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Plano de Acção ARS do Centro, Coimbra, Março de 2010

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jo

Plano de Acção

2010

(2)

Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Centro, IP: João Pedro Travassos de Carvalho Pimentel (Presidente)

Mário Rui Fernandes Pinto Ferreira (Vice-Presidente) Joaquim Gomes da Silva (Vogal)

Regina Helena Lopes Dias Bento (Vogal)

Coordenação da edição António Morais Lúcio Meneses de Almeida

Lígia Carvalho José Coimbra Pedro Filipe Morais

Francisco Matos Sandra Lourenço

Colaboração

Alda Rebelo, Conceição Toscano, José Manuel Tereso, José Varandas da Silva, Luís Belo, António Morais, Ana Dias, António Queimadela Baptista, Carolina Veloso, Conceição Casimiro, Eugénio Cordeiro, Ernesto Fernandes, Fernanda Pinto, Fernando Gomes da Costa, Gabriel Pires, Hélder Ferreira, Horácio Firmino,

Ilídia Duarte, Isabel Lança, Joana Andrade, João Crisóstomo Borges, Joaquim Marques Moita, José Bonifácio, José Carlos Cabral Peixoto, Judite Maia Ribeiro, Lúcio Meneses de Almeida, Maria da Anunciação Costa, Maria Hermínia Trindade Simões, Maria José Hespanha, Maria Manuel Açafrão, Zélia

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ÍNDICE

PREÂMBULO

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO EM SAÚDE

Departamento de Saúde Pública e Planeamento... 1

Departamento de Contratualização ... 3

Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral ... 8

Departamento de Gestão Financeira ... 10

Departamento de Instalações e Equipamentos ... 12

ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE ÁREA DE INTERVENÇÃO I: DOENÇAS DE EVOLUÇÃO PROLONGADA ... 16

1.Doenças Cardiovasculares ... 16

2.Programa de Prevenção e Controlo da Diabetes ... 21

3.Doenças Oncológicas ... 26

4.Doenças Respiratórias ... 35

ÁREA DE INTERVENÇÃO II - SATISFAÇÃO DE NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE SAÚDE ... 41

1.Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados ... 41

2. Programa Regional da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente ... 45

3.Saúde mental ... 48

ÁREA DE INTERVENÇÃO III - CAPACITAÇÃO EM SAÚDE E INTERVENÇÃO SOBRE OS DETERMINANTES DE SAÚDE ... 50

1.Capacitação e Literacia em Saúde ... 50

2.Promoção da Saúde em meio escolar ... 53

3.Saúde Ocupacional ... 59

4.Gestão Ambiental ... 61

5.Projectos transversais de intervenção comunitária ... 67

ÁREA DE INTERVENÇÃO IV – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E PREVENÇÃO E CONTROLO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS ... 83

1. Prevenção e Controlo da Infecção VIH/Sida ... 83

2. Prevenção e Luta contra a Tuberculose ... 88

3. Programa Regional e Prevenção e Controlo da Gripe ... 91

4. Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde ... 94

5. DDO/SARA ... 99

6. Vacinação ... 104

ÁREAS DE SUPORTE Observatório Regional de Apoio ao sistema SIM – Cidadão ... 110

Unidade Regional de gestão de inscritos para cirurgia ... 114

Telemedicina ... 116

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INDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADROS

Figura 1 - Distribuição de lugares pela Região Centro em 31/12/2009 ... 41

Gráfico 1- Estrutura Etária do total de efectivos (excluindo ULS da Guarda EPE) ... 8

Gráfico 2 - Estrutura Etária de grupo profissional Médico (excluindo ULS da Guarda EPE) ... 9

Gráfico 3 - Taxa de incidência de cancro de colo do útero padronizada para a idade pela pop. Europeia na Região Centro (‰00) ... 29

Gráfico 4 - Taxa de mortalidade padronizada por cancro do colo do útero (‰00) ... 29

Gráfico 5 – Dimensão da LIC ARSC,IP ... 114

Gráfico 6 – Mediana do Tempo de Espera (meses) – LIC ARSC,IP ... 115

Quadro 1 - Calendarização faseada do rastreio do cancro do cólon e recto da ARS Centro ... 34

Quadro 2 - RNCCI – Número de camas / criação e manutenção de Unidades de Dia, equipas intra-hospitalares e cuidados continuados integrados ... 43

Quadro 3 - Sistema de Vigilância das Doenças de Declaração Obrigatória – dados provisórios das principais doenças declaradas em Portugal e na Região Centro em 2008. DGS, 2009. ... 100

Quadro 4 - Formação para os profissionais de saúde ... 121

Quadro 5 - Formação para os profissionais da Administração Pública Central ... 122

Quadro 6 - Encargos financeiros ... 123

(5)

PREÂMBULO

A satisfação das necessidades (reais) de saúde das populações é, simultaneamente, a missão e o desafio “genético” dos sistemas de saúde. À semelhança da Medicina Clínica, assenta no diagnóstico da situação e na instituição da terapêutica - esta última em conformidade com os recursos disponíveis.

O diagnóstico da situação de saúde é uma etapa primordial (porque primeira e fundamental) do planeamento. A promoção dos ganhos em saúde (efectividade) pressupõe a identificação das necessidades em saúde e em serviços e a distribuição justa dos recursos e serviços (equidade).

O ano de 2010 consistirá na consolidação da reforma do sistema de saúde e, desta forma, na gestão dos desafios decorrentes da sustentabilidade do SNS num cenário macroeconómico de constrangimento orçamental decorrente de uma crise económica global.

Tal pressupõe o reconhecimento, por parte de todo o sistema de saúde, do papel da rede de cuidados primários de saúde como pilar do sistema de saúde que assume o cidadão-utente simultaneamente como receptor e (auto)prestador de cuidados.

Este papel traduz-se na satisfação da esmagadora maioria das necessidades em saúde, mediante a prestação de cuidados de qualidade mas de baixo custo (eficiência) e na articulação com os cuidados secundários e terciários no que diz respeito à satisfação de necessidades de saúde que exigem cuidados tecnológica e operativamente mais diferenciados.

O “cimento aglutinador” de todo o sistema regional de saúde são, de acordo com a legislação em vigor (decreto-lei nº 222/2007 de 29 de Maio) as ARS, cuja missão consiste em assegurar o acesso dos cidadãos das respectivas áreas de influência à prestação de cuidados de saúde de qualidade.

O presente plano de acção culmina um processo de planeamento regional, assente no Plano Nacional de Saúde presentemente em vigor. Nessa medida, os programas que o integram - priorizados em função das necessidades em saúde da Região Centro – deverão ser encarados como instrumentos de mudança, em prol da saúde das populações da Região Centro.

A todos os profissionais de saúde da Região e, muito em particular, ao que exercem a sua actividade nos serviços centrais (sede e departamentos), serviços dependentes e serviços desconcentrados (ACeS) da Administração Regional de Saúde do Centro IP, termino com palavras de confiança no futuro, em prol da saúde das populações da Região Centro.

O Presidente do Conselho Directivo

(6)

ÁREA

DE

ADMINISTRAÇÃO

EM

SAÚDE

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1

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA E PLANEAMENTO

De acordo com a legislação em vigor (decreto-lei nº 222/2007 de 29 de Maio), cabe às Administrações Regionais de Saúde assegurar, no âmbito da sua área de jurisdição territorial, o acesso à prestação de cuidados de saúde de qualidade, mediante a adequação dos recursos às necessidades de saúde identificadas. Enquanto parte integrante da estrutura organizacional da ARS do Centro, o Departamento de Saúde Pública e Planeamento (DSPP) concorre, juntamente com os restantes departamentos e unidades, para a prossecução da missão deste instituto público.

Dentre as atribuições do DSPP, destacam-se a caracterização e monitorização do estado de saúde da população e identificação de necessidades em saúde, a avaliação do impacte das intervenções em saúde e a elaboração da proposta do Plano Regional de Saúde (Estatutos da ARSC publicados em anexo à portaria nº 650/2007 de 30 de Maio).

