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P ATROCÍNIO JUDICIÁRIO , ARTIGO

No documento Processo Civil Declarativo (páginas 73-84)

Nas causas em que seja obrigatória a constituição de advogado, é necessário a celebração de um contrato de mandato, entre o advogado e a parte.

De acordo com o disposto no artigo 35.º o mandato judicial, pode ser conferido, quer por instrumento publico ou particular, ou mesmo por declaração verbal da parte no auto, de qualquer diligência que se pratique on processo.

Em conformidade com o disposto no artigo 36.º o mandato atribui poderes ao mandatário para representar a parte em todos os actos e termos do processo principal e respectivos incidentes, mesmo perante os tribunais superiores, sem prejuízo das disposições que exijam a outorga de poderes especiais por parte do mandante. Nestes poderes, a lei presume que é conferido o poder de substabelecer.

A eficácia do mandato, depende de aceitação, que pode ser manifestada no próprio instrumento público ou em documento particular, ou resultar de comportamento concludente do mandatário.

Poderes gerais e especiais dos mandatários judiciais, artigo 37

Quando a parte declare na procuração que dá poderes forenses ou para ser representada em qualquer acção, o mandato tem a extensão definida no artigo anterior.

Os mandatários judiciais só podem confessar a acção, transigir sobre o seu objecto e desistir do pedido ou da instância, quando estejam munidos de procuração que os autorize expressamente a praticar qualquer desses actos.

Confissão de factos feita pelo mandatário, artigo 38

As afirmações e confissões expressas de factos, feitas pelo mandatário nos articulados, vinculam a parte, salvo se forem rectificadas ou retiradas enquanto a parte contrária as não tiver aceitado especificadamente.

Falta, insuficiência e irregularidade do mandato, artigo 40

A falta de procuração e a sua insuficiência ou irregularidade podem, em qualquer altura, ser arguidas pela parte contrária e suscitadas oficiosamente pelo tribunal.

O juiz fixa o prazo dentro do qual deve ser suprida a falta ou corrigido o vício e ratificado o processado. Findo este prazo sem que esteja regularizada a situação, fica sem efeito tudo o que tiver sido praticado pelo mandatário, devendo este ser condenado nas custas respectivas e, se tiver agido culposamente, na indemnização dos prejuízos a que tenha dado causa.

Sempre que o vício resulte de excesso de mandato, o tribunal participa a ocorrência ao Conselho Distrital da Ordem dos Advogados.

A ratificação é obrigatória, não basta pro exemplo, juntar nova procuração, é mesmo necessário ratificar. Se tal não for feito, tudo aquilo que foi feito, fica sem efeito

Patrocínio a título de gestão de negócios, artigo 41

Em casos de urgência, o patrocínio judiciário pode ser exercido como gestão de negócios.

Porém, se a parte não ratificar a gestão dentro do prazo assinado pelo juiz, o gestor será condenado nas custas que provocou e na indemnização do dano causado à parte contrária ou à parte cuja gestão assumiu.

O despacho que fixar o prazo para a ratificação é notificado pessoalmente à parte cujo patrocínio o gestor assumiu.

Assistência técnica aos advogados, artigo 42

Quando no processo se suscitem questões de natureza técnica para as quais não tenha a necessária preparação, pode o advogado fazer-se assistir, durante a produção da prova e a discussão da causa, de pessoa dotada de competência especial para se ocupar das questões suscitadas.

Até dez dias antes da audiência de discussão e julgamento, o advogado indicará no processo a pessoa que escolheu e as questões para que reputa conveniente a sua assistência, dando-se logo conhecimento do facto ao advogado da parte contrária, que pode usar de igual direito.

A intervenção pode ser recusada, quando se julgue desnecessária.

Em relação às questões para que tenha sido designado, o técnico tem os mesmos direitos e deveres que o advogado, mas deve prestar o seu concurso sob a direcção deste e não pode produzir alegações orais.

Nomeação oficiosa de advogado, artigo 43

Se a parte não encontrar na circunscrição judicial quem aceite voluntariamente o seu patrocínio, pode dirigir-se ao presidente do conselho distrital da Ordem dos Advogados ou à respectiva delegação para que lhe nomeiem advogado.

