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2 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

2.2 Os pedagogos em formação

Os alunos participantes da pesquisa são jovens com idades entre 19 e 39 anos. A maior parte na faixa dos 19 e 21 anos, como é possível verificar no gráfico adiante (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Idade de alunos

Fonte: Elaboração própria (2015).

A turma é composta por uma maioria de pessoas do gênero feminino: entre 24 respondentes, 20 são do gênero feminino e 4 do masculino. Sobre o local

de conclusão da Educação Básica, 13 alunos concluíram em escola pública, 10 em escola particular e um no Colégio Militar. Ingressaram na universidade no ano de 2013, dos quais mais da metade (18 sujeitos) concluiu o Ensino Médio entre os anos de 2010 e 2012. Os outros respondentes terminaram a Educação Básica em épocas diferentes, num período que varia entre os anos de 1998 e 2009. Ou seja, a maior parte consiste de jovens que ingressaram na universidade nos anos seguintes à conclusão da Educação Básica, como se pode observar no gráfico a seguir.

Gráfico 2 – Ano de conclusão do Ensino Médio

Fonte: Elaboração própria (2015).

A motivação para a escolha pelo curso de licenciatura foi o tema da primeira questão do questionário, cujas respostas apresentadas foram diversas. Um dado interessante e bastante revelador é que 11 estudantes, boa parte dos respondentes, afirmaram não querer o curso de Pedagogia inicialmente, revelando ter optado pelo curso por conta da nota de corte no Sistema de Seleção Unificada (Sisu)4 e citando os cursos de Jornalismo, Psicologia e História como primeira opção.

O segundo intento exposto como fator para a escolha pelo curso foi a vontade de ser professor, interagir e/ou ajudar pessoas e mudar a realidade. Esse desejo, no entanto, foi manifestado somente por três alunos. A mesma quantidade, três discentes, apontou como razão a vontade de saber ensinar.

A influência de amigos ou familiares professores também foi uma justificativa citada por três respondentes. Outra razão, apontada por dois educandos,

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Sistema de Seleção Unificada do Ministério da Educação (MEC), no qual instituições públicas de Ensino Superior oferecem vagas para estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

foi o fato de gostar de crianças. Uma aluna contou ter ingressado antes em um outro curso, mas que, ao conhecer o campo de trabalho, não se identificou e voltou a buscar o curso de Pedagogia: “Eu tinha duas opções: Enfermagem e Pedagogia. Passei para Enfermagem, mas, no mesmo período, comecei a trabalhar em um hospital e acabei por decidir que não queria isso para a minha vida. Então, no semestre seguinte, já tentei Pedagogia e passei” (LETÍCIA).

Uma aluna respondente atribuiu ao “destino” seu ingresso na Pedagogia, explicando que:

Quando prestei vestibular, a princípio, não tinha a intenção de fazer um curso de licenciatura, pois sempre achei que não teria o dom de ser professora, enfim, mas o destino me trouxe ao curso de Pedagogia. Posso afirmar que, com o decorrer dos semestres, venho me apaixonando pelo curso e pretendo concluí-lo. (CECÍLIA).

Com base em minha compreensão acerca da Didática e na interpretação da ementa do curso, analiso que essa disciplina, tendo como objeto de estudo o processo de ensino visando a aprendizagem, necessita propor aos discentes reflexões acerca da identidade e do trabalho docente. Dessa maneira, a segunda pergunta do questionário indagava ao aluno se, ao escolher o curso, já pensava em ser professor e se a intenção permanecia a mesma após os semestres cursados. Como resposta para essa questão, 13 discentes afirmaram que sim, asseverando ter feito a escolha pelo curso já com a intenção de ser docente. Destes, 12 asseguraram continuar com a mesma intenção; apenas um respondente disse estar em dúvida sobre seguir ou não nessa profissão.

Dos 11 alunos que ingressaram no curso de Pedagogia sem a intenção de se tornar professor, 8 afirmam ter mudado de opinião, informando que já se interessam pela docência. Entre eles, um dos sujeitos assegura querer ingressar na docência apenas por um período, para conhecer o chão da escola no papel de professor, e depois seguir na área da educação exercendo a atividade de gestor.

Das duas respondentes que asseguraram não ter vontade de seguir na carreira de professora ao ingressarem no curso e que, após os semestres cursados, permanecem com a mesma opinião, uma justificou sua resposta afirmando que deseja prestar concurso público como pedagoga para carreira militar, e a outra, apesar de já atuar na área como estagiária, explicou que pretende seguir na área da educação como psicopedagoga. Outro sujeito que inicialmente não pretendia ser professor hoje afirma estar em dúvida se quer ou não seguir nessa profissão.

Mais um dado interessante entre o perfil dos sujeitos é que a maioria dos alunos que respondeu ao questionário, 18 estudantes, nunca teve experiência como docente. Propus esse questionamento para compreender se os discentes tinham alguma experiência com a atividade do ensino, um dos objetos de estudo da Didática e preocupação central deste estudo.

Gráfico 3 – Experiência com a docência

Fonte: Elaboração própria (2015).

Cinco alunos trabalham atualmente na área da docência em estágios, todos em escolas da rede privada de ensino. Estavam iniciando essa atividade quatro alunos, que afirmaram ter cerca de dois meses de experiência. Destes, três discentes realizam o estágio com turmas da Educação Infantil, um deles trabalha com aulas de Língua Estrangeira com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental. Apenas uma aluna revelou ter mais de um ano de experiência na área da docência, como estagiária em turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Apenas um sujeito realizou o estágio em escola pública, com turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental, não estando mais exercendo essa atividade no momento em que respondeu ao questionário.

Esses dados indicam uma importante informação acerca do perfil desse grupo de sujeitos: nota-se que, embora essa não seja a intenção inicial de todos os alunos pesquisados, a maioria deles, 20 discentes no total, exprimiu interesse pela docência no momento em que iniciava o curso da disciplina, mesmo apesar de grande parte desses educandos nunca ter tido experiência com essa atividade.