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OS RECENTES ESTUDOS GERACIONAIS

No documento Marketing Digital.vol 2 (páginas 55-60)

Comportamento do consumidor

OS RECENTES ESTUDOS GERACIONAIS

Se as tecnologias de informação reorganizaram o modo como as pessoas vivem, favorecendo o aparecimento de novos hábitos de consu- mo e novas práticas, pesquisadores das áreas de Economia, Psicologia, Marketing e Sociologia investigam de que forma as transformações associam-se às novas gerações. São questionamentos que, por exemplo, estão sendo considerados pelos estudiosos em Educação, pois se acredita que infl uenciam o modo de ensinar tanto no Ensino Fundamental, como no Ensino Médio e Superior.

Queremos afi rmar que tentar caracterizar uma geração não implica que as características de um indivíduo tenham a ver unicamente com esta condição, pois o grupo geracional seria apenas mais uma variável a ser considerada.

AULA

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Figura 8.4: Os recentes estudos geracionais têm considerado que existem diferenças no modo de ver e de viver o mundo, de acordo com a faixa etária de cada indivíduo.

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/957993

Outro ponto a ser considerado é que as características comunais que existam em grupos da mesma faixa etária não representam o consenso dos estudiosos, e, por exemplo, é possível que pesquisadores diferentes encontrem pontos discrepantes, se investigarem, por exemplo, dois gru- pos de jovens de 20 anos. Pode ser que um grupo encontre predominância de comportamento mais conformista e o outro tenha predominância de rebeldia em relação às autoridades.

Porém, você deve estar pensando... Para que estudar as diferenças entre gerações, se existem diferenças dentro de uma mesma faixa etária? Pois é, essa é a beleza das pesquisas! Encontrar diferenças não signifi ca que devamos abandonar as tentativas de conhecer os grupos humanos, pelo contrário, elas só reforçam que ainda não sabemos tudo e que há muito a investigar ainda.

Não há mal algum em pensar que as características históricas (por exemplo: o perfi l do homem no fi nal do século XX) podem se associar aos ciclos tecnológicos e econômicos que infl uenciam as suas experiências sociais e que orientam o nível psicológico, você concorda?

Foi por esse motivo que alguns estudiosos dedicaram-se a tentar compreender a Geração Y ou os Nativos Digitais (também denominada Geração Net, Geração Eu ou Geração Nintendo), aqueles nascidos entre

1976 e 1994, e que será a geração de futuros líderes da humanidade. Trata-se de um grupo que cresceu com as tecnologias de comunicação, como a internet ou os mobiles, cujos indivíduos foram precocemente expostos aos novos dispositivos tecnológicos.

Uma das características mais comuns que defi nem esse grupo está na sua capacidade de realizar diversas tarefas simultaneamente: estudam ouvindo música e com a TV ligada. As pesquisas apontam que esse grupo é mais intolerante e sem paciência para esperar por resultados – querem tudo de maneira mais imediata. E, também, fazem parte da economia da abundância: as crianças têm celulares, jogos, lazer em maior profusão do que seus pais. Portanto, fi cam confortáveis em ambientes interativos, onde podem ser atores sem qualquer tipo de problema nos diferentes modos de usar os produtos.

Figura 8.5: Existem muitas pesquisas em curso com o intuito de compreender o perfi l dos mais jovens, que já nasceram em um mundo digital.

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/987182

AULA

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Outros estudos dedicam-se a acompanhar os Imigrantes Digitais ou a Geração X, que usa de maneira mais instintiva os aparatos tecno- lógicos. Eles nasceram entre 1964 e 1975, e representariam os gestores intermediários atuais, percebidos como os pioneiros do empreendedoris- mo ao proporcionarem um mundo repleto de produtos inovadores. Esse grupo geracional tende a se esforçar mais para aprender a “língua” e a “cultura” da internet, que é tão natural para a Geração Y. A Geração X teria como característica o “fazer uma coisa de cada vez”, demandando mais concentração e foco em cada ação. É uma geração que cresceu sob a É G I D E do “trabalhar primeiro e usufruir depois”, pois fi zeram parte da

economia da escassez. Eles não se sentem tão confortáveis em ambientes interativos, preferindo o papel de espectadores. Tal diferença leva a uma complexidade em se relacionar e comunicar-se com as diferentes gerações.

