• Nenhum resultado encontrado

9 OS MACABEUS – O MUNDO GREGO – A SEPTUAGINTA

No documento A Bíblia Entre Os Dois Testamentos (páginas 38-46)

Por dois séculos, sob o domínio e a tolerância dos persas, os judeus puderam se refazer, fortalecendo se em torno da unidade religiosa no templo restaurado, embora bem aquém do outrora e glorioso templo construído por Salomão, agora, para alguns que já de idade avançada, recordavam a glória do majestoso e magnífico templo construído pelo Rei Salomão, via somente que o novo templo, não passava de apenas uma caricatura do anterior.

Entretanto, o templo passou a representar um grande símbolo e o emblema maior da fé judaica. Aglutinava e acolhia os judeus vindos de várias partes do mundo conhecido.

Os serviços foram novamente restaurados, anualmente judeus peregrinos de outras partes

afluíam para as festas e cerimônias,

principalmente na época da Páscoa.

Havia uma determinação que deveria ser cumprida ao pé letra, consistia numa regra de fé e

sobrevivência da unidade judaica, que

praticamente obrigava a todos os judeus, não importando onde ou qual lugar estivesse estabelecido no mundo conhecido.

38

O importante era que tinham que comparecer ao menos uma vez ao templo em cada ano, sob o risco de não serem mais reconhecidos como participante deste povo ou de serem banidos.

Este período somado mais os anos do cativeiro foram propícios para a compilação e transcrição dos seus livros sagrados escritos no antigo hebraico e traduzidos para o aramaico, que resultou posteriormente na composição das Escrituras Sagradas, mas para chegar até lá, muita coisa aconteceu.

O aramaico se tornou a língua comum e popular entre os vários povos e grupos étnicos que habitavam as províncias da palestina subjugada. Ainda no século IV ªC.; iniciava a influência da cultura grega e começava a tomar corpo e ocupar espaços entre os judeus, já era percebida nos principais centros comerciais e aos poucos a sua língua se tornava conhecida.

Além disso, as influencias dos costumes sociais e nas práticas esportivas com o culto ao físico atraíram muitos judeus a participarem deste novo estilo de vida.

O poderoso império persa dava sinais de

decadência e enfraquecimento com a

independência de suas províncias mais

39

Os gregos de forma avassaladora a partir do mar e por terra iniciaram um período de intensas guerras contra os persas, em várias batalhas, os persas se enfraqueceram e perderam aos poucos seus domínios, seus territórios e sua hegemonia. Entrou em cena, na Macedônia um grande líder militar, dotada de uma inteligência para as artes militares até então inigualável, jovem macedônio, temível guerreiro e conquistador chamado Alexandre, que comandando um poderoso e bem treinado exército com suas falanges, em guerras relâmpagos conseguiu tornar o senhor de todas as cidades gregas.

Unificou toda a Grécia, sob o seu domínio, senhor pleno do poder, adotando novas táticas militares, com sua engenhosidade, equipado com grandes máquinas mortíferas de guerra.

Seus exércitos construíram torres de assalto de até cinquenta metros de altura, com vinte andares, quando colocadas ao lado das muralhas inimigas, permitia que o seus soldados, arqueiros e lanceiros, atingissem com facilidade seus alvos e punham abaixo toda a resistência da cidade atacada.

Usando estes fantásticos aparatos bélicos, expandiu suas conquistas para além das fronteiras gregas. As grandes cidades, que eram bem

40

protegidas e guardadas por poderosas forças militares não resistiram.

Depois de sete cercos, conseguem infligir uma pesada derrota aos fenícios e destruir a até então a toda poderosa e inexpugnável cidade fortaleza de Tiro.

Alexandre comandou seus vitoriosos exércitos percorrendo longas distancias, era temível perante seus inimigos. Enfrentou em duras e sangrentas batalhas, infligindo pesadas derrotas aos grandes numerosos exércitos persas.

