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CAPÍTULO II A sedução do campo, a formação das associações e os esboços

1. Os contatos iniciais, a atração pelo campo e o “estranhamento do familiar”

Não tenho como começar a traçar o percurso da imersão em meu campo de pesquisa por meio de uma narrativa que explicita um cronograma fechado de visitas e caminhos a percorrer, haja vista que o trabalho etnográfico foge, ao largo, da linearidade de direções e de fatos. Por outro lado, também não posso caracterizar os caminhos tortuosos do início deste trabalho como

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Veremos, neste capítulo, o modo como noções caras à teoria feminista aparecem em meio à formação das associações, para, nos capítulos seguintes, analisarmos de forma pormenorizada cada uma delas, assim como suas principais formas de operacionalização. Somente no último capítulo analisarei como este modelo de prática política está associada à reforma neoliberal do Estado brasileiro.

providos de uma continuidade clara simplesmente porque ao começa-lo não sabia que estava a fazê-lo. Digo isso porque as inquietações que me levaram a me debruçar sobre uma pesquisa de doutorado eram, inicialmente, outras bem diferentes das que desenvolvi neste trabalho. Apesar de já levantar questões sobre o universo feminino, o contexto de investigação, anteriormente, era a esfera da religiosidade soteropolitana. Contudo, a minha mudança de domicílio para uma cidade do sertão pernambucano, e o trabalho como professora na Universidade Federal da região, me fizeram engajar em atividades de extensão e militância acadêmica que me levaram a ter contato com outros ambientes, outras mulheres e outros problemas, tanto de pesquisa, quanto sociais.

A universidade na qual estou lotada ainda passava pela sua infância quando eu, junto a um grupo mais amplo de professores, resolvemos nos engajar na formação de um núcleo voltado para a pesquisa e extensão na área de relações raciais e gênero. Com o apoio da Pró- Reitoria de Extensão desta universidade conseguimos formar o núcleo e ainda estabelecer uma parceria com a Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco. Esta primeira parceria se deu com o intuito de assessorar as escolas da região no sentido de formar seus professores para que pudessem manejar com mais propriedade os conceitos e debates de gênero e raça. O trabalho neste núcleo nos situou em múltiplas esferas, de modo que fizemos das comunidades, bairros, Câmara de Vereadores, conselhos, secretarias, ONGs, Fundações, e escolas uma extensão da nossa universidade.

Este trabalho, logo de início, passou a assumir um caráter especial. Eu não apenas executava os trabalhos de extensão que propunha. Era também requisitada para comparecer a espaços de debates, a oferecer cursos e palestras, a compor cadeiras em conselhos municipais, ou apenas para dar opinião a projetos nas áreas de gênero e relações raciais na cidade de Petrolina. Neste início de trabalho, que chamo de militância acadêmica, pelo extrapolar das atividades de ensino, pesquisa e extensão, típicas de um professor universitário, fui, paulatinamente, me ambientando às atividades que percebi que fariam parte da minha vida enquanto professora daquela universidade, na região do sertão do São Francisco. A impressão que tive, inicialmente, é que as mulheres com as quais comecei a ter contato com os trabalhos do núcleo careciam de braços não apenas fortes e aguerridos, mas também habilitados para moldar as novas perspectivas de mudança que elas planejavam para a região.

Estas habilidades se mostravam, fundamentalmente, relacionadas aos debates sobre teoria feminista, gênero e sexualidade. Um evento relacionado ao referido projeto do núcleo

de gênero e raça pode ilustrar esta demanda. No primeiro grupo focal que realizamos em uma escola da cidade tínhamos a intenção de pensarmos o melhor formato para um projeto de extensão para capacitação de professores em gênero e raça. Neste dia tínhamos o intuito de entender quais eram as carências dos professores nas referidas áreas, para que pudéssemos nos engajar em fortalecer esses pontos. Mas, neste dia, os professores não conseguiram expor seus pontos fracos, porque, segundo eles, estavam precisando compreender “todo” o debate, pois não tinham tido acesso a quase nada de conteúdo e discussão sobre gênero, raça e suas interseções durante suas formações de licenciatura. Neste momento percebi que não apenas tinha obrigação profissional em desenvolver o trabalho que eles requisitavam. Entendi, também, como tinha uma obrigação moral de fazê-lo e não apenas isso, de encarar um desafio maior: compreender, segundo a perspectiva de gênero, a realidade que agora passava a ser também a minha e gerar informações, dados e debates sobre esta região, ainda tão carente de pesquisas na área.

