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Parceiros por afinidade e as mudanças na prática educacional

2. O CONTEXTO DA PESQUISA: OUVINDO OS SUJEITOS

2.5 Parceiros por afinidade e as mudanças na prática educacional

Com a quarta pergunta, buscamos saber quais são as contribuições da parceria informal para o desenvolvimento profissional e o que é compartilhado nessa parceria. Constatamos pelas respostas que os professores compartilham as dificuldades com a turma ou com novos conteúdos; inquietações; dicas acadêmicas; trocas de materiais, como livros, filmes e textos; estratégias de ensino e práticas exitosas. Aparecem nas respostas tanto as dicas teóricas como as de relacionamento:

A gente compartilha tudo, tudo que tá acontecendo na sala de aula, nossas inquietações, às vezes uma dificuldade com a sala, com a turma, perfil da turma [...] Quando não é o perfil, questões mais assim, de conteúdos... de repente a professora tá pegando a disciplina que pra ela é nova, né? Então ela fica inquieta em relação aos conteúdos, se sentindo insegura... então a gente vai compartilhar os conteúdos, dando dicas de outros conteúdos, dando dicas de sites ou de textos, até dinâmica de aula a gente compartilha [...] Dando dicas, umas pras outras, sobre essas estratégias que a gente trabalha em sala de aula. (Prof. A)

A partir de algumas demandas, pequenas demandas, bem ali no mundo da sala de aula, mas o fato de você poder conversar um pouco, de você trocar algum texto, de você falar ali um pouco dos problemas [...] a gente produz texto, a gente produz trabalho de pesquisa, nós temos projeto em comum, nós temos preparação de aula, troca de textos, temos troca de resolução de problemas (Prof. B)

[...] essa proximidade de concepção com alguns outros colegas, faz com que a gente vislumbre projetos e faça projetos conjuntos [...] nas dicas de tema, de texto mesmo, nas dicas acadêmicas, nas dicas teóricas e nas relações, aí te faz pensar nas relações com os alunos, na relação com os professores, na relação com a instituição. (Prof. C)

[...] e pra além disso, tem a questão de você tá em outros lugares, assim, de ir almoçar junto, jantar, café, enfim, o que quer que seja, e que você comenta, por exemplo, de, sei lá, um filme que você foi ver, que supostamente seria uma conversa não acadêmica, mas cada um vê de uma perspectiva; é um livro que eu to lendo e eu comentei e você vai ler, e isso tudo tá nos formando também, né? [...] e emprestei o material pra ele e aí quando ele voltou, ele falou: “D” tava olhando minhas coisas e eu achei um de cartões postais [...] tentando ajudar o outro em termos de disciplina, (Prof. D)

É muito frequente no final de um período de trabalho, conversar com UM professor, com um amigo professor e expor aquilo que deu certo, aquilo que não deu tudo certo, o que precisa ser feito, o que precisa ser sabido, dominado; dominado no sentido do conteúdo, das informações. (Prof. E)

[...] eu começo a pesquisar uma coisa e aí eu sempre vou acionando pessoas ligadas àquela coisa que eu tou pesquisando, e vou trocando, vou buscando, elas me ajudam, fazem junto, sugerem bibliografia, e aí enfim... eu gosto muito de construir junto. (Prof. F)

E eu acho que acrescenta muito no meu desenvolvimento, por quê? É muito legal quando a gente troca com pares, e percebe práticas exitosas que de repente não estão acontecendo no meu momento. [...] Então, enquanto você tem um acolhimento de um colega nas suas inquietações, nas suas questões, nas suas dúvidas, eu acho que isso é fundamental. (Prof. G)

Compartilhamos ideias, trocamos conteúdos atualizados, metodologias de aulas, observações sobre os alunos, apoio na realização do evento da exposição, damos visibilidade dos resultados atingidos, percebemos as dificuldades de um grupo ou outro (Prof. H)

[...] as parcerias informais também contribuem, ao seu modo, pro desenvolvimento profissional docente, porque sempre gera uma troca, sempre gera uma partilha, sempre gera um encontro, né; um encontro de dúvidas, enfim... eu vejo que elas são importantes, elas contribuem sim pro desenvolvimento profissional do professor, e o que se troca? Troca aquilo que eu tinha comentado; trocam-se anseios, dúvidas, dificuldades, é... desejos, ideologias, perspectivas, sonhos... hã...trocam-se propostas pedagógicas, ideias, possibilidades de trabalho. (Prof. I)

