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A sociedade atual, apesar da emergência dos carros elétricos, é fundamentalmente movida pelo petróleo e seus derivados. Em 2016, as reservas provadas de petróleo no mundo atingiram a marca de 1,7 trilhão de barris, um pequeno crescimento de 0,9% em relação ao ano de 2015, mas em quantidade suficiente para garantir mais de 50 anos de produção mundial de energia. Os países que fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) continuam dominando o ranking, controlando cerca de 72% das reservas mundiais. As principais reservas estão concentradas na região do Oriente Médio que, tendo registrado1,3% de crescimento em suas reservas de petróleo, atingiram 813,5 bilhões de barris (47,7% do total mundial). A Venezuela é a detentora do maior volume de reservas petrolíferas com 300,9 bilhões de barris (17,6% do total mundial), após ter ultrapassado a Arábia Saudita em 2010, que atualmente é a segunda em volume de reservas provadas de petróleo. As reservas da América do Norte mantiveram-se estáveis, nas da Europa e Eurásia houve crescimento de 4,3%. Em contrapartida, as reservas da África, região Ásia-Pacífico, América Central e do Sul tiveram decréscimo. O Brasil ficou na 16ª posição no ranking mundial de reservas provadas de petróleo, com um volume de 12,6 bilhões de barris (ANUÁRIO ESTATÍSTICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2017).

O volume de petróleo produzido no mundo em 2016 aumentou em 446 mil de barris/dia (0,5%) em relação a 2015. Os Estados Unidos foram o maior produtor mundial com volume médio de 12,4 milhões de barris/dia (13,4% do total mundial), seguido da Arábia Saudita que ocupou o segundo lugar no ranking (13,4% do total mundial). Em seguida, vieram: Rússia (12,2% do total mundial), Irã (5% do total mundial) e Iraque (4,8% do total mundial). Dentre os países que não fazem parte da Opep, o Brasil foi o responsável pelo maior crescimento da produção (3,2%), equivalente a 80 mil barris/dia, situando-se na nona posição. É importante mencionar que no cálculo da produção de petróleo da BP Statistical Review of World Energy é considerada também a produção de gás natural. (ANUÁRIO ESTATÍSTICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2017).

A Figura 1 mostra a produção de petróleo por regiões geográficas (milhões de barris/ dia-2016).

Figura 1- Produção de petróleo mundial em 2016

Fonte: Anuário Estatístico Brasileira do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2017).

No tocante a produção de petróleo brasileira, continua em crescimento pelo terceiro ano consecutivo. Com isso, o Brasil ficou, no ano 2016, na nona colocação mundial de produtores de petróleo, tendo em vista a expressiva elevação na produção do pré-sal que cresceu 33,1% em relação a 2015. O Rio de Janeiro manteve a liderança da produção total do País, sendo responsável por 71,1% da produção em mar, seguido do Estado do Espírito Santo, como o segundo maior produtor nacional e o Estado de São Paulo em terceiro lugar (onde se localiza parte da produção do pré-sal). Em seguida, no quarto lugar, o Estado de Sergipe e o Rio Grande do Norte, em quinto lugar em produção nacional em mar. Sobre a produção de petróleo em terra, a liderança é do Estado do Rio Grande do Norte com 18.176 barris de petróleo, seguido da Bahia, em segundo lugar, da Amazônia, em terceiro e Sergipe, em quarto lugar (ANUÁRIO ESTATÍSTICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2017).

Quanto ao gás natural, em 2016, o país ficou na 33ª colocação no ranking mundial das maiores reservas provadas de gás natural e na 31ª posição no ranking mundial de produtores de gás natural. Como operadora, em 2016, a produção da Petrobras representou 93,9% da produção nacional de petróleo e gás natural, contra 92,4% e 94,3% em 2015, respectivamente. Embora sua produção tenha crescido, o volume produzido por outras concessionárias, como BG Brasil, Petrogal Brasil e Repsol Sinopec, ampliou-se em velocidade maior. (ANUÁRIO

ESTATÍSTICO BRASILEIRO DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS, 2017).

Quanto ao mercado de petróleo e gás, no final dos anos de 1990 foi implementado no Brasil um modelo de liberalização econômica, que mudou radicalmente o mercado de petróleo e gás brasileiro, a partir do fim de políticas protecionistas, da promoção de reformas voltadas para o mercado e a criação das agências reguladoras setoriais, a exemplo da criação da ANP (CASELLI, 2013). Com a Lei do Petróleo (Lei n.º 9.478/97) foram promovidas significativas mudanças institucionais, a partir das quais, transformaram o ambiente regulatório setorial e instituíram o regime de concessão para contratação de empresas interessadas em exercer as atividades de exploração e produção de petróleo e gás no país (OLIVEIRA, 2006; CASELLI, 2013).

Nesse contexto de entrada de novas empresas no mercado, os empresários de micro e pequenas empresas que prestaram serviços à PETROBRAS em diversas áreas vinham se reunindo desde o final dos anos 1990, identificando os principais aspectos de melhoria e potencialidades do setor, na busca de maior qualidade dos serviços. Dessa forma, nestas reuniões surgiu o questionamento de como as pequenas empresas poderiam se fortalecer para ampliar a participação em um segmento tão competitivo como o do petróleo e gás, no qual prevalecia a grande empresa (OLIVEIRA, 2006).

A partir da descoberta do pré-sal, no ano de 2007, o Brasil tem conseguido várias oportunidades em todas as etapas do ciclo de vida do petróleo, ou seja, da exploração à produção, aumentando as chances de empresas fornecedoras revisarem seus negócios com foco em ações para a gestão de reservas e produção, proporcionando, assim, maior compartilhamento dos custos e investimentos por meio de economia de escala dos prestadores de serviços e fornecedores de equipamentos nas suas operações. Com a descoberta do pré-sal o Brasil passou a ser considerado como área promissora da produção de hidrocarbonetos na camada denominada pré-sal (BNDES, 2009; CASELLI, 2013).

Diante do contexto de desenvolvimento do petróleo brasileiro, o governo incentivou o surgimento de redes de P&G para ajudarem as MPEs fornecedoras, entre outros objetivos, a se tornarem mais competitivas. Com isso, em 2011 no país, já existiam 16 (dezesseis) redes Petro espalhadas em 13 (treze) Estados e coordenadas pela Rede Petro Brasil, com perspectiva de expansão para outros estados.