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Parte II – Os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio

4.2. Sequência didáctica de argumentação oral em contexto de debate

4.2.1. Oficina 1: Compreensão oral e leitura da imagem

4.2.1.2. Parte II – Os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio

A segunda parte da aula foi dedicada a uma apreciação crítica do papel dos códigos paraverbais, quinésicos e proxémicos e da actio na comunicação oral. Para tal, passou-se à resolução da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II, a partir de uma segunda escuta/visionamento do excerto correspondente à primeira intervenção do primeiro orador – já integrado nos materiais de input da tarefa anterior. À semelhança do que se havia feito na primeira actividade de escuta/ visionamento, estabeleceu-se um diálogo com os alunos, no sentido de convocar conhecimentos anteriores sobre o uso de códigos paraverbais (gestos), quinésicos (movimentos) e proxémicos (organização do espaço) e a actio, que inclui a utilização da voz, neste caso, no que respeita à entoação, às pausas, aos acentos de intensidade, à velocidade de fala, ao volume e à dicção, e a postura física, sobretudo no que se refere à expressividade do rosto, na argumentação.

O Debate

Os gestos, os movimentos,

a organização do espaço e a actio

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- reconhecer o significado dos gestos, dos movimentos e da organização do espaço; - reconhecer o papel de complemento dos códigos não verbais na argumentação;

- reflectir sobre a importância da actio - a voz e a postura física - no discurso argumentativo; - avaliar o desempenho oral dos oradores.

Tempo: 10 minutos.

Tarefa: preenchimento da Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem – Parte II, sobre

os gestos, os movimentos, a organização do espaço e a actio.

Modalidade de trabalho: trabalho individual.

O exercício 1. teve como finalidade levar os alunos a reflectirem sobre a utilização de elementos respeitantes à actio e de códigos não verbais, para que dessa forma reconhecessem a sua importância e a da sua adequação, enquanto complemento da argumentação. Optou-se por um exercício de resposta sim/não por se pensar que na avaliação destes aspectos entra um pouco da subjectividade de quem avalia.

Ficha de Compreensão Oral e Leitura da Imagem Parte II

1. Preencha a seguinte ficha, relativa à importância dos gestos, dos movimentos, da organização do espaço e da actio na argumentação, partindo do discurso do primeiro orador do excerto que visionou do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico.

Assinale com um X, na coluna respectiva, consoante a sua reposta seja sim (SIM) ou não (NÃO).

Afirmações SIM NÃO

1. A entoação é monótona e, por vezes, forçada. 2. A dicção é nítida e articulada.

3. O orador faz uma boa distribuição dos acentos de intensidade. 4. As pausas são utilizadas como meio para estruturar o discurso.

5. A velocidade de fala permite que os restantes intervenientes no debate acompanhem o que é dito.

6. O volume da voz é audível e adequado à situação de comunicação. 7. O orador pronuncia o seu discurso de forma natural, clara e fluente. 8. A expressão facial é adequada ao conteúdo do que é proferido.

9. O orador apresenta um olhar fugidio, que é direccionado, insistentemente, para o seu bloco de notas.

10. A gesticulação é desmesurada e teatral.

11. O orador permanece sentado e imóvel, enquanto profere o seu discurso.

12. A organização do espaço é adequada à realização de um debate.

O exercício 2. consistiu na elaboração de um comentário à forma como decorreu o debate, tendo em conta os excertos visionados. Teve como objectivo conduzir os alunos a uma reflexão sobre os diferentes aspectos trabalhados ao longo da oficina. 2. Imaginando que faz parte da direcção de programas da RTP, redija um breve comentário, relativo ao excerto de debate que visionou, em que se refira aos aspectos mais conseguidos e aos menos conseguidos.

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Após a realização da ficha, a professora e os alunos procederam à sua correcção comentada. Para isso, pediu-se aos discentes que fundamentassem o seu acordo ou desacordo relativamente às afirmações do exercício 1., apresentando, sempre que possível, um exemplo que sustentasse a sua opinião. No caso do exercício 2., solicitou- -se aos alunos que contribuíssem com as suas respostas para construir um comentário tão completo quanto possível.