A nomeação será feita sem demora e notificada ao nomeado, que pode alegar escusa dentro de cinco dias. Na falta de escusa ou quando esta não seja julgada legítima por quem fez a nomeação, deve o advogado exercer o patrocínio, sob pena de procedimento disciplinar.

Nomeação efectuada pelo juiz, artigo 44

Sendo necessária a nomeação de solicitador, é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo anterior.

Ao juiz pertence também a nomeação de advogado nos casos de urgência ou quando a entidade competente a não faça dentro de dez dias.

Constituição obrigatória de advogado, artigo 32 É obrigatória a constituição de advogado:

recurso ordinário; isto é, em todas as acções ordinárias.

b) Nas causas em que seja sempre admissível recurso, independentemente do valor; c) Nos recursos e nas causas propostas nos tribunais superiores. Por exemplo, pode acontecer que uma causa não careca de advogado, pelo valor da causa ser muito baixo. Mas se houver nessa causa despacho liminar de indeferimento admite-se recurso, até à relação desse despacho, e apesar de para a causa principal não ser necessário constituição de advogado, para o recurso vai ser necessário.

Ainda que seja obrigatória a constituição de advogado, os advogados- estagiários, os solicitadores e as próprias partes podem fazer requerimentos em que se não levantem questões de direito.

Nos inventários, seja qual for a sua natureza ou valor, só é obrigatória a intervenção de advogados para se suscitarem ou discutirem questões de direito.

Quando não haja advogado na comarca, o patrocínio pode ser exercido por solicitador. Sempre que os solicitadores intervenham numa causa, a única coisa que os tribunais não permitem que façam são as alegações orais, que estas restritas a advogados ou estagiários.

Falta de constituição de advogado, artigo 33

Se a parte não constituir advogado, sendo obrigatória a constituição, o tribunal, oficiosamente ou a requerimento da parte contrária, fá-la-á notificar para o constituir dentro de prazo certo, sob pena de o réu ser absolvido da instância, de não ter seguimento o recurso ou de ficar sem efeito a defesa.

Como sabemos, para que um advogado possa actuar é necessário uma procuração que, em si mesmo, é um contrato de mandato. Esta é necessária para praticar qualquer acto a nível forense.

Para além dos actos praticados judicialmente, o advogado pode ter que praticar outros actos, como por exemplo negociar resoluções de contratos, onde, à cautela, também deve ser pedida a procuração para que seja possível demonstrar inequivocamente que foi mandatado para determinada actuação.

______________________________(identificação da pessoa que vai dar poderes da qual deve constar o nome completo, o estado civil, a residência e a profissão), nomeia seu bastante procurador, com a faculdade de substabelecer, Excelentíssimo/a Senhor/a Doutor/a ________________________________(nome profissional), advogado/a, com escritório sito na Rua ________________________, _____________________(número de cédula), a quem confere os mais amplos poderes em Direito permitidos.

Assinatura do cliente

Visto isto, não é necessário que o número do B.I. conste da procuração.

Antigamente a procuração tinha que ser objecto de reconhecimento notarial. Todavia, actualmente, a obrigação de conferir que a pessoa que assina a procuração é efectivamente aquela que diz ser é do advogado que deve confrontar a assinatura com o B.I.

O n.º de contribuinte também não é necessário. No entanto, é bastante útil que se peça pois pode ser necessário em sede de execução ou mesmo em outras questões que possam surgir. Por exemplo, se estiver em causa uma indemnização fundada em acidente de viação o n.º de contribuinte é necessário para a companhia de seguros.

Por último, diga-se que o código postal também é bastante desnecessário, sendo apenas importante para efeitos de correio.

Todavia a procuração pode ter diversas especificidades:

Tomemos como exemplo os seguintes casos:

→ Para que um advogado possa proceder à denúncia de um crime, deve constar da procuração o nome da pessoa contra quem vai ser deduzida acusação e o respectivo crime;

→ Como sabemos, no processo civil é possível haver transacção, confissão e desistência. Sucede porém, que ocorrem muitas audiências de julgamento em que o réu não está presente e o advogado vê-se confrontado com aquelas opções que acredita serem satisfatórias para o seu cliente e nada pode fazer, ou pode-o mas em moldes um pouco diferentes.