Aliada a esta mudança de perspectiva, ainda tão desafiadora para mim, precisei me debruçar, cotidianamente, sobre o exercício da humildade. Tamanha era a avidez por profissionais que tivessem propriedade para falar sobre a temática, que meus interlocutores de campo, às vezes, faziam-me crer que poderia eu ser a representante do conhecimento, da sabedoria e até das verdades sobre os assuntos que rodeiam a temática de gênero, sexualidade e afins. Este, sem dúvida, foi, e ainda é, um dos principais desafios a encarar em campo. Este desafio, que se concretiza nas mais variadas relações de poder que não apenas eu, mas todos os pesquisadores enfrentam em campo, nos colocam mais provocações e surpresas do que realizações travestidas de resoluções de problemas e busca por verdades.

Antes de tudo, partir da perspectiva da Antropologia Feminista (BONETTI, 2012) para pensar o engajamento em campo é ter, não apenas como horizonte, mas como contexto e temática de pesquisa, as relações de poder que hierarquizam e moldam todas as relações sociais. Este pressuposto, por si só, fornece o enquadramento sobre o qual a pesquisa será realizada e como os debates teóricos e epistemológicos serão traçados. Além deste pressuposto inicial, o modo como os meus interlocutores de campo me requisitavam me fez tomar consciência, na prática, que não estava apenas a tratar de relações de poder pautadas em gênero ou orientação sexual. Estas relações de poder estavam a permear desde as mais formais das relações que tinha com meus interlocutores, às mais íntimas e confidenciais que com o tempo passamos a nutrir.

Claro que não era apenas eu, enquanto professora universitária, que ocupava o polo que detinha o poder nas relações. Como bem apontou Foucault (2007), o poder tem como propriedade central a circularidade. Ele ora está localizado em um ponto ora em outro na teia das relações sociais. E assim não foi diferente nos contextos que comecei a me fazer presente. O contato com a Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco me colocou em conexão com as agentes de políticas públicas para as mulheres na região do sertão do São Francisco, que por sua vez também ocupavam espaços de poder, haja vista que executavam políticas na área. Esta execução implicava manejo de recursos financeiros e de pessoal, elaboração de projetos, arranjos de parcerias, ações que supõem, necessariamente, relações de poder. Estas relações fazem parecer aos envolvidos que um dos polos consegue transformar a realidade por meio da agência de determinados atores e o outro é formado apenas por pessoas que são manejadas para que tal fim seja posto a cabo.

Não desejo afirmar, por meio desta assertiva, que um grupo de pessoas desejava se portar com ares de superioridade frente a outros. O intuito é tão só reiterar que não era apenas eu quem ocupava o lugar daqueles que possuem, pelos menos por ora, o poder. Além disso, é importante destacar o teor destas relações, haja vista que são centrais para o esboço da teia, rede, rizoma, ou o que quer que chamemos o emaranhado de conexões que me colocou no lugar que estou neste trabalho. E foi pelo meu lugar na relação que se estabelecia com a Secretaria da Mulher do estado, por meio do Núcleo Estudos em Gênero e Raça, que aceitei um convite, em fins do ano de 2013, para compor uma mesa na Câmara de Vereadores da cidade, em um debate sobre os 7 anos da Lei Maria da Penha. O convite se mostrou irrecusável tanto pelo compromisso que tinha com a referida Secretaria, quanto pela importância da temática para mim, pessoalmente, e para o estado de Pernambuco, que vinha passando por uma queda considerável no número de homicídio de mulheres73.

