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AS OBRAS DE INTERESSE SOCIAL

Capítulo 6: Infra-estrutura urhana

6.5. Os serviços urbanos

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6.5.1. A segurança pública

A segurança, considerada fundamental para a população, passa a tratar um problema social muito sério que é a delinqüência, na maioria das vezes causada por uso de drogas e pela falta de educação familiar e escolar básica. As drogas, tanto lícitas e ilícitas são prejudiciais à população despreparada que acaba consumindo por despreparo, tanto umas, quanto outras.

Os problemas sociais de delinqüência gerados pela fome e miséria são marginalizados pela própria sociedade. Segundo o PNAD/IBGE, o Brasil possui 34 milhões de indigentes (Neri, maio de 2000). A má distribuição de renda vai gerando famílias inteiras na maioria das vezes fragmentada que sobrevive com uma teimosia heróica, sendo, mesmo assim consumidores. Se eles estão vivos, então são consumidores e, como tais, devem ser respeitados para gerar a distribuição de renda necessária até aos mais ricos. A erradicação da indigência seria possível com apenas 18,8 % do orçamento social das três esferas do governo, incluindo a Previdência Social. Se existem recursos, o que realmente falta é vontade política.

Municípios que “exportaram” seus pobres, ao invés de enriquecerem, empobreceram, porque diminuíram sua população, diminuíram seu consumo e sua participação estatística de representatividade social.

Para o enriquecimento há a necessidade de reabilitação da economia, enfrentamento sério dos problemas gerados pelos vícios como o fumo e o álcool, que na realidade são a porta de entrada de todas as outras drogas. E estas drogas “lícitas” criam danos irreversíveis na sociedade, devendo ser atacadas com a devida seriedade que o problema merece.

A reabilitação das atividades produtivas parece ser a saída para todas as crises, porque as demais dependerão somente dos equilíbrios que são parte dos planejamentos e que podem ser resolvidos a curtos e médios prazos.

Tanto a segurança, como a saúde deve ser tratada de forma preventiva que gera custos muito mais baixos, com resultados incomparáveis e desperdícios reduzidos, senão eliminados, mesmo que a médio c longo prazos.

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6.5.2. O serviço de prevenção e combate a incêndio

A prevenção aos incêndios está regulamentada através das normas de segurança contra incêndios, editada pela EDEME. Essas normas têm sua atualização constante disponível pela Internet. A legislação prevê o atendimento emergencial de combate a incêndios e os equipamentos mínimos, considerados indispensáveis até que o Corpo de Bombeiros possa atender ao sinistro.

A maioria dos municípios catarinenses através de Convênio firmado com a Polícia Militar do Estado de Santa Catarina tem Corpo de Bombeiros Militar fazendo esse atendimento. Alguns municípios preferem criar seu próprio Corpo de Bombeiros Voluntários para o atendimento emergencial. As previsões de atendimento devem cobrir a toda a área urbana, para que o atendimento possa chegar num prazo máximo de vinte minutos para permitir o socorro às vítimas dos incêndios. (Souza<2), 1996).

6.5.3. A defesa civil

Para que a população possa ser representada cm suas necessidades básicas junto às esferas governamentais, c assuma certas lideranças de caráter essencialmente estratégicas, foi criada a defesa civil, que apesar do nome, tem herança francesa, cuja defesa civil foi criada somente para manter a estrutura militar para benefício da população, sendo sempre comandada por um militar da reserva, normalmente um coronel do Exército ou da Polícia Militar.

A Defesa Civil do Governo do Estado tem âmbito estadual para agir prontamente nas catástrofes, como inundações, deslizamentos de solos, abalos sísmicos, incêndios de grandes proporções e desabamentos tem atuado de forma intensa, devido às constantes inundações que as diversas regiões do estado têm sido submetida durante sua história. A maioria dos municípios mantém defesa civil, pelo menos os municípios de grande porte, que em Santa Catarina são poucos. As populações carentes, geralmente ocupam regiões sujeitas a inundações constantes e erosão devido à ocupação inadequada das encostas que tem sido sempre a precursora das catástrofes, muitas vezes originadas por omissão do poder público municipal.

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A falta de conhecimento de problemas de drenagem, como de mecânica dos solos, tem sido sempre as principais causas. Regiões frágeis de encostas ocupadas pelas populações carentes, com abastecimento de água em fontes naturais, com água correndo sempre sobre a superfície íngreme vai iniciando os processos erosivos, que em dias de tormenta acabam como verdadeiros rios, com energia ampliada pela declividade acentuada. Dessa forma vão levando tudo o que encontram pela frente, gerando tragédias constantes e danos ambientais irreversíveis.

6.5.4. As redes de energia elétrica

As redes de energia elétrica, sistema hoje privatizado, ou em processo de privatização, consiste nas redes de distribuição de energia elétrica e de força para suprir as demandas da população. Essas redes contam com sistemas de emergência, para troca de fornecedor, no caso de queda de energia por algum motivo extraordinário, como rompimento de cabos, queda de torres de transmissão ou queda de chaves protetoras, no caso de curtos circuitos ou sobrecargas de energia.