A missão do DSPP consiste em dotar o Conselho Directivo da ARSC da evidência em Saúde Pública e em Planeamento em Saúde necessária à tomada de decisão por parte deste órgão directivo.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E FUNCIONAL

Do ponto de vista organizacional o DSPP inclui uma unidade (a Unidade de Planeamento). No entanto, e tendo em vista o cumprimento das suas atribuições, o DSPP divide-se, do ponto de vista funcional, nas seguintes áreas (conforme o seu Regulamento, homologado em 31/12/2009 pelo Conselho Directivo da ARSC):

• Planeamento em saúde (correspondente à Unidade de Planeamento); • Vigilância em saúde pública e investigação epidemiológica

• Saúde ambiental • Promoção da saúde

• Programas e projectos específicos • Autoridade de Saúde

(8)

2 Tendo em vista a sua relevância e as atribuições legais do DSPP (constantes dos estatutos da ARSC), foi posteriormente proposta ao Conselho Directivo da ARSC uma nova área funcional correspondente aos Laboratórios de Saúde Pública.

Cada área funcional inclui programas e projectos compatíveis, sendo coordenada por um responsável nomeado pelo Director do Departamento. De acordo com o Regulamento do DSPP o responsável pela área funcional do Planeamento em saúde é, por inerência de funções,

É atribuição dos responsáveis pelas áreas funcionais do DSPP a elaboração de objectivos específicos, bem como o estabelecimento de indicadores de actividade e de resultado.

O Director do DSPP exerce, simultaneamente, as funções de Delegado de Saúde Regional sendo coadjuvado por um Delegado de Saúde Regional Adjunto (conforme o disposto no decreto-lei nº 82/2009 de 2 de Abril).

Finalidade

Cumprimento do disposto no artigo 3º do anexo à portaria nº 650/2007 de 30 de Maio

Objectivos

• Dotar o Conselho Directivo da evidência em saúde pública e em planeamento em saúde necessária à tomada de decisão;

• Apoiar as Autoridades de Saúde e unidades de saúde pública;

• Apoiar os restantes departamentos e unidades da ARSC em matérias relacionadas com a saúde pública e com o planeamento em saúde

(9)

3

DEPARTAMENTO DE CONTRATUALIZAÇÃO

As competências do Departamento de Contratualização (DC) são as constantes do artigo 5.º dos Estatutos da ARSC, I.P., anexos à Portaria n.º 650/2007, de 30 de Maio.

Ao DC compete, especialmente:

a) Estabelecer e acompanhar as relações contratuais com entidades prestadoras de cuidados de saúde do sector público, social e privado, adequando os recursos disponíveis às necessidades da população;

b) Propor a afectação de recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS;

c) Propor a afectação de recursos financeiros mediante a celebração, acompanhamento e revisão de contratos, no âmbito dos cuidados continuados integrados;

d) Propor e participar na realização de auditorias.

O DC está organizado em três áreas funcionais, de acordo com a tipologia de cuidados de saúde:

a) Cuidados primários; b) Cuidados diferenciados; c) Cuidados continuados.

À área funcional dos Cuidados Primários compete:

d) Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com os Agrupamentos de Centros de Saúde;

e) Proceder ao acompanhamento e monitorização da actividade contratada, recolhendo a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios.

(10)

4 À área funcional dos Cuidados Diferenciados compete:

a) Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com instituições hospitalares;

b) Proceder ao acompanhamento e monitorização da actividade contratada, recolhendo a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios;

c) Gerir o programa relativo ao Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia;

d) Gerir o programa relativo à Consulta a Tempo e Horas.

À área funcional dos Cuidados Continuados compete:

e) Elaborar os contratos para implementação e funcionamento das unidades e equipas que integram a rede de cuidados continuados;

f) Proceder à referenciação dos utentes para as unidades de cuidados continuados;

g) Proceder ao acompanhamento e monitorização da actividade contratada, recolhendo a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica de relatórios.

CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

A reforma dos Cuidados de Saúde Primários levou à criação dos 16 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) na região Centro. A consolidação da nova reorganização e funcionamento dos centros de saúde é uma prioridade para a ARSC que, neste sentido, desenvolverá a sua acção sobretudo a nível da criação das unidade de cuidados na comunidade (UCC), das unidades de saúde pública (USP) e respectivo regulamento interno, numa óptica de funcionamento integrado e coerente de todas as unidades dos ACES.

No domínio das USP, a ARSC dedicará particular atenção à formação dos seus médicos, integrando-se, para o efeito, num protocolo com a Escola Nacional de Saúde Pública e Direcção Geral de Saúde.

(11)

5 Perspectiva-se para os próximos anos, a constituição de mais USF na região Centro, estimando-se, para 2010, a abertura de 10 novas USF, bem como a entrada em funcionamento de 10 UCC.

No evoluir da reforma, assumem capital importância os serviços partilhados, opção estratégica do Ministério da Saúde já encetada pela ARSC com os SUCH nas áreas de compras - Somos Compras - recursos humanos - Somos Pessoas - e sector financeiro e contabilidade - Somos Contas.

ÁREA HOSPITALAR

De acordo com o artigo 5º dos Estatutos da ARS do Centro, IP, compete ao Departamento de Contratualização (DC) participar na definição dos critérios para a contratualização dos serviços de saúde e ainda:

• Desenvolver instrumentos de apoio à gestão que permitam a promoção do uso racional de recursos materiais e financeiros;

• Propor a afectação de recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS e acompanhar e avaliar o seu desempenho;

• Participar em estudos com o objectivo de propor ajustamentos nas redes de referenciação e emissão de pareceres técnicos sobre a criação, modificação, fusão ou extinção de instituições de auditorias;

• Propor a realização de auditorias;

• Propor a afectação de recursos financeiros a entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de cuidados de saúde, através da celebração, acompanhamento e revisão de acordos, protocolos e convenções;

• Propor a afectação de recursos financeiros, mediante a celebração, acompanhamento e revisão de contratos no âmbito das parcerias público-privadas;

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6 • Propor a afectação de recursos financeiros, mediante a celebração,

acompanhamento e revisão de contratos no âmbito dos cuidados continuados integrados.

Tal como nos anos anteriores, as actividades a desenvolver em 2010 incluem:

Mensalmente

• Validar e monitorizar os ficheiros enviados pelos hospitais; • Analisar a actividade comunicada;

• Disponibilizar aos hospitais os indicadores resultantes do processamento da sua actividade.

Anualmente

• Analisar a produção proposta para o contrato do ano seguinte; • Preparar os outputs para as reuniões de contratualização; • Realizar as referidas reuniões;

• Definir e negociar os objectivos;

• Definir os critérios para atribuição das verbas dos incentivos; • Avaliar o cumprimento dos objectivos de qualidade e eficiência;

• Analisar a produção contida nas bases de dados dos Grupos de Diagnóstico Homogéneos hospitalares (GDH) e remeter às unidades hospitalares o correspondente relatório;

• Elaborar relatórios a enviar aos hospitais com esta análise.

Circunstancialmente

• Elaborar documentos com análise da evolução da actividade dos hospitais; • Participar em reuniões de acompanhamento de alguns hospitais;

• Assegurar a resposta temporalmente oportuna às questões colocadas pelos hospitais e pela tutela.

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7

Actividades a desenvolver na área hospitalar

A nossa atenção vai focar-se na necessidade de rentabilizar o trabalho já desenvolvido pelo DC e assim permitir o desenvolvimento de novas tarefas. Teremos dois focos de atenção – um interno e outro externo.

• A nível interno pretende-se desenvolver uma ferramenta que permita disponibilizar mensalmente ao Conselho Directivo, a informação sobre a actividade hospitalar.

• A nível externo pretende-se fazer um acompanhamento mais efectivo da actividade dos hospitais, que passa por:

− Elaboração de todos os relatórios previstos na legislação em vigor;

− Análise mais detalhada da actividade referida pelos hospitais nos ficheiros de acompanhamento, recorrendo ao apoio da informação constante das bases de dados dos GDH;

− Elaboração de relatórios por grupos de hospitais, com análises comparativas. Disponibilização dos mesmos aos hospitais com pedidos de justificação de situações anómalas;

− Acompanhamento da actividade dos hospitais e realização de reuniões de trabalho DC-hospitais.

CONSTITUIÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR DE AVEIRO

Segundo estudos desenvolvidos pela ARSC, a articulação, em rede, entre hospitais do distrito de Aveiro consolidará uma melhor oferta de cuidados de saúde hospitalares no Baixo Vouga. Será dada particular atenção a criação do Centro Hospitalar de Aveiro, através de estudos realizados pelo grupo de trabalho nomeado, para o efeito, pelo Secretário de Estado da Saúde, e que apresentará os estudos finais em Junho de 2010.

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8

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS,RECURSOS HUMANOS E ADMINISTRAÇÃO GERAL

O Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral (DERHAG) integra a Unidade de Administração Geral, sendo organizado, do ponto de vista funcional, nas seguintes áreas: Planeamento e gestão de recursos, Formação/Documentação, Licenciamentos e Expediente e arquivo.

As competências deste departamento são as constantes do artigo 4º dos Estatutos da ARSC, IP (publicados em anexo à portaria nº 650/2007 de 30 de Maio).

Os recursos humanos, e a sua actualização e aperfeiçoamento profissional, são actores essenciais ao bom funcionamento dos sistemas de saúde. De acordo com o disposto no decreto-lei nº 222/2007 de 29 de Maio (“Lei orgânica das ARS”), cabe às administrações regionais de saúde “promover a qualificação e valorização profissional dos recursos humanos”.

O envelhecimento da população em geral implica um consumo de cuidados de saúde. Simultaneamente, verifica-se (figura 1) um envelhecimento do total de efectivos dos serviços dependentes da ARSC.

Gráfico 1- Estrutura Etária do total de efectivos (excluindo ULS da Guarda EPE)

Dezembro de 2009

Este fenómeno é mais acentuado no grupo profissional médico (gráfico 2), sendo o estrato etário mais prevalente o dos 50-59 anos.

-10% -5% 0% 5% 10% 15% 20% 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70 e mais % H % M

(15)

9

Gráfico 2 - Estrutura Etária de grupo profissional Médico (excluindo ULS da Guarda EPE)

Dezembro de 2009

A qualificação dos recursos humanos, através da execução de planos anuais de formação, é um dos objectivos para o ano 2010 – em particular no que diz respeito às áreas definidas como prioritárias pelo Plano Nacional de Saúde - através de financiamento dos Programas Saúde XXI e P.O.P.H.

É estratégia fundamental deste instituto público – através do seu DERHAG - adequar os recursos humanos disponíveis às necessidades de saúde e de serviços identificadas, tendo por objectivo a sua satisfação e os consequentes ganhos em saúde.

A atribuição a todos os utentes inscritos de médico de família é um objectivo que assenta no “rejuvenescimento” deste grupo profissional, designadamente através do aumento da capacidade formativa na área e da cativação dos recém-especialistas para a Região. -6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70 e mais % H % M

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10

DEPARTAMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA

As competências do Departamento de Gestão Financeira, abreviadamente designado por DGF, são as constantes do artigo 6.º dos Estatutos da ARSC, I.P., anexos à Portaria n.º 650/2007, de 30 de Maio.

Ao DGF compete, especialmente:

a) Participar na definição da política financeira e orçamental da ARSC, I.P., e assegurar a sua execução;

b) Efectuar estudos e relatórios económico-financeiros que lhe forem solicitados;

c) Elaborar o orçamento económico e financeiro anual para aprovação superior;

d) Elaborar a proposta de PIDDAC e acompanhar a respectiva execução financeira;

e) Proceder à consolidação do orçamento económico e financeiro dos serviços da ARSC, I.P;

f) Acompanhar e controlar periodicamente a execução orçamental e a situação económica e financeira dos serviços da ARSC, I.P;

g) Elaborar a conta de gerência consolidada e o relatório de gestão anual; h) Emitir pareceres relativos aos orçamentos e alterações orçamentais dos

hospitais do sector público administrativo;

i) Organizar, elaborar e manter actualizados os registos e procedimentos contabilísticos inerentes ao sistema de contabilidade geral;

j) Assegurar a implementação da contabilidade analítica, uniformizando os centros de custo e os critérios de imputação;

k) Proceder à comunicação das obrigações fiscais de carácter periódico junto das finanças;

l) Efectuar as transferências de fundos, superiormente autorizados, para as diversas entidades;

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11 n) Analisar a viabilidade económica e o impacto financeiro de acordos com

entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, que se revelem necessários a nível regional;

o) Acompanhar a execução financeira dos protocolos celebrados no âmbito da Rede de Cuidados Continuados Integrados;

p) Acompanhar a execução financeira das convenções celebradas no âmbito do SIGIC;

q) Proceder à conferência da facturação relativa às farmácias, convenções e transportes;

r) Gerir o sistema de reembolsos aos utentes por despesas de cuidados de saúde.

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12

DEPARTAMENTO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

O Departamento de Instalações e Equipamentos (DIE) tem as competências constantes do artigo 7.º dos Estatutos da ARSC, I.P., anexos à Portaria n.º 650/2007, de 30 de Maio.

Compete, especialmente, à DIE:

a) Emitir pareceres necessários à escolha, aprovação, aquisição e expropriação de terrenos e edifícios para a instalação de serviços de saúde; b) Elaborar programas funcionais e planos directores;

c) Elaborar projectos para a construção e readaptação de unidades prestadoras de cuidados de saúde primários;

d) Elaborar cadernos de encargos para a adjudicação de empreitadas e fornecimento de bens e serviços no âmbito das instalações e equipamentos;

e) Acompanhar e fiscalizar a execução de empreitadas;

f) Elaborar cadernos de encargos para adjudicação de assistência técnica e/ou de manutenção das instalações e equipamentos das unidades de cuidados de saúde primários;

g) Participar em vistorias às unidades privadas de saúde com internamento, para efeitos de licenciamento;

h) Participar em vistorias às unidades prestadoras de cuidados de saúde primários candidatas à integração na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados para verificação da sua conformidade aos requisitos técnicos exigidos;

i) Assegurar a actualização de uma base de dados relativa às instalações e equipamentos dos serviços e instituições prestadoras de cuidados de saúde da Região, monitorizando o respectivo estado de conservação.

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13 No âmbito de uma política de construção de unidades de saúde atenta a novas realidades geodemográficas da região, a ARSC prosseguirá com a modernização da rede de centros de saúde, sempre em parceria com as câmaras municipais e juntas de freguesia, utilizando para o efeito verbas provenientes de candidaturas ao QREN, ao PIDDAC e recorrendo também a auto financiamento.

Assim, encontram-se já aprovadas pelo QREN as candidaturas à construção dos centros de saúde de Lousã, S. Pedro do Sul, em fase de adjudicação, e extensões de saúde de Barcouço (Mealhada), Ceira (Coimbra), Samuel (Leiria) e Juncal (Porto de Mós).

A ARSC candidatará também a estes fundos a construção das extensões de Válega e Cortegaça (Ovar) e dará apoio às candidaturas efectuadas pelas respectivas câmaras municipais para a construção e requalificação das extensões de Abravezes, Rio de Loba, Orgens, Lordosa (Viseu), Cacia e Esgueira (Aveiro), Costa Nova (ílhavo), Lavos (Figueira da Foz), Febres (Cantanhede), Avô (Oliveira do Hospital), S. Pedro de Alva (Penacova), Travassô (Águeda) e S. João de Areias (Sta. Comba Dão).

Da mesma forma, a ARSC apoiará as candidaturas para a construção dos centros de saúde de Oliveira do Bairro, Pampilhosa da Serra e Figueira de Castelo Rodrigo.

A nível dos hospitais da região Centro, iniciar-se-ão as obras no serviço de urgência do Hospital de Águeda, concluindo-se as intervenções no serviço de urgência e consulta externa no Hospital da Figueira da Foz, no serviço de cirurgia do ambulatório do Hospital Geral do CHC, no serviço de consulta externa e cozinha do Hospital de Ovar e na consulta externa e cirurgia do ambulatório e serviço de imagiologia do Hospital de Aveiro. Continuará em curso a construção da primeira fase do projecto do Hospital da Guarda. Com vista à criação de USF, serão realizadas obras de adaptação nos centros de saúde de S. Martinho do Bispo, Santa Clara, Castro Daire, Nelas, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha, e nas extensões de Cadima (Cantanhede), Maceda e Ílhavo (Ovar).

