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5. Sistema de Gestão Ambiental baseado na NBR ISO 14001

5.2. Planejamento

5.2.3 Objetivos, metas e programa(s)

Os objetivos são os propósitos determinados pela organização, com relação aos seus aspectos e impactos ambientais significativos e ao atendimento aos requisitos legais e outros requisitos, à luz da política ambiental estabelecida e tendo em vista as opções tecnológicas e os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis. As metas são os resultados esperados e devem ter a capacidade de indicar claramente se os objetivos foram ou não alcançados. Ao final, o atendimento às metas estabelecidas levará às conclusões sobre melhoria do desempenho ambiental da organização, demonstrando se o SGA está funcionando (FIESP, 2007).

A organização deve estabelecer, implementar e manter objetivos e metas ambientais documentados, nas funções e níveis relevantes na organização. Estes devem ser mensuráveis e coerentes com a política ambiental, incluindo-se os comprometimentos com a prevenção de poluição, com o atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização e com a melhoria contínua. Já os programas são criados e implementados para atingir os objetivos e metas. Durante essa etapa, devem ser consideradas as opções tecnológicas, requisitos financeiros, operacionais, comerciais e a visão das partes interessadas.

As práticas encontradas durante a revisão bibliográfica sistemática para esta etapa, ou seja, que possuem os mesmos objetivos, são:

- Five Attributes of an EMS to Support Decision-Making – Cinco atributos de um SGA

para apoio à tomada de decisão;

Classificada anteriormente para a etapa 2.1 Aspectos ambientais do SGA, esta prática (Artigo 224 – Apêndice A) também pode auxiliar a formulação de objetivos, metas e programas, uma vez que o segundo atributo discutido para tomada de decisão inclui a definição de metas quantificáveis para o desempenho do plano estratégico da organização. Além disso, estipula prazos para que essas metas ocorram.

- Enterprise Knowledge Development – Desenvolvimento de Conhecimento Empresarial

(EKD);

Calia, e Guerrini (2006) - (Artigo 206 Apêndice A) baseando-se na metodologia EKD realizaram um estudo de caso por meio de observação participante, análise documental e entrevistas com líderes de projetos para avaliação de desempenho ambiental na implementação de P+L. A metodologia EKD é utilizada para descrever as interações entre os objetivos, regras e processos de P+L, assim como as suas estruturas de relacionamento entre os atores que viabilizam a integração das competências necessárias para a geração de uma maior capacidade de inovação ambientalmente sustentável nas manufaturas. EKD é uma metodologia orientada pelos objetivos da organização e é composta por seis modelos: O Modelo de Objetivos; o Modelo de Regras de Negócio; o Modelo de Processos de Negócio; o Modelo de Atores e Recursos; e o Modelo de Conceitos. O Modelo de Objetivos descreve tanto os objetivos de um empreendimento, como os assuntos relacionados à obtenção destes objetivos, seja ao apoiar os objetivos, ou ao impedi-los; apresenta as razões e motivos que definem os componentes nos demais submodelos. O Modelo de Regras de Negócio serve para definir as regras explicitamente, de modo consistente com os objetivos (operacionalizando ou limitando-os). Já o Modelo de Processos de Negócio, retrata como os objetivos são atingidos pelos processos do empreendimento e o modo pelo qual os processos transformam entradas em saídas, sejam na forma de informações ou na forma de materiais. O Modelo de Atores e Recursos descreve a interação entre os diferentes papéis, departamentos, organizações e recursos necessários para se executar os processos e para se atingir os objetivos, levando em conta as diferentes responsabilidades assumidas pelos atores. Por fim, o Modelo de Conceitos se presta a definir a terminologia adotada nos demais modelos EKD.

É uma metodologia que visa apoiar tanto os esforços de mudança organizacional, como a elaboração de sistemas de informação que efetivamente apóiem o desenvolvimento da organização.

- Prática proposta por Barbiroli e Raggi (2001);

Barbiroli e Raggi (2001) propõem (Artigo 14 – Apêndice A) um método quantitativo de classificação de inovações de P+L, com base em critérios técnicos e econômicos. O método proposto é baseado em melhorias feitas para o ambiente e os benefícios econômicos tanto para um único negócio e para o todo o sistema sócio-economico, bem como sobre as inter-relações entre essas variáveis. Utiliza indicadores técnicos e econômicos para avaliar e classificar as inovações tecnológicas que podem ser adotadas voltadas à P+L. Este método permite-nos recorrer a inovações de acordo com sua importância, com base na extensão dos resultados obtidos nas várias fases do ciclo de vida do produto. Estes resultados podem ser expressos quer como a melhoria da eficiência ambiental e global, ou como a vantagem para a empresa e benefícios econômicos gerais ligados a novos métodos de produção. A estratégia prevê o levantamento de tecnologias para melhoria de processo ou serviço. A utilização dessas tecnologias pode ser determinada pelos objetivos e metas propostos, definição de prioridades e até mesmo dos recursos financeiros disponíveis.

A seguir é apresentado o Quadro 3 de classificação destas de acordo com a natureza do seu objetivo principal, tipo, nível de maturidade, se possui método de avaliação de impacto ambiental e nível de detalhamento.

Quadro 3: Classificação de práticas encontradas para a etapa 2.3 Objetivos, metas e programa(s).

Nº do artigo e Nome da prática

Natureza Tipo Nível de

Maturidade Método de avaliação ambiental Nível de detalha- mento 224 Five Attributes of an EMS to

Support Decision-Making – Cinco atributos de um SGA para apoio à tomada de decisão

Prescritiva Guia Experimental Não Sucinto

206 Enterprise Knowledge Development – Desenvolvimento de Conhecimento Empresarial (EKD)

14 Prática proposta por Barbiroli e Raggi (2001)

Comparativa Matriz Teórico Não Sucinto

Pode-se observar na Tabela 3, que as práticas possuem nível de detalhamento sucinto, sendo EKD a única prática consolidada. Nenhuma das práticas encontradas possui avaliação de impacto ambiental. Em relação ao tipo, a prática Five Attributes of an EMS to Support Decision-Making – Cinco atributos de um SGA para apoio à tomada de decisão e EKD são do tipo guia e portanto sua aplicação seria mais fácil que a Prática proposta por Barbiroli e Raggi (2001) do tipo matriz.