Pode existir, entre alguns professores, somente a troca de materiais, ou seja, uma parceria ou uma colaboração artificial. Porém, aqui nessas respostas, podemos

perceber que não existe apenas a troca e dicas sobre materiais e disciplinas, mas os entrevistados abordam toda essa “troca”, como algo que enriquece o conhecimento e traz desenvolvimento profissional e modificações para as ações junto às classes, na formação dos alunos e, até mesmo, nos desejos e sonhos.

Tanto o Prof. A como o Prof. G salientam a importância do colega quando acolhe as inquietações do outro e traz ajuda para as dúvidas em relação à turma ou ao conteúdo das disciplinas. Em continuidade à resposta, o Prof. I descreve esse parceiro como um parceiro intelectual, pois as discussões acadêmicas acontecem dentro da sua área de conhecimento e de pesquisa:

Eu penso que é também uma parceria intelectual. Intelectual em que sentido, um professor que você possa sentar e discutir questões da sua disciplina, autores, leituras, referências bibliográficas, fazer discussões acadêmicas de fato, né, com esse colega. Ter um colega pra você compartilhar, li um texto, descobrir aquele livro; isso é muito importante, porque uma forma, quando você encontra um parceiro intelectual, dentro da área de conhecimento que você estuda, que você pesquisa, você se fortalece quando você tem essa oportunidade de conversar com esse parceiro. (Prof. I)

Outro aspecto abordado pelos entrevistados é o fato de que projetos em comum podem ser desenvolvidos, o que colabora não apenas para uma maior produção, mas também com a eficácia dessa produção. Não se limita a trocar textos, mas a produzir textos. Isso pode ser observado na resposta do Prof. B: “Enfim... a gente produz texto, a gente produz trabalho de pesquisa [...]”; na resposta do Prof. C “Então...essa proximidade de concepção com alguns outros colegas, faz com que a gente vislumbre projetos e faça projetos conjuntos” e em outra resposta:

[...] além disso, ele acaba gerando por exemplo, essas articulações e produções compartilhadas, hã...pra produção científica, relatos de experiências; como a gente vem apresentando agora, inclusive nessa semana a gente tá com apresentação lá no México, e por exemplo, eu tô aqui, mas a professora “L”, que é a professora de Projetos Interdisciplinares, vai levar o projeto e vai apresentar presencialmente lá [...] (Prof. H)

Esses projetos são interessantes para a instituição, conforme afirma o Prof. B: “pensar essas parcerias informais, você tem uma contribuição aí para o seu desenvolvimento profissional, mas você acaba também contribuindo aí pro desenvolvimento institucional” e, são realizados fora da universidade com outras instituições de pesquisa ligadas à Educação, como afirma o Prof. C: “acho que a gente

faz uns trabalhos por acaso, assim... e isso fortalece o trabalho aqui, fortalece o trabalho e atuações fora.”

A pergunta cinco teve como objetivo saber em que medida a parceria informal auxilia os professores na reflexão sobre a prática e opera mudanças em sala de aula. Essa resposta foi aparecendo ao longo de toda entrevista, mas nessa questão os professores apontam, novamente, para a existência das trocas e dicas sobre materiais e estratégias:

[...] auxílio das colegas usamos novas dicas para dinamizar as aulas, estratégias que elas usaram e deram certo em relação a algum conteúdo que foi tratado, conselhos sobre as relações entre professor e aluno, dicas de matérias extras que não estão indicados nos planos de ensino. (Prof. A)

[...] olha, eu fiz isso, eu fiz aquilo, eu acabei de discutir tal texto, eu acabei de/ e isso tudo informal, muitas vezes é no elevador, isso é assim bebendo água, ah, eu trabalhei tal texto, eu trabalhei tal filme; nossa... eu soube que você trabalhou tal coisa, e é MUITO legal, né? (em maiúscula, a ênfase do entrevistado). (Prof. E)