4.2.2. Oficina 2: À (Re)Descoberta dos conectores discursivos e dos

recursos modalizadores

A segunda oficina teve lugar no dia 30 de Setembro de 2009 e foi dedicada a actividades de reflexão sobre conteúdos de funcionamento da língua com grande relevo na argumentação: conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo e recursos modalizadores.

Para guiar o processo de reflexão dos alunos elaborou-se a Ficha de Trabalho: Conectores Discursivos e Recursos Modalizadores.

O Debate

Conectores discursivos

Recursos modalizadores

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de:

- identificar conectores discursivos mais específicos do discurso argumentativo; - reconhecer a função dos conectores discursivos no discurso argumentativo; - identificar recursos de modalização;

- reconhecer o papel dos recursos de modalização, na adequação do discurso à situação comunicativa.

Modalidade de trabalho: trabalho individual.

Tempo: 80 minutos.

Esta ficha de trabalho, reproduzida mais adiante, é constituída por dois tipos de exercícios diferentes: exercícios de identificação de conectores discursivos e de recursos modalizadores e exercícios de preenchimento de quadros de sistematização desses conteúdos, que assentam na reflexão dos alunos sobre o seu funcionamento no discurso argumentativo.

Para a realização dos exercícios, os alunos recorreram à transcrição ortográfica de um dos excertos do debate visionado na aula anterior. Esta opção deve-se ao facto de se reconhecer a importância da transcrição ortográfica para a análise e a reflexão sobre o discurso oral. Acrescenta-se que o excerto escolhido integra uma grande parte, mas não a totalidade, dos conectores e aspectos da modalização que se considerou importante trabalhar. Tratando-se de um documento autêntico, ou seja, do excerto de um debate que não foi realizado com intenções didácticas, é natural que não integre tudo aquilo que se pretendia trabalhar com os alunos.

Ficha de Trabalho

1. As partes que constituem um discurso encontram-se ligadas entre si, de forma a garantir a sua coesão. A coesão de um discurso depende de vários mecanismos, nomeadamente da utilização de conectores adequados e diversificados.

1.1. Sublinhe, a cor, os conectores discursivos presentes no excerto do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transcrito na página seguinte.

1.2. Em conjunto com a professora, distribua adequadamente os conectores discursivos identificados, pelas diferentes linhas do quadro que lhe foi fornecido.

2. O orador introduz marcas no seu discurso, de forma a adequá-lo à situação comunicativa. 2.1. Sublinhe, com outra cor, os recursos modalizadores que se encontram no excerto do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico, transcrito na página seguinte.

Os recursos modalizadores estão relacionados com os seguintes aspectos: - presença ou ausência do locutor no discurso;

- presença do destinatário no discurso;

- atribuição de um determinado grau de certeza às afirmações; - expressão de juízos de valor;

- controlo do uso da linguagem para que este não resulte agressivo.

2.2. Em conjunto com a professora, registe os recursos modalizadores que identificou no quadro que lhe foi distribuído.

Transcrição ortográfica de um excerto do debate televisivo Prós e Contras, sobre o Acordo Ortográfico

F.C.F.: Vasco Graça Moura, por que é que o senhor rebate e está contra estes cinco argumentos?

