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OFERENDAS – OBRIGAÇÕES

No documento Livro - Magias e Rituais Da Umbanda - Volume i (páginas 113-116)

(...) Irmão de fé, entenda que nesse mundo nada está parado... Tudo se move... Tudo evolui... Você evolui... Você caminha. Não é porque você aprendeu determinados conceitos, que podem até ter sido propícios na época, que você deixará agora de aceitar aquilo que o bom senso e a lógica, sob novos enfoques, proporcionam. Não receie! Acredite, nós todos estamos em constante mutação, e a tendência universal é sempre para melhor. Portanto, suba. Irmão de fé; você tem condições. Avance! Seus mentores vão dar-lhe o aval, com certeza.

Irmão de fé que, como muitos, é umbandista “de quatro costados”, devemos revisar, repensar e, depois, modificar certas coisas. Embora não sejamos contra ninguém, mormente por entendermos a existência dos graus consciencionais, convenhamos que poderíamos ser mais moderados, por exemplo, nas ditas “festas”. Acreditamos que a Umbanda seja apologista da alegria, pois não nos exige determinados dogmas sacrificiais que outros sistemas impõem aos seus prosélitos, mas não devemos nos esquecer que a mesma é a “Religião do Trabalho”. Nossas humildes Tendas ou Cabanas são verdadeiras “Casas de Orações e Trabalhos Espirituais”, estando muito distantes de festas e comemorações para essa ou aquela Entidade.

Vivemos num mundo de iniquidades, de problemas vários, onde campeiam a miséria em todos os níveis, a guerra, a discórdia e desarmonias várias, as quais requerem soluções urgentes, pois, caso contrário, entraremos em verdadeiro caos. É o desatino do próprio homem cobrando-lhe pesados tributos.

Temos absoluta certeza que os mentores de Umbanda têm consciência desses problemas. E não só isso: de todas as formas, têm procurado solucioná-los. Acreditamos que todo irmão de fé acredite nisso. Acreditando, verá que estas Entidades por mais tolerantes que sejam – e temos certeza de que o são – não podem regozijar-se com “festas” mundanas enquanto o mundo afunda-se na penúria.

É bom entender, irmãos de fé, que o que fazíamos há 20 ou 30 anos já não mais podemos fazer, sob pena de sermos tachados de anacrônicos. Devemos exemplificar – inclusive aos eternos e viciosos detratores da Umbanda – que somos responsáveis, e que nossos mentores não se comprazem com festas para homenageá- los, muito menos onde há excessos e atos poucos sérios, não condizentes com qualquer religião, não somente a nossa.

Com o exposto, queremos que fique bem claro que não somos antecipadamente contra nada, mas, como dissemos, sugerimos a todos os irmãos de fé, principalmente aqueles que receberam o difícil encargo de ser dirigente, que revisem certos conceitos e mesmos atitudes.

A título de exemplo, daremos as festas que se fazem para homenagear a Orixá Yemanjá, no Rio de Janeiro e nas praias paulistas. Muitas vezes estivemos observando essas “festas”, e analisando friamente o que representavam.

Imaginemos que vamos à residência de um amigo, que temos por aniversariante (nem ele mesmo sabia). Levamos tudo para a festa sem avisá-lo, sujamos sua casa, depredamos suas coisas, bebemos demais e cometemos outros excessos. Após tudo isso, sem desejar-lhe feliz aniversário, vamos embora, deixando sua residência em petição de miséria.

É ou não é mais ou menos isto o que, infortunadamente, acontece em muitas das ditas “festas de Yemanjá”? Sim, pois quebram garrafas, poluem a areia, sujando-a até com alimentos exóticos, queimam pólvora, praticam rituais completamente extemporâneos ao local e até mesmo à própria festividade, se embebedam, e, depois, arremetem ao mar uma porção de pequenas embarcações, repletas de bugigangas, na expectativa de que Yemanjá lhes dê paz, saúde e atenda-os em seus pedidos. Com todo respeito à Yemanjá, caro irmão de fé, mas se você fosse Ela, o que faria? Não sabemos qual sua resposta, mas a nossa seria de que tudo bem, atenderia a todos os pedidos, mas com a condição de nunca mais voltarem ali.

Após essa analogia, que em verdade muito tem a ver com a realidade, permita-nos salientar que longe de nós está a ideia de abstermo-nos de ir às praias, mormente em pequenos grupos e em praia isoladas, praticar nossos rituais com respeito, nobreza e comedimento. O que somos contra é tais demonstrações coletivas, quer sejam em praias, cachoeiras e, mais ainda em ginásios de esporte. Realmente é vexatório, mormente quando se dá as ditas “incorporações em massa” de entidades, dando, a quem tiver um mínimo de bom senso, a impressão de que nossos Mentores são irresponsáveis, Espíritos atrasados, tangidos como boiada, etc. (...) (...) Ainda em alusão à dita “Festa de Yemanjá”, já imaginou o irmão de fé arguto como poderíamos “dar a volta por cima”, deixando nossos detratores e toda a sociedade pensativa?

