• Nenhum resultado encontrado

Organização administrativa de Curitiba e da Regional

7.1 O MUNICÍPIO DE CURITIBA

7.1.5 Organização administrativa de Curitiba e da Regional

O município de Curitiba é dividido em 9 (nove) regionais administrativas – Bairro Novo, Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, CIC, Matriz, Pinheirinho, Portão e Santa Felicidade. Os distritos agregam números de bairros diferentes e também há registro de diferenças nas ocupações de seus territórios. Basicamente se tem que a ocupação do território do município foi a partir da região central

9 Os dados foram apresentados publicamente em eventos e confirmados em contatos pessoais

para as partes mais periféricas, sendo a região do Bairro Novo e Pinheirinho, parte sul do município, as áreas com urbanização mais recentes. A seguir Figura 6 apresenta a distribuição e identificação dos bairros, segundo regional administrativa.

Figura 6 - Distribuição de bairros segundo regional administrativa no município de Curitiba-PR - 2008 Fonte: IPPUC (2008)

A Regional Administrativa Boa Vista é composta por treze bairros: Tarumã, Pilarzinho, São Lourenço, Boa Vista, Bacacheri, Bairro Alto, Taboão, Abranches, Cachoeira, Barreirinha, Santa Cândida, Tingui, Atuba. Quanto aos dados populacionais nestes bairros, sete tiveram crescimento populacional acima da média da cidade no período de 1996 a 2000 (Pilarzinho, Taboão, Abranches, Cachoeira, Santa Cândida, Atuba e Bairro Alto) e dois, crescimento negativo (São Lourenço e Bacacheri). Os quatro bairros, restantes seguiram a tendência de crescimento populacional da cidade.

A seguir na Figura 7, representa-se a localização da Regional Admi- nistrativa Boa Vista do município de Curitiba, com destaque para o crescimento populacional no período de 1996 a 2000.

Figura 7- Regional Administrativa Boa Vista no município de Curitiba, segundo

crescimento populacional no período de 1996 a 2000

O Distrito Boa Vista representa 14,40% do território do município de Curitiba. A população moradora desta Regional, segundo os dados do Censo

IBGE 2000, representava 14,22% da população da cidade, e em relação à distribuição populacional por faixa etária e sexo, nessa Regional havia significativo número indivíduos jovens (de 15 a 24 anos) e idosos (de 65 anos e mais) (IPPUC, 2005). Outra observação foi sobre a queda na natalidade no período, tanto no Município como na Regional Boa Vista. Nos dados referentes ao coeficiente de natalidade em Curitiba observa-se queda contínua na taxa, sendo registrados 21,0 nascidos vivos/1.000 hab. em 1995 e em 2007 13,4 nascidos vivos/1.000 hab. E a taxa de fecundidade no ano de 2007 foi de 1,44 filhos por mulher, sendo que valores abaixo de 2,1 filhos por mulher representam insuficiência na reposição populacional em determinado território (Curitiba, 2005, 2008a).

Os cinco bairros com maior densidade demográfica no Distrito Boa Vista, segundo o censo IBGE (2000), são: Bairro Alto (59,80 hab./ha), seguido do bairro Boa Vista (57,23 hab./ha), Tingüi (54,88 hab./ha), Barreirinha (45,60 hab./ha) e Pilarzinho (39,13 hab./ha). O bairro com a menor densidade demográfica é o Taboão (15,58 hab./ha) IPPUC, 2005).

Na estimativa populacional do IBGE para o ano 2006 tem-se a distribuição populacional segundo os bairros que compõem a Regional. Na tendência do crescimento populacional, o Bairro Alto apresenta-se ainda como o mais populoso (47.362) e o bairro menos populoso o Taboão (3.006) (IPPUC, 2005).

A política de apoio à infraestrutura para sedes de micro e pequenas empresas com o objetivo de gerar empregos e tirar empresas da informalidade definiu no município uma área denominada "linhão do emprego", como demonstra a Figura 9. Esta área liga vários bairros da cidade por uma grande avenida que teve a infraestrutura ampliada para receber instalações que atendessem à proposta a partir de 1997.

Na representação se observa que a Regional Boa Vista foi parcialmente contemplada, pois somente alguns de seus bairros ficaram próximos à área destinada à implantação de empresas e indústrias, o polo do Bairro Alto. Os bairros próximos são: Tarumã, Bairro Alto e Atuba.

Figura 8 - Representação gráfica das pirâmides populacionais do município de Curitiba

e Regional Boa Vista - Curitiba-PR - 2005

Figura 9 - Representação gráfica da área de abrangência do "Linhão do Emprego" no Município

de Curitiba-PR - 2008

Quanto ao sistema de transporte coletivo o município conta com uma rede de serviços de integração com a região metropolitana, linhas com menor tempo de deslocamento entre as Regionais e ainda com linhas entre os bairros e o centro da cidade. Para a viabilidade da rede que integra as diferentes Regionais e os municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), existem espaços exclusivos nas ruas da cidade que formam um corredor para o deslocamento de ônibus com carrocerias articuladas que fazem estes trajetos. Outra opção para deslocamentos rápidos são as linhas de ônibus que têm poucas opções de paradas para os usuários, fazendo com que o trajeto seja percorrido em tempo menor, que são as linhas dos "ligeirinhos".