Impelida por tamanho interesse e compromisso, compareci, como prometido, numa manhã de quinta-feira à Câmara de vereadores da cidade. No início achei um pouco estranho levar tal debate para este espaço. Inicialmente imaginei, com a minha perspectiva metropolitana, que esta discussão caberia melhor no espaço universitário ou na sede de algum movimento social ou ONG. Mas, após algum tempo de trabalho de campo, percebi o quão

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Segundo dados do Mapa da Violência houve uma queda de 6,6% no número de homicídios em Pernambuco de 2003 a 2013 (Waiselfisz, 2015, p.14). No entanto, segundo o trabalho de pesquisa realizada pela SOS Corpo, é importante salientar que há variações importantes no que tange as regiões do estado. Certas regiões de Pernambuco, como a Zona da Mata, Agreste e Sertão do Pajeú, os números referentes à morte de mulheres aumentaram, assim como os referentes às mulheres negras (SOS CORPO: INSTITUTO FEMINISTA PARA A DEMOCRACIA, 2015. Recife, 2015, p.8).

estratégico era levar aquele debate à Câmara de Vereadores. Sem sequer ouvir de uma das mulheres que passei a ter contato para a pesquisa, entendi que um dos objetivos centrais de levar debates à câmara é pela obviedade do fato: estimular que os nossos legisladores tenham contato com temas, que nem ao menos são fruto das suas elucubrações, para fins de formulação de projetos de lei. Comecei a compreender tal apatia quanto à temática nas intervenções solicitadas pelos vereadores neste dia.

Depois das duas únicas vereadoras mulheres que possuía o corpo legislativo da cidade terem exposto o requerimento que afirmava a necessidade do debate sobre a Lei Maria da Penha em Petrolina, os vereadores presentes passaram a pedir a fala, um a um. Nas suas demoradas intervenções, o enfado de modo algum se mostrou presente. E isto não se deu pela eloquência de suas colocações e sim pelo ar anedótico e até bizarro que possuíam. Enquanto um salientava como sua mãezinha era uma mulher de fibra na família, por ter passado, sem esmorecer, pelos mais variados problemas; outro fazia questão de se referir a como tratava bem à sua esposa, com carinho, atenção, sem violência e sem impedir-lhe de realizar trabalhos fora de casa. E assim se deram as tantas outras intervenções.

Após a balburdia que tinha presenciado antes de começarem os debates, que na audiência observava atônita, tamanha a frustração, haja vista que esperava encontrar vereadores sérios, comportados e de fala mansa e baixa ao aguardo do início da sessão especial, nada daquilo me surpreendia mais. E com este mesmo humor pareciam estar as demais colegas que compunham a mesa. Dentre elas estavam: a secretária da mulher do município de Petrolina, a presidente do Conselho dos Direitos da Mulher (CDM) da cidade, uma representante da Associação das Mulheres Rendeiras da cidade, a coordenadora da região do Sertão do São Francisco da Secretaria da Mulher do estado de Pernambuco, uma representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) e uma representante da escola de referência da cidade que possui parceira com a Secretaria da Mulher do estado. Devido ao tamanho da mesa, as falas, como já era de se esperar, ficaram restritas a poucos minutos. Os debates se concentraram em mostrar como Pernambuco tinha diminuído os casos de violência contra as mulheres devido ao trabalho da Secretaria da Mulher do Estado e do apoio do então governador Eduardo Campos, que se dedicava e investia na causa. Segundo os dados levados pela representante da Secretaria da Mulher do estado, Pernambuco ocupava 2º lugar e tinha

caído para 13º em casos de violência contra a mulher naquele ano. Estes dados foram contestados pela representante da UBM que afirmava estar o estado em 5º lugar74.