Imagine, irmão de fé, se num determinado dia, numa determinada hora, previamente, com muita antecedência, estipulada, nossos milhares de irmãos de fé, todos igualmente vestidos, com a nossa simples, mas pura vestimenta branca, à beira do mar, nas praias, em voz uníssona, entoássemos apenas nossos cânticos sagrados, os “pontos cantados”. Os vários quilômetros de praias tomados por uma corrente uníssona, uniforme, onde se ouviriam cânticos falarem de “amor”, “perdão”, “Zamby”, “paz”, “estrela-guia”. Iriamos sem nosso arsenal ritualístico, a não ser a luz da vela, a qual, como súplica, imploraria as “bênçãos” da “Grande Mãe da Vida” – bênçãos de Luz, Paz, Prosperidade e Fraternidade a todos os povos. Após feito isso, ordeiramente, retornaríamos aos nossos lares. (...)

(Trecho extraído do livro: “Lições Básicas de Umbanda” – aut or: F. Rivas Neto – Livraria Freitas Bastos – 1991)

DIRETRIZES PARA A COMUNICAÇÃO COMO AS CORPORAÇÕES ORIXÁS

 AS PORTAS ESTÃO AB ERTAS

É só refletir sobre o nosso impulso instintivo de pedir auxílio, conversar ou sentir um Orixá. Essa comunicação com as “Corporações Orixás” é parte da nossa herança humana. Não existe fundamento na ideia de que os Espíritos dignos que militam em cada “Corporação Orixá” não estão interessados em se comunicar conosco. Com certeza, nós mesmos bloqueamos esse contato com Eles; isso tem a ver com a nossa imperfeição, nossa moral, nossos limites e principalmente acharmos que não merecemos tal ato.

Não precisamos ser clarividentes para comungar com as “Corporações Orixás”. A nossa mente ilibada, santidade das intenções, moral elevada, o nosso amor por toda a Natureza e um certo grau de sensibilidade com relação ao mundo natural, são requisitos essenciais. Crer que será necessário se ter algum dom paranormal, é bloquear o contato com as “Corporações Orixás”. Preste atenção: Observe e comungue com a Natureza, em todos os seus aspectos, que com certeza desenvolverá o necessário para receber o prâna vital das “Corporações Orixás”.

Jesus disse: “Tudo é possível àquele que crê”.

As “Corporações Orixás” sempre se comunicaram de formas diferentes, com um grau muito grande de pessoas, de um sem número de culturas, graus de conhecimento espiritual e níveis variáveis de consciência, sob variadas formas.

Temos algumas dicas preciosas a fornecer, a fim de que todos possam efetivar um contato com as “Corporações Orixás”:

• Ter a pureza de coração, que estará se comunicando com os Poderes Reinantes Orixás do Divino Criador, ou seja, com as emanações de Deus, superando a pura satisfação do ego.

• Abordar a Natureza, portais das emanações prânicas vitais das “Corporações Orixás”, com um sentimento de admiração e respeito.

• Estar aberto às possibilidades em termos energéticos, psicológicos, mentais e espirituais que a comunicação com as “Corporações Orixás” podem trazer.

• Cultivar uma consciência de moral, sensibilidade, pureza, humildade, que permitam entrar em sintonia com as energias prânicas vitais das “Corporações Orixás”.

A comunicação com a Natureza aumenta a nossa sensibilidade, e abre as portas da consciência que devemos ajudar a protegê-la e ao mesmo tempo o sentimento de favorecer a evolução da vida. À medida que aumentarmos nossa comunicação com as “Corporações Orixás”, de uma maneira natural, com certeza nos tornaremos importantes auxiliares encarnados na implantação da paz terrena.

Comungar com as “Corporações Orixás” é vital para nós. Para dar início, temos somente que observar algumas regras básicas:

1º) Fortalecer a ligação com nosso planeta.

2º) Entrar em contato com a sabedoria planetária.

3º) Expandir nossas possibilidades como humanos.

4º) Alcançar a sintonização através da nossa humildade.

 AS VIBRAÇÕES ORIXÁS/NATUREZA

A fim de bem entendermos teremos que repetir alguns conceitos já expostos nessa obra.

As vibrações primárias naturais presentes nos sítios vibratórios da Natureza (mar, rios, riachos, cachoeiras, montanhas, matas, fontes, praias, lagos, mangues, pedreiras, montanhas, campos, etc.), formam as emanações prânicas vitais (energia vital universal que permeia o cosmo, absorvida pelos seres vivos) das vibrações que cada Corporação Orixá emite para a sustentação planetária em todos os sentidos. Entendamos que essas “vibrações naturais” presentes nos “pontos de forças da Natureza” não são as presenças espirituais dos Orixás em si, mas somente as vibrações prânicas das “Corporações Orixás” que dão sustentação ao ecossistema planetário. Exemplo: Não vamos encontrar a Mãe Oxum numa cachoeira, mas simplesmente um prâna vital de sustentação planetária específico, emanado da Corporação Oxum. Portanto, vamos aos sítios vibratórios da Natureza para refazimento energético e físico, pois dali se manifestam forças prânicas vitais especificas de sustentação, que nos darão forças, físicas e emocionais para viver.