(...), a quem confere os mais amplos poderes em Direito permitidos, nomeadamente confissão, transacção e desistência.

Só desta forma é que não se extravasa a procuração.

Também pode haver procurações com poderes especiais. Esta tem os mesmos moldes que a procuração normal e apenas se identifica o número do processo. Esta é muito mais vantajosa para os clientes que optam por não ir ao Tribunal.

→ É vulgar incluir nas procurações “a possibilidade de receber cheques de justiça de parte”. A introdução deste poder serve para que o Tribunal remeta para o advogado os cheques de custas de partes.

Assim, quando o cliente for parte vencida e receber as custas, os cheques são remetidos ao advogado e este, posteriormente entrega-os ao cliente.

Note-se que os cheques de justiça não se devem confundir com cheques.

→ Numa acção de despejo as rendas podem ser depositadas à ordem do processo. Ora, para que o advogado possa requerer o aumento das rendas, esta possibilidade tem que constar de procuração forense.

A título de curiosidade diga-se que o levantamento das rendas por parte do advogado é bastante vantajoso para ele, pois com estas pode sugerir uma compensação ao cliente, assegurando, deste modo, o pagamento dos seus honorários.

→ Também para um inventário judicial são necessários poderes específicos. Por exemplo, na conferência de interessados se o cliente não poder ir para que o advogado possa fazer licitações são necessários poderes especiais. Veja-se que a licitação é um assunto pessoal, à semelhança da opção de confessar, transigir e desistir, pelo que exige poderes especiais.

Quid iuris se surgir uma possibilidade de transacção no interesse do cliente e este não estiver presente e o advogado, por seu turno, não possuir poderes para tal?

Nos termos do art. 300º CPC, a transacção pode ser feita por documento público ou particular. Se é feita em Tribunal é ditada para a acta. E caso seja feita fora daquele requer-se, de acordo com o colega, a transacção.

Mas no caso de estarmos em Tribunal e não ter-mos procuração especial e, mesmo assim, efectuarmos a transacção, o cliente será notificado para no prazo de 10 dias se pronunciar acerca daqueles actos, sendo que se nada disser estes ficam tacitamente rectificados e a nulidade suprida – art. 300º nº1 e 3 CPC.

Note-se que caso o cliente se opõe pode advir para o mandatário o dever de o indemnizar.

Assim, neste caso, quando não estamos seguro daquilo que o cliente quer o melhor é pedir a suspensão da instância – art. 279º.

Procuração de rectificação de poderes:

Nesta também não é necessária a intervenção notarial.

Por vezes, ocorrem situações em que o advogado não está munido de poderes e assina documentos na qualidade de gestor de negócios e, no prazo de 10 dias, junta a procuração aos autos. Caso, findo esse prazo ainda não se tenha conseguido obter a procuração, faz-se um novo requerimento para aumentar o prazo.

A procuração de rectificação de poderes tem a seguinte forma:

Procuração forense:

______________________________(identificação da pessoa que vai dar poderes da qual deve constar o nome completo, o estado civil, a residência e a profissão), nomeia seu bastante procurador, com a faculdade de substabelecer, Excelentíssimo/a Senhor/a Doutor/a ________________________________(nome profissional), advogado/a, com escritório sito na Rua ________________________, _____________________(número de cédula), a quem confere os mais amplos poderes em Direito permitidos, incluindo os especiais na sequência do processo 212/06.3TVPRT, que corre termos na 7º Vara

Civil, 2ª Secção, onde se rectifica a gestão prestada por todos os actos já praticados.

Assinatura do cliente

Substabelecimento

A lei presume que são conferidos ao mandatário judicial poderes para substabelecer, isto é, o poder de conferir a um colega, a possibilidade de patrocinar o cliente, sem o seu consentimento.

Sendo o substabelecimento feito sem reserva, o primitivo mandatário é excluído do processo, nos termos do artigo 36/3.

Nos casos em que mandato seja efectuado com reserva, o primitivo mandatário contínua com poderes para representar o cliente, sem prejuízo de ter sido substituindo em determinado acto.

