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Os profetas como precursores de Cristo

No documento Kebra Nagast - A Glória Dos Reis(1) (páginas 130-137)

Parte 5 A Semente da Mulher

99. Os profetas como precursores de Cristo

Isaac rendeu obediência a seu pai dizendo: “Segure-me”, e ele foi oferecido como sacrifício, apesar de não ter morrido, tendo sido redimido pelo carneiro que veio dos céus. Desta maneira o filho de Deus era obediente a Seu pai, mesmo estando à morte. E Ele foi confinado com Seu amor pela humanidade, e Ele foi pregado na cruz, e o filho de Deus se tornou nosso resgate, mas Sua soberania não sofreu.

Jacó, filho de Isaac partiu para a terra de Laban, o país do irmão de sua mãe. Ele foi apenas com seu cajado, e lá ele juntou bastante gado, e adquiriu animais, tanto os puros quanto os impuros, e ele teve doze filhos, e ele revelou o batismo, e voltou para seu próprio país, quando recebeu a benção de Isaac, seu pai.

Desta maneira nosso Senhor Jesus Cristo desceu dos céus, a própria palavra de Deus; e o cajado de Jacó, com o qual ele comandou suas ovelhas, é nossa Senhora Maria, nossa salvação.

O cajado representa a madeira da cruz, na qual Ele foi crucificado, e nos redimiu e tomou posse de nós dentre os judeus, os pagãos e os gentios. E Ele escolheu doze apóstolos, que fizeram as pessoas de todo o mundo e em todos os países acreditarem Nele, e Ele foi aos céus para Seu pai.

Assim Moisés partiu para Medyam, e lá ele conversou com Deus, que o fez aprender e acreditar na ressurreição dos mortos de seu país: Abraão, Isaac e Jacó. Então, através de Sua vara, Deus deu a ele o poder para fazer milagres e ele teve dois filhos.

Por isso, fica claro que nós seremos salvos pela soberania, pois como a boca de Deus proclamou: “Eu sou o Deus de Abraão (que significa o Pai) e de Isaac (que significa Filho) e de Jacó (que significa o Espírito Santo)”, indicando claramente a trindade: “Eu não sou o Deus dos mortos, mas o Deus dos vivos”, pois todos eles estão vivos com Deus, e assim a ressurreição dos mortos deve ser entendida.

Jonah foi engolido e colocado na barriga do grande peixe, e nosso redentor desceu até os intestinos da terra, e se erguei novamente no terceiro dia. Daniel foi colocado na caverna dos leões, e o rei e seus nobres a selaram com suas trancas, mas ele saiu sem que os leões o devorassem.

Similarmente nosso Senhor foi colocado no túmulo, e os judeus o selaram com suas trancas, imaginando que estavam selando o sol para que ele não mais brilhasse. Ó tolos, fracos, cegos e mentes torcidas, vocês clamariam para que o Espírito da vida não mais aparecesse? E os judeus foram jogados à vergonha, e Ele voltou a brilhar sobre nós que acreditamos Nele.

José foi vendido como escravo por seus irmãos, e nosso Senhor foi vendido pelas mãos de Judas. E José, aonde ele foi vendido, livrou seus irmãos da penúria, e Cristo livrou a nós que acreditamos Nele, e nos tornou Seus herdeiros e Seus irmãos. E como José deu uma herança para seus irmãos na terra de Goshen, assim Cristo deu aos puros uma habitação e uma herança duradoura.

Ademais, para que nós aprendamos e entendamos, e estejamos certos sobre a ressurreição dos mortos, eu darei a vocês um sinal, que vocês entenderão pela direção de Sua palavra.

Quando Abraão chegou à terra de sua herança, ele primeiro comprou um túmulo, no qual iria reunir os mortos de sua família. Suas crianças e sua esposa, para que ele pudesse encontrá-los na ressurreição; e lá ele enterrou sua esposa Sarah e ele mesmo foi enterrado lá. Pois Abraão era um profeta, e ele sabia que seria erguido com seu povo. E Isaac e Rebecca sua esposa também foram enterrados lá.

