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P ROGRAMA R EGIONAL E P REVENÇÃO E C ONTROLO DA G RIPE

ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE

ANO NASCIMENTO 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

3. P ROGRAMA R EGIONAL E P REVENÇÃO E C ONTROLO DA G RIPE

A 11 de Junho a Organização Mundial da Saúde declara a primeira pandemia de gripe do século XXI. Esta declaração foi precedida pela activação - no que diz respeito à fase 4 de actividade gripal -, a 27 de Abril de 2009, do Plano de Contingência da Região Centro para a Pandemia de Gripe (ARSC, 2008), disponível em http://www.arscentro.min-

saude.pt/SaudePublica/Material/Documents/Plano%20Pandémico%20Regional.pdf.

De acordo com esta agência internacional de saúde pública, o curso completo de evolução da presente pandemia de gripe (i.e, desde a emergência do vírus pandémico até à extinção da epidemia) é estimado em 2 anos, representando um importante desafio para os sistemas de saúde da totalidade dos países.

No que diz respeito ao nosso País, a estratégia de gestão da pandemia (H1N1) 2009 assentou, até 20 de Agosto de 2009, na chamada “contenção”, estratégia traduzida por uma procura activa de casos e de contactos próximos. Desde 20 de Agosto de 2009, data em que o número de casos gerados em território nacional por transmissão secundária e terciária ultrapassou os casos importados, a estratégia nacional transitou para a “mitigação” (i.e., atenuação de efeitos).

A gestão regional da pandemia de gripe, cujo responsável máximo é o Presidente do Conselho Directivo da ARS, resultou numa apreciável mobilização de recursos humanos e materiais e numa intervenção sobre o sistema de serviços de saúde visando uma resposta apropriada.

No que diz respeito ao Plano de Contingência Regional para a Pandemia de Gripe (que resultou da operacionalização regional do correspondente normativo nacional da Direcção-Geral da Saúde), tal traduziu-se no accionamento, em 27 de Abril de 2009, das seguintes estruturas operativas nele previstas: Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde, Grupo Gestor Regional da Reserva Estratégia Medicamentosa da Gripe e Interlocutor junto dos hospitais.

Mais do que uma ameaça à saúde global, a pandemia de gripe (H1N1) 2009 assume-se como uma oportunidade de mudança no que diz respeito à consolidação, a um nível local, dos novos serviços operativos de saúde pública resultantes da entrada em vigor

92 do decreto-lei nº 81/2009 de 2 de Abril e na aquisição de comportamentos e atitudes redutores do risco (não só da infecção gripal mas da generalidade das doenças de transmissão interpessoal e, em particular, das infecções respiratórias de etiologia viral) por parte da população.

O programa regional de prevenção e controlo da gripe encontra-se incluído na área de intervenção da “Vigilância epidemiológica/prevenção e controlo das doenças infecciosas”.

Transcendência e pertinência do problema do Problema de Saúde Pública

A gripe é uma doença respiratória aguda, responsável por um excesso de mortalidade nos grupos com risco acrescido de complicações secundárias e por uma elevada morbilidade (traduzida por absentismo escolar e laboral) na população em geral. A sua prevenção e controlo assentam, primariamente, na vacinação.

No caso específico da gripe pandémica (provocada por vírus completamente novos, para os quais não existe imunidade prévia) o padrão epidemiológico é distinto do da gripe sazonal designadamente no que diz respeito aos grupos mais gravemente afectados (mortalidade em adultos jovens em vez de idosos).

A presente pandemia de gripe (H1N1) 2009 tem apresentado, até à data (Dezembro de 2009) um curso clínico favorável na esmagadora maioria dos casos, traduzido por uma letalidade ligeiramente superior à da gripe sazonal estimada entre 0,1% e 0,35% (Nicoll e Coulombier, 2009). No entanto, se considerarmos que a taxa de ataque clínica estimada é 3 a 5 vezes superior à da gripe sazonal e que 1-2% dos doentes necessitarão de hospitalização (e destes, cerca de 1/3 de cuidados intensivos), facilmente se depreende a transcendência do problema no que diz respeito à capacidade de resposta instalada dos serviços de saúde.

Desde Setembro de 2009 que o Mundo dispõe de vacinas monovalentes (pandémicas), tendo o nosso País iniciado em 26 de Outubro de 2009 a campanha nacional de vacinação pandémica, de acordo com os grupos-alvo priorizados pela Direcção-Geral da Saúde.

Face à efectividade da vacinação antigripal e à inversão da percepção do risco observada em alguns sectores-chave da sociedade, o programa regional de prevenção

93 e controlo da gripe, considera como estratégia fundamental de gestão da pandemia a capacitação do público em geral e dos profissionais de saúde no que diz respeito à vacinação monovalente (pandémica), pelo que a articulação com o programa regional de capacitação em saúde se afigura, mais uma vez, essencial.

Finalidade

Prevenção e controlo da infecção gripal (pandémica e sazonal)

Objectivo

• Reduzir a incidência de gripe mediante a oferta da vacinação monovalente aos grupos priorizados pela Direcção-Geral da Saúde e a promoção da vacinação trivalente (sazonal) aos grupos elegíveis;

• Potenciar a capacidade de resposta das unidades de saúde mediante a capacitação da população em geral (no que diz respeito a comportamentos e atitudes redutores do risco e procura apropriada dos serviços de saúde) e a intervenção sobre o sistema de serviços de saúde.

Actividades a desenvolver

• Divulgação dos documentos técnicos (informativos e normativos) da Direcção- Geral da Saúde relativos à gripe pandémica (H1N1) 2009 em articulação com o Gabinete de Documentação;

• Avaliação da percepção do risco de doença e do risco vacinal por parte da população em geral e por parte de grupos específicos (caso dos cuidadores e profissionais de saúde) – em articulação com o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde;

• Promoção da vacinação monovalente (pandémica) e trivalente (sazonal) dos grupos priorizados pela Direcção-Geral da Saúde mediante acções de capacitação e de regulação da percepção do risco vacinal - em articulação com

94 o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde e com os programas regionais de capacitação em saúde e de vacinação;

• Promoção da vacinação dos prestadores directos de cuidados de saúde (em colaboração com o programa regional de vacinação e o Gabinete da Farmácia e Medicamento);

• Promoção dos auto e telecuidados e capacitação da população em geral no que diz respeito à procura apropriada dos serviços de saúde visando a maximização dos recursos existentes – mediante o desenho e implementação de campanhas em articulação com o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde;

• Promoção da resposta adequada do sistema regional de saúde mediante a adequação dos recursos humanos e materiais e a intervenção, no âmbito do Grupo Coordenador do Plano de Contingência da Região Centro para a Pandemia de Gripe, sobre o sistema regional de serviços de saúde;

• Monitorização da implementação do Plano de Contingência da Região Centro para a Pandemia de Gripe (accionado em 27 de Abril de 2009);

• Acompanhamento da campanha nacional de vacinação pandémica (em articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento e o programa regional de vacinação);

• Articulação com instituições e demais sectores relevantes, como o sector da Educação/comunidade escolar (DREC) e educativa.

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