(20)

14 No âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, serão concluídas as obras de requalificação nos hospitais de Anadia, Rovisco Pais, Tondela e Fundão, para criação de unidades de convalescença e de paliativos. Lançar-se-á, em 2010, o concurso para a construção do novo complexo hospitalar de Estarreja e, em Coimbra, entrará em funcionamento, no 2º. Semestre de 2010, o novo Hospital Pediátrico.

Criar-se-ão condições para que o Centro de Saúde de Celas e respectivas extensões e USF venham a ocupar as antigas instalações do Hospital Pediátrico, e para que o Centro de Saúde Fernão de Magalhães transite para novas instalações mais acessíveis e funcionais. Ficarão concluídas as obras de remodelação da sede da ARSC, que possibilitarão a centralização da maioria dos serviços.

No decorrer do ano de 2010, a ARSC apreciará as candidaturas ao QREN, no âmbito da requalificação de vários serviços dos HUC, CHC, Hospital Amato Lusitano (ULS Castelo Branco), Sto. André (Leiria), S. Teotónio (Viseu), de Pombal, e segunda fase de construção do Hospital Sousa Martins (Guarda).

(21)

ÁREAS

DE

INTERVENÇÃO

EM

SAÚDE

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16

ÁREADEINTERVENÇÃOI:DOENÇASDEEVOLUÇÃOPROLONGADA

1. DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças do aparelho circulatório são uma das principais causas de morte e de incapacidade nas sociedades ocidentais (incluindo Portugal).

A Região Centro não é excepção neste aspecto, sendo de prever que o impacte nefasto destas doenças na nossa Região se venha a agravar com o envelhecimento crescente da população e com o aumento da prevalência dos vários factores de risco a elas associadas, particularmente na população mais jovem.

Por outro lado, tem-se verificado que grande parte dos doentes vítimas de AVC ou EAM chegam aos serviços de saúde bastante tempo depois de desencadeados os episódios agudos, e que frequentemente desconhecem como proceder e a quem recorrer nessas situações.

Desta forma, considera-se da maior relevância a informação e formação em saúde não só dos profissionais de saúde, mas também (e sobretudo) do público em geral relativamente à prevenção primordial das doenças cardiocerebrovasculares (associada a estilos de vida) e à identificação e gestão precoce de sinais de doença aguda.

Finalidade

Ao pretender-se reduzir o impacte das doenças cardiocerebrovasculares na Região Centro, e na sequência do Plano de Acção desenvolvido desde 2006, torna-se necessário actuar em duas vertentes essenciais: por um lado, no tratamento adequado das complicações agudas destas doenças, promovendo uma organização mais eficiente dos recursos físicos e humanos já existentes, permitindo oferecer a um maior número de pessoas da nossa Região o acesso a tratamentos recomendados internacionalmente com provas já dadas na redução da mortalidade e na morbilidade destas doenças. Por outro lado, deverá ser realizado um esforço estruturado, com objectivos preventivos, para se conseguir o controlo dos principais factores de risco modificáveis, não só na população já doente, mas principalmente na população mais jovem.

(23)

17

Objectivos gerais

• Reduzir a mortalidade e a morbilidade por doenças isquémicas do coração, através da redução da mortalidade intra-hospitalar do enfarte agudo do miocárdio com supradesnivelamento de ST abaixo dos 7%;

• Reduzir a mortalidade e a morbilidade por AVC, aumentando para 25% os doentes com AVC enviados pela Via Verde com pelo menos 5% sujeitos a fibrinólise;

• Aumento da percentagem de doentes com HTA controlada na Região Centro do País para níveis superiores a 14% da população com HTA.

• Sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a prevenção dos factores de risco;

• Criar ou melhorar as condições logísticas para o seu diagnóstico e controlo nas unidades de saúde mais periféricas.

Na implementação deste programa, torna-se imperioso continuar a desenvolver novas estratégias de intervenção, apoio e controlo, utilizando as novas tecnologias de informação e comunicação, como é o caso da Telemedicina.

Actividades a desenvolver

• Vias Verdes Coronária e AVC • Unidades de AVC

Estando já implantadas no terreno - em conformidade com os objectivos traçados no anterior Plano de Acção - unidades de AVC em todos os distritos (hospitais: HUC, CHC, Aveiro, Castelo Branco, Cova de Beira, Guarda, Leiria e Viseu) com capacidade de realização de trombólise, há agora que dinamizar a sua utilização e aperfeiçoar a articulação com o INEM, de forma a aumentar a taxa de doentes enviados dentro da janela terapêutica das actuais 4 horas.

Em articulação com a Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares/ACS, que fez distribuir grelhas de monitorização e avaliação deste

(24)

18 programa aos diversos interventores (UAVC, serviços de urgência, e INEM) para serem actualizadas em permanência, deverá ser efectuado um acompanhamento das actividades no âmbito das Vias Verdes e UAVC.

Tal implica o agendamento e realização de visitas aos diversos hospitais e serviços competentes disponibilizando apoio e articulação adequados, bem como a análise em tempo útil por parte da ARS e da Coordenação Nacional da implementação no terreno das Vias Verdes Coronária e AVC.

• Programa PRECOCE

Atendendo à sua eficácia e capacidade para apoiar os diversos profissionais nas situações de urgência cardiológica e ao drástico encurtamento dos tempos de espera entre o início do enfarte agudo do miocárdio (EAM) e a chegada dos doentes às unidades de hemodinâmica, pretende-se alargar, de forma progressiva, o âmbito de aplicação deste programa aos diversos serviços de urgência - em especial serviços de urgência básica (SUB) – e, eventualmente, aos centros de saúde com Consulta Aberta e que disponham já de equipamentos de Telemedicina. Tais objectivos deverão passar por actualização de parte do hardware e software instalados, bem como formação específica aos profissionais envolvidos – em articulação com a assessoria especializada de informação e comunicação (“Gabinete de Informática”) da ARSC (AEIC).

• Intervenção na comunidade

Mediante a divulgação de informação junto do público em geral de forma a, sem alarmismos, capacitar relativamente à prevenção da doenças cardiovascular (estilos de vida saudáveis) e aos sinais de alerta do AVC e EAM, sensibilizar para a actuação precoce e indicar os meios a que recorrer, activando e rentabilizando assim as Vias Verdes (promoção da procura apropriada dos serviços de saúde). Para tal, a ARSC deverá, em articulação com os diversos parceiros internos (designadamente, Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde e Gabinete Gestor da página web da ARSC/AEIC) e parceiros externos (INEM, UAVC e serviços

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19 hospitalares de cardiologia), divulgar conteúdos através de brochuras, panfletos, comunicações nos media e mesmo intervenções directas na comunidade.

• Cartão de risco cardiovascular

Pretende-se implementar o cartão de risco cardiovascular em pelo menos mais 12 centros de saúde até final de 2010 – além dos três centros de saúde da fase piloto. Tratando-se de um programa de enormes potencialidades no âmbito da prevenção, sensibilização do público e avaliação clínico-epidemiológica, envolvendo custos marginais, poderá ser um indicador de qualidade para o ano de 2010 no âmbito das doenças cardiovasculares.

• Programas locais de Suporte Básico de Vida (SBV)

Este projecto destina-se a dar competências de actuação prática no âmbito do SBV a diversas pessoas (profissionais de saúde ou não), que integrem comunidades locais dos concelhos da área de influência da ARSC, e a fomentar a instalação de desfibrilhadores externos automáticos (DEA) em locais cuja dimensão populacional e/ou tipo de actividades o justifiquem.

Sendo reconhecida a extrema importância da precocidade de intervenção nas situações de paragem cardio-respiratória, e sendo quase total a falta de informação e formação da população nessa área estes programas irão, de forma faseada, nomeadamente junto de locais como centros desportivos, escolas, fábricas de grande dimensão e outras instituições sociais, formar indivíduos em SBV, promover a aquisição de DEA e possibilitar a formação contínua e prática regular do SBV aos formandos.

