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CAPÍTULO 6 PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PEDAGOGOS E

6.3 PEDAGOGAS QUE ATUAM NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

A questão 1 da entrevista refere-se à formação inicial das pedagogas, e tinha por objetivo identificar como se deu a construção profissional da participante da

pesquisa indagando: Quais os motivos que te levaram a escolher pela

Pedagogia e o que recorda da formação inicial?

Resposta à questão apresentou 02 (duas) inferências que apontavam para a ausência pelo desejo em realizar o curso de Pedagogia como formação inicial dos profissionais entrevistados, indicando que sua trajetória no campo da atuação como pedagoga não foi sua primeira opção de escolha formativa.

Para esta mesma questão, 4 (quatro) inferências apontaram para a forte identificação com o curso de Pedagogia, optando como percurso formativo por realiza-lo, dados estes que podem ser corroborados por meio do Quadro 8.

Quadro 8 – Formação Inicial das pedagogas

MOTIVOS EXPLICITADOS PEDAGOGA

PARTICIPANTE DA PESQUISA

Categoria: motivos externos Total de

respostas: 02

“Eu já tinha feito Magistério, não tinha gostado do Magistério, achei um curso fraco, achei que me prejudicou muito para o vestibular enfim, fiz lá minha opção de curso Pedagogia. Contra a minha vontade, pois não era um curso que eu queria fazer. E aí fui. E a minha turma, na faculdade em que eu fui aprovada e aí a turma inteira era de reopção de curso. Ninguém lá tinha feito Magistério, ninguém gostava de Pedagogia, estavam lá porque a faculdade era gratuita e a noite. E fui. E assim...fiz os quatro anos, não me identificava com o curso, mas fui lá fazer”.

P1

“Eu sempre sonhei em fazer Magistério, mas naquela época da juventude o Pré vestibular era moda e aí eu quis fazer Análises Clínicas. Depois eu comecei a ver que eu não gostava e tentei voltar para fazer Magistério, mas era complicado porque eu tinha que começar tudo de novo. Então eu fiquei com aquela coisa…poxa... eu não fiz Magistério, então eu vou fazer Pedagogia. Foi essa a minha escolha”.

P2

Categoria: por afinidade com a área Total de

respostas: 04

“Eu sempre gostei da proposta do curso e me empenhei para entrar neste curso em específico. Sempre quis Pedagogia e queria mais atuar como pedagoga do que como professora. Minha outra opção era Direito, mas com criança pequena na época seria muito difícil e também dei uma pesquisada no que eu gostava e sobre o que me dava mais retorno de trabalho mais rápido e dentro do que eu gostava, eu escolhi Pedagogia”.

P3

“Eu só fiz a faculdade de Pedagogia porque eu queria abrir uma escolinha e acabou que depois, durante a faculdade, eu tive outras ideias e acabei indo para a sala de aula e descobri que eu gosto muito. Fiz Magistério depois que estava na faculdade, para poder ir para a sala de aula e continuei no curso. Assim que eu terminei o curso, eu fiz uma pós-graduação voltada ao Magistério, que era o que eu gostava e logo em seguida eu fiz o concurso”. P4 “Eu sempre gostei de trabalhar com criança, minha mãe foi professora, apesar de que as amigas da minha mãe ficaram horrorizadas por ela me deixar fazer esse curso”.

P5 “Eu tentei em 3 faculdades só Pedagogia. Era o que eu queria, pois me

identificava com a proposta do curso, mas com a perspectiva de ampliar e buscar outras áreas afins. Depois eu fiz outra faculdade. Fiz Direito. Agora eu trabalho aqui e advogo também”. P6 Fonte: a autora (2017)

Para complementar os dados obtidos nesta questão foi possível levantar também, por meio dos relatos das participantes da pesquisa na questão 6 quando se questionou: Durante a sua formação inicial você teve contato com a educação

profissional? e com base nas respostas das pedagogas obtivemos as seguintes

contribuições:

Cinco participantes da pesquisa afirmaram não ter tido nenhum contato com a educação profissional durante sua formação profissional, conforme aponta a participante (P2):

“Não tive nada. Só da Educação Infantil, de 1ª a 4ª... eu fui procurar o que me faltou do Magistério! E a formação de professores que foi de 2º Grau e Universitários que foi na época até que eu passei no concurso. Tive experiência com EJA, mas também pra Ensino Médio”. (P.2)

Uma das participantes da pesquisa afirma ter tido contato com a temática da educação profissional relatando:

“Na disciplina de Estrutura e Funcionamento vimos uma parte da legislação, mas nada relacionado à intenção do técnico”. (P.6).

As respostas das participantes quanto a formação inicial e a educação profissional nos remete a refletir sobre a necessidade de que os cursos de formação inicial ampliem a perspectiva de formação das pedagogas, uma vez que poderão atuar em diferentes níveis e contextos. Desta forma, quando apenas uma das entrevistadas relata ter “visto” uma parte da legislação, apenas reforça a fragilidade do percurso formativo, que passará a responsabilizá-la por sua auto-formação ao se