V.G.M.: porque eu penso, eu penso que as opiniões expandidas pelo meu amigo Carlos Reis são muito pouco consistentes e que devemos trocar por miúdos a retórica da unidade ou da uniformização. eh só pode defender o acordo nesta perspectiva, e não é o caso do Carlos Reis com certeza, que terá outras razões, só pode defender o acordo nessa perspectiva quem não o leu, porque quem o leu não pode defendê-lo nessa nessa perspectiva. primeiro porque não assegura qualquer espécie de unidade nem de uniformidade pela grafia, nos termos em que é formulado. segundo porque até aumenta exponencialmente as divergências, basta pensar no que se passa com as grafias facultativas que admite. terceiro porque sendo um acordo estratégico deveria pensar nas variantes africanas da Língua Portuguesa e ignora-as sobranceiramente, o acordo é um documento neocolonialista, feito entre Portugal e o Brasil para arrumar questões entre Portugal e o Brasil e esquece-se completamente da situação [os cinco países africanos] e não só, esquece-se que o Português é uma língua de enorme valor cultural, histórico e simbólico em Goa, a memória colectiva em Goa não funciona sem a Língua Portuguesa, esquece-se de Macau e esquece-se de Timor. ora, sem quaisquer regras para a grafia de palavras desses países ou dessas áreas do mundo que sejam incorporadas na Língua Portuguesa, significa que o acordo esqueceu pura e simplesmente essa situação e pior, não só a esqueceu como ainda abriu a porta a mais facultatividades, a mais grafias facultativas do que aquelas que existem. esse dicionário que que tem ali, que saiu há oito dias, por exemplo, na palavra quase tem três grafias: quase com c u, quase com k u, e quase com k w [novo dic-, novo grande dicionário da Língua Portuguesa conforme o acordo ortográfico] esse não, eu tou a falar do pequeno, tou a falar do pequeno porque depois de ter gastado o dinheiro no pequeno não ia gastar mais dinheiro no grande, tou a falar no pequeno, o pequeno, que é proclamado de acordo com o actua- actual acordo ortográfico, se pegar nele e procurar a palavra quase encontra uma entrada em c u, encontra uma entrada em k u e uma entrada em k w ou ou se procurar [é da texto editora] uma palavra, uma dança angolana chamada quizomba, encontra uma entrada em k i e uma entrada em q u em q u, portanto, isto mostra que não assegura qualquer unidade em relação a uma parte fundamental da de de dos dos países que falam Língua Portuguesa, porque são sete países que seguem a grafia portuguesa e um país que tem uma outra grafia e são, não dez milhões de habitantes de Portugal que seguem a grafia portuguesa, mas mais de quarenta milhões de habitantes, considerando esses países e considerando também os núcleos de emigrantes portugueses no mundo, de maneira que esse aspecto, não penso que o o meu amigo Carlos Reis tenha razão. mas há outro aspecto também que é importante salientar: é que ah o o sumário que foi aqui apresentado das vicissitudes da questão entre Portugal e o Brasil foi demasiado sincopado, ou seja, omitiu alguns pontos importantes. omitiu que em mil novecentos e trinta e um foi feito um acordo que o Brasil só fez aplicar em mil novecentos e trinta e oito e em mil novecentos e quarenta e cinco foi feito um acordo que o Brasil não aplicou, daí que ao longo de um século, mais de um século se considerarmos a história para trás da do do princípio do século vinte, que entre Portugal e o Brasil nunca houve um acordo ortográfico e isso não prejudicou nem as relações humanas e familiares, nem a emigração nos dois sentidos, nem o mundo dos negócios, nem os contactos, a criação e a fruição culturais, nem o universo escolar e universitário [não prejudicou o mundo dos negócios?] não prejudicou, não prejudicou, nada, onde é que se deixou de fazer um negócio por causa da grafia nem prejudicou a intervenção diplomática quer bilateral quer multilateral, quer um exemplo recentíssimo e que todos têm presente?

A primeira parte da Ficha de Trabalho é referente aos conectores discursivos mais usados no discurso argumentativo. Consta da ficha uma breve introdução em que se salienta o papel dos conectores, enquanto elementos que contribuem para garantir a coesão de um discurso. Na alínea 1, os alunos identificaram os conectores discursivos que existiam no excerto do debate escolhido, sublinhando a respectiva transcrição ortográfica. Partindo desse levantamento, na alínea 2, os alunos preencheram o Quadro de Sistematização dos Conectores mais específicos do discurso argumentativo, que se reproduz em seguida.

Conectores mais específicos do discurso argumentativo

Função no discurso

argumentativo Tipo de conexão Exemplos de conectores

Introduzir argumentos e a

sua justificação. Causalidade

pois; porque; como; uma vez que; visto que; já que; dado que; por

Introduzir exemplos/provas que sustentem os

argumentos apresentados.

Explicitação- -particularização

especificamente; nomeadamente; isto é; ou seja; quer dizer; por exemplo; em particular

Introduzir conclusões

parciais. Inferência/conclusão

assim; consequentemente; daí; então; logo; pois;

deste modo; em consequência; portanto; por isso; por conseguinte; por esta razão

Introduzir argumentos com

valor de confirmação. Confirmação e; efectivamente; com efeito; de facto

Contraste concessivo

ainda assim; mesmo assim; apesar de; contudo; no entanto; embora; ainda que; posto que; se bem que; apesar de (que); mesmo que; mesmo se

Introduzir contra- -argumentos e a sua refutação.

