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Práticas de gestão ambiental não classificadas em etapas de SGA e/ou P+L

4. Gestão Ambiental Empresarial

4.2 Práticas de gestão ambiental não classificadas em etapas de SGA e/ou P+L

A revisão bibliográfica sistemática, nas diferentes bases de dados, revelou práticas de gestão ambiental, além das utilizadas como base da pesquisa (SGA da ISO 14001 e P+L) que serão apresentadas nos capítulos 5 e 6 respectivamente, apontadas a seguir:

- E+;

Chen, Li e Hong (2004) apresentam (Artigo 55 Apêndice A) uma metodologia para gestão ambiental em que um processo dinâmico de avaliação de impacto ambiental pode ser aplicado a partir da integração de várias abordagens de gestão ambiental combinadas a um processo padrão de SGA. As 3 abordagens utilizadas foram: Construction pollution index (CPI), método para prever quantitativamente, na fase de planejamento, a quantidade de poluição e os riscos gerados; Incentive reward program (IRP), método para medir quantitativamente a quantidade de resíduos; e Webfill, uma plataforma de comércio eletrônico para incentivar o intercâmbio de materiais residuais e resíduos de construção e demolição, para a reutilização e reciclagem. Dessa forma, E+ combina essas abordagens de gestão com um processo de SGA, conforme definido na ISO 14001, com a definição de políticas ambientais, planejamento, implementação e operação, verificação e ação corretiva e revisão da gestão), em que várias fases e sub-processos são integrados ao intercâmbio de informações e dados. Portanto, a característica que distingue o sistema E+ é o seu modelo conceitual para compartilhar informações e dados, podendo controlar e medir os impactos ambientais adversos.

- Product-Based Environmental Management System - Sistema de Gestão ambiental

baseado no produto (PBEMS);

Donnelly et al (2006), (Artigo 139 – Apêndice A) propõem o PBEMS, um sistema para tratar formalmente os impactos dos produtos hardware sem fio no meio ambiente durante todo o ciclo de vida do produto, independentemente do local onde os produtos sejam desenvolvidos. Este sistema de gestão busca ir além dos impactos ambientais da produção de

modo a incluir a concepção, desenvolvimento, utilização pelo cliente e da disposição final do produto. O sucesso desta abordagem pode ser atribuída à integração de eco-design com processos de realização de produtos hardware tradicionais. Através do PBEMS, os processos empresariais e ambientais são simultaneamente utilizados para gerenciar os aspectos significativos do produto e incorporar princípios de sustentabilidade durante a concepção do produto eletroeletrônico. O PBEMS é projetado para ser uma conseqüência do ambiente dinâmico do ''Plan'',''Do'',''Check'',''Review'' (Planejar, Atuar, Checar e Revisar), processo de qualidade e dar suporte ao modelo de sistema de gestão tradicional, com visão do ciclo de vida do produto.

- Integrated Management System – Sistema de Gestão Integrado (IMS);

Labodová (2004) (Artigo 261 – Apêndice A), apresenta metodologia IMS para a implementação do sistema de gestão integrado, que abrange sistemas de gestão da qualidade - Quality Management System (QMS), sistema de gestão ambiental (SGA) e sistema de gestão de saúde e segurança (OHSMS), baseados na análise de risco. O modelo teórico proposto para a implementação do OHSMS/IMS combina a análise de risco e a abordagem PDCA.

Para a execução direta do IMS, a metodologia desenvolvida para gestão de saúde e segurança (OHSMS) baseada na análise de risco foi escolhida. Risco pode ser usado como uma integração dos fatores de risco para o ambiente, o risco para a vida e a saúde dos trabalhadores e população do entorno, e risco de perdas econômicas.

Duas formas de integração foram testadas sob a forma de estudos de caso, uma já está sendo usada em várias empresas (aplicação consecutiva de sistemas, seguidos de integração) e a outra concebida durante a pesquisa: a aplicação direta do IMS baseada em análise de risco. Os estudos de caso mostraram que, ambos podem dar os mesmos resultados e sua aplicação depende das condições reais iniciais de cada empresa particular.