E isto permaneceu em sua posse desde o tempo no qual Jacó veio à terra do Egito com setenta e sete almas (por causa da penúria e porque seu filho José estava lá), até que seu número crescesse até terem seiscentos mil homens armados marchando, sem contar mulheres e crianças.

Jacó morreu no Egito quando estava bem velho, e ele havia dito a José seu filho: “Eu te comando pela vida de meu pai e por meu Deus. Que é o renovador de minha vida, que tu não me enterres neste país, mas no túmulo de meus pais, para que minha morte seja com eles, e que minha vida subsequentemente também seja com eles”.

E José seu filho carregou Israel (Jacó) e o enterrou no túmulo de seus pais, pois ele cumpriu o juramento que fez a Jacó.

Quando Jacó caiu doente no Egito, ele chamou seus irmãos e seus filhos, e os fez jurar que não deixariam seus ossos no Egito, e disse: “Quando Deus fizer vocês retornarem, levem meus ossos com vocês e os deposite no túmulo deu meus pais”.

Os patriarcas então disseram a Gregório, o trabalhador das maravilhas: “Olhe agora, nós sabemos bem, e tu nos fez entender que os reis da Etiópia se tornaram gloriosos e grandes graças a Zion. E os reis da Etiópia também se tornaram grandes por causa dos pregos da cruz que a tainha Helena fez em um freio, e que se tornaram os conquistadores do inimigo”.

“Agora, conte-nos, por quanto tempo o conquistador do inimigo permanecerá com o rei de Roma, e a carruagem carregando Zion com o rei da Etiópia. Conte-nos, pois Deus revelou a ti o que aconteceu, e o que acontecerá, visão e profecia, como Moisés e

Elijah”.

E Gregório disse: “Eu revelarei a vocês sobre o rei de Ro ma, como ele transgrediu a aliança e desprezou a fé, provocando a ira de Deus”.

“Esta fé que eu ordenei e assentei, um rei de Roma deve transgredir, e estará associado com ele um certo arcebispo, e eles transformarão e perverterão a palavra de Deus e a colocarão de lado no desejo de seus corações, e eles ensinarão o que quiserem, e mudarão as escrituras para enquadrá-las em sua própria natureza, assim como o apóstolo disse: “Eles se comportaram como as pessoas de Sodoma e Gomorra”. E nosso Senhor disse aos Seus discípulos no evangelho: ‘Se guardem contra aqueles que virão a vocês usando a pele da ovelha, mas que por dentro são lobos arrebatadores’.”

“Mas quando eles tiverem destruído a fé, o conquistador do inimigo será tirado deles, e nenhum deles que mudaram nossa fé se sentarão sobre o trono de Pedro o apóstolo; e as tripas dos arcebispos serão esvaziadas se eles se sentarem com sua fé pervertida. Pois o anjo de Deus, Uriel, foi comandado para proteger o trono de Pedro em Roma. O próprio Deus levará embora o conquistador do inimigo, tirando-o do rei que não soube guardar a fé, e os Persas declararão guerra contra ele e o derrotarão”.

“E o rei da Pérsia, que se chama Irenaeus, deverá conquistá-lo, e o rei o carregará junto com seu cavalo, e pela vontade de Deus, o cavalo sobre o qual está o conquistador do inimigo será provocado, e em um frenesi ele irá até o mar e lá perecerá. Mas os pregos do freio (o conquistador do inimigo) brilharão lá no mar até que Cristo volte novamente, glorioso sobre uma nuvem dos céus, com toda a Sua força e Seu poder”.

“Isto é o que Deus me mostrou quando eu estava na cova. E agora, sobre o rei da

Etiópia e Zion, o freio dos céus, e sua carruagem sobre a qual ela se move, eu declararei a vocês o que meu Deus revelou a mim e me fez entender. A Etiópia continuará com a fé cristã até a chegada de nosso Senhor, e ela de jeito nenhum se virará contra a palavra do evangelho, e será como nós ordenaremos, até o fim do mundo”.

Então um dos patriarcas disse a Gregório, o trabalhador das maravilhas e milagres: “Quando Samalyal vier, ele que é o falso Cristo (o anticristo), a fé do povo da Etiópia será destruída por seu ataque?”, e Gregório respondeu: “Claro que não. Davi profetizou

dizendo: ‘A Etiópia dará suas mãos alcançarem Deus’.” E isto que ele disse significa que os etíopes nunca perverterão ou mudarão nossa fé, nem a fé daqueles que vieram antes de nós.