Tendo sido já iniciado em 2009 um protocolo de colaboração entre a ARSC, Fundação Portuguesa de Cardiologia e Câmara Municipal de Cantanhede, que permitiu até ao momento a efectivação de quatro acções de formação abrangendo cerca de 80 pessoas, o programa poderá agora, com a devida articulação com o INEM, ser alargado a outros concelhos e/ou instituições, replicando e melhorando a metodologia até

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20 agora adoptada, propondo-se a efectivação de, pelo menos mais 10 cursos até final de 2010, com um número previsível de 200 formandos.

Também em articulação com o INEM, deverá ser incentivada junto das diversas instituições a aquisição de material para SBV, nomeadamente desfibrilhadores automáticos externos e material de treino e prática, competindo à ARS e INEM uma função de apoio e consultadoria neste particular.

• Generalização do programa de hipocoagulação

Tendo sido já cumprida a primeira parte do programa, que consistiu na distribuição de coagulómetros por todos os centros de saúde da ARSC que se mostraram interessados, e formação básica sobre a sua utilização, até final de 2010 irão ser implementadas as seguintes fases:

• Instalação dos sistemas informáticos de telemetria e de monitorização de dados e respectiva formação, da responsabilidade da empresa fornecedora dos coagulómetros, conforme consta no contrato de aquisição;

• Avaliação regular do grau de utilização do material instalado e qualidade do controlo dos doentes hipocoagulados, bem como percentagem de doentes com indicação para hipocoagulação que a estão a fazer de forma adequada;

• Aumento em 20% do número total de doentes hipocoagulados seguidos nos centros de saúde;

• Levantamento do número de doentes com patologias com indicação para hipocoagulação e dos doentes efectivamente hipocoagulados;

• Divulgação dos protocolos e guidelines para hipocoagulação junto dos médicos da rede de cuidados primários de saúde, promovendo acções de formação específicas quando necessário.

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2. PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA DIABETES

A diabetes mellitus é uma doença crónica que tem graves implicações a nível cardiovascular, sendo a principal causa de insuficiência renal, de amputações e de cegueira. Esta doença é já a quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos e, segundo a OMS, a cada 10 segundos morre uma pessoa vítima da doença.

Segundo os números da Federação Internacional da Diabetes (IDF), existiam em 2007 cerca de 246 milhões de pessoas com diabetes, prevendo a mesma fonte cerca de 438 milhões para 2030 – correspondendo a um aumento global de 55% nos próximos 20 anos.

Consciente da gravidade da situação a nível mundial, a Assembleia Geral das Nações Unidas, através de Resolução de 14 de Dezembro de 2006, decidiu encorajar os estados-membros a desenvolverem políticas nacionais para a prevenção, tratamento e controlo da diabetes.

Em Portugal estima-se que um terço da população, entre os 20 e os 79 anos, tenha diabetes e destes cerca de 43% desconhecem que têm a doença. Segundo o Estudo de Prevalência da Diabetes em Portugal 2009, a prevalência da diabetes verificada para a população portuguesa é de 11,7%. Do total estimado de doentes, apenas tinham diagnóstico prévio 6,6% e 5,1% não sabiam que tinham diabetes.

Na Região Centro a prevalência da diabetes é estimada em 10,7%, sendo 6,4% diabéticos já diagnosticados e 4,3% diabéticos não diagnosticados.

Em números absolutos o Estudo aponta para a existência de 905 035 portugueses entre os 20 e os 79 anos com diabetes, dos quais 395 134 (43,6% do total) não sabem que são portadores desta doença crónica. Estima-se que 23,2% dos portugueses entre os 20 e 79 anos são”pré-diabéticos”, o que corresponde a 1 782 663 pessoas.

Mais de 1/3 da população portuguesa (34,9%) entre os 20 e os 79 anos (2 687 698 portugueses), sofre de diabetes ou de “pré-diabetes”.

Existe em Portugal, desde a década de 70, um Programa Nacional para a Diabetes que tem sido alvo de actualizações, a última das quais em 2008, com o objectivo de inverter a tendência de crescimento da doença e das suas complicações.

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22 Na Região Centro, apesar dos esforços feitos - quer a nível de estratégias, de planos de acção e do empenho de muitos profissionais, quer a nível da promoção, prevenção e tratamento -, há ainda muito trabalho a fazer.

O Governo considera o combate à diabetes como uma prioridade, cabendo ao Ministério da Saúde assegurar este objectivo político, mediante o reforço o programa de rastreio da retinopatia diabética e as consultas do pé diabético. Nessa medida, o Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes define um conjunto de objectivos prioritários, a cumprir pelos serviços de saúde.

As complicações resultantes desta doença, tais como a cegueira, amputações não traumáticas dos membros inferiores, insuficiência renal terminal e doenças cardiovasculares, cujo aparecimento poderá ser evitado ou retardado, desencadeiam um impacto negativo na qualidade de vida do diabético.

Sendo a equidade um dos objectivos a atingir no que diz respeito ao sistema de saúde, pode-se afirmar que as estratégias de saúde no que se refere à diabetes mellitus assentam em orientações de actuação de carácter equitativo, na medida em que pretendem proporcionar a todos os diabéticos o acesso a todas as vertentes do Programa Nacional de Controlo da Diabetes, promovendo a auto-suficiência de todas as pessoas – crianças, adolescentes, adultos e idosos.

O Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é dirigido à população em geral, no entanto assume como população-alvo preferencial as pessoas com diabetes, com ou sem complicações da doença, as mulheres grávidas e a população com risco acrescido de desenvolvimento de diabetes.

Objectivos gerais

Os objectivos gerais e metas a alcançar coincidem genericamente com os definidos na Declaração de St. Vincent (1989), que visam a obtenção de ganhos em saúde (traduzidos por um aumento do número de anos médio de vida livres de incapacidades por complicações da diabetes).

• Reduzir a prevalência da diabetes

• Atrasar o início das complicações major da diabetes e reduzir a sua incidência

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23 • Reduzir a morbilidade e mortalidade por diabetes

Objectivos específicos

• Conhecer a prevalência da diabetes e das suas complicações

• Reduzir a incidência da diabetes tipo 2 nos grupos de risco por grupos etários

• Diagnosticar precocemente as pessoas com diabetes

• Reduzir o número de episódios de internamento hospitalar por complicações da diabetes

• Reduzir o número de dias de incapacidade temporária para o trabalho resultante das complicações major da diabetes

• Uniformizar as práticas profissionais em prol de uma efectiva qualidade clínica, organizacional e satisfação das pessoas com diabetes

• Melhorar o acesso da pessoa com diabetes aos cuidados de saúde

Metas

• Controlo glicémico em pelo menos 50% das pessoas com diabetes: HbA1c <

• Rastreio sistemático da retinopatia diabética a 60% das pessoas com diabetes;

6,5% (média anual);

• 80 % diabéticos com referenciação para oftalmologia;

• Reduzir em 50% as complicações relacionadas com a diabetes de acordo com a Declaração de St Vincent;

• Rastreio da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;

• Aumentar a percentagem das pessoas com diabetes com factores de risco cardiovascular controlados;

• Rastreio do pé diabético a 70% das pessoas com diabetes ; • Consulta do pé diabético em 90% dos hospitais;

• Diagnóstico sistemático da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;

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24 • 80 % de diabéticos correctamente vigiados;

• 60 % de diabéticos controlados.

Estratégias

As estratégias de intervenção visam o reforço da capacidade organizativa, a introdução de modelos de boas práticas na gestão da diabetes, a redução da incidência da diabetes e suas complicações, estando delineadas de acordo com os seguintes princípios orientadores:

 Prevenção primordial e primária, através do combate aos factores de risco conhecidos, incidindo sobretudo nos factores de risco modificaveis da etiologia da diabetes;

 Prevenção secundária, através do diagnóstico precoce e tratamento adequado, de acordo com o princípio da equidade;

 Prevenção terciária, através da reabilitação e reinserção social das pessoas com diabetes;

 Proporcionar aos profissionais de saúde a formação necessária para responderem às exigêngias da qualidade dos cuidados a prestar, tendo em vista a promoção da qualidade dos cuidados de saúde a prestar à pessoa com diabetes;

 Promover a gestão integrada da diabetes.