Figura 8.6: Algumas pesquisas têm sido realizadas para compreender como os mais maduros lidam com a absorção e o aprendizado em relação às novas tecnologias.

Fonte: http://www.sxc.hu/photo/1287062

Celal T

eber

ÉG I D E

Orientação que serve de escudo, proteção ou amparo.

Desejamos, aqui, introduzir o conceito de cultura, que citamos superfi cialmente no início da aula, para que possamos continuar falando das gerações. Para a formulação deste conceito, concordamos com Geertz (1978) quando explica que é preciso reduzir um pouco a complexidade do conceito, que hoje é tudo e quer explicar tudo, como se fosse um verdadeiro “pantanal conceitual” (GEERTZ, 1978, p. 14). Quer ver? Então pare a leitura e tente responder: o que é cultura?

Conseguiu? Nós compreenderemos se você tiver tido alguma difi culdade maior em fazer essa defi nição. O mesmo autor apontou 11 diferentes caminhos teóricos para entender o que é cultura, que, entre outras defi nições, pode ser o modo de vida global do povo, o legado social que uma pessoa recebe do grupo, uma forma de ser e agir, a soma de regras que os indivíduos usam para seus problemas diários e por aí vai. Todas essas defi nições são aceitas como um documento de atua- ção público que fala de uma conduta padronizada e um estado mental.

Cultura: na etimologia, o

termo inglês coulter que tem a mesma raiz de cultura signifi ca a relha de um arado; logo, a cultura “é derivada de trabalho e agricultura, colheita e cultivo” (EAGLETON, 2005, p. 10-11). A cultura “era um processo completamente material, que foi depois metaforicamente transferido para questões do espírito” (EAGLETON, 2005, p. 10). Na língua neolatina, a raiz de cultura é colere, termo impreciso com seus diversos signifi cados, tais como: cultivar, habitar, adorar e proteger. A pesquisa etimológica apon-

ta que colere também afl ui para cultus, ganhando contornos de divindade e estabelecendo o vínculo entre cultura e a elevação espiritual e o sagrado.

A palavra cultura apresenta-se ambivalente, pendulando entre a transcen- dência e a ocupação, e é “entre esses dois polos, positivo e negativo, que

o conceito está localizado” (EAGLETON, 2005, p. 11). Considera-se que, se a natureza é incompleta e precisa de cooperação, a cultura

supre essa lacuna e torna-se uma necessidade, revelando a teologia como mais uma das dimensões ocultas que

compõem o conceito de cultura, ao lado de uma história e uma política.

c pa a r tais

?

AULA

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Por que falamos de cultura? Queremos que você perceba que, assim como uma mesa ou um livro são artefatos culturais, as ferramentas da web também podem expressar essa condição. O YouTube, os blogs, o Myspace infl uenciam a maneira como indivíduos relacionam-se e como percebem o mundo. Não signifi ca que basta ser da Geração Y para ser um gênio da internet, pois isso seria desconsiderar outras variáveis. Mas é possível pensar que, em grandes grupos como organizações ou escolas, a Geração X pode ter um papel muito importante, agindo como o mediador das relações entre a Geração Y e os Baby Boomers que veremos a seguir!

Os Baby Boomers ou a Geração do Pós-Guerra são os que nasce- ram entre 1946 e 1964, e representam os top executivos, líderes e políticos que estão preparando seus sucessores. Em empresas, estudos indicam que é uma geração que tende a entrar em confl ito com a Geração Y, por não conseguir compreendê-los totalmente. Alguns integrantes dessa geração demonstram resistência com as novas ferramentas tecnológicas, acreditando que não são relevantes ou importantes. É uma geração que prefere os livros de papel, ao passo que os nativos digitais anseiam por seus e-books. Os boomers se acostumaram a buscar um bom emprego e neles permanecer por anos, como forma de conseguirem ascender social- mente e ter direito a melhores salários, coroando sua experiência com as posições de liderança. Essa é uma característica diferente em relação aos inquietos e imediatistas integrantes da Geração Y.

O QUE PODEMOS DIZER SOBRE OS CONSUMIDORES NA

No documento Marketing Digital.vol 2 (páginas 55-60)