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3 METODOLOGIA

3.4 OUTROS INSTRUMENTOS DE PESQUISA

3.4.1 Entrevistas Semi-estruturadas

Conforme justificado na seção 3.2, esta pesquisa utilizou entrevistas semi-estruturadas como uma das técnicas para levantamento de dados.

Face à importância de se agregar outras visões do problema objeto desta pesquisa, a entrevista não envolveu apenas especialistas do setor elétrico, mas também profissionais de outras instituições governamentais, bem como de empresas de consultoria, envolvidos com o tema. Dessa forma, as entrevistas foram realizadas com especialistas das seguintes instituições: empresas geradoras de energia elétrica (Copel, Cemig, Cesp e Chesf), outras instituições do setor elétrico (MME e ANEEL), uma empresa de consultoria, o IBAMA/Sede como órgão ambiental federal e o IAP/PR como estadual e o Ministério Público do Paraná. Também estavam previstas entrevistas com especialistas da Itaipu Binacional, da ANA e da Tractebel Energia, que não puderam ser realizadas devido a dificuldades de agendamento.

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Ao todo foram realizadas doze entrevistas, durante os meses de dezembro de 2004 e primeira quinzena de janeiro de 2005. Todas as entrevistas foram gravadas, totalizando, aproximadamente, 8 horas de registro. Os especialistas entrevistados são apresentados no APÊNDICE E. Foram realizadas as seguintes entrevistas:

• Entrevista em Florianópolis: sócio-gerente da Gold & Gold S/C Ltda/SC, Núcleo de Consultoria Ambiental - NCA, empresa de consultoria que atua na área ambiental.

• Entrevistas em Curitiba:

Instituto Ambiental do Paraná – IAP: gerente do Departamento de Licenciamento Estratégico e um biólogo da equipe de licenciamento;

Entrevista Ministério Público do Paraná: Procurador de Justiça; Copel: superintendente.

• Entrevista em Belo Horizonte:

Cemig: gerente de programas e ações ambientais e coordenador do Comitê de Meio Ambiente da ABRAGE.

• Entrevistas em Brasília:

MME: assessor de Meio Ambiente da Secretaria de Energia;

ANEEL: técnicos da Superintendência de Estudos e Informações Hidrológicas – SIH; IBAMA: técnico da Coordenação de Licenciamento Ambiental;

• Entrevista em São Paulo:

Cesp: gerente da Divisão de Licenciamento e Normatização.

• Entrevista em Recife:

Chesf: assessor da presidência e coordenador da elaboração do PGSP na Chesf.

As entrevistas foram estruturadas de forma a responder os objetivos específicos desta dissertação apresentados na seção 1.3.2.

Embora nas entrevistas semi-estruturadas não se tenha uma relação fixa de perguntas, é importante a elaboração de um roteiro visando facilitar uma comparação das informações

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coletadas. Entretanto, as questões foram sendo colocadas sem muita rigidez na seqüência, permitindo que o entrevistado falasse livremente ao longo de toda a entrevista.

Apresenta-se, a seguir, o roteiro utilizado para as entrevistas: a) Em que época os planos foram elaborados?

b) Em que fase se encontravam os empreendimentos quando os planos foram elaborados? Na sua visão, qual deveria ser o melhor momento para sua elaboração?

c) Em cada época, qual a principal motivação da empresa geradora para elaboração dos planos? Na sua visão, qual deveria ser a motivação?

d) Em cada época, como foi definido o escopo do plano? Na sua visão, como deveria ser para melhor atender os interesses das empresas geradoras de energia?

e) Na sua visão, quais as principais dificuldades para elaboração dos planos? Elas aumentam ou diminuem em função do estágio em que se encontra o empreendimento quando da elaboração do plano? Como essas dificuldades poderiam ser sanadas?

f) Qual deveria ser a área de influência desses planos de modo que seus resultados fossem tecnicamente confiáveis e, ao mesmo tempo, atendessem os objetivos das empresas responsáveis pela gestão dos empreendimentos?

g) Qual conteúdo mínimo os planos deveriam ter para atender os interesses da empresa? A padronização de um conteúdo mínimo poderia facilitar sua elaboração?

h) Como se deu o envolvimento de outros agentes nos planos elaborados (prefeituras municipais, representantes das comunidades, comitês de bacias, etc)? Na sua visão, o envolvimento de um maior número de interessados poderia aumentar a legitimidade do plano facilitando sua futura implementação?

i) O que poderia ser feito para que os planos elaborados saíssem do papel e se constituíssem em verdadeiros instrumentos de desenvolvimento sustentável a nível regional, estadual e municipal?

j) A criação de conselhos de desenvolvimento nos municípios afetados pelo reservatório poderia facilitar a elaboração e implantação dos planos?

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k) Uma parcela da compensação financeira recebida pelos municípios poderia ser destinada para a elaboração de planos de desenvolvimento nos municípios afetados?

l) O plano poderia potencializar os benefícios decorrentes da implantação dos reservatórios? Como?

m) A existência de um plano prévio viria a facilitar a elaboração dos Planos de Gestão Sócio- patrimonial - PGSP? E sua ausência, poderia comprometer?

n) A ausência de um zoneamento prévio, as dificuldades de mobilização interna nas empresas e o envolvimento de outros interessados foram apontados como as maiores dificuldades das empresas para elaboração de Planos de Gestão Sócio-patrimonial. Como essas questões poderiam ser contornadas pelas empresas?

3.4.2 Pesquisa Documental e Bibliográfica

Define-se levantamento bibliográfico como sendo “um estudo para conhecer as contribuições científicas sobre determinado assunto” com o objetivo de recolher, analisar e interpretar as contribuições teóricas já existentes, enquanto a revisão documental tem objetivo similar, entretanto considera como fonte de pesquisa, “todo gênero dos diferentes domínios da atividade humana” (GIL, 1994, p.28).

Para complementar esse levantamento, também foi realizado um levantamento da bibliografia existente, a nível nacional e internacional, com o objetivo de fornecer um embasamento teórico sobre o tema.

A pesquisa bibliográfica e documental envolveu pesquisa nas seguintes fontes: livros, publicações periódicas, relatórios e notas técnicas de diversas instituições, dissertações de mestrado, papers e trabalhos apresentados em congressos e seminários, CD-room, etc.

Foram consultados os seguintes locais: bibliotecas públicas e de diversas instituições do setor elétrico (Eletrobrás; CEPEL; Tractebel Energia/SC; Copel/PR; Duke Energy ; Cesp; Cemig/MG; Itaipu Binacional e a ANEEL/DF), internet, periódicos da CAPES e legislação ambiental aplicada ao setor elétrico.

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