Consolidou o seu domínio, conquistando finalmente o Egito em 332 e 331, cuja população recebeu e foi aclamado um herói libertador. Em poucos anos era senhor do mundo conhecido. No ponto mais saliente do delta do Nilo junto ao litoral do Mediterrâneo, fundou em sua própria homenagem a cidade de Alexandria,8 não

havia mais nada pra conquistar.

Dez anos depois quando Alexandre regressava para Babilônia de uma campanha militar da distante Índia contraiu uma doença, cuja enfermidade o levou à morte.

8 - Em poucos anos a cidade de Alexandria transformou na principal e

41

Nesta que foi a gloriosa cidade, agora era o palco que presenciava o fim de sua breve vida que chegou ao fim em 13 de junho de 323 ªC, após contrair uma misteriosa febre que até os dias atuais é ainda motivo de polêmica, morreu aos 33 anos, Alexandre o Grande.

Seu imenso império abrangia todos os povos e nações daquele mundo conhecido, estendia desde o Egito, Grécia até as proximidades do Himalaia.

Após sua morte seus principais generais entraram em confronto e o grande reino foi fragmentado. Ptolomeu um dos seus principais líderes militares manteve sob o seu poder o Egito e a Palestina.9

Naquela ocasião, nos primeiro anos de seu

governo, a Judéia estava com uma

superpovoação, então Ptolomeu autorizou a imigração em massa daquela província para o Egito, ocorreu que Alexandria recebeu uma grande quantidade de judeus e tornou o maior centro judaico fora de Jerusalém.

Segundo o historiador judeu Josefo, o que houve na realidade foi uma grande deportação em massa de judeus, ocorrida em pleno sábado

9

- O general Ptolomeu assume o governo do Egito como Faraó e dá inicio a uma longa dinastia grega no comando do Egito acerca de três séculos.

42

aproveitando o descanso do dia sagrado, esta versão parece verdadeira, pois fazia parte desta deportação até um sacerdote chamado Ezequias que era tesoureiro do templo.

Os textos em manuscritos em aramaico foram traduzidos para o grego.

43

A SEPTUAGINTA - No reinado de Philadelpho rei do Egito, intitulado Faraó Ptolomeu II (285-246), por sua iniciativa pacífica, segundo a tradição que registra, ele fez um pedido ao sumo sacerdote de Jerusalém, para que desse uma autorização para a tradução dos livros sagrados judaicos, escritos em aramaico para o grego.

O Rei Ptolomeu II nesta tarefa com o objetivo de incrementar a cultura no seu reino empenhou se em montar uma grande biblioteca, que mais tarde se tornaria a lendária biblioteca de Alexandria com as obras contendo a cultura literária de todas as nações do mundo conhecido. Ocorreu que o sumo sacerdote autorizou com a condição de nomear uma grande comitiva formada por setenta e dois sábios escribas, que se dirigiram a Alexandria e passaram vários meses internos num grande palácio, em quartos individuais, realizando a tradução desses livros do aramaico para o grego.

Ao cabo de vários meses quando chegaram ao término desta grande missão, eles fizeram uma confrontação entre os resultados obtidos nesta enorme tarefa, a conclusão foi que todos chegaram ao um mesmo resultado comum, isto é todas as setenta e duas traduções estavam absolutamente iguais!

Milagre? Tudo indica que sim, Deus tinha um propósito de revelar sua palavra ao mundo

44

conhecido daquela época, e para que este objetivo fosse atingido, estava pronta a tradução das Sagradas Escrituras10 para o grego, exatamente o

Velho Testamento da Bíblia, da mesma Bíblia que estudamos hoje, que inicia no Livro de Gênesis até ao livro profético de Malaquias.

Naquele período o idioma mais popular e mais falado e escrito já era o grego.

10 - Esta era a Bíblia da época de Cristo quando ele deu a seguinte

instrução: João 5:39 ―Examinai as Escrituras porque cuidais ter nelas a vida eterna e são elas que de mim testificam‖. Paulo também recomendou na Epístola de II Timóteo 3:16 Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça‖.

45

10 - RESUMO CRONOLÓGICO – “REVOLTA

No documento A Bíblia Entre Os Dois Testamentos (páginas 38-46)