Na cidade não se conta com sistema de metrô e trens para transporte de passageiros, portanto todo o transporte coletivo é realizado exclusivamente por ônibus. Alguns dos ônibus têm mais de uma articulação de carroceria, podendo ter dois ou três módulos para que sejam transportados mais passageiros ao mesmo tempo. Atualmente o município está reformulando o sistema de transporte coletivo para garantir maior agilidade no deslocamento e também para aumentar a capacidade de transportar usuários. A reformulação conta com a ampliação e melhoria de pistas que são vias exclusivas para ônibus. A mudança, em fase de construção, se deve ao aumento significativo de usuários no sistema que já se mostra ineficaz em horários do dia com maior fluxo de pessoas.

Cabe destacar que o sistema coletivo de transporte é o principal meio de deslocamento para os trabalhadores que moram nos municípios da região Metropolitana e trabalham em Curitiba ou em outro município próximo. Alguns municípios são considerados "municípios dormitórios" devido à dinâmica social e econômica da região.

Quanto ao uso do solo em Curitiba, conforme IPPUC (2005), a Regional Boa Vista é basicamente residencial, sendo que no bairro Atuba se encontra uma concentração de área industrial. Outra observação é que nesta Regional as áreas de preservação ambiental estão localizadas no seu interior e são poucas (áreas verdes no mapa). Ver Figura 10, a seguir.

Figura 10 - Representação gráfica do uso do solo no município de Curitiba-PR com

destaque para a Regional Boa Vista - Curitiba-PR - 2005

Fonte: IPPUC (2005, p.11)

Conforme dados do IBGE (2000) apud IPPUC (2005), a Regional Boa Vista tem 13,92% dos domicílios permanentes cadastrados no município (479.341 domicílios permanentes). Na Regional, o Bairro Alto é o território com maior número de domicílios permanentes cadastrados (12.126 domicílios permanentes), seguido do bairro Boa Vista (9.227) e Santa Cândida (8.041). Quanto ao cadastramento para a coleta de lixo, tem-se que a quase totalidade (99,89%) dos domicílios permanentes são cadastrados para o recolhimento do lixo doméstico e que 99,71% possuem banheiros ou sanitários. Os dados da Regional são muito próximos dos dados do município, que tem 99,81% dos

domicílios permanentes cadastrados para o recolhimento do lixo doméstico e 96,61% que possuem banheiros ou sanitários.

Com relação ao tipo de domicílio particular permanente na Regional, observaram-se, nos dados do IBGE (2000), que 85,25% desses são casas, 14,57% apartamentos e 0,18% cômodo, sendo que Curitiba apresenta a seguinte distribuição: 74,92% de casas, 24,83% apartamentos e 0,24% cômodo. Portanto, observa-se que a região mantém moradias mais do tipo casa do que moradias do tipo apartamento, fato que demonstra um crescimento vertical menor do que outras regionais do município e ainda que há menos de moradias tipo cômodo. Quanto ao abastecimento de água nos domicílios da Regional, encontram-se as seguintes informações: 98,69% dos domicílios são abastecidos pelo abastecimento geral, neste caso pela companhia de água estadual (SANEPAR), 1,19% faz uso de água de poço ou nascente e 0,11% utiliza outras fontes de água. Em Curitiba os dados mostraram que 98,61% dos domicílios recebem água do abastecimento geral (SANEPAR), 1,04% água de poço ou nascente e 0,35% utilizam água de outras fontes. Logo a situação do abastecimento e uso de água na Regional é mais favorável que a situação do município, principalmente na identificação de outras fontes, pois o índice de domicílios que fazem usos desse tipo de abastecimento na Regional é menor (IPPUC, 2005).

Os dados sobre ocupação irregular na Regional mostraram ruas não oficiais cadastradas, assentamentos sem regularização, assentamentos em regularização, loteamentos clandestinos sem regularização e loteamentos clandestinos em regularização, conforme identificado na Figura 11 a seguir. Ao observar o mapa se identifica que a concentração dos fenômenos apontados está nas partes mais periféricas da Regional, sendo que estas têm proximidade com os municípios da região metropolitana. Outra questão que se reflete sobre estas informações é que os registros oficiais muitas vezes ficam defasados com relação aos dados apontados.

Figura 11 - Localização das áreas com ruas não oficiais, assentamentos sem regularização, assentamentos

em regularização, loteamentos clandestinos sem regularização e loteamentos clandestinos em regularização na Regional Boa Vista - Curitiba-PR - 2005

Fonte: IPPUC (2005, p.72)

Nos dados relacionados à escolaridade da população acima de cinco anos, moradora da Regional Boa Vista, 5,03% dela foi declarada como não alfabetizada. O restante, 94,97%, foi declarado como alfabetizado. Estes dados são muito semelhantes aos do município, que apresenta 94,80% de moradores alfabetizados e 5,20% de moradores não alfabetizados. O bairro desta Regional que registrou o maior número absoluto de indivíduos não alfabetizados foi o Bairro Alto (2.216), seguido dos bairros Santa Cândida (1.598) e Pilarzinho (1.597). Nos índices de não alfabetizados responsáveis pelos domicílios da Regional Boa Vista identificou-se que o número de homens era menor (22, 41%) do que de mulheres (27,50%). Essa tendência foi similar a situação dos responsáveis por domicílios no município, nos quais se teve que 24,80% eram homens não alfabetizados e 25,20% eram mulheres não alfabetizadas responsáveis por domicílios (IBGE, 2000). Os dados permitem refletir sobre os índices altos de analfabetos responsáveis por domicílios em

centros urbanos. Com estas questões postas, acredita-se ser necessário pensar que, em uma sociedade do século XXI, o acesso à educação permitiria ao sujeito conquistar sua inserção na produção, assim como sua autonomia e emancipação.