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ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE

ANO NASCIMENTO 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

5. P ROJECTOS TRANSVERSAIS DE INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA

5.1. P ROGRAMA DE N UTRIÇÃO E Q UALIDADE A LIMENTAR

5.1.3. Projecto – OLEOVITAE

O projecto oleovitae tem como objectivo a prevenção de neoplasias do sistema digestivo, adoptando como estratégia de intervenção a vigilância da qualidade dos óleos de fritura da restauração e restauração colectiva.

Dando continuidade ao diagnóstico realizado recentemente através da avaliação de compostos polares em cerca de 3000 análises de óleos utilizados nas frituras dos estabelecimentos supra mencionados propõe-se que a ARS Centro dote todas as unidades de saúde pública dos ACES com sondas de controlo de compostos polares nos próximos três anos, em alternativa aos kits de testes existentes no mercado.

Actividades a desenvolver:

• Controlar situações de risco previamente avaliadas;

• Formar e informar manipuladores sobre o que utilizar e como utilizar nas preparações culinárias;

• Distribuir panfletos e cartazes pedagógicos por todas as unidades alvo de intervenção prioritária (creches, infantários, jardins de infância, escolas).

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5.1.4. Projecto - VENDING.SAUDE

O projecto Vending.Saúde tem como objectivos de saúde a diminuição da obesidade, diabetes e doenças cardiocerebrovasculares e comorbilidades associadas como dislipidemia, função ovárica e carcinoma da mama.

Das evidências de efeito para IMC superior a 25, realça-se como factores de risco o baixo nível de educação e socio-económica, intervenções isoladas, regime alimentar inadequado em densidade calórica e/ou nutricional e sedentarismo.

Com este projecto pretende-se criar um Instrumento de Educação Alimentar e implementá-lo, através das máquinas de venda automática com os respectivos canais de distribuição classificados de acordo com um sistema de cores tipo semáforo (Traffic

Light System), que identifica a periodicidade de ingestão dos produtos alimentares

nelas expostos, compreensível pela maioria da população.

Finalidade

• Informar a população em geral, da periodicidade de ingestão alimentar dos alimentos distribuídos nas máquinas de venda automática;

• Diminuir a incidência e a prevalência de doenças crónicas degenerativas (nomeadamente pré-obesidade e da obesidade) através da adopção de medidas integradas de prevenção primordial (associada a estilos de vida).

Estratégias

• Intervir nas empresas de máquinas de venda automática de produtos alimentares por forma a que sejam classificados os canais de distribuição correspondentes aos produtos expostos, de acordo com frequência de ingestão aconselhável;

• Intervir nos pontos recepção destas máquinas, explicando a importância deste instrumento.

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Objectivo geral

Criar um instrumento de educação alimentar destinado a toda a população, que informe sobre frequência de ingestão alimentar e suas consequências para a saúde, através de um sistema colorimétrico simples e de fácil compreensão, implementado nas máquinas de venda automática.

Objectivos específicos

• Implementar um instrumento de educação alimentar (prevenção primordial) compreensível pela maioria da população, através de um sistema colorimétrico, exposto nas máquina de venda automática;

• Fornecer mais um instrumento de educação alimentar aos profissionais de saúde, colocando nas máquinas de venda automática, dos seus locais de trabalho, o sistema implementado por este projecto;

• Promover a formação dos funcionários dos locais onde se encontram disponíveis estas máquinas;

• Melhorar hábitos de consumo alimentar da população utilizadora das máquinas de venda automática, através do sistema implementado.

Metas

• Criar um instrumento de educação alimentar e dotar todas as máquinas de venda automática, na Região Centro, com este instrumento, até finais de 2020.

• Divulgar os resultados e boas práticas da acção a nível nacional e internacional.

Actividades a desenvolver

• Realização do diagnóstico de situação, relativamente às máquinas e bares existentes no ACES Baixo Mondego 1 (correspondente aos concelhos de Coimbra, Condeixa e Penacova);

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• Implementação do projecto, a título experimental em 2 locais pré- seleccionados, no ACES supra mencionado.