Actividades a desenvolver

− Promover a criação de equipas multidisciplinares básicas prestadoras de cuidados ao diabético (médico/enfermeiro) em cada unidade prestadora de cuidados primários de saúde, com apoio de equipas alargadas de nutricionistas/dietistas, psicólogos, podólogos e professores de educação física e em articulação com os directores executivos dos agrupamentos de centros de

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25 saúde/presidentes dos conselhos de administração das unidades locais de saúde;

− Programar, em articulação com o Gabinete de Formação da ARSC, acções de formação destinadas aos profissionais de saúde prestadores de cuidados aos diabéticos;

− Promover e apoiar acções de capacitação e literacia em saúde destinadas ao público em geral – em articulação com o Programa Regional de Capacitação e Literacia em Saúde e com o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC e envolvendo programas sectoriais como o Programa de Promoção da Saúde em Meio Escolar e outros considerados relevantes.

Avaliação

A execução do Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é avaliada através dos seguintes indicadores de processo e de resultados, em relação ao universo nacional de doentes diabéticos identificados:

• Taxa de prevalência de pessoas com diabetes • Taxa de incidência da diabetes Tipo 2

• Taxa de incidência da diabetes Tipo 1

• Número de internamentos por descompensação diabética (cetoacidose, hipoglicemia, hiperglicemia, com hiperosmolaridade)

• Total de dias de incapacidade temporária para o trabalho

• Nº de amputações dos membros inferiores por motivo de diabetes • Nº de doentes em diálise por motivo de diabetes

• Nº de cegos e amblíopes por motivo de diabetes • Nº de pessoas com diabetes com AVC

• Nº depessoas com diabetes com EAM • Mortalidade por diabetes

• Doseamento de HbA1c durante o último ano (média anual)

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26 • Rastreio de nefropatia durante o último ano

• Rastreio oftalmológico durante o último ano

• Controlo glicémico (HbA1c), percentagem de pessoas com diabetes com HbA1c <

− Controlo de LDL (doseamento directo), percentagem de pessoas com diabetes com Colesterol LDL < 70mg/dl (1,8mmol/L)

6,5%

− Percentagem de pessoas com diabetes com microalbuminúria anual − Percentagem de pessoas com diabetes com retinografia anual − Nº de novos casos diabetes em programa no ano

− Proporção de utentes em programa de diabetes

3. DOENÇAS ONCOLÓGICAS

3.1. PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DA MAMA

O cancro da mama em Portugal, contabiliza cerca de 4.900 novos casos/ano (mais de 12 novos casos por dia, e mais de 3 na Região Centro) RON 2005. Morrem no nosso país aproximadamente 1.400 mulheres por ano devido a esta doença INE 2007. A incidência aumenta ao longo da vida, com 75% dos casos a aparecerem depois dos 50 anos. Desde 1990 que decorre na Região Centro o Programa de Rastreio de Cancro da Mama. As metodologias actualmente utilizadas, implementadas de acordo com os programas europeus, baseiam-se na participação através de convite pessoal à população rastreável, utilização de dupla leitura dos exames mamográficos com leitura final de casos discrepantes, realização centralizada da aferição multidisciplinar das alterações mamográficas detectadas. A imediata resposta dos cuidados diferenciados às lesões detectadas, e a garantia e controlo de qualidade em todo o processo são obrigatórios.

(33)

27 Para a eficiência e efectividade do rastreio, com elevados níveis de qualidade, é necessária a manutenção e desenvolvimento de uma forte articulação entre as entidades envolvidas neste processo (LPCC/ARSC/CS/ACSS), de forma a permitir a disponibilização dos dados em tempo útil e em formato adequado, actualizados, para o cruzamento dos dados do SNS com os das mulheres já inscritas no rastreio e o consequente processo de convocatória, o que permitiu nos últimos anos aumentar a taxa de participação para valores superiores a 60%.

Objectivo geral

Diminuir a mortalidade padronizada por cancro da mama feminina para valores inferiores a 18%ooo.

Objectivos específicos

• Atingir uma cobertura superior a 60% da população rastreável.

• Incrementar o diagnóstico precoce de cancro da mama (estádios 0 e I). • Garantir o tratamento atempado e de qualidade das situações detectadas. • Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de

qualidade.

Estratégias

• Realização do rastreio de cancro da mama, de base populacional, através de convite bienal às mulheres de 45-69 anos, inscritas nos ficheiros clínicos do serviço nacional de saúde.

• Responsabilidade de coordenação e execução do Núcleo Regional Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC/LPCC), em estreita colaboração com a ARSC.

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28 • Monitorização, controlo e garantia de qualidade do programa aos vários níveis: CS, LPCC (execução, leitura, aferição e coordenação), Hospitais de referência.

Metas 2010

Manter a cobertura do programa de rastreio do cancro da mama nos CS da

Região Centro, área de influência do NRC/ LPCC 100

Taxa de participação da população elegível (%) 63

Tempo médio entre mamografia de rastreio e aferição nos casos suspeitos

(nº de dias) 32

Tempo médio entre aferição positiva e 1ª consulta no hospital de

referência (nº de dias) 28

Aumentar a taxa de participação no rastreio em 1.as fases para (%) 30 Aumentar a taxa de detecção de lesões Estádio 0 e I (%) 75 Aumentar a taxa de detecção de casos sem metastização ganglionar (%) do

total) 80

Aumento da taxa de tratamentos conservadores (%) 35

Mortalidade por cancro da mama feminina (%ooo) 18

Publicação de resultados do rastreio NRC/LPCC e ARSC a 2008

3.2. PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO ÚTERO

O cancro do colo do útero é uma das neoplasias mais frequentes do aparelho genital feminino, correspondendo a cerca de 40% dos tumores que atingem os órgãos genitais.

Na Região Centro, os últimos dados publicados no Registo Oncológico Regional (ROR) apontam para uma incidência de cancro invasivo de 8,9 por 100 mil mulheres sendo a incidência do carcinoma “in situ” de 9,4 por 100 mil. (dados de 2008).

Tem ocorrido uma involução da incidência do cancro do colo do útero na Região Centro (gráfico 6) que parece decorrer em parte da continuidade do programa de rastreio.

(35)

29 Gráfico 3 - Taxa de incidência de cancro de colo do útero padronizada para a idade pela pop. Europeia na Região Centro (‰00)

Em 1990 e de acordo com o Plano Oncológico Nacional (PON), teve início o primeiro Programa de Rastreio na Região Centro. Este programa envolveu, entre 1990 e 2005, os Médicos de Família de 65 Centros de Saúde, o Laboratório de Citopatologia e o Serviço de Ginecologia do IPOFG.

Com a criação da Comissão Oncológica Regional (COR), na região Centro, foi alargado o programa atingindo-se a cobertura total da região em 2007.

Portugal continua a ser dos países europeus com uma das mortalidades mais elevadas por cancro do colo (3,2 por 100 000, contra 2,6 por 100 mil na U.E.) A Região Centro apresenta mortalidade mais baixa que o país, em 2008 era de 2,4 por 100 mil.

Gráfico 4 - Taxa de mortalidade padronizada por cancro do colo do útero (‰00)

3,6 3,3 3,5 3,3 3,6 4,3 3,2 3,2 3 3,2 3,2 3,1 3,2 3,1 3,3 2,5 2,6 3,1 4,1 3 2,9 2,7 2,2 2,1 2,3 2,4 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Continente Região Centro

(36)

30 Relativamente à incidência de cancro do colo, Portugal manteve na última década valores mais elevados que a média Europeia. (aproximadamente 15 por 100 mil contra 12 por 100 mil na Europa). Na Região Centro, tem havido consistência na redução do nº de casos, que permitem à região resultados melhores que os da média europeia. (8,9 por 100 mil em 2008).

Objectivos gerais

• Diminuir a mortalidade por cancro do colo do útero • Diminuir a incidência de cancro invasivo

• Incrementar o diagnóstico precoce de cancro do colo do útero (estadio 0 e I) superior a 90%.