Contraste antitético mas; contrariamente; já; ora; agora; em

vez de; pelo contrário; por oposição

Introduzir reformulações. Contraste substitutivo mais concretamente; mais precisamente;

ou melhor; por outras palavras

Organizar os argumentos no discurso, articulando-o como um todo.

Listagem enumerativa

e; em primeiro lugar, em segundo

lugar…; em seguida; por um lado, …, por outro lado; por fim;

depois; seguidamente; finalmente

Introduzir a conclusão. Síntese

assim; em conclusão; em resumo; em síntese;

Professora e alunos, em conjunto, analisaram o excerto e reflectiram sobre o funcionamento de cada um dos conectores identificados, tendo em conta o tipo de conexão que estabelecem, a função que desempenham e a relevância que têm no discurso argumentativo. À medida que a tarefa se ia desenvolvendo, os vários exemplos de conectores iam sendo distribuídos correctamente pelas linhas do Quadro de Sistematização fornecido pela professora. No final, a docente apresentou o quadro em acetato, a partir do qual os alunos completaram o preenchimento dos seus próprios quadros.

A segunda parte da Ficha de Trabalho diz respeito aos recursos linguísticos utilizados para exprimir a modalização. O trabalho sobre este conteúdo assumiu configuração idêntica à do trabalho desenvolvido a propósito dos conectores discursivos. Como os resultados da etapa de diagnose haviam demonstrado que os conhecimentos sobre modalização e recursos modalizadores eram tímidos, optou-se por apresentar, na ficha, os aspectos da modalização que eram objecto de análise: presença ou ausência do locutor no discurso; presença do destinatário no discurso; atribuição de um determinado grau de certeza às afirmações; expressão de juízos de valor; controlo do uso da linguagem para que este não resulte agressivo.

Recursos Modalizadores Pronome tónico de primeira pessoa;

Outras formas de primeira pessoa: pronomes possessivos, pronomes átonos e terminações verbais;

Expressões introdutórias como: pessoalmente, parece-me, do meu ponto de vista, na minha opinião.

O emissor coloca-se por trás de uma terceira pessoa; Sujeitos indefinidos como: as pessoas;

Uso da passiva de -se. Presença ou ausência do

emissor no discurso

Inclusão do emissor num plural de autor;

O plural como forma de aproximação ao receptor;

Primeira pessoa do plural generalizadora (verbos de dizer, de entendimento e de percepção).

Presença do destinatário

Tratamento pessoal e informal: tu; Utilização do nome próprio;

Utilização do nome próprio precedido de palavras como: senhor, senhora; doutor, doutora;

Tratamento de relação utilizando o nome do cargo: professor, senhor presidente;

Tratamento solene: ilustríssimo. Apresentar o conteúdo como absolutamente certo:

Apresentar o conteúdo como possível ou provável:

Atribuição de diferentes graus de certeza às

afirmações e opiniões

Expressões introdutórias que influenciam a validade dos enunciados: é evidente que, é óbvio que;

Advérbios e expressões com valor adverbial: indubi- tavelmente, seguramente;

Palavras que expressam uma restrição ou uma generalização absolutas: nenhum, todo.

Expressões introdutórias que influenciam a validade dos enunciados: parece que, é provável que;

Advérbios e expressões com valor adverbial: talvez, provavelmente.

Validação do conteúdo dos enunciados

Necessidade de explicitar as fontes de informação:

o emissor é a fonte e o responsável pela informação que apresenta;

o emissor recorre a outras fontes e introduz no discurso informação proveniente delas, referindo-as explicitamente. Transmissão de juízos

de valor

Adjectivos: bom, interessante;

Substantivos: aprovação, desaprovação; Quantificadores: muito, pouco.

Controlo do uso da linguagem

Máximas de cortesia que podem ser utilizadas em interacções argumentativas:

a) Máxima do tacto: supõe-se que é necessário pedir autorização ao(s) outro(s) orador(es): “se me permite(m)”. b) Máxima de generosidade: diminui o seu próprio benefício em relação ao benefício do(s) outro(s) orador(es): “gostaria de fazer uma observação que considero que vos vai ajudar”. c) Máxima de aprovação: aumenta a estima pelo(s) outro(s) orador(es): “sei que tem as suas razões para tomar essa posição; no entanto, a minha posição é outra”.

d) Máxima de modéstia: diminui o seu valor e aumenta o valor do(s) outro(s) orador(es): “sei que tem grandes conhecimentos sobre o assunto, mas não poderia ser…”.

d) Máxima de acordo: diminui o desacordo com o(s) outro(s) orador(es) e aumenta o acordo: “concordo com alguns aspectos que mencionou, mas é preciso ter em conta que…”.

