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5 UMA ANÁLISE DO PAPEL DO FINANCIAMENTO PÚBLICO VIA UM BANCO DE DESENVOLVIMENTO NA RMFR

5.3 O PAPEL DE UM BANCO DE DESENVOLVIMENTO

Neste tópico analisa-se a percepção do papel de um Banco de Desenvolvimento, neste contexto, revelam-se os dados coletados dos agentes de desenvolvimento do Estado que atuam em um Banco de Desenvolvimento. Uma instituição financeira pode focar seus esforços somente no desempenho econômico, porém resultaria em uma forma limitada de fomentar o desenvolvimento. Inicialmente, questionou-se se o papel de um Banco de Desenvolvimento é principalmente fomentar o crescimento econômico, e os resultados são conforme Gráfico 09:

Gráfico 9 - O papel de um Banco de Desenvolvimento é principalmente fomentar o crescimento econômico

Fonte: Elaborado pelo autor.

Diante do exposto, observa-se prioritariamente uma concordância parcial com a afirmativa evidenciada, que, de certa forma, coincide com um modelo mais tradicional de desenvolvimento. Destaca-se que os desafios do desenvolvimento não são somente de dimensões financeiras.

Existem desafios constantes de dimensões sociais, financeiras e políticas na gestão pública, exigindo eficiência e competência, assim propiciando uma qualidade de vida adequada para a sociedade civil (REZENDE, 2007).

Quando uma ferramenta de políticas públicas de desenvolvimento limita-se a um viés economicista, pode ainda gerar efeitos positivos no desenvolvimento, porém estes efeitos poderiam ser potencializados com a criação de ativos estratégicos, buscando lacunas no fomento de um território.

Na sequência, questionou-se se um Banco de Desenvolvimento deve atuar de forma similar a uma instituição financeira privada para os atores da gestão pública do desenvolvimento, conforme evidenciado no Gráfico 10:

Gráfico 10 - Um Banco de Desenvolvimento deve atuar de forma similar a uma instituição financeira privada

Fonte: Elaborado pelo autor.

Conforme o Gráfico 10 pode-se destacar uma veemente discordância neste elemento dos atores colaboradores de um Banco de Desenvolvimento, pois a maioria dos atores do Estado

discorda plenamente que um Banco de Desenvolvimento deve atuar como uma instituição financeira privada.

Percebe-se que quando um Banco de Desenvolvimento funciona de forma similar a uma instituição financeira privada, ele perde sua essência e os recursos públicos poderiam ser destinados para outro fim. Assim, uma instituição financeira pública poderia operar nas lacunas das instituições privadas, por exemplo: no financiamento de longo prazo, em períodos de retração econômica ou em situações de emergência e calamidade.

Uma das dificuldades para o fomento de uma região encontra-se na escassez de poupança e dos financiamentos de longo prazo, parcialmente amenizada com a formação de instituições financeiras públicas, principalmente em função dos Bancos de Desenvolvimento (STUDART, 2005).

O financiamento de recursos de longo prazo favorece não apenas aspectos creditícios, mas também norteiam as organizações para o planejamento e estruturação de longo prazo, por vezes postergadas ou negligenciadas pelo empresariado.

As políticas públicas são instrumentos relevantes para gestão pública para o desenvolvimento. Por outro lado, as instituições buscam uma independência e uma autonomia administrativa. Por isso, um questionamento buscava saber se um Banco de Desenvolvimento não deveria sofrer influência das políticas públicas:

Gráfico 11 - Um Banco de Desenvolvimento não deveria sofrer influência das políticas públicas

Fonte: Elaborado pelo autor.

Desta forma, o gráfico revela que os atores do Estado discordam que um Banco de Desenvolvimento não deva sofrer influências de políticas públicas, devendo atuar de forma mais autônoma, porém aderentes e sinérgicas com as políticas públicas.

Tal afirmativa possibilitaria a um Banco de Desenvolvimento deixar o papel de coadjuvante no desenvolvimento de um território, ocupando um papel de protagonista, onde além de crédito, envolveria o planejamento do desenvolvimento dos territórios e mitigação dos gargalos de projetos.

Por longo período, a expansão dos projetos de desenvolvimento brasileiros tinha como gargalo uma base financeira limitada, mesmo com diversas agências bancárias, nenhuma mostrava interesse e capital necessário para projetos industriais e de infraestrutura de maior porte (GOULARTII FILHO, 2001).

Contudo, para poder ser protagonista do desenvolvimento de um território, além das variáveis econômicas, questões sociais e ambientais deveriam entrar na agenda destas instituições, buscando um diálogo com o mercado e a sociedade civil em arenas de negociações e discussões sobre o modelo de desenvolvimento.

Adicionalmente, sobre o papel de um Banco de Desenvolvimento, foi questionado se um Banco de Desenvolvimento deve estar alinhado com outras instituições públicas, de acordo com o gráfico mostrado na sequência:

Gráfico 12 - Um Banco de Desenvolvimento deve estar alinhado com outras instituições públicas

Fonte: Elaborado pelo autor.

Assim, percebe-se que os atores do Estado concordam que um Banco de Desenvolvimento deve estar alinhado com outras instituições públicas e sofrer influência das políticas públicas, pois os gestores públicos possuem um lugar de destaque no processo de desenvolvimento.

Ressalva-se que os gestores públicos possuem um posto de destaque no fomento do desenvolvimento, mas apenas da

ação individual do gestor público não decorre o necessário, pois, caso não exista uma articulação entre políticas de gestão territorial e políticas de desenvolvimento, não decorre em resultados significativos no longo prazo (MARTINS; VAZ; CALDAS, 2010).

Acredita-se que os atores pesquisados demostram que o Banco de Desenvolvimento deve ter uma autonomia na decisão, mas com parceiras e sinergias com outras instituições e políticas públicas.

Em resumo, observa-se uma concordância parcial com o papel de um banco de desenvolvimento ser principalmente fomentar o crescimento econômico e uma concordância plena com o banco de desenvolvimento dever estar alinhado com outras instituições públicas. Contudo, resulta-se em discordância plena que um Banco de Desenvolvimento deva atuar similar a uma instituição financeira privada e em discordância parcial que um banco de desenvolvimento não deva sofrer influência das políticas públicas.