Objectivos específicos

• Garantir uma taxa de participação da população-alvo de 60%

• Garantir o diagnóstico precoce e tratamento atempado das situações detectadas • Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de qualidade • Implementar um sistema de informação dedicado, modular, que permita a gestão e monitorização do programa aos diversos níveis de intervenção.

Estratégias

• Informatização do programa de rastreio em todos os centros de saúde da região • Autonomia metodológica dos ACES, na prossecução das metas e objectivos do rastreio • Gestão técnica, científica e organizacional centralizada no grupo de trabalho da COR – ARS Centro com interlocutores nos ACES

• Monitorização e controlo de qualidade do programa, aos vários níveis: CSP, Laboratório, Unidades de Patologia Cervical.

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Metas 2010

Centros de Saúde que utilizam o sistema de informação do programa (%) 40

Laboratórios e UPC que utilizam o sistema de informação do programa (%) 80

Taxas de cobertura da população elegível 61

Percentagem de citologias “insatisfatórias” <1

Percentagem de repetição de citologias 1,6

Taxas de referenciação às UPC 5

Tempo médio entre colheita de citologia e recepção no laboratório (dias) 7

Tempo médio entre recepção de citologia e disponibilização do resultado (dias)

18

Tempo médio entre resultado de citologia e consulta na UPC - cancro (dias)

18

Percentagem de cancros detectados no estadio 0 e I 91

Percentagem de cancros detectados no estadio III e IV 5

Taxa de detecção de Cancro do Colo do Útero invasivo 3%ooo Taxa de mortalidade por Cancro do Colo do Útero 2,2%ooo

3.3. PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO CÓLON E RECTO

Actualmente o cancro do cólon e recto representa a primeira causa de mortalidade quer nos homens (superou o cancro da próstata) quer entre as mulheres (ligeiramente superior ao cancro da mama), sendo o tumor que maior nº de mortes causa, 3319 óbitos em Portugal em 2005. A mortalidade por esta causa aumentou 48% durante a década de 80, tendo tido um incremento similar entre 1991 e 2002, o que pressupõe um aumento anual superior a 4%.

De acordo com dados do CDC, comprovados pelas estatísticas de saúde de países com programas de rastreio iniciados nos anos 80-90, uma em cada três mortes poderia ser evitada se as pessoas com mais de 50 anos fossem vigiadas com regularidade, uma vez que mais de 90% destes tumores ocorrem depois daquela idade. As recomendações do

(38)

32 IARC/ECRCN, vão no sentido da realização de rastreios de base populacional, utilizando a PSOF complementada com Colonoscopia Total nos casos positivos.

O grupo de trabalho do rastreio do cancro colo rectal da COR Centro, introduziu este método de rastreio em 2009, envolvendo os serviços de saúde pública e medicina familiar regionais, bem como serviços hospitalares da área de patologia clínica, gastrenterologia e anatomia patológica hospitalares.

Objectivos

• Diminuir a mortalidade por cancro do cólon e recto, • Diminuir a incidência do cancro invasivo,

• Garantir diagnóstico e tratamento precoce das situações detectadas.

Objectivos específicos

• Proceder ao controlo de qualidade e divulgação bienal de resultados,

• Implementar o programa de rastreio em todas as unidades de saúde dos 6 ACES em piloto

• Alargar progressivamente o programa de rastreio do CCR a toda a região até 2011

• Informatizar o programa de rastreio,

• Atingir faseadamente a população dos grupos etários de 50 a 70 anos até 2012 atingindo uma participação igual ou superior a 50% .

• Aumentar significativamente a taxa de diagnóstico do cancro colo-rectal nos estadios precoces da doença (Dukes A ou estadiamento 0-I) na Região Centro, • Estabelecer critérios de sucesso do programa:

 Base populacional com adesão elevada

 Organizado nos serviços de saúde – ARS/centros de saúde

 Seguimento continuado pelo médico de família com convocatória – reconvocatória,

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33  Acessibilidade diagnóstica e terapêutica,

 Monitorização de qualidade do programa.

Estratégia

Execução de rastreio de base populacional, centrado nos médicos de família / centros de saúde, de acordo com os procedimentos metodológicos técnica e cientificamente aceites, possuindo uma relação custo-efectividade comportável, com um sistema de informação dedicado, universal, facilitador do desempenho dos intervenientes e que permita a monitorização do processo e avaliação de resultados.

Metas 2010

• Implementar o rastreio piloto nos 6 ACES pré definidos (30 centros de saúde) • Disponibilizar um sistema de informação fiável de gestão do rastreio,

• Garantir o circuito integral do rastreio, desde o CS até aos serviços de cirurgia, • Monitorizar os critérios de sucesso do programa,

• Alargar o rastreio a unidades de saúde seleccionadas com critérios de excelência

• Alargar a população alvo ao grupo etário dos 60 aos 70 anos

• Introduzir a CT como método de rastreio aos utentes de 60 anos de idade com contra-indicação PSOF (utentes em programa de anticoagulação ou dupla antiagregação).

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34

Quadro 1 - Calendarização faseada do rastreio do cancro do cólon e recto da ARS Centro

ANO NASCIMENTO 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 1939 70 1940 69 1941 68 70 1942 67 69 1943 66 68 70 1944 65 67 69 1945 65 67 69 1946 64 66 68 70 1947 63 65 67 69 1948 62 64 66 68 70 1949 61 63 65 67 69 1950 60 62 64 66 68 1951 60 62 64 66 68 1952 59 61 63 65 67 1953 58 60 62 64 66 1954 57 59 61 63 65 1955 56 58 60 62 64 1956 55 57 59 61 63 1957 55 57 59 61 1958 54 56 58 60 1959 53 55 57 59 1960 52 54 56 58 1961 51 53 55 57 1962 50 52 54 56 1963 50 52 54 56 1964 50 52 54 1965 50 52 54 1966 50 52 1967 50 52 1968 50 1969 50

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35

4. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

4.1. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA (DPOC)

Segundo a OMS, em 2010 a DPOC será a 4ª causa de morte na Europa Ocidental, e em 2020 a 3ª a nível mundial, imediatamente a seguir às doenças cardio e cerebrovasculares.

Segundo o estudo publicado em 2003 pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia a prevalência da DPOC na população portuguesa com idades compreendidas entre os 40 e 70 anos corresponde a 5,3 %. A esmagadora maioria dos doentes (75-80%) não tem diagnóstico, uma vez que a espirometria (base do diagnóstico) não está suficientemente divulgada.

De acordo com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) observou-se um aumento exponencial dos custos directos relacionados com a doença, nomeadamente em termos de internamentos, consultas e cuidados respiratórios domiciliários, oxigenoterapia, aerossolterapia e ventiloterapia domiciliárias – facto que não implica, necessariamente, melhores cuidados de saúde (efectividade clínica.

Actividades a desenvolver

1 - Alargamento da prática de espirometria nos Cuidados de Saúde Primários

A espirometria é necessária para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de gravidade da DPOC. Como tal, serve para orientar o tratamento, avaliar a resposta terapêutica e monitorizar a evolução.

2 - Rede Nacional de Espirometria (RNE)

A proposta da Comissão Coordenada do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da DPOC para a criação faseada da RNE foi já aprovada ministerialmente.

A RNE tem por base Unidades Operacionais de Espirometria (UOE) que se articulam com hospitais centrais e centros de saúde. Os dados são centralizados na Direcção-Geral da Saúde (DGS) que para o efeito criou um plataforma electrónica.

A UOE é constituída por um técnico de cardiopneumologia, equipado com espirómetro e computador portátil (com ligação à internet). Este profissional encontra-se baseado

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36 num hospital central, deslocando-se aos centros de saúde, a fim de realizar as espirometrias solicitadas pelos médicos de família.

Depois de validados por médico pneumologista, os relatórios, cujo modelo foi criado pela CNCPDPOC, são enviados para a DGS, para o médico de família e para o pneumologista - caso se trate de uma DPOC grave. Os médicos comprometam-se a observar e tratar os doentes.

Já estão em funcionamento as duas primeiras UOE (no Porto e em Lisboa). Ao contrário da previsão inicial, e em virtude de constrangimentos orçamentais, o projecto será progressivamente alargado ao resto do País, em função dos recursos disponíveis.

