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O planejamento e o coordenador pedagógico

No documento Educação em Rede - Vol.5 / Sesc (páginas 113-117)

como instância formadora

As questões educacionais são pontos da humanidade que estão envolvidos em processos de constituição e reconstituição histórica da vida, ou seja, a educação não é neutra, uma vez que é o resultado da expressão cotidiana no universo social e cultural das relações desenvolvidas entre os homens.

Nesse sentido, educar se torna uma preparação para a vida em sociedade, pre- parando cidadãos para a convivência em um mundo de complexas transformações que exige planejamento e organização em todos os segmentos da vida.

O planejamento e o coordenador pedagógico

Em quase todas as ações do cotidiano se exige planejamento, haja vista sua função norteadora na prática das atividades. Desse modo, não é diferente na área pedagógica, pelo contrário, seu exercício torna-se imprescindível no desenvolvi- mento do processo de ensino-aprendizagem.

As aulas necessitam ser planejadas. A ausência do planejamento pode resultar em monotonia e desorganização das aulas, provocando o desestímulo e o desinte- resse dos alunos.

Contudo, essa ação não deve ser entendida apenas como algo mecânico ou engessado, mas, sobretudo como um fio condutor do processo de ensino-apren- dizagem, capaz de proporcionar à equipe de educação novas descobertas, novos conhecimentos, pois o processo educativo sofre influência das transformações so- fridas pela sociedade, como afirmam Freire e Shor (1986, p. 23):

Todo planejamento educacional, para qualquer sociedade, tem de responder às marcas e aos valores dessa sociedade. Só assim é que pode funcionar o processo educativo, ora como força estabilizadora, ora como fator de mudança. Às vezes, preservando determina- das formas de cultura. Outras, interferindo no processo histórico instrumental.

Desse modo, o planejamento pedagógico pode e deve ser compreendido como uma ação formativa capaz de oferecer novos aprendizados e desenvolvimen- to profissional, que se estabelecem por meio da colaboração e da troca de conheci- mentos adquiridos nas práticas pedagógicas aplicadas em sala de aula de maneira individualizada por parte dos professores.

Assim, é necessária a consciência de que essa ação se apresenta como uma fer- ramenta norteadora do processo educativo, haja vista sua capacidade de enxergar

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novas necessidades e prioridades, assim como os recursos necessários para melho- ria da qualidade do ensino.

Dentro desse contexto, a figura do coordenador pedagógico é peça fundamen- tal no envolvimento dos profissionais, uma vez que uma equipe é formada pela he- terogeneidade de pensamentos e ações que qualificam a individualidade das pes- soas. Portanto, é função do coordenador pedagógico saber administrar os conflitos e extrair das diferenças, o que pode ser aproveitado para consolidar novas ideias favoráveis ao processo educacional.

Dessa maneira, esse profissional tem a missão de coordenar as etapas do pla- nejamento que devem ser seguidas em toda e qualquer atividade. Ressaltando que o professor trabalha com a articulação de saberes que possibilitam aprendizagens, que o ensino potencializa o desenvolvimento do aluno. Daí a importância da reali- zação de todas as etapas do planejamento, como mostra a Figura 1.

Figura 1 Fonte: Autor.

O coordenador pedagógico tem importante papel na construção, no desen- volvimento e na elaboração dessa ação educacional, devendo fomentar o diálogo entre os docentes com o intuito de refletir sobre o foco do projeto político-peda- gógico e como este deve ser articulado. É dentro dessa perspectiva que se observa a necessidade de compartilhamento do planejamento por parte dos professores com o coordenador, formando uma parceria focada no mesmo objetivo, uma vez

Conhecimento da

realidade/diagnóstico Levantamento dos objetivos Seleção dosconteúdos

Organização dos procedimentos Seleção dos recursos Definição dos procedimentos de avaliação Acompanhamento da ação planejada Avaliação dos objetivos conquistados Replanejamento

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que o coordenador também precisa elaborar seu plano de trabalho fundamentado no projeto político-pedagógico, dentro do que exige o exercício de suas funções.

Os relacionamentos no campo pedagógico não se limitam apenas à sala de aula, portanto, cabe ao coordenador administrar a distância dos espaços que envol- vem convívio coletivo, agindo como intermediador de conflitos e agente pacifica- dor de problemas que surgem no ambiente educacional. Ciente que das situações conflituosas do cotidiano surgem as soluções e descobertas que proporcionam a esse profissional o papel de desenvolver afetivamente seus professores, descartan- do as respostas prontas.

Conclusão

Ensinar é algo aparentemente simples, contudo é uma tarefa delicada, pois se trata de envolver-se diretamente com vidas que estão em formação, exigindo dos profissionais abrangidos no processo, evolução, juntamente com o tempo e com a modernização ocasionada pela globalização.

E essas pessoas estão inseridas em um ambiente educacional formado por di- versas rotinas e atividades realizadas por pessoas que estão correndo contra o tem- po e buscando sempre por mais qualidade. Essas ações muitas vezes são complexas e envolvem não apenas o docente e o discente, mas também outros profissionais e departamentos da escola. Por isso a necessidade de planejar essas ações com o objetivo de compreendê-las e evitarmos infortúnios, e alcançando resultados posi- tivos no processo de ensino-aprendizagem.

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Referência

FREIRE, P.; SHOR, I. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

REIS, Kleiton. O papel, a formação e os desafios do coordenador pedagógico. 2015. Disponível em: <http://blog.qedu.org.br/blog/2015/04/28/o-papel-a-formacao-e-os-desafios-do-coordenador- pedagogico/> Acesso em: 15 de mai. 2016.

No documento Educação em Rede - Vol.5 / Sesc (páginas 113-117)