Para ir além dos debates sobre números, resolvi encaminhar a discussão, neste dia, para os móveis da violência contra as mulheres, que estariam pautados nas relações desiguais de gênero. Após o meu rápido pronunciamento tive o primeiro momento de reflexão sobre o meu lugar naquele ambiente. E, ao invés de me inquietar com os problemas de organização do evento, das superficialidades das intervenções dos representantes do povo, ou com os dados ainda preocupantes que as mulheres engajadas insistiam em debater, passei a apenas observar e a refletir sobre o meu lugar ali. Claro, sem saber eu que aquele seria o primeiro de tantos outros momentos de ambiguidade e aflição que encontraria enquanto pesquisadora, professora, extensionista e militante. Porém, a angustia provocada pela imprecisão da minha situação não me impediu de começar a entender o meu lugar, e como poderia ser interessante, e até útil, que eu assumisse outra face, não apenas a de debatedora.

Neste emaranhado de demandas e interações, onde as relações de poder, como sempre, eram quem ditava as regras, me percebi não enquanto pesquisadora de gênero na cidade de Petrolina e sim para a cidade de Petrolina75. Recebi um chamado sorrateiro e irrecusável dos meus interlocutores de campo. E, desafiadoramente, me debrucei sobre as relações das agentes de políticas públicas de gênero nesta cidade. O que se mostrou mais desafiador foi o modo incipiente de efetivação destas políticas públicas de gênero na região. Apesar de já estar começando a vislumbrar uma vontade política de transformar a realidade das mulheres naquele local por meio do protagonismo da sociedade civil organizada e dos poderes públicos, a iluminação veio, para mim, segundo outra perspectiva. Esta não se relacionava apenas à tentativa de entender como as políticas públicas poderiam ser postas em prática em um contexto onde algumas pessoas sequer entendiam o significado do conceito “gênero”76

, mas

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Segundo os dados do Mapa da Violência citado acima, Pernambuco, em 2003, estava em 5º lugar no ranking de homicídio de mulheres no Brasil. Em 2013, ano do debate na seção da Câmara de Vereadores, o estado estava em 15º lugar.

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É importante salientar que neste momento eu já havia mudado os objetivos do meu trabalho de tese e já havia transferido o meu campo de estudos para a cidade de Petrolina. No entanto, a mudança de foco de pesquisa para a análise da aplicação das políticas públicas de gênero na cidade só se deu após fevereiro de 2014. Neste momento estava mais a pensar nas possibilidades de pesquisa referentes ao núcleo que coordenava na universidade que leciono. A passagem de um interesse (o do núcleo) para outro (o da tese) fluiu de uma maneira leve e tranquila, apesar das ambiguidades metodológicas que me aplacaram e que continuarei a comentar no corpo deste texto.

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Com esta assertiva não pretendo, de modo arrogante, diminuir meus interlocutores de campo, ao me colocar como a detentora do conhecimento acerca de um debate acadêmico e político que lhes foi vetado, por motivos mil. Que esse debate se fez de difícil acesso para eles isso é fato. No entanto, isto não se mostra como motivo

também de ter a oportunidade única de fazer parte deste processo, já levado a cabo em tantos outros lugares do país, e que ainda se mostrava em sua fase inicial na cidade de Petrolina.

Assim, sem saber que estava em campo, foi a forma como me inseri no campo. E, estando nele, me vi tanto como “a pesquisadora” como também como a agente que elabora e executa políticas públicas para as mulheres, haja vista a parceria do núcleo que faço parte junto à Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco. Travestida em várias faces – ora a inocente que sequer sabia que estava se desenhando o seu projeto de pesquisa, ora a agente de políticas munida de saberes a serem multiplicados, e depois a pesquisadora que buscava compreender não só o modo como as políticas públicas são executadas na região, mas também sua própria posição, ambígua, confusa e plural em campo– fui me conformando e estabelecendo as relações necessárias, tanto para levar a cabo esta pesquisa, quanto para concretizar os trabalhos da militância acadêmica que passava a executar na cidade.