101 - O RETORNO DE ZION

E o Tabernáculo da Lei de Deus, a sagrada Zion, permanecerá na Etiópia até o dia no qual nosso Senhor habitará o Monte Zion, e Zion virá e aparecerá para todos, preparada com três selas, assim como Moisés as deu a ela, e como está escrito na antiga lei e na nova: “No testemunho de duas ou três testemunhas, tudo valerá”.

E então, nesta época, Isaías o profeta disse: “Os mortos se erguerão, e aqueles que estão nos túmulos viverão, pois a garoa que vem de Ti é a vida”. E quando os mortos foram erguidos, Sua misericórdia, com a qual ele molha a terra, cessará; e então eles deverão parar em Sua frente com as obras que fizeram.

Enoch e Elias virão, vivos, para que possam atestar, e Moisés e Aaron se moverão dos mortos em torno de todos. E eles abrirão a sagrada Zion, e serão vistos pelos judeus, os crucificadores, e eles os punirão e os condenarão, por causa de tudo o que eles fizeram para perverter a palavra de Deus.

E os judeus verão o que Ele escreveu para eles com Sua mão, as palavras de Seus mandamentos; e o manna, com o qual Ele alimentou-os no deserto, mesmo sem eles trabalharem; a espiritual Zion, que desceu pela sua salvação; e a vara de Aaron, que floresceu à maneira de Maria.

102 - O JULGAMENTO DE ISRAEL

Então Ele dirá a eles: “Por que me renegaram, e me trataram com crueldade, mesmo sabendo que tudo o que fiz foi por vocês, e que com a minha vinda dos céus, eu livraria vocês da escravidão de Satanás, e que eu vim por esta causa? Olhem e vejam como pregaram minhas mãos com pregos e estocaram a lança em mim”.

E os doze apóstolos se erguerão e passarão o julgamento sobre eles “Nós o fizemos ouvir, mas vocês não ouviram as profecias dos profetas e as nossas pregações”.

Então os judeus chorarão e se arrependerão quando isto já for inútil, e eles serão jogados na punição duradoura, e com o Diabo, seus pais, que os guiou, e seus demônios, que os levaram pelo caminho errado, e com os fracos, eles serão trancados.

E aqueles que acreditaram e que foram batizados em Seu nome, e receberam Seu corpo e sangue, se tornaram Seus servos com todo o coração, “pois não há ninguém que possa odiar seu corpo”. O corpo de Cristo chora em nossos corpos, e Ele teve compaixão para com Seus irmãos.

Se houver alguém que pecou, ele será julgado no fogo de acordo com a quantidade de seus pecados; ele que carrega um fardo leve, será punido levemente; e ele que carrega um fardo pesado, será punido pesadamente. Um dia com Deus é equivalente a um período de dez mil anos; alguns serão punidos por um dia, outros por meio dia; e alguns serão testados e absolvidos de suas transgressões.

103 - A CARRUAGEM DA ETIÓPIA

Novamente os patriarcas disseram a Gregório: “Olhe agora, você nos disse sobre o conquistador do inimigo de Roma, agora nos conte sobre a carruagem da Etiópia, e como ela permanecerá por lá até a chegada de Cristo, assim como nos contou sobre Zion e a fé do povo da Etiópia”.

Então Gregório disse: “Ela certamente permanecerá por lá. E novamente escutem e eu declararei a vocês; alguns judeus levantarão suas cabeças contra nossa fé em Nagran e na Armênia em dias depois destes; mas este Deus permitirá, por Sua vontade que Ele mesmo o destrua, pois a Armênia é território de Roma e Nagran é território da Etiópia”.

104 - O REI DE ROMA E O REI DA ETIÓPIA

O rei de Roma, o rei da Etiópia e o arcebispo de Alexandria foram informados que deveriam se erguer para lutar, declararem guerra contra os inimigos de Deus, os judeus, e que deveriam destruí-los.

