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2 O PIBID NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FORMAÇÃO DE

4.2 OS PARTICIPANTES

A base desta investigação foi o subprojeto PIBID/Letras-Língua Portuguesa do Curso de Letras-Língua Portuguesa/CAP/UERN, que integrava o Projeto Institucional da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, desenvolvido no período de março/2014 a fevereiro/2018. Esse subprojeto envolvia um universo de 25 integrantes, selecionados de acordo com os critérios da Portaria 096/2013-CAPES (v. Quadro 7) e se desenvolveu em duas escolas públicas da cidade de Patu-RN, contemplando ações pedagógicas e de gestão educacional, a fim de proporcionar aos graduandos a aproximação, o conhecimento e a participação na realidade escolar, desde o início de seu processo formativo.

Quadro 7 - Formação do Grupo de Trabalho

QUANT. FUNÇÃO NO SUBPROJETO

CRITÉRIOS PARA A FUNÇÃO

01 Coordenador de

área

I – possuir formação – graduação ou pós-graduação – na área do subprojeto;

II – pertencer ao quadro permanente da IES /.../

III – ser docente e estar em efetivo exercício das atividades do magistério no ensino superior;

IV – possuir experiência mínima de 3 (três) anos como docente do ensino superior;

– ministrar disciplina em curso de licenciatura da IES na área do subprojeto;

VI – possuir experiência na formação de professores ou na execução de projetos de ensino /.../

04 Supervisor I – possuir licenciatura, preferencialmente, na área do subprojeto; II – possuir experiência mínima de 2 (dois) anos no magistério na educação básica;

III – ser professor na escola participante do projeto PIBID e ministrar disciplina ou atuar na área do subprojeto;

IV – ser selecionado pelo PIBID da IES.

20 Estudante de

iniciação à docência

(EID)

I – estar regularmente matriculado em curso de licenciatura da IES na área do subprojeto;

II – ter concluído, preferencialmente, pelo menos um período letivo no curso de licenciatura;

III – possuir bom desempenho acadêmico, evidenciado pelo histórico escolar, consoante as normas da IES;

IV – ser aprovado em processo seletivo realizado pelo Pibid da IES. §1º O estudante de licenciatura que possua vínculo empregatício poderá ser bolsista PIBID, desde que:

I – não possua relação de trabalho com a IES participante do PIBID ou com a escola onde desenvolve as atividades do subprojeto; II – possua disponibilidade de 32 (trinta e duas) horas mensais para dedicação às atividades do projeto.

Fontes: Subprojeto PIBID/Letras-Língua Portuguesa e Portaria 096/2013-CAPES

De acordo com a delimitação dos objetivos desta investigação, trabalhei apenas com os supervisores e o coordenador de área, visto que o interesse da pesquisa se voltava para uma análise dos Letramentos que o PIBID possibilita aos professores supervisores. Em se tratando de uma pesquisa de base etnográfica, sempre considerei que o curso da investigação poderia definir se outros dados necessitariam ser inseridos, de forma a possibilitar uma visão mais acurada do contexto da pesquisa. Porém, era necessário um ponto de partida e isso ocorreu com a definição dos participantes da pesquisa.

Importa discorrer sobre a escolha dos participantes, visto que convidar profissionais do convívio de trabalho para colaborar em uma tarefa pode parecer fácil, a princípio, uma vez tratar- se de pessoas que faziam parte de um universo de atuação, com os quais trabalhei diretamente,

durante o tempo em que estive coordenando o grupo. No entanto, quando essa tarefa diz respeito a uma investigação sobre as atividades desenvolvidas, em que se pressupõe uma avaliação, uma valoração analítica das ações que protagonizou, é inevitável que os profissionais convidados suscitem alguns questionamentos sobre o trabalho a ser desenvolvido, como por exemplo: qual a efetiva participação, qual o tempo que seria necessário disponibilizar, como seriam feitos os registros – escritos, gravados, fotografados – e, naturalmente, sobre a forma como seriam identificados, no produto final do trabalho. Após as devidas explicações sobre as minhas intenções e os procedimentos da pesquisa, eles concordaram em contribuir no que fosse necessário. Na ocasião, enfatizei as razões pelas quais considerava relevante desenvolver esse tipo de investigação, tendo como foco as vivências partilhadas durante o tempo em que estive à frente do Programa.

Para a apresentação dos participantes, segui o protocolo de pesquisa, referendado no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, por isso são utilizados pseudônimos, para identificar os participantes, no curso da análise dos dados, a fim de preservar o anonimato desses professores. No que se refere às escolas, também criei um designativo para identificá- las, sempre que fossem citadas pelos participantes ou requeridas, no curso da análise: Escola Chaves para referir-se à escola de Ensino Fundamental e Escola Neves para a de Ensino Médio.

Quadro 8 - Perfil dos Participantes

Participante Formação Experiência

Docente Nível em que leciona Função Subprojeto no

Leda Ramos Pedagogia/Letras Especialista

26 anos 8º e 9º Ano Ens. Fundamental

Supervisora Lia Rocha Letras

Especialista

25 anos Ensino Médio Supervisora José Lins Letras

Mestre em Letras

05 anos Ens. Fundamental EJA/Ensino Médio

Supervisor Pedro Dias Letras

Mestre em Educação

13 anos Ens. Fundamental Ensino Médio Ensino Superior

Supervisor

Maria Alves Letras Pedagogia Mestre em Letras

Doutora em Educação

27 anos Ensino Superior Cursos de Pedagogia e Letras

Coordenadora de Área

Ana Costa7 Pedagogia Mestre e Doutora

em Educação

18 anos Ensino Superior Curso de Pedagogia

Coordenadora de Área Fonte: Elaborado pela autora.

7 Em julho de 2016, houve uma mudança na coordenação de área do subprojeto PIBID/Letras/CAP/UERN-Língua

Portuguesa, em razão da professora Maria Alves ter pedido demissão, na UERN, para assumir cargo em outra IES, através de concurso público de provas e títulos.

O Quadro 8, estruturado a partir das informações sobre a história profissional dos participantes, revela que esses têm perfis bastante significativos para a realidade em que se desenvolveu a pesquisa, por tratar-se de um município de pequeno porte, com condições socioeconômicas que dificultam aos profissionais darem continuidade aos seus processos formativos. O fato de todos os supervisores serem pós-graduados já imprime um relevante diferencial, que os coloca na condição de profissionais com um critério a mais, no quesito ‘qualificação docente’ – os que buscam atualizar a formação, continuamente. De acordo com os estudos de Gee (2001), trata-se da identidade institucional, que os credibiliza como professores de uma determinada escola, graduados e pós-graduados por uma universidade conhecida por todos, inseridos numa dada comunidade. Esses vínculos garantem a pertença dos professores, em seu contexto de vivência profissional.

Esse diferencial, reconhecido pela comunidade escolar, dá visibilidade aos participantes, nas respectivas escolas onde trabalham, pela forma proativa como desenvolvem suas atividades docentes. Isso remete a outra característica apresentada nos estudos de Gee (2001), que é a identidade discursiva, que diz respeito às representações que as pessoas formulam sobre outras, a partir dos discursos que produzem, num dado contexto. Assim sendo, o PIBID representa, para esses professores, um significativo apoio para as atividades que objetivam desenvolver no contexto da escola. Em seus relatos, durante as reuniões de planejamento e avaliação, a reciprocidade tem sido enfatizada como característica dos trabalhos realizados, visto que, tanto os graduandos quanto os professores, afirmam aprenderem mutuamente, nessa ação conjunta.