Para entendermos melhor, vamos lançar mão de um exemplo prático: As abelhas são responsáveis por quase 80% da polinização das plantas cultivadas do planeta. “Polinização é a transferência de material genético da parte masculina para a parte feminina da flor”. Esse é um processo importante na formação de frutos em diversas plantas. Com a extinção das abelhas ou a redução da sua área de distribuição geográfica observaremos uma diminuição na quantidade e na qualidade de frutos e sementes produzidos e, consequentemente, na produção mundial de alimentos. Portanto, se quebrar esse ecossistema, destruindo as abelhas, não teremos mais a presença da Flora no Planeta.

Assim também o é com os sítios vibratórios da Natureza. Cada um deles emana prâna vital (o sopro da vida) especifico para a sustentação planetária, e cada um desses locais, emana um prâna especifico derivado de uma das Corporações Orixás. É esse prâna vital que vamos absorver, em contato com os pontos de força da Natureza, e não realizarmos “adoração” a Orixás nesses locais. Orixá não se adora; só se reverencia nas ações, no amor, na compaixão, na fé, na humildade, devoção e caridade.

Não é só a presença de seres vivos e palpáveis que formam o ecossistema planetário; existem também os sistemas que emanam energias vitais (prâna), que formam e sustentam toda a vida planetária. Se não preservarmos esses sítios vibratórios, a vida no Planeta começará a se degenerar, extinguindo-se.

Cremos então, que depois dessas explicações, ao irmos a um sítio vibratório da Natureza, entendamos que ali não está o Orixá em si, mas sim, o prâna vital essencial emanado pela Corporação Orixá que sustenta a força emanada desse local específico.

Entenderam a importância das idas aos sítios vibratórios da Natureza? Não devemos ir a esses locais sagrados tão somente para realizar oferendas, entregas e procedermos a engiras, mas, sim, principalmente, para nos irmanarmos com as forças ali presentes, refazendo nossas vidas. Entregas magísticas só devem ser realizadas nesses locais, com a orientação e anuência de um Guia Espiritual, e não ao nosso bel prazer.

Não emporcalhemos os pontos de forças com materiais não biodegradáveis; não destruamos esses locais sagrados; façamos tudo com bom senso, integrados à Natureza. Ai, colheremos bons frutos.

Quando falamos que cada sítio vibratório da Natureza é regido por um Orixá, na realidade, o prâna vital especial advindo desses pontos de força naturais é a força elemental primária material da própria Corporação Orixá e não a sua emanação espiritual superior. Através desses sítios vibratórios emanam prâna vital consubstanciado e transformado para uma boa recepção por tudo que está presente na Terra.

É por isso que, ingenuamente, “ligamos” os Orixás à Natureza; ali estão suas emanações prânicas vitais essenciais.

Por conseguinte, se Deus a tudo criou; Ele é a causa e o efeito de tudo; suas emanações se encontram por toda Sua criação; os sítios vibratórios da Natureza nada mais seriam do que os Poderes Reinantes do Divino Criador materializados e irradiados com pureza para tudo, através das Hierarquias denominadas por nós de: Orixás.

A força Orixá não existe em um espaço/tempo delimitado, mas sim, vive e reina em todo o nosso Planeta, em toda a criação existente nele, indistintamente. Onde existir uma vida pulsante, ali está à força Orixá. Não existe um único ser eterno denominado de Orixá, mas sim, toda uma Corporação formada por Espíritos notáveis com títulos honrosos de Orixás, sendo que muitos já alcançaram a plenitude espiritual e outros que ainda estão em escalada evolutiva, perfazendo o todo que é o Orixá.

Ao nos dirigirmos à Natureza para harmonizações ou mesmo realizarmos nossas oferendas e entregas magísticas, tudo vai estar ligado à presença dos Espíritos Elementares. Mas quem seriam?

No capítulo: “A UMBANDA É UMA RELIGIÃO MAGÍSTICA?”, deste mesmo livro, no subtítulo: “OS ELEMENTAIS DA NATUREZA”, estamos discorrendo sobre o assunto.

RECONHECIMENTO

Devemos conhecer e valorizar a Natureza, portais naturais de emanações prânicas vitais das “Corporações Orixás”.

As culturas primitivas, ainda enraizadas na Natureza, reconhecem a presença Divina em tudo a sua volta.

Devemos ter a consciência da Natureza à nossa volta, e que ali estão à presença das emanações vitais das “Corporações Orixás”, com uma gama muito grande de Espíritos e seres dimensionais, todos trabalhando consciente ou inconscientemente em favor de tudo à volta.

Devemos nos dirigir à Natureza com respeito e humildade. Pedir licença ao entrar e agradecer ao sair.

As coisas da Natureza devem ter prioridade, pois elas podem existir sem o concurso dos homens, mas o homem não pode existir sem o concurso da Natureza. Se tivéssemos o espírito de gratidão pela Mãe Terra, ela se tornaria um lugar melhor pra viver, porque não destruímos àquilo que adoramos e reverenciamos.

No documento Livro - Magias e Rituais Da Umbanda - Volume i (páginas 113-116)