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O protagonismo do redeiro e a formação das práticas de comercialização

3. Memórias enredadas: a modernização na fabricação e seus agentes impulsionadores

3.3. O protagonismo do redeiro e a formação das práticas de comercialização

Não há como desassociar o espaço de construção das práticas de fabricação de redes da figura do redeiro que também funciona como agente impulsionador do desenvolvimento da prática, pois é nesse espaço que o mesmo se constrói e torna-se também partícipe do fluxo de experiências compartilhadas entre os mesmos da cidade. As experiências do redeiro de um modo particular são estendidas a outros lugares, à medida que sua participação no processo de comercialização das redes avance a produção dentro da cidade, como também torne o nome da mesma conhecida.

Analisamos aqui que muito embora São Bento se configure em um patamar de cidade polo industrial, tal alcunha pode ser menos um resultado estabelecido pelo número de fábricas estendidas por todo seu território, e mais pela determinação, estilo de vida próprio, e o deslocamento dos redeiros para levar o produto em questão para todo território brasileiro e partes da América do Sul, do que mesmo pelo número da produção propriamente dita.

Por ser a prática da fabricação de redes uma atividade em seu início tipicamente feminina, restrito ao trabalho doméstico, se destaca a figura das “redeiras”, mulheres que cuidavam da produção da rede. Contudo, em São Bento paralelo a essa imagem da mulher, está a do redeiro, que através da sua especialidade no processo levará esse produto a ser conhecido pelo Brasil, como já avaliamos, enquanto a redeira fica encarregada de produzir tal artigo.

São Bento ficou popularmente conhecida como a „capital mundial das redes‟, graças a sua produção têxtil e consequentemente a figura do redeiro que sem dúvida é o protagonista dessa marca emblemática que a cidade traz. O início da comercialização das redes era feita, tendo em vista as condições técnicas de produção, então vigentes, com muita dificuldade e limitava-se à troca ou a venda em feiras livres (CARNEIRO, 2001).

Contudo, é partir das transformações de produção do setor têxtil na cidade, principalmente a partir de 1960, através do senhor Manoel Lúcio, proprietário da primeira manufatura de produção de redes da cidade de São Bento, inaugurada em 1958, que se inicia esse tipo de comercialização, que posteriormente se tornará uma das mais atuantes dos filhos dessa terra. Após esse evento verá alavancar a comercialização da rede como produto. Se até então a mesma era apenas comercializada em âmbito local, restrita apenas às feiras periódicas, a partir dos avanços modernizadores de Manoel Lúcio, essa comercialização passou a alçar voos mais altos até chegar ao ponto de associar o nome de São Bento como a cidade que mais fabrica o produto em questão.

Os múltiplos aspectos que giram em torno do redeiro como protagonista de uma história de desenvolvimento e superação, tornaram-se, portanto, a marca que evidencia o acúmulo de saberes entre grupos determinados que a partir das necessidades e contextos diferenciados nos quais estão inseridos, evoluem suas práticas e transmitem as experiências de geração a geração. Mesmo que essas experiências se modifiquem ao longo do tempo, não deixaram de ter suas tramas tecidas nos fios da tradição, do costume e da memória que se encarrega da permanência das mesmas.

A fabricação da rede gera uma organização comunitária28, pois os seu processo é complexo e desafiador, levando a riscos e ao mesmo tempo a um constante processo de modernização devido aos avanços tecnológicos.

Sobre o percurso histórico da comercialização de redes de dormir no município de São Bento, José Bolivar V. da Rocha estuda a referida atividade a partir das primeiras décadas do século XX. Segundo o autor, em seu inicio, a atividade produtiva de redes de dormir em São Bento PB, não se diferenciava muito de todo o processo produtivo existente no restante do país, ou seja, associada a uma atividade doméstica e feminina, e a comercialização limitava-se as cidades vizinhas, como podemos ver:

Venda direta, a varejo, efetuada com o uso de veículos das próprias fabricas ou de autônomos da própria cidade ou de cidades próximas (como Brejo do Cruz e Patos), que saem como ambulantes, oferecendo o produto em feiras, fazendas, postos de gasolina, reserva indígenas. (ROCHA, 1983).

Esse campo de atuação é que vai traçar o perfil desse homem, que se tornará segundo o mesmo autor um „viajante‟. Muitos são os meios de locomoção desses redeiros, o próprio autor já destacava as “mecedinhas” como transporte inicial desse comércio. Contudo, muitos foram os automóveis que se prestaram a esse serviço, passando muitos deles por adaptações que facilitassem as vendas como também sua locomoção.