5.2. OBESIDADE

A obesidade é uma doença crónica de grande relevo socioeconómico. É também um grave problema de saúde pública pela sua elevada prevalência e pela repercussão que apresenta na mortalidade das pessoas atingidas e pelos custos directos e indirectos que acarreta.

A obesidade é a doença da nutrição mais frequente nos países desenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. A sua prevalência, incluindo a obesidade grave, tem aumentado nas últimas décadas e continua a aumentar.

A era em que vivemos é marcada pelo desenvolvimento tecnológico e pela industrialização à qual a indústria alimentar não é indiferente. A estes dois “vectores” associam-se teorias económicas de gestão de recursos que levam á produção intensiva para reduzir custos e optimizar lucros, e as campanhas publicitárias agressivas e por vezes, cientificamente pouco correctas, que levam as populações menos informadas a adoptar padrões alimentares pouco saudáveis.

Consciente deste problema, o Ministério da Saúde cria a Comissão de Coordenação do Programa Nacional de Combate à Obesidade por despacho nº 4571/2005 de 01/02/2005 e, posteriormente, a Plataforma Nacional Contra a Obesidade, como medida estratégica assumida politicamente, a nível nacional, visando criar sinergias entre os vários sectores da sociedade civil.

Objectivo geral

Contribuir para a redução da prevalência da pré-obesidade e obesidade na Região Centro.

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Objectivos específicos

• Reduzir a prevalência da obesidade no grupo etário das crianças e adolescentes • Contribuir para o controlo do crescimento (incidência e prevalência) da

epidemia obesidade.

Estratégias de intervenção

No âmbito da prestação cuidados:

• Dinamização da coordenação entre os sectores da saúde e da educação (Direcção Regional de Educação do Centro - DREC)

• Criação de equipas multidisciplinares que permitam trabalhar de forma integrada na prevenção, tratamento e controlo da doença.

• Implementação de consultas de obesidade quer nas unidades de saúde familiar (USF) quer nas unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP).

No âmbito da informação/educação e formação:

• “Sinalização” dos doentes com excesso de peso e obesos, utilizando o registo informático (SAM);

• Criação, a nível da ARSC, de um observatório que permita aceder a dados de periodicidade semestral;

• Promoção da formação e sensibilização dos profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, mediante acções de formação e outras iniciativas relevantes; • Capacitação do público em geral e públicos específicos relativamente a este

problema de saúde pública (promoção de estilos de vida saudáveis) – em estreita articulação com o Programa Regional de Capacitação e Literacia em Saúde/Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC.

• Articulação com outros programas sempre que haja objectivos comuns, como o programa de saúde escolar e cardiovascular, na promoção da saúde e prevenção da doença.

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Actividades a desenvolver

• Formação na área da obesidade para profissionais de saúde para efeitos de posterior replicação nos locais de trabalho (“formação de formadores” ) à semelhança do que já se fez em 2009.

• Promover a criação de consultas de obesidade / comportamento alimentar, na rede de cuidados primários com o apoio de nutricionistas e, eventualmente psicólogos.

• Implementar nas unidades de saúde as orientações emanadas da DGS/Plataforma de Luta contra a Obesidade.

• Colaborar activamente nos programas escolares “estilos de vida e comportamento alimentar”, quando solicitado.

5.3.COMPORTAMENTOS ADITIVOS

5.3.1. Tabagismo

O consumo de tabaco é a primeira causa de morte evitável e de doença crónica tendo implicações, não só, na saúde do fumador mas de todos aqueles que se encontram expostos ao fumo de tabaco ambiental.

Se o tabagismo “activo” é a primeira causa de morte evitável, o fumo de tabaco ambiental é considerado a 3ª maior causa de morte evitável pelo OMS.

É uma dependência que na maioria dos casos é adquirida durante etapas precoces do desenvolvimento (designadamente adolescência) de maior vulnerabilidade psicossocial.

A substância psicoativa responsável por esta dependência é a nicotina – é um produto que causa dependência física e psíquica, está incluída desde 1992 na 10ª Classificação Internacional das Doenças (CID – 10) e desde 1994, no DSM-IV. A nicotina é um dos “ingredientes” do cigarro, que além de causar esta dependência é potencialmente tóxica.

