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O roteiro estabelecido para as entrevistas

6.3 A realização das entrevistas

6.3.1 O roteiro estabelecido para as entrevistas

As entrevistas individuais eram feitas com a devida apresentação da pesquisadora e do entrevistado. Questões gerais foram realizadas objetivando estabelecer um clima de cordialidade, com a intenção de deixar o entrevistado mais a vontade.

No inicio da entrevista foi perguntado ao entrevistado sobre o que ele pensava da escola do campo; sobre o que pensava da escola da cidade e sobre o que pensava da Matemática.

QUADRO 6: Discriminação das fases a serem realizadas durante as entrevistas individuais.

SEQUENCIA DAS FASES DISCRIMINAÇÃO DA FASE

Primeira Fase

• Pedir ao estudante que feche os olhos e lembre uma aula de Matemática em que aprendeu o que estava sendo ensinado;

• Propor que desenhe a aula lembrada num papel; • Solicitar que explique o desenho resultante;

• Solicitar que explique o que aconteceu na aula que fez com que aprendesse Matemática.

Segunda Fase

• Pedir ao estudante que se imagine um professor de Matemática e explique como daria aula de Matemática.

Terceira Fase

• Responder questões sobre cenas da escola em terceira dimensão apresentadas no computador do tipo: O que você acha disso, isso ajuda você a aprender, por quê? Você aprender melhor com isso ou aquilo? Você gostar de aprender como? Quando ela explica você gosta que ela mostre alguma coisa? Você sempre entende quando ela explica? Se não entende, por quê? Você gostaria de ter isso, por quê? Acha que ajudaria a aprender Matemática?

Em relação à escola em terceira dimensão, as cenas foram apresentadas aos estudantes também seguindo um roteiro. Com isso, objetivávamos garantir que todos os entrevistados observassem as mesmas cenas, na mesma ordem.

As cenas foram apresentadas no computador aos estudantes, conforme a ordem das figuras apresentadas a seguir. Em relação às figuras com o contexto de sala de aula em que estavam inseridos os recursos, quando apresentadas essas cenas, foi utilizado uma das ferramentas do software, para que os detalhes da cena pudessem ser visto de maneira

ampliada e os estudantes visualizassem melhor a cena (por exemplo, aproximar do birô da professora e visualizar detalhes dos materiais ali colocados).

FIGURA 5: Cena com o exterior da escola em terceira dimensão.

Diante da figura 5 acima o entrevistado foi convidado a opinar sobre o que ele achava que seria a imagem. Essa cena procurava observar se os entrevistados identificavam alguma característica da escola do campo na imagem.

FIGURA 6: Cena em que através da janela visualizamos o interior da escola

As figuras 6 e 7 acima foram utilizadas apenas como um “artifício” para criar um clima de expectativa antes de adentrar a escola com o estudantes.

FIGURA 8: Cena encontrada dentro da sala de aula da escola.

FIGURA 9: Cena em que aproximamos do quadro da sala de aula.

As figuras 8 e 9 acima apresentam aspectos relacionados ao ensino de outros eixos da Matemática (e.g geometria e tratamento da informação), bem como apresenta uma representação sobre o professor e sobre o uso de material manipulável em aulas de Matemática

Essas cenas estariam relacionadas à aula que estava acontecendo e sobre o uso de materiais manipuláveis em aulas de Matemática. Assim, questionamos aos entrevistados se esse tipo de recurso auxiliava na aprendizagem de Matemática.

Diante do fato de que nos estudos pré-piloto e piloto, os entrevistados sempre mencionavam o eixo número e operações quando falavam de Matemática, inferimos que

através dessas cenas poderíamos perceber se os outros eixos também foram trabalhados nas aulas de Matemática.

FIGURA 10: Cena em que o estudante está aprendendo Matemática isolado.

.