Tal como para a primeira parte da ficha de trabalho, a professora e os alunos fizeram uma análise e uma reflexão conjuntas sobre o funcionamento dos recursos

modalização e os recursos linguísticos utilizados. Simultaneamente, os exemplos modalizadores iam sendo distribuídos correctamente pelo Quadro de Sistematização fornecido pela docente. Por último, a professora projectou, em acetato, o quadro preenchido, de modo a que os alunos pudessem completá-lo com outros exemplos de recursos disponíveis para os diferentes aspectos da modalização analisados.

Os quadros preenchidos com os conectores discursivos e com os recursos modalizadores, depois de impressos em cartolinas de cores diferentes, foram dados aos alunos. Constituem um instrumento que podem utilizar na realização de outras actividades, pertencentes ou não à sequência, que requeiram a aplicação dos conteúdos trabalhados, ou seja, podem funcionar como um memorando. É, precisamente, esta ordem de ideias que subjaz à opção de trabalhar estes conteúdos logo na segunda oficina: primeiro, a identificação, a análise, a reflexão e a sistematização; depois, a transferência e a rentabilização dos conhecimentos desenvolvidos, ao nível da planificação e da produção oral de discurso argumentativo.

4.2.3. Oficina 3: Planificação e produção oral de discurso argumentativo em contexto de debate – Parte I

Esta oficina formativa, realizada no dia 6 de Outubro, é constituída por duas tarefas principais: uma de planificação e outra de produção oral de discurso argumentativo em contexto de interacção.

À semelhança do que aconteceu em etapas anteriores, o tema foi escolhido previamente pela professora, seguindo critérios idênticos aos que foram enunciados para a escolha do tema de debate no Pré-teste/Pós-teste. Para esta oficina, optou-se por recuperar o tema seleccionado para a etapa de Diagnose – Hábitos de leitura dos portugueses –, que se havia verificado ser um tema de interesse para os alunos. Considerou-se, assim, que tal poderia constituir um factor de motivação para a realização das tarefas propostas nesta oficina.

Os alunos organizaram-se em grupos de trabalho compostos por dois ou três alunos cada, de acordo com posição a defender em relação ao tema de debate. Este processo foi acompanhado de perto pela professora, que procurou salvaguardar um certo equilíbrio entre o número de grupos que defendia posições diferentes. A composição dos grupos acabou por ser, sensivelmente, a mesma do pré-teste.

Para que os alunos pudessem apropriar-se de um instrumento de trabalho passível de ser utilizado na planificação de discurso argumentativo, destinado a ser produzido oralmente num contexto específico, construiu-se o Guião de Planificação do Discurso – Parte I, cuja estrutura assenta em etapas consideradas essenciais na planificação deste tipo de discurso, organizadas segundo um critério de progressão. Assim, a primeira etapa centrou-se na definição da posição e da tese, a segunda na caracterização da situação comunicativa, a terceira na preparação do tema e a quarta na planificação do discurso propriamente dito, no que se refere à composição da introdução do discurso e da argumentação.

O Debate

Planificação

Discurso argumentativo

Produção oral

Sequência didáctica: Argumentação oral em contexto de debate.

Objectivos:

Com a realização deste trabalho, vou ser capaz de: - definir uma posição e uma tese;

- caracterizar a situação comunicativa em que vai ser produzido o discurso; - planificar o discurso: tema e argumentação;

- preparar a produção oral do discurso e proferi-lo.

Tempo: 60 minutos.

Tarefa: preenchimento do Guião de Planificação do Discurso, sobre a tomada de posição, a

tese, o tema, a introdução de um discurso argumentativo e a argumentação.

Modalidade de trabalho: trabalho de grupo.

Apresenta-se, em seguida, o conjunto de exercícios propostos no Guião de Planificação do Discurso – Parte I. O primeiro exercício procurou levar os alunos a