- Corporate Sustainability Management System - Sistema de Gestão de Sustentabilidade

Corporativa (CSMS);

Azapagic (2003) (Artigo 422 Apêndice A) propõe um quadro geral (Figura 5) para o CSMS que permite a tradução dos princípios gerais do desenvolvimento sustentável em práticas empresariais, fornecendo uma abordagem sistemática, com uma orientação passo-a- passo para um negócio mais sustentável. Desenvolvido em colaboração com a indústria, se

destina a ajudar a melhorar o triple bottom line, através do desenvolvimento econômico sustentável e a proteção do ambiente, incentivando os valores socialmente responsáveis das empresas. Para facilitar a integração na estrutura organizacional, o CSMS segue os modelos familiares da Qualidade Total e Sistemas de Gerenciamento Ambiental e consiste em cinco fases:

(1) Desenvolvimento de políticas; (2) Planejamento;

(3) Implementação; (4) Comunicação e

(5) Revisão e ação corretiva.

Cada estágio é dividido em uma série de novas medidas. A seguir é apresentada a figura do quadro geral de CSMS.

Figura 5: Abordagem sistêmica CSMS para sustentabilidade corporativa

Ao invés de ser prescritiva, a CSMS permite às empresas projetar, gerenciar e comunicar sustentabilidade social corporativa de forma que seja adaptada às suas necessidades específicas e aos contextos em que operam. Ela também fornece um guia para auditoria transparente do processo de gestão permitindo avaliação e melhoria contínua do desempenho da sustentabilidade corporativa.

1. Política de desenvolvimento sustentável 2. Planejamento 3. Implementação 4. Comunicação 5. Revisão e ação

corretiva Estratégia e visão do negócio

- Green Purchasing -Consumo Verde;

Chen (2005) (Artigo 274 Apêndice A) discute sobre Green Purchasing (Consumo Verde), uma ferramenta eficaz e cada vez mais utilizada para mitigar os impactos ambientais do consumo e promover o desenvolvimento da tecnologia de produção mais limpa. Seu principal foco é a concepção do produto e do processo de melhoria, eventualmente trazendo uma vantagem competitiva nos mercados internacionais.

De acordo com Chen (2005) a incorporação do “consumo verde” na ISO 14000 resulta em demandas rigorosas nos serviços de fornecedores de modo a satisfazer as necessidades dos consumidores em relação a confiabilidade da qualidade, segurança dos produtos e menor impacto ambiental derivado do consumo. Com o apoio da ISO 14000 (incluindo as especificações de consumo verde), os fabricantes precisam agora reformular os seus produtos e fornecer informações sobre os aspectos ambientais nos rótulos e em publicidade através de planos de marketing, a fim de garantir aos consumidores que seus produtos cumprem as normas exigidas de consumo verde. Assim, este leva um fabricante a desenvolver uma tecnologia do ambiente e fazer um desenho do produto ou do processo de design para atender a demanda do público. A expansão do mercado para produtos ecológicos está levando os fabricantes a investir em pesquisa e desenvolvimento para tecnologias limpas, para aumentar a disponibilidade de produtos ecologicamente corretos, de modo a formar uma espécie de compatibilidade com o ambiente através da certificação da ISO 14000.

A incorporação de consumo verde em ISO 14000 também serve como um canal de ligação entre as empresas multinacionais e empresas locais no mundo. As empresas dos países desenvolvidos consideram que a capacidade de melhorar as matérias-primas e design do produto desde o início, para mitigar o impacto ambiental e para racionalizar e cumprir com as regulamentações ambientais para melhorar a imagem corporativa, irão pressionar empresas locais a adotar um sistema de gestão ambiental. Em geral, a incorporação de consumo verde em um sistema de gestão ambiental pode incentivar todas as empresas e órgãos administrativos para pensar sobre toda a gama de sistemas de produção desde fornecimento de matéria prima até tratamentos de resíduos. Também pode levar à homogeneidade nos processos de gestão e uma melhoria da eficiência administrativa, além de cortes nos custos, o que conseqüentemente ajuda a expandir o desempenho ambiental e financeiro de uma empresa.

Nos próximos capítulos serão apresentadas a discussão e estruturação das etapas de SGA e P+L, realizada através da revisão bibliográfica tradicional e as práticas encontradas a partir da revisão bibliográfica sistemática para cada uma dessas etapas, alinhadas por seus objetivos.