Outro aspecto abordado foi o planejamento e a elaboração de aulas após os encontros informais com outros docentes. A seguir o Prof. C cita experiências ao longo de sua formação em que essa troca informal sempre existiu e continua no presente:

[...] eu planejava minhas aulas, nós planejávamos, e em encontros completamente informais [...] a gente ficava falando das disciplinas, e tudo saía desses encontros. Nas aulas a gente falava muito desses encontros, muito do que a gente discutia nas aulas, ideias, desde atividades com os alunos, relações entre os temas discutidos... era discutido nesses encontros informais [...] a minha formação de professora universitária foi muito influenciada por esse cotidiano de idas e vindas... (Prof. C)

Até um passeio ao museu com um colega docente pode gerar discussões e ideias para um planejamento de aulas, como expressa um entrevistado:

[...] a partir de tudo que a gente conversou lá, ela da área de Arte Visual, eu a área de Arte Cênica, é que eu construí um monte aula que eu vou dar agora (Prof. F)

Embora a reflexão sobre a prática já tenha aparecido em resposta anterior, outros aspectos surgiram nessa resposta, conforme aponta a resposta:

Esse repensar a prática, ele é um processo bastante longo. [...] até essa formação que passa pela construção de um conhecimento teórico, que depois, ao pensarmos a prática ele vai transformando o conhecimento prático [...] é a melhoria mesmo no meu desenvolvimento profissional, meu repertório, da construção do meu conhecimento, e que tudo isso, né, vem colaborando no repensar, e vem melhorando sim, minha prática. É uma prática que tá sendo repensada, mas sem um momento específico para esse repensar. (Prof. B)

O repensar a prática, conforme a resposta do Prof. B, se dá no processo da vida profissional. Claro que existe momento em que o professor pensa na sua aula anterior e reflete sobre possíveis mudanças. Isso já foi referenciado por Freire (1996) em resposta anterior, mas segundo o entrevistado, ele se refere às mudanças gradativas que acontecem ao longo do tempo nas quais, a partir da construção do conhecimento, as práticas vão sendo modificadas. O aspecto abordado pelo entrevistado foi que a formação “passa pela construção de um conhecimento teórico”, e voltando ao pensamento de Freire (1996, p.12), essa relação teoria e prática é fundamental: “se torna uma exigência da relação Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo”.

Em algumas respostas podemos verificar a importância dada à formação mútua tanto entre aqueles que ensinam, como entre os que são formados por eles; o quanto é importante que os alunos observem outros alunos mais experientes bem como a relação entre os professores que os estão formando e assim possam se espelhar:

[...] contribuindo assim tanto para a formação delas quanto para a minha formação profissional. (Prof. A)

[...] o peso das relações interpessoais e informais na formação, é enorme... é enorme, porque a gente concebe o trabalho na perspectiva marxista mesmo, de constituição do sujeito, né? Acho que se a gente concebesse o trabalho como tarefa, mas não, e se compreende dessa forma, flui e conflui... se pensa como constituição, é o que você está pensando, são seus amigos, e precisa ter essa troca. (Prof.C)

[...] Esses alunos estavam pra orientar os alunos do quinto, que é uma estratégia que a gente tem pensado pra ver se funciona. E isso também, né? Ter a sala de aula como laboratório é outra coisa que me encanta muito, mas esse laboratório construído em parceria também, e não você sozinha pensando nessas práticas. [...] de pensar o quanto a gente muitas vezes não deixa isso claro para os nossos alunos que vão se formando professores, e que talvez isso seja

importante também, de falar: Olha, faz parte da condição docente pensar no trabalho de forma coletiva e colaborativa. (Prof. D)

Conforme aborda o Prof. D, envolver os alunos e os professores, “faz parte da condição docente pensar no trabalho de forma coletiva e colaborativa”. Em resposta dada pelo Prof. H, podemos observar o conceito de aula como “um todo”, em que são programadas em conjunto com outros professores e alunos, executadas em parte na “aula passeio” em conjunto e depois desenvolvidas separadamente em sala de aula. Mesmo sendo desenvolvidas em sala de aula por apenas um professor, os demais daquele grupo sabem sobre o que seu colega docente está trabalhando com determinada turma e isso agrega muito na continuidade e evita a repetição dos conteúdos.