Substabelecimento

Com reserva/ sem reserva, ______________________________(identificação do mandatário, com nº de cédula e domicílio profissional), substabelece, os poderes que me foram conferidos pelo cliente (identificação completa do mesmo) no Excelentíssimo/a Senhor/a Doutor/a ________________________________(nome profissional), advogado/a, com escritório sito na Rua ________________________, _____________________

Assinatura do mandatário

Regra: o mandatário não responde pelos actos praticados pela pessoa em relação à qual substabeleceu, nos casos em que o mesmo tenha sido autorizado pelo cliente.

Formas de cessação do mandato: Revogação e renúncia do mandato, artigo 39

A revogação e a renúncia do mandato devem ter lugar no próprio processo e são notificadas, tanto ao mandatário ou ao mandante, como à parte contrária.

Os efeitos da revogação e da renúncia produzem-se a partir da notificação. Nos casos em que é obrigatória a constituição de advogado, se a parte, depois de notificada da renúncia do mandatário, não constituir novo mandatário no prazo de vinte dias, suspende-se a instância, se a falta for do autor; se for do réu, o processo segue os seus termos, aproveitando-se os actos anteriormente praticados pelo advogado.

A notificação deve igualmente ser notificada à contraparte, para que possa ter conhecimento das regras que se seguem nestes casos.

Sendo o patrocínio obrigatório, se o réu ou o reconvindo não puderem ser notificados, o juiz solicita ao competente Conselho Distrital da Ordem dos Advogados a nomeação oficiosa de mandatário, a realizar em dez dias, findos os quais a instância prossegue, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 43.º e 44.º.

O advogado nomeado nos termos do número anterior tem direito a exame do processo, pelo prazo de dez dias

Se o réu tiver deduzido reconvenção, esta fica sem efeito, quando for dele a falta a que se refere o nº 3; sendo a falta do autor, seguirá só o pedido reconvencional, decorridos que sejam dez dias sobre a suspensão da acção.

Da instância, artigo 264 seguintes

A instância inicia-se com a apresentação da PI pelo autor, contudo, os seus efeitos apenas se produzem a partir do momento em que o réu é citado10 para acção, é aqui que a instância ganha estabilidade.

Artigo 268.º estabelece o princípio da estabilidade da instância “Citado o réu, a instância, deve manter-se a mesma quanto às pessoas, ao pedido e à causa de pedir, salvas as possibilidades de modificação consignadas na lei.”

Ao princípio da estabilidade da instância, são admitidas duas excepções:

Modificação subjectiva pela intervenção de novas partes, artigo 269: o artigo faz referência à intervenção principal provocada, como forma de sanar eventuais ilegitimidades, até ao trânsito em julgado da decisão. Mesmo depois de passados 30

dias sobre o trânsito em julgado, é ainda possível chamar ao processo partes, considerando-se neste caso, renovada, a instância entretanto extinta. Assim, permite- se que novas pessoas sejam chamadas ao processo, não obstante do princípio da estabilidade da instância. Ex: se A propõe acção contra B e C, mas não intentou acção contra D marido de C, quando o devia ter feito. Se não for chamado D ao processo até ao máximo de 30 dias após o trânsito em julgado, a decisão não será oponível a D. Já nos casos em que A intenta acção contra B, esquecendo-se de demandar o cônjuge, quando o devia ter feito, estamos perante um caso de ilegitimidade, pelo que o réu será absolvido da instância.

Outras modificações subjectivas, artigo 270: a instância pode ainda modificar-se como consequência, da substituição de alguma das partes, quer por sucessão, quer por acto inter vivos, na relação substantiva em litígio, ou ainda em virtude dos incidentes de intervenção de terceiros. Este artigo tem de ser lido em conjugação com o artigo 275, onde se estabelece que no caso de transmissão, por acto inter vivos, da coisa ou direito litigioso, o transmitente continua a ter legitimidade para a causa, enquanto o adquirente não for, por meio de habilitação admitido a substitui-lo. A substituição é admitida quando a parte contrária esteja de acordo, sendo que na falta dele, só deve recusar-se a substituição quanto se entenda que a transmissão foi efectuada para tornar mais difícil, no processo, a posição da parte contrária. A sentença produz efeitos em relação ao adquirente, ainda que este não intervenha no processo, excepto no caso de a acção estar sujeita a registo e o adquirente registar a transmissão antes de feito o registo da acção. Ex: se A deve € 5.000 a B, e durante a pendência da acção, cede o crédito a C, A continua com legitimidade para continuar na acção, apesar de já não ser credor.