O redeiro é sem dúvida um ser em constante mobilidade, pois é característica de sua atividade a locomoção a vários lugares, vão desvendando e ao mesmo tempo associando o espaço como um campo de atuação não só para sua profissão como também como campo de

28 Organização Comunitária - uma vez que, essa produção gira em torno de um agrupamento de pessoas,

formando uma cadeia de mão de obra na fabricação da rede, desde o fio ao acabamento do produto, muitas vezes feito por famílias inteiras.

conhecimento, pois trabalham se deslocando em constantes viagens, em carros adaptados ou não, de forma muitas vezes precária, vendendo seus produtos.

Muitos donos de carros de redes, que são por natureza os proprietários, sobem 29 com os redeiros nos respectivos carros ou em seu carro particular, uma vez que esse proprietário é o responsável pela carga e por toda a viagem, assim, temos mais um tipo de redeiro, o chamado „redeiro proprietário‟ diferenciando do „redeiro vendedor‟, conhecido também como corretor.

É nesse universo que o redeiro vai se destacando e ao mesmo tempo, leva o nome da cidade de São Bento. Vai expandindo as possibilidades de desenvolvimento através da escoação da matéria prima, uma vez que esse produto gera oportunidade de capital e renda para os seus vendedores. Ao longo do tempo observa-se também um acelerado descompasso entre o crescimento econômico que é gerado com a comercialização da rede, com a realidade cultural em especial no município. Muitos são os fatores agravantes que se apresentam, dentre eles podemos destacar: o acelerado desejo de enriquecimento e uma acentuada evasão escolar, oriunda da necessidade de deslocamento do redeiro, por está em constante mudança de espaço.

A imagem do redeiro está sempre cercada de uma ambiguidade. Ao mesmo tempo em que está associada ao progresso e ao desenvolvimento, é marcada por um preconceito que gira em torno da personalidade desse andarilho do progresso. Porém a sua marca está presente na memória do município, como aquele que em face ao desenvolvimento da prática de fabricação das redes, descobriu os moldes necessários para que através das experiências compartilhadas dentro do espaço o qual está inserido, ou seja, São Bento descobrisse no trabalho ambulante um meio de evoluir a peculiaridade econômica voltada para essa produção.

Como podemos analisar, ao destacar uma parte expressiva desse estudo para a figura emblemática do redeiro, a prática da fabricação de redes assume um papel social muito forte na cidade em questão, e fora da mesma também, uma vez que os são-bentenses espalhados pelo Brasil levando o artigo têxtil para ser comercializado, geram novos meios de interação social e cultural entre os mesmos, só que desta vez, fora do espaço em questão. A memória dessa prática é disseminada, novas experiências surgem para serem também compartilhadas entre os mesmos, e o ciclo de modificação das táticas cotidianas, não cessam, tendo em vista que estão, assim como a história, em constante modificação.

29 O termo é usado pelos redeiros quando partem da cidade local, como também usam o termo descer, quando

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo objetivou analisar as experiências compartilhadas no processo de fabricação das redes de dormir em São Bento, desde seu modo artesanal, até a manufatura das redes e o processo de industrialização da fabricação. O estudo realizou a discussão entre historiografia com os registros orais, daqueles que vivem o trabalho da fabricação das redes desde a sua infância até a velhice, a fim de compreender, através da memória dos são- bentenses como a prática, popularizada na cidade em questão, se transformou numa espécie de vivência social simbólica da mesma, caracterizando-se como parte integrante da vida social e cultural do povo dessa cidade.

O trabalho avalia a trajetória acerca do movimento cotidiano dos são-bentenses com a fabricação das redes de dormir. Como a produção, a venda, mas também o envolvimento familiar e social com a fabricação das redes imbuído no meio hostil de uma cidade no Sertão da Paraíba, na qual essa fabricação se tornou um segundo meio de sobrevivência, até se tornar parte importante na sociedade e na identidade desse povo. Regradas por um misto de experiências singulares entre si, na fabricação desse artigo, que consiste em uma arte de fazer dentre os são-bentenses.

A partir das narrativas produzidas ao longo do tempo a respeito dessa prática, tomamos como finalidade essencial do trabalho a análise do discurso, daqueles que podem juntar os fios lacunares da tessitura do processo de desenvolvimento da fabricação. Fornecemos através de entrevistas, dados essenciais sobre como a prática se desenvolveu dentro do seio familiar. Essa análise também possibilitou que a pesquisa discorresse sobre a fabricação artesanal genuinamente voltada para a figura feminina, como também as principais causas que fizeram com que a fabricação migrasse do campo para a cidade, e os meios utilizados através das diferentes experiências humanas que fazem com que determinada prática se molde ao espaço utilizado para o desenvolvimento da mesma, como também ao cotidiano daqueles que a desenvolvem.