77 A cessação tabágica é fundamental nos fumadores para melhorar não só a sua qualidade de vida mas também a sua saúde, nesse sentido, reduzir a mortalidade e morbilidade associadas ao consumo de tabaco.

A prevenção primordial (associada a estilos de vida) e a promoção da saúde são estratégias fundamentais para controlar esta epidemia ao diminuir a incidência (novos casos) de consumidores assim como motivar os fumadores para a cessação.

O controlo da epidemia tabágica nas mulheres é outra prioridade em saúde pública. Margaret Chan, Directora Geral da OMS refere no seu relatório anual que “proteger e

promover a saúde das mulheres é fundamental para a saúde e desenvolvimento não só para os cidadãos de hoje, mas também para aqueles das gerações futuras”.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública

A “epidemia” do tabagismo é um dos maiores problemas de saúde do mundo. Actualmente morrem 5,4 milhões de pessoas com doenças associadas ao consumo de tabaco.Estima-se que em 2030 sejam 8 milhões de mortes, das quais 80% ocorrem em países subdesenvolvidos.

O consumo de tabaco é a principal causa evitável de doença e morte prematura nos países desenvolvidos sendo, assim, um factor de risco modificável.

O fumo do tabaco é factor de risco para as quatro principais causas de morte em todo o mundo entre elas a doença cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crónica, cancro e acidente vascular cerebral. Além disso é o factor de risco independente para a doença coronária.

É preocupante a prevalência do início do consumo entre os jovens e o aumento de consumo entre as mulheres.

Finalidade

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Objectivos

• Prevenir o consumo de tabaco entre os adolescentes e jovens e outros grupos vulneráveis

• Sensibilizar os profissionais para as consultas de cessação tabágica • Atrasar a idade média de início do consumo de tabaco

• Promover a cessação tabágica

• Adequar as consultas de cessação tabágica ao “Programa Tipo de Cessação Tabágica” da DGS.

Actividades a desenvolver

• Comemorar o Dia Mundial Sem Tabaco e o Dia Nacional do Não Fumador e divulgá-lo junto da população em geral (em colaboração com o Programa Regional de Capacitação em Saúde e o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC)

• Promover a formação dos profissionais de saúde (em articulação com o Gabinete de Formação da ARSC)

• Elaboração de material de apoio às consultas de cessação tabágica • Elaboração de material informativo para ser distribuído à comunidade • Desenvolver acções de prevenção na comunidade e nas escolas • Realizar o 3º colóquio da ARSC

• Elaborar uma newsletter

• Promover a articulação efectiva do Grupo de Trabalho Regional com os responsáveis pelo tabagismo nos ACES/ULS da área de jurisdição territorial da ARSC.

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5.3.2. Alcoolismo

Os Problemas Ligados ao Álcool (PLA) assumem um carácter eminentemente transversal com consequências na saúde individual, na sociedade e na economia dos países. Os novos padrões de consumo são preocupantes, com consequências físicas, psicológicas e sociais.

Portugal é um dos países que tem mantido um consumo per capita elevado de bebidas alcoólicas, com repercussões importantes em Saúde Pública.

O Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, que surge em continuidade do Plano de Acção contra o Alcoolismo proposto em 2000, pretende responder aos desafios que se colocam – nomeadamente, o aumento de determinados padrões de consumo de álcool nas camadas mais jovens da população - para além de uma intervenção mais abrangente em todos os sectores da população que vivenciam as consequências associadas ao consumo de álcool.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública

O consumo nocivo do álcool não só tem consequências para quem bebe, como também para os outros indivíduos e para a sociedade em geral. Os padrões nocivos e perigosos de consumo de álcool têm consequências significativas em matéria de saúde pública para além de serem responsáveis por custos no sector dos cuidados de saúde, tendo por isso efeitos indesejáveis no desenvolvimento económico e na sociedade em geral.