FIGURA 11: Cena em que os estudantes estão em grupo estudando Matemática

Observadas as figuras 10 e 11 acima, o entrevistado foi convidado a mencionar em qual das duas situações ele aprendia mais Matemática e explicar o motivo da sua escolha.

A cena da figura 12 acima foi utilizada para questionar aos estudantes sobre o livro didático de Matemática e sua importância para a aprendizagem dessa disciplina.

FIGURA 13: Cena referente ao cantinho de Matemática.

Diante da cena acima da figura 13 questionamos aos estudantes sobre a importância do cantinho de Matemática, que faz parte da metodologia adotada pelo Projeto Escola Ativa para a aprendizagem de Matemática.

FIGURA 14: Cena com a mesa contendo objetos próprios da Matemática sendo aproximada.

A figura 14 acima foi utilizada para motivar a fala dos estudantes sobre o uso dos recursos materiais próprios para o ensino de Matemática como o ábaco, o tangram e o material dourado.

FIGURA 15: Cena em que dois estudantes estudam Matemática no computador.

A cena da figura 15 acima foi utilizada para motivar a fala dos estudantes sobre uso do computador no ensino e aprendizagem de Matemática.

Mesmo sabendo que no período das entrevistas, não havia computadores nas escolas do campo que participaram da coleta, observamos no estudo piloto que essa cena poderia contribuir com aspectos interessantes sobre o ensino de Matemática e resolvemos mantê-la.

Destacamos que todas as entrevistas foram áudio gravadas tanto em aparelhos de MP4 como também pelo computador através do uso de um software denominado Camtasia Studio. Esse programa permite capturar a tela do computador e o áudio próximo ao computador, gerando vídeos para serem editados. Esses vídeos foram utilizados durante a análise dos dados para esclarecer dúvidas sobre a imagem que os entrevistados estavam vendo no momento em que teciam determinados comentários.

6.4 A análise dos resultados

As entrevistas foram transcritas e os protocolos gerados foram minuciosamente analisados. Em seguida as entrevistas passaram por um processo de mapeamento em que foram elaborados esquemas individuais para cada entrevista. Esse mapeamento consistiu em acompanhar a linha de raciocínio utilizado por cada criança nas respostas oferecidas durante todas as fases da entrevista, objetivando buscar indícios de coerências nas respostas oferecidas por elas (nesse mapeamento, por exemplo, observamos que a criança que afirmou que Matemática é fácil, manteve essa opinião durante todas as fases da entrevista, inclusive

quando foi questionada sobre uma imagem em que estudantes da escola em terceira dimensão utilizavam o computador para estudar Matemática, ela afirmou que o computador não a ajudaria a aprender, pois “facilitaria” ainda mais).

Os esquemas foram analisados individualmente, em paralelo com o desenho e com os vídeos das cenas apresentadas aos estudantes, produzidos durante a entrevista.

Para analisar o conteúdo dos protocolos das entrevistas, nos apoiamos em elementos da Análise do Conteúdo de Bardin, pois esse tipo de análise pode ser aplicado a todas as formas de comunicação, inclusive as imagens e desenhos. Dentre os aspectos desse tipo de análise, elegemos a “Análise Sequencial” (BARDIN, 2008), pois esta considera uma sequencia estabelecida para a elaboração das categorias temáticas.

Dessa maneira para criar as categorias temáticas, optamos por uma análise que seguiu a sequencia de organização das entrevistas com os estudantes. Com isso, para cada protocolo de entrevista, categorizamos as concepções dos estudantes e elaboramos gráficos com as ocorrências das respostas dos estudantes.

No quadro 7 a seguir apresentaremos as categorias que foram criadas de acordo a sequencia estabelecida, bem como relembraremos os objetivos da pesquisa a ser contemplado em cada categorias elaborada.

QUADRO 7: Apresentação dos objetivos da pesquisa e das categorias criadas para atingir cada

objetivo.

Objetivo Categorias elaboradas

 Identificar a concepção dos estudantes sobre a escola da