A pesquisa também visou fazer um percurso pelas diversas transformações da prática ao longo do tempo, uma vez que essa prática está imbuída em um conjunto de relações que a estrutura, e delimita as peculiaridades do fazer a rede em São Bento, acompanhadas das mudanças e continuidades dessa experiência trocada entre uma parcela majoritária da população, que utiliza da prática de fabricação das redes não só como um teor de rotina ou hábito, mas assumindo um significado mais amplo de vivência e compartilhamento das experiências.

A interação daqueles que vivem a produção nos diversos espaços dispostos na cidade acompanhou as novas formas de confecção do leito balouçante. Essas inovações transformaram a força de trabalho pela produção mecanizada com os teares elétricos que marcou o aceleramento da indústria têxtil na cidade. O aceleramento da produção modificou em grande medida o processo de fabricação e os meios de interação entre os membros da mesma, uma vez que aboliu o caráter de „indústria doméstica‟ redirecionou os trabalhos dentro do processo de forma que alcançasse o ritmo que a modernização exigia descaracterizando a prática genuína do processo.

Todavia, os são-bentenses ainda compartilham de técnicas tradicionais em meio às inovações na fabricação, que desenhou também o perfil da comercialização do artigo através da figura do redeiro. Este último expandiu o produto por todo território nacional e boa parte dos países da América do Sul, se tornando peça fundamental na alcunha que a cidade recebe como „capital mundial das redes‟ do que mesmo a industrialização do processo em si.

Nesta concepção procurou-se discutir nesse trabalho, com base nas fontes vivas, as relações que estruturam a movimentação do fazer a rede em São Bento, com suas peculiaridades nas mudanças e continuidades dessa experiência trocada entre uma parcela majoritária da população, que fez dessa prática não só um meio econômico, mas uma face das relações sociais entre os são-bentenses de classes distintas. Além de se tornarem responsáveis pelas mais diversas formas de agrupamentos sociais, e pela urdidura da identidade são- bentense que através da prática da fabricação e suas experiências compartilhadas, tornou-se reciprocamente unificada e comum entre eles.

FONTES CONSULTADAS

CUNHA, Maria Silva Araújo. Entrevista. (out. 2015). Entrevistador: Joyciana da Silva Medeiros. São Bento/PB, 2015. 1 arquivo. Mp3 (22min 57s).

MEDEIROS, Ana da Silva. Entrevista. (out. 2015). Entrevistador: Joyciana da Silva Medeiros. São Bento/PB, 2015. 1 arquivo. Mp3 (28 min 54s).

NÓBREGA, Francisco Vieira da. Entrevista. (ago. 2015). Entrevistador: Joyciana da Silva Medeiros. São Bento/PB, 2015. 1 arquivo. Mp3 (03h 10min 43s).

SILVA, Cícero Clementino da. Entrevista I. (set. 2015). Entrevistador: Joyciana da Silva Medeiros. São Bento/PB, 2015. 1 arquivo. Áudio/3gpp (46m 41s).

SILVA, Cícero Clementino da. Entrevista II. (set. 2015). Entrevistador: Joyciana da Silva Medeiros. São Bento/PB, 2015. 2 arquivo. Áudio/3gpp (46m 11s).

SOUSA, Jaci Severino de. Entrevista. (set. 2015). Entrevistador: Joyciana da Silva Medeiros. São Bento/PB, 2015. 1 arquivo. Mp3 (02h 10min 47s).

REFERÊNCIAS

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Licenciatura Plena em Geografia da FIP, Patos, 2010.

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APÊNDICE

1. Roteiro individual de entrevista

Entrevistada: Ana da Silva Medeiros

Local de entrevista: Rua Tertuliano de Brito, n° 272. Bairro Centro. São Bento/PB. CEP: 58865-000

Entrevistadora: Joyciana da Silva Medeiros Transcritora: Joyciana da Silva Medeiros

Data final da transcrição: 10 de outubro de 2015

Entrevista: 9.10.2015

1. Qual foi o primeiro contato que a entrevistada teve com a rede? Foi na zona rural?

2. O irmão da entrevistada verificou que na família quem iniciou o trabalho artesanal de redes foi a mesma. Como a entrevistada deu início a esse processo?

3. Como a entrevistada veio a conseguir esse tear e como era feita a produção?

4. A fabricação das redes nesse tear de pau era destinada para a venda?

5. A entrevistada começou ainda solteira na prática da fabricação de redes e teve a ajuda dos irmãos. E depois de casar, como a entrevistada manteve as relações de fabricação de redes com marido e os filhos? Como que esse processo passou a ser realizado? Havia o envolvimento de todos?