As redes de alta tensão são prejudiciais à saúde, devendo ser afastadas, exigindo distância mínima com diferença de orientação, já que somente o Pólo Norte é magnético, atraindo a energia que se dispersa. As áreas próximas das redes de eletrificação são definidas como áreas non oedificandi, devido aos males que pode causar.

6.5.5. As redes de captação e abastecimento de água

As preservações ambientais são necessárias, porque o abastecimento de água das populações futuras está sendo cada vez mais comprometido, devido às constantes poluições. Essas poluições na maioria das vezes são feitas de forma difícil de ser percebida, como é o caso da poluição com os agrotóxicos. Esses herbicidas geralmente são levados pelas águas das chuvas, apesar das constantes denúncias que são feitas pelos ambientalistas, ainda não respeitados devidamente.

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As preservações das nascentes, embora previstas na legislação, não têm como ser fiscalizada, porque deveria fazer parte da consciência da população, mas que na realidade não acontece na prática. A mata ciliar, que deveria ser a proteção natural dos cursos de água acaba sendo retirada, eliminando as chances de manutenção futura. Os mananciais estão sendo reduzidos e a água do abastecimento futuro está reduzindo cada vez mais. A captação de água pluvial deve ser cuidadosamente mapeada para evitar todos os tipos de poluição c as áreas de captação devem ser desapropriadas, porque o interesse social é evidente, uma vez que faz parte dos serviços essenciais da cidade.

As redes de distribuição devem ser feitas a partir dos planejamentos de densidade populacional prevista. Quando o vereador propõe modificação da densidade populacional, deve ser lembrado a ele que a infra-estrutura enterrada não pode crescer, a não ser que seja totalmente refeita, exigindo, às vezes aumento em uma área e redução em outra, com igual número populacional.

Defende-se a necessidade de ART do CREA em todos os projetos que compõem o Plano Diretor, para evitar modificações, o que exigiria do responsável técnico o parecer sobre as modificações, já que os abastecimentos e serviços são de sua responsabilidade.

6.5.6.As redes de esgoto

As redes de esgoto, quando raramente existem, dificilmente tem o tratamento adequado. A maioria dos lares tem esgoto tratado individualmente com sistemas de fossas sépticas. Os efluentes é que dificilmente têm o tratamento adequado. Nas cidades a grande preocupação é evitar, de todas as formas, as contaminações dos lençóis de água e as águas potáveis. Os estudos de drenagem urbana devem ser feitos com os devidos cuidados para que as inundações não provoquem contaminação de água por esgoto com as crises de riscos de saúde pública, como têm ocorrido ao longo de nossa história. As redes de esgoto são importantes, no entanto, concentrar o problema, por vezes passa a ser mais grave que diluir. As redes exigem igualmente estações de tratamento, com os cuidados que o problema exige. O pior é prevenir em pequenas cidades o tratamento que somente é viável a partir de um certo volume. Na dúvida, dividir é melhor que concentrar o problema, que acaba ficando cada vez mais difícil de solucionar.

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6.5.7. Os tratamentos de efluentes

Os tratamentos de efluentes são extremamente necessários para a preservação dos mananciais hídricos do subsolo, principalmente dos solos porosos, considerados aqüíferos, portanto, com grande potencial para o abastecimento de água. Às areias geralmente são considerados materiais altamente absorventes, sem levar em consideração o teor de água existente, mesmo em casos de saturação. Areia saturada é impermeável e a água contamina-se por percolação, transmitindo o poluente a todo o manancial. As águas de subsolo devem ser respeitadas porque representam volume considerável e fonte inesgotável para o abastecimento doméstico. Os efluentes do tratamento dos esgotos podem ser considerados como nutrientes para a vegetação, se devidamente utilizados. A matéria orgânica pode ser utilizada como adubo orgânico, desde que tratados os contaminantes como gorduras, sabões e detergentes domésticos.

6.5.8. Os tratamentos de rejeitos sólidos

Os rejeitos sólidos, como o lixo urbano, doméstico, comercial, industrial, hospitalar e outros, deve, segundo sua origem ser devidamente separado em reciclável e orgânico, como fonte de renda. Os resíduos, devido ao seu grande volume, têm dificultado em muito a sua separação. A cultura da separação doméstica está ainda longe de ser alcançada. É um problema cultural, portanto de longo prazo para ser implantado. Nem por isso deve ser desestimulado ou a cultura da separação jamais será atingida. Os resíduos contaminados, no entanto, são mais graves, devendo ser um problema de saúde pública, como os lixos hospitalares e os lixos industriais. Quem gera o lixo contaminado deve tratá-lo, separá-lo e facilitar a fiscalização, para que todos possam ficar tranqüilos. O lixo industrial, que tanto tem preocupado os ambientalistas e a população é obrigação das industrias geradoras, devendo ser fiscalizados corretamente.

CAPÍTULO 7