, como condição para ter acesso à divulgação dos resultados para as escolas, o Enem impede as mesmas de conhecer os dados de desempenho dos seus alunos, de analisar a repercussão no processo seletivo de admissão ao ensino superior. Tal fato, também ocorre com a SEED que deve ter 90% das escolas do seu sistema participando do exame. Isto revela uma atitude antidemocrática, porque os dados estão dispersos, individualizados e sob a guarda dos alunos, impedindo a visão do todo. Cerceia também, a crítica à política, já que os resultados por escola e estado não estão sendo socializados. Inicialmente, a razão do critério ser de 90% não estava explícita. Agora, a cobrança por aluno participante, conforme portaria, obedece motivos econômicos, pois os custos da divulgação não seriam compensados em escolas com pequeno número de participantes. No entanto, para os gestores da Escola ou da SEED, estes números são mais do que significativos, porque sem estes resultados, as repercussões, em termos de democratização do acesso ao Ensino Superior e no currículo da escola pública, não podem ser dimensionadas.

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Finalmente a exigência de 90% não deixa de ser um mecanismo de pressão para os estabelecimentos de ensino e secretarias de educação aderirem ao Exame.

Resultados

No ano de 2002, final da gestão do governo FHC, o MEC, através do seu ministro Paulo Renato de Souza, anunciava nova etapa, após a 5ª edição do Enem, graças à base de dados já conseguida, dizendo que já havia uma massa de dados para ser utilizada na avaliação do(s) sistema(s), da(s) escola(s).

O fato gera uma preocupação porque a utilização dos dados vai se ampliando, e não se pode prever as repercussões destes novos usos e se o Enem assumirá um novo papel o de avaliação da escola, do sistema. À propósito, o Enem está oferecendo seus dados para as empresas, para o mercado de trabalho e para as instituições que ofertam o pós-médio.

A repercussão principal esperada é o aproveitamento do resultado no processo seletivo para ingresso no ensino superior, no pós-médio e para o mercado de trabalho. É bom que se ressalte o mais recente uso dos resultados do Enem pelo governo, de forma independente das Instituições de Ensino Superior, como pré-seleção para a conquista de vaga-bolsa nas Instituições Particulares que aderiram ao ProUni.

Responsabilização

No Exame de 2002, foram constatadas médias mais baixas do que no exame anterior, assim como o aumento dos inscritos. Isto deveu-se principalmente à isenção da taxa para os alunos da Escola Pública e os alunos carentes da Escola Particular. Desta vez, a explicação para os maus resultados, foi a de natureza estatística, “pois há uma tendência a cair as médias quando se aumenta o número