[...] a gente nem vê as aulas tão separadas assim, a gente acaba percebendo um conjunto de aulas como um todo e fazendo parte desse todo em uma ou outra das tarefas ou das reflexões com os alunos ou das produções específicas, das leituras [...] Isso é pensado junto, isso é feito junto entre os professores e alunos e os vários professores num sábado onde a gente acaba fazendo o percurso todo coletivamente. Depois é que a gente vai trabalhar separadamente nas salas de aula. (Prof. H)

Essa preocupação de valorizar a formação, observando a própria prática e a dos amigos, é enfatizada por Flores (2010, p.185): “no desenvolvimento de uma pedagogia da formação de professores que pode ser aprofundada através, por exemplo, da ajuda de amigos críticos e do auto estudo das próprias práticas”.

Os professores de Pedagogia entrevistados, mostraram essa preocupação com a formação dos alunos nas respostas anteriores. Esse aspecto também é abordado pela autora: “promover as condições para a aprendizagem (recursos, tempo e oportunidades para aprender) para que os alunos futuros professores se empenhem em processos de reflexão sobre o processo de tornar-se professor”. Observando o trabalho dos professores de maneira “articulada”, colaborativa, os alunos estão sendo formados com essa visão. Isso pode ser constatado na resposta seguinte:

E ao mesmo tempo a gente percebe pros alunos o quanto essa estrutura de trabalho mais articulada, tanto implica na formação deles, numa formação muito mais densa, porque eles conseguem ir pra um lugar e construir um processo de aprendizagem muito maior, mas deles perceberem também essa questão da importância do trabalho articulado dos professores, e de que cada professor contribui de uma forma , penso eu que...é... a gente muitas vezes não

faz isso com uma clareza tão grande, mas o quanto isso também está formando enquanto professores... (Prof. D)

Esse formar-se enquanto se forma e a preocupação com a formação desses alunos de Pedagogia que irão formar outros está expresso nas palavras de Freire (1996, p.12) quando afirma que: “[...] desde os começos do processo, vai ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”.

A formação em espaço informal é valorizada por todos os professores, porém o Prof. C se posiciona em formalizar esses encontros de formação. A proposta é em ter um tempo/espaço no ensino superior, assim como existe no ensino básico, embora às vezes não seja bem aproveitado, e que deva ser produtivo:

Que o espaço de reflexão, formação, ele é fundamental para o diálogo que acontece na sala de aula. Então, essa figura de professor aulista, essa figura de alguém que vem dar aula, a gente deve estranhar, deve começar a estranhar, não pode ser algo que é comum, que é naturalizado. Precisa institucionalizar o espaço de formação, e aí é papel nosso, né? (Prof. C)

O Prof. C fala em “institucionalizar o espaço de formação” e “estranhar alguém que vem “dar aula”. Isso nos remete ao que indaga Tardif e Lessard (2005, p. 279):

Pode-se imaginar num futuro próximo, uma escola (uma universidade – inclusão nossa) em que os professores não consagrassem todo o seu tempo aos alunos mas tivessem um tempo para si mesmos e para projetos coletivos, pesquisas, debates e práticas inovadoras?

Nesse sentido em algumas universidades, inclusive a desse professor, existem professores aulistas, os de tempo parcial e os de tempo integral. Em resposta anterior o Prof. G, que trabalha em período integral, havia comentado que: “Então, o momento em que os professores aulistas... eles empreendem ainda mais esforços pra poder tá partilhando conosco”. Pelo fato de não permanecerem longos períodos na universidade, geralmente, os professores aulistas cumprem seus horários definidos para aulas e vão embora. Para realização de qualquer atividade extra de seu interesse, disponibiliza de seu tempo sem remuneração.