Existe contudo uma solução para a criação de uma UOE na Região Centro.

3 - Rede Regional de Espirometria no Agrupamento de Centros de Saúde de Coimbra - proposta de criação

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia e o projecto GOLD, através de parcerias com programas educacionais da indústria farmacêutica, apoiam, para 2010-11, três projectos de rede regional de espirometria, um deles em Coimbra.

O apoio consiste no financiamento por um ano (renovável em função dos resultados) do trabalho de um técnico de cardiopneumologia e no fornecimento do um espirómetro, de um computador portátil e de um analisador de CO expirado (avaliação da dependência tabágica). O valor do financiamento é de 10 000 €.

Este profissional realizará todos os dias úteis espirometrias nos centros de saúde seleccionados (mínimo de 60 espirometrias por semana). Aos utentes fumadores será analisado o CO expirado e feita intervenção breve sobre cessação tabágica.

Propomos que o projecto, para já, abranja o Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego 1. Os serviços de Pneumologia do CHC e dos HUC e o Alto Comissariado da Saúde (ACS) coordenarão o projecto, assegurando que os doentes diagnosticados são orientados para consulta. A metodologia será a da RNE, incluindo o registo na plataforma electrónica da DGS.

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37 A implementação do projecto pressupõe uma acção de formação destinada aos médicos dos centros de saúde seleccionados. Esta formação poderá ser feita em conjunto com a formação no âmbito dos Cuidados Respiratórios Domiciliários.

Importa salientar que a realização sistemática de espirometrias também é útil na caracterização de outras patologias respiratórias e, em particular, da asma. Finalmente sublinha-se que o projecto não acarreta custos para a ARSC.

4.2.CUIDADOS RESPIRATÓRIOS DOMICILIÁRIOS (CRD) Concurso, normas e prescrição electrónica

Em 2010 terá inicio uma profunda reforma na prescrição e monitorização dos CRD. Foi publicada a portaria de homologação do Concurso Publico de Aprovisionamento (CPA 2008/100). Durante o primeiro semestre de 2010 a ARSC iniciará ao procedimento de adjudicação.

As normas de prescrição, publicadas pela DGS em 2006, vão ser actualizadas durante o ano de 2010.

A aplicação informática de prescrição electrónica, desenvolvida na ARSN pela ACSS está pronta a ser instalada no SNS. A aplicação, tecnicamente excelente vai permitir o controlo da prescrição e a monitorização dos tratamentos.

Funcionará, desta forma, como instrumento promotor das melhores práticas médicas e será um eficaz instrumento de gestão de recursos. Acessoriamente constituirá o núcleo do registo nacional de doentes beneficiários de CRD.

Actividades a desenvolver

− Formação em CRD e prescrição electrónica

A divulgação das normas e do modo de funcionamento da prescrição electrónica é fundamental, e isso tem que ser levado a cabo com formação obrigatória a todos os médicos de família da ARSC.

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38 No passado (2006-2008) a ARSLVT levou a cabo uma acção de formação com estas características. As repercussões foram, aparentemente, imediatas: redução em 30% dos custos com CRD, nomeadamente em aerossolterapia.

A divulgação das normas de prescrição implica também a abordagem diagnóstica das patologias respiratórias mais frequentes: DPOC, asma, síndrome de apneia do sono, bronquiectasias, etc.

Foram contactados pneumologistas dos diferentes hospitais da área de jurisdição territorial da ARSC que se mostraram disponíveis para constituir, de imediato, uma bolsa de formadores para concretizar esta iniciativa.

4.3.ASMA E SÍNDROME DE APNEIA DO SONO

O diagnóstico da situação elaborado em 2009 mantém-se actualizado. Torna-se premente implementar as medidas propostas no plano anterior.

4.3.1. ASMA

A asma é uma doença de elevada prevalência. Atinge maioritariamente crianças, jovens ou adultos, activos em termos escolares e profissionais, resultando daí que a doença tenha implicações relevantes em termos sociais. O controlo total da asma é hoje possível, incluindo a redução da mortalidade por esta doença.

Actividades a desenvolver

− Divulgação dos conceitos actuais da doença junto dos médicos, incluindo as novas recomendações, meios de diagnóstico e terapêutica, a partir da página web da ARSC (www.arscentro.min-saude.pt).

− Acções de divulgação nas escolas (dirigidas particularmente a docentes), e nas fábricas.

− Promoção do acesso a meios hospitalares diferenciados, à semelhança do que acontece com doente coronários ou com AVC.

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4.3.2. SÍNDROME DE APNEIA DO SONO

A síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAS) é o distúrbio respiratório do sono clinicamente mais relevante pela sua expressão epidemiológica (preponderância de 5% na população geral) mas também pela sua associação a factores de risco cardiovascular (HTA, enfarte, AVC) e metabólico (obesidade, diabetes, etc.), situações que constituem prioridades de intervenção em saúde pública pela ARS do Centro, IP. Por outro lado, o risco de acidente de viação e/ou de trabalho como manifestações da sonolência diurna excessiva que acompanham este síndrome tornam-no, por si só, um eventual problema de saúde pública. Para além disso, existe a possibilidade de um tratamento eficaz com impacto demonstrado nos factores de risco descritos.

Finalidade, objectivos e actividades a desenvolver

Existem três áreas fundamentais de possível intervenção no SAS com o objectivo de melhoria de prestação de cuidados:

1 - A triagem de doentes para diagnóstico

Sendo certo que o âmbito preferencial dessa triagem são os cuidados primários de saúde (medicina geral), consideram-se úteis as intervenções nesta área com o objectivo de melhorar a qualidade diagnóstica (sensibilidade) e prognóstica (previsão de gravidade da situação). Essa intervenção passaria, neste nível e nesta fase, pela formação de médicos de medicina geral/clínica geral na utilização de alguns instrumentos de aplicação clínica (questionários simples desenvolvidos e aferidos para o efeito, alguns parâmetros clínicos básicos) que servissem de base à referenciação para diagnóstico.

2 - O diagnóstico e instituição do tratamento

2.1 - Os estudos do sono são a base para o diagnóstico de SAS. A capacidade instalada para este efeito é claramente insuficiente. Os estudos do sono têm características e necessitam de competências técnico-científicas próprias e diferenciadas consoante o

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40 tipo de abordagem diagnóstica assente em estudos do sono padrão (nível I) ou simplificada (nível III).

Na Região Centro estes equipamentos que, genericamente, constituem laboratórios do sono estão funcionalmente ligados a serviços de pneumologia ou têm um funcionamento autónomo (caso do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE).

Atendendo a que a capacidade diagnóstica de um e outro nível não é a mesma quer no que respeita à SAS quer, sobretudo, no que respeita ao estudo de outra patologia do sono independente ou concomitante com a SAS devem estar claramente definidos níveis de articulação entre serviços de modo a garantir a integral cobertura de cuidados nesta área – conforme preconizado internacionalmente.

Nesse sentido, admite-se como útil a criação de uma rede regional de referenciação de doentes com suspeita de SAS (capaz de cobrir igualmente outra patologia do sono) definida de acordo com o tipo de exames possíveis de efectuar e a respectiva qualidade de resposta dos diversos serviços hospitalares envolvidos nesta área.

2.2 - Admite-se que a instituição da modalidade de tratamento a efectuar seja da responsabilidade do centro que procede ao diagnóstico (i.e., hospitalar). Este centro deve, igualmente assegurar a eficácia terapêutica (incluindo a promoção da adesão terapêutica), até à estabilização da situação do doente.

3 - O seguimento dos doentes com SAS nos cuidados primários de saúde é essencial para garantir a continuidade do tratamento. Nesse sentido, a formação dos médicos

de família e clínicos gerais sobre as especificidades do tratamento, nomeadamente a ventiloterapia, os métodos e instrumentos de avaliação a aplicar, é considerada relevante.

Do mesmo modo, considera-se relevante assegurar canais de comunicação directa entre os cuidados primários de saúde e os estabelecimentos hospitalares de referência para a resolução de eventuais problemas de seguimento.

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