6. A entrevistada acha que na fabricação das redes em São Bento, a mulher foi parte muito importante para esse início? Por quê?

7. A partir de determinado período o homem passou a ser o centro da produção, e hoje vemos que cada vez mais o trabalho está diversificado, tendo inclusive homens realizando trabalhos que eram considerados como genuinamente femininos. Como a

entrevistada acha que ocorreu a transformação dos papeis entre homem e mulher dentro da fabricação de redes?

8. A entrevistada observa mudanças no processo de fabricação familiar das redes de dormir?

9. Em quais aspectos a fabricação de redes era importante para a vida da entrevistada e de sua família?

10. Qual o local da casa que vocês realizavam os trabalhos com a rede?

11. O marido da entrevistada era incumbido de realizar qual dos processos dentro da fabricação?

12. E os filhos da entrevistada, eles se ocupavam em que dentro do processo?

13. A entrevistada vê uma estagnação dessa divisão do trabalho familiar da fabricação de redes em São Bento?

14. Como começou o processo de desarticulação até o fim da produção entre a família?

2. Roteiro individual de entrevista

Entrevistado: Cícero Clementino da Silva

Local de entrevista: Rua Terezinha Bezerra Lima S/N. Bairro Centro. São Bento/PB. CEP: 58865-000

Entrevistadora: Joyciana da Silva Medeiros Transcritora: Joyciana da Silva Medeiros

Data final da transcrição: 18 de setembro de 2015

Entrevista: 1.9.2015

1. Na família do entrevistado, quem primeiro e quando começou na prática de fabricação de redes?

2. O senhor começou ter o primeiro contato com a fabricação de redes quando? Era na zona rural?

3. Já era casado?

4. Tinha filhos?

5. Essa prática da fabricação das redes englobavam os demais membros da família?

6. A fabricação de redes é uma prática advinda da zona rural e adentra na zona urbana, ela conseguiu se sobressair com relação à agropecuária?

7. Como eram os primeiros teares que o entrevistado possuiu? Eram de madeira? Mecânicos? Como funcionava o mecanismo dos teares usados pelo entrevistado? No que ele diferia dos de hoje?

8. O entrevistado também desenvolvia outros meios econômicos como, por exemplo, a agricultura e/ou a pecuária?

10. Na opinião do entrevistado, por que a fabricação das redes se tornou tão importante na vida cotidiana dos são-bentenses?

11. O entrevistado considera São Bento uma cidade industrial?

12. O entrevistado ainda observa a existência de famílias voltadas para essa prática exclusivamente?

13. Como o senhor averigua o trabalho nas fábricas e os trabalhos dos artesões? Existe uma relação de trabalho entre eles que nem sempre acontece dentro das fábricas, como o entrevistado avalia essa relação?

14. A divisão do trabalho familiar da fabricação de redes em São Bento foi, na opinião do entrevistado, uma grande responsável pela penetração desse fabrico na vida social dos são-bentenses?

15. A que o entrevistado atribui o fato de São Bento hoje ser considerada a „capital mundial das redes‟?

16. O entrevistado enxerga o início ou o limiar de uma extinção desse processo de divisão do trabalho familiar na fabricação de redes? Se sim, a mecanização é a principal responsável disso?

3. Roteiro individual de entrevista

Entrevistado: Francisco Vieira da Nóbrega

Local de entrevista: Rua Francisco Bento de Oliveira n° 525. Bairro São Bernardo. São Bento/PB. CEP: 58865-000

Entrevistadora: Joyciana da Silva Medeiros Transcritora: Joyciana da Silva Medeiros

Data final da transcrição: 10 de setembro de 2015

Entrevista: 27.8.2015

1. A quem o entrevistado atribui o início da fabricação de redes em São Bento?

2. E na família do entrevistado, a quem e a partir de quando se atribui o início dessa prática?

3. Todos da família se empenhavam na fabricação?

4. Já que a família do entrevistado esteve sempre voltada para a pecuária, como fizeram para conciliar os dois meios econômicos?

5. São Bento já foi elevada economicamente em agricultura e pecuária?

6. A fabricação de redes é uma prática advinda da zona rural e adentra na zona urbana, por quais motivos o entrevistado avalia que essa prática conseguiu se sobressair com relação à pecuária e a agricultura?

7. Como podemos analisar as relações entre os fabricantes de redes, os grandes e os pequenos, e aqueles artesãos que ainda hoje vendem sua mão de obra no processo de acabamento das redes?