De igual modo, mesmo sabendo que as parcerias informais são produtivas, o Prof. I também se posiciona no sentido de ter essas parcerias institucionalizadas a partir da iniciativa dos gestores ou professores responsáveis pela disciplina:

[...] é que essas parcerias informais são produtivas, mas no meu entendimento, elas por si só não dão conta de substituir a importância de haver institucionalmente e nos cursos de formação, independente de que área seja, a presença de uma cultura de colaboração. E a construção dessa cultura de colaboração, ela precisa partir de uma liderança, de um gestor, de um professor responsável por uma disciplina, pra que se possa instituir encontros formais, não meramente burocráticos, mas encontros formais entre os professores, mesmo que não sejam físicos sempre, mas de encontros, trocas, onde esses professores possam inclusive trocar entre áreas, e que esses professores se escutem mais, falem mais e se escutem mais; e eles sejam ouvidos, né, e as suas sugestões sejam ouvidas, e eles participem efetivamente da construção do projeto do curso. (Prof. I)

Essa iniciativa institucional sugerida pelo Prof. C, pode aparecer em compartilhamento de disciplinas. Foi o que aconteceu em uma disciplina que foi dividida entre dois professores, e pôde trazer experiência formativa:

[...] eu dividi a disciplina de Docência com o “O”, e assim... a gente sempre trocou muito material, e tudo mais, mas nunca tive essa possibilidade de ver o “O” como professor, atuando como professor em sala de aula. [...] dividir essa disciplina com o “O” pra mim foi muito interessante porque eu não tinha dimensão de como a aula dele era completamente diferente da minha, diferente no sentido de que nós dois temos aulas expositivas, mas ele trabalha muito mais com outras linguagens que eu sempre tive dificuldade de trabalhar, por exemplo ele usa muito mais música na sala de aula, imagem na sala de aula... e assim vai... o uso das tecnologias, as novas tecnologias, e tudo mais...então, a partir dessa experiência de dividir a sala, eu acabei me forçando a procurar a possibilidade de usar também. (Prof. D)

Na resposta acima, o professor, trabalhando com o outro na mesma sala, pôde ver o amigo como professor e aprender com ele e buscar mudanças para sua própria aula. O mesmo entrevistado aborda o compartilhar e o aprender com o outro em resposta à primeira questão:

E aí se você tem esse trabalho colaborativo, você troca; não é aquela coisa assim, eu fico quieta no meu canto, na minha sala de aula; vejo se dá certo, se não dá certo, mas eu não consigo ter essa perspectiva de conversar com o outro, de pensar de outra forma, né... às vezes até aquela coisa assim, eu fiz desse jeito... nossa, mas porque você não fez do outro? Nossa, porque eu não fiz do outro,

né? Então, o trabalho colaborativo dentro da educação, eu considero que é mais do que essencial. (Prof. D)

Em relação às mudanças que ocorrem em sala de aula, segundo o Prof. I, elas poderiam ser mais profundas e abrangentes se fossem institucionalizadas, a fim de não serem pontuais, mas que abrangessem todo o corpo docente:

[...] não há um projeto pra isso, não há nada institucionalizado, formalizado, previsto, a ponto de se configurar num projeto de curso, numa mudança de curso. Então, dois três professores que se encontram, pensam de uma determinada forma, decidem fazer uma estratégia, fazem, promove uma mudança na sala de aula, legal, mas foi uma ação pontual entre aqueles três professores naquela sala, não foi algo que foi possível trocar com todo o corpo docente, refletir por todo o corpo docente, entende? Então, as parcerias informais elas acontecem, tendo ou não cultura de colaboração, no meu entendimento. (Prof. I)

Observar o outro no seu fazer, que muitas vezes pode ser diferente do meu, como salienta o Prof. D na resposta acima, enriquece a aprendizagem e abre novas perspectivas de mudanças nas práticas. Essa visão multifacetada, em que o outro é diferente de mim em sua formação e visão e me auxilia, foi compartilhada por alguns professores quando responderam à primeira questão a respeito da importância do trabalho colaborativo para o crescimento profissional já descrita anteriormente.

Nessa experiência expressa pelo Prof. D, podemos nos reportar à Loponte (2009, p.936) quando aborda as amizades que instigam e desafiam:

Há ainda muito a aprender com as amizades que desafiam, que instigam, que nos provocam (na distância e proximidade) a ser diferentes em uma sociedade que constantemente nos impõe modos de ser.

Em resposta à questão cinco, o Prof. H também expõe essa percepção nas semelhanças e diferenças entre os professores do curso, mas que buscam objetivos