Esta sobreposição de papéis, inicialmente, me inquietou. Acreditei que não teria como me inserir em um campo onde seria, além de extensionista, professora e militante, também pesquisadora77. Como superaria esta situação de ambiguidade de papéis? Como realizaria o famigerado estranhamento em situações que seriam tão familiares? Neste sentido, optei por seguir as observações de Gilberto Velho (1978) a respeito do estranhamento do familiar. Segundo este autor, o que sempre vemos e encontramos pode ser familiar, mas nem sempre é conhecido. Não seria pelo simples fato de estar imersa, de diversos modos, nos contextos de aplicação de políticas para as mulheres que me faria conhecedora dos princípios que regeriam as interações nestes espaços. Até porque, segundo o autor, por mais que utilizemos um mapa que nos familiariza com as situações sociais do nosso cotidiano, conferindo nome e posição às pessoas, não significa que conheçamos as visões de mundo e as regras que estão por trás das interações. (VELHO, 1978, p.41-42). Por isso a necessidade de relativizar e se colocar no lugar do outro. Até porque, nas sociedades complexas existem tendências de contestação e redefinição de regras e distribuição de poder. Além disso, ele vai afirmar que:

para diminuí-los, principalmente porque é da escassez que a força, a habilidade e inteligência se evidenciam. Foi em meio à falta de políticas, de debates e de uma educação formal voltada para a temática que meus interlocutores “tiraram leite de pedra” e realizaram as pequenas transformações que fizeram a diferença no cotidiano de muita gente, como dos seus alunos nas escolas, das mulheres agredidas que procuravam o CDM e das agentes de políticas públicas, que quase sem recursos conseguiram mobilizar esferas do governo e da sociedade civil para, ao menos, conscientizar as mulheres sobre seus direitos e os equipamentos públicos que existem para assisti-las.

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E depois membro do Conselho dos Direitos da Mulher, da Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, parceira da Secretaria da Mulher do Estado e consultora informal da Secretaria Executiva da Mulher do município, como veremos neste e em outros capítulos.

Embora aceite a ideia de que os repertórios humanos são limitados, suas combinações são suficientemente variadas para criar surpresas e abrir abismos, por mais familiares que indivíduos e situações parecem ser (ibid, 1978, p.42).

Desse modo, a inevitabilidade do estudo de sociedades e grupos “familiares” pelos antropólogos na atualidade em nada desmerece ou deslegitima seu trabalho e considerações. Isso porque nada nos é completamente familiar, há sempre uma zona, em cada um de nós, e em nossos contextos de interação, que é obscura, até para nós mesmos. A complexidade de nossas experiências e do nosso ser nos faz revelar facetas inéditas e caminhos tortuosos que, antes de se configurarem enquanto repertórios reflexivamente orientados por padrões culturais, são muito mais criatividade em ação, contestação de princípios e aventuras multidirecionais e inesperadas.

Depois de todo este processo reflexivo sobre meu posicionamento em campo, iniciado com o referido debate na Câmara de Vereadores, e continuado durante muitos momentos em que estive em campo e que refleti sobre o meu lugar, resolvi continuar as minhas interações e contatos. Neste dia na Câmara resolvi permanecer mesmo após os debates para conhecer melhor minhas novas interlocutoras e suas posições sobre aquele dia. A opinião a respeito do posicionamento dos vereadores foi unânime. Todas elas estavam extremamente chateadas com suas colocações, mas viram o evento como positivo, pois ao menos eles não tinham se negado a receber a proposta do debate e os futuros projetos que chegariam àquela casa no futuro. Entre um bate-papo e outro, a presidente do CDM falou-me do trabalho das conselheiras em colocar o Conselho novamente em atividade, afirmando que a UNIVASF (universidade que leciono) tem uma cadeira no conselho que, naquele período, era ocupada por uma professora do curso de administração, bastante engajada e participativa. Ela, vendo meu interesse na conversa, me convidou para estar presente em uma reunião do conselho,