Nos Inquéritos Nacionais ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na Poplulação Geral (2001-2007) observa-se um aumento da prevalência dos consumos para todos os grupos etários. 20,7% dos portugueses embriagou-se no último ano e 38,5% dos jovens dos 20-24 anos e 34,6% dos jovens dos 15-19 anos embriagou-se no último ano.

Existe uma relação dose-resposta entre o consumo de álcool e a frequência e gravidade de várias doenças. Deste modo, a maiores níveis de consumo correspondem taxas de mortalidade e morbilidade mais elevadas, por cirrose hepática, neoplasias, acidentes nos locais de trabalho e sinistralidade rodoviária.

80 Por outro lado, o consumo nocivo de álcool está relacionado com o absentismo laboral, comportamentos sexuais de risco, gravidez na adolescência, agressividade e violência.

Perante este problema justifica-se que a política actual em relação aos PLA deva apontar para a necessidade de uma sensibilização ao nível da população, no sentido da redução do consumo global e dos consumos de risco, assim como a intervenção junto dos utentes com consumos de risco, consumos nocivos e dos dependentes alcoólicos. Neste contexto surge imperativo desenvolver uma Rede de Referenciação Alcoológica Nacional, com uma arquitectura claramente definida - rede esta enquadrada pelo Plano Nacional de Saúde e em sintonia com o Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool 2009-2012.

O alargamento da prestação de cuidados em função das necessidades das populações exige cada vez mais o estabelecimento desta rede que, obviamente, se deseja não só de serviços de saúde mas também envolvendo múltiplos agentes e diferentes sectores como sejam o da educação, da segurança social, do trabalho, da justiça e da comunidade em geral.

Finalidade do programa

Prevenir e controlar os problemas ligados ao álcool na Região Centro

Estratégias

• Sensibilizar os profissionais dos cuidados de saúde primários para os PLA

• Desenvolver e implementar estratégias de detecção precoces, para a detecção dos consumidores excessivos, seguida de intervenções breves (visando consumos de risco e consumos nocivos).

• Promover a referenciação/articulação com outros níveis de cuidados adequadas mediante o estabelecimento de critérios claramente definidos.

81 • Constituir uma rede assistencial adequada (intersectorial), por forma, a poder responder, atempada e adequadamente, aos problemas e necessidades de saúde que forem identificados.

Actividades a desenvolver

• Diagnóstico da situação regional na área dos recursos humanos e serviços alocados aos PLA identificando as equipas de alcoologia a funcionar nos agrupamentos de centros de saúde (ACES) da área de influência da ARS do Centro (coordenadores, consultas e respectiva carga horária);

• Propor ao Conselho Directivo da ARSC a indigitação de responsáveis/interlocutores na área da alcoologia/PLA , em cada um dos ACES da área de influência da ARS do Centro;

• Programar acções de formação para os profissionais de saúde (prioritariamente para os que nunca tiveram formação nesta área), de modo a aumentar as suas competências para a detecção e intervenção precoce dos consumos risco/nocivos, a nível da rede de cuidados de saúde primários;

• Uniformizar indicadores de avaliação, participando activamente com os parceiros envolvidos na sua construção;

• Propor ao Conselho Directivo da ARSC uma Rede de Referenciação de Alcoologia, baseada nas orientações do IDT.

A nível regional

• Agendar e realizar reuniões com todos os interlocutores/coordenadores dos ACES tendo em vista a divulgação do projecto PHEPHA (Primary Health Care

82 • Formação de profissionais, facultando materiais de suporte pedagógico e um programa de treino relacionado com o consumo de álcool e com formas de intervenção;

• Divulgar o Manual de Boas Práticas em Cuidados de Saúde Primários / PLA/ Rede de Referenciação (em elaboração e a ser sujeito a apreciação do IDT e restantes parceiros envolvidos) a todos os ACES;

• Realização de reuniões com os interlocutores dos ACES/responsáveis pelos PLA, para avaliação do programa, identificação das dificuldades detectadas e reajuste se necessário;

• Proceder, no final do ano, à avaliação;

• Assegurar a articulação interinstitucional e intersectorial com os parceiros considerados relevantes.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO IV VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E PREVENÇÃO E

CONTROLODASDOENÇASINFECCIOSAS

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