Alterações objectivas da instância, artigo 272: a lei permite ainda que havendo acordo das partes, o pedido e a causa de pedir possam ser alterados ou ampliados, em qualquer altura, em primeira ou segunda instância, nunca no STJ dada a sua incompetência para apreciar matéria de facto, salvo nos casos me que a alteração ou ampliação possa perturbar a instrução, discussão e julgamento da causa. A lei admite ainda a modificação simultânea do pedido e da causa de pedir, desde que tal não implique a convolação para relação jurídica diversa da controvertida.

Alteração em sede reconvenção, artigo 274: o réu pode ainda em reconvenção, deduzir pedidos contra o autor, o que alterará a instância. Nota: em acção sumária não há reconvenção.

A reconvenção é admissível nos seguintes casos:

a) Quando o pedido do réu emerge do facto jurídico que serve de fundamento à acção ou à defesa; ex: A celebra um contrato de empreitada com B, e instaura-lhe uma acção para o pagamento de €10.000. B defende-se dizendo que não paga, porque A não lhe entregou a obra no tempo devido e isso lhe causou enormes prejuízos, porque até à data esteve a viver num hotel.

b) Quando o réu se propõe obter a compensação ou tornar efectivo o direito a benfeitorias ou despesas relativas à coisa cuja entrega lhe é pedida; Em sede de acção para entrega de bem imóvel, o réu pode requerer que lhe sejam pagas as benfeitorias que ele efectuou no bem em causa. Em relação à compensação é necessário ter em atenção a orientação jurisprudencial existente. Se A deve a B 100 e B deve a A 100, sendo um deles demandado pelo outro, pode defender-se por excepção invocando a compensação e pedindo desse modo a extinção da dívida. Mas de A deve a B 100 e B deve a A 120, se B demandar A, este defende-se por excepção invocando a compensação do seu débito até 100, considerando a obrigação parcialmente extinta. Depois quanto aos 20, A deve reconvir pedindo indemnização de 20 para o remanescente da dívida.

c) Quando o pedido do réu tende a conseguir, em seu benefício, o mesmo efeito jurídico que o autor se propõe obter. Ex: se A pede a B a entrega de um prédio alegando a sua propriedade, e se B alega que não, que a propriedade é dele.

Não é admissível a reconvenção, quando ao pedido do réu corresponda uma forma de processo diferente da que corresponde ao pedido do autor, salvo se a diferença provier do diverso valor dos pedidos ou o juiz a autorizar, nos termos previstos nos nºs 2 e 3 do artigo 31.º, com as necessárias adaptações.

Se o pedido reconvencional envolver outros sujeitos que, de acordo com os critérios gerais aplicáveis à pluralidade de partes, possam associar-se ao reconvinte ou ao reconvindo, pode o réu suscitar a respectiva intervenção principal provocada, nos termos do disposto no artigo 326.º11.

Nestes casos, e não se tratando de litisconsórcio necessário, se o tribunal entender que, não obstante a verificação dos requisitos da reconvenção, há inconveniente grave na instrução, discussão e julgamento conjuntos, determinará, em despacho fundamentado, a absolvição da instância quanto ao pedido reconvencional de quem não seja parte primitiva na causa, aplicando-se o disposto no nº 5 do artigo

11 A reconvenção pode assim implicar uma alteração objectiva e subjectiva da

31.º.

A improcedência da acção e a absolvição do réu da instância não obstam à apreciação do pedido reconvencional regularmente deduzido, salvo quando este seja dependente do formulado pelo autor. Assim se A pede a B a entrega de um prédio e este requere o pagamento de benfeitorias, em sede de reconvenção, as mesmas não serão pagas, se se provar que o prédio não é da propriedade de A.

No documento Processo Civil Declarativo (páginas 73-84)