O rei de Roma, Enya, e o rei da Etiópia, Phinehas, deviam devastar suas terras e construir igrejas lá, eles deveriam cortar os judeus em pedaços até o final deste ciclo em doze ciclos da lua. Então o reino dos judeus deveria ser finalizado, e o reino de Cristo deveria ser constituído até o advento do falso Messias.

Depois, dois outros reis, Justinus, o rei de Roma, e Kaleb, o rei da Etiópia, se encontraram em Jerusalém aonde seus arcebispos estavam fazendo oferendas, e eles estabeleceriam a fé no amor e entregaram presentes uns aos outros e deram saudações de paz, então deveriam dividir a liderança da terra do centro de Jerusalém, como nós já explicamos. (parte I, cap. 18)

Também por amor e irmandade, eles receberam juntos o título real de rei da Etiópia. Os dois deveriam ser colocados com Davi e Salomão, seus pais. Aquele que eles escolheram para ser o rei de Roma, também deveria ser chamado “rei da Etiópia”, e o rei da Etiópia também deveria carregar o nome de “rei de Roma”, e eles teriam parte da herança por onde seus nomes fossem chamados, com Davi e Salomão seus pais.

E assim, após terem se unido em um laço comum e estabelecido a fé corretamente, eles determinaram que os judeus não deveriam mais viver, e cada um deles deveria deixar seu filho em Jerusalém; e o rei da Etiópia deveria deixar por lá seu primeiro filho que se chamava Israel, e deveria retornar para seu país alegremente.

Então, quando ele chegou em sua casa real, agradeceu imensamente a Deus e ofereceu seu corpo como oferenda ao louvor de Deus. E Deus aceitou, pois ele não manchou seu corpo após ter retornado, mas ele deve ir para um retiro espiritual na pureza do coração.

Ele então fez de seu filho mais novo, que se chamava Gabra Maskal, o rei, e ele se fechou em um monastério. Quando isto foi dito para o rei de Nagran, o filho de Kaleb, ele veio para reinar sobre Zion, e Gabra Maskal deveria fazer seus exércitos se erguerem armados, e ele rumará em uma carruagem, e eles se encontrarão exatamente no final do mor de Liba, e lutarão juntos.

Nesta mesma noite, os dois oraram desde o por do sol até a aurora, quando a batalha surgir rugindo perante eles. E quando eles tiverem chorado para Ele com lágrimas, Deus considerará suas orações e as penitências de seus pais, e dirá: “Este é o mais velho, e ele fincou o pé para cumprir a vontade de seu pai, e aquele, o mais jovem, amou seu pai e orou a Deus por ele”.

Então Deus dirá para Gabra Maskal: “Escolhas tu entre a carruagem e Zion”, e Ele o provocará para escolher Zion, e ele reinará abertamente sobre o trono de seu pai. E Deus fará Israel o filho mais velho do rei da Etiópia, escolher a carruagem, e ele reinará em segredo e não será visto, e Ele o enviará a todos aqueles que transgredirem Seus mandamentos.

Ninguém deve construir casas e ninguém deve sofrer fadiga no trabalho, nem de sede durante a jornada, eles devem viver em tendas. E seus dias serão o dobro dos homens normais, e eles devem usar arcos e flechas e atirarem e pregarem aquele que Deus odeia.

Assim Deus deu ao rei da Etiópia mais glória, graça e majestade, do que todos os outros reis da terra por causa da grandeza de Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, a sagrada Zion.

Que Deus nos faça cumprir seu prazer espiritual, e nos livre de Sua ira, e compartilhe conosco Seu reino.

Então eles responderam: “Tu falaste bem, pois hoje foi revelado a ti pela ajuda do Espírito Santo. Tu nos disseste tudo o que aconteceu, e tu estás de acordo com o Livro de Domitius de Roma”.

“Tu profetizaste também o que acontecerá com as duas cidades, as noivas de Cristo, Roma e Etiópia, as grandes cidades de Deus, e às igrejas de Nestasya, Arkadya, Marena e Armênia, nas quais sacrifícios puros e oferendas serão feitos por todas as épocas”.

Que Deus nos mostre Sua graça. Cristo é nosso rei, e em Cristo estão nossas vidas, para todo o sempre. Amém.

No documento Kebra Nagast - A Glória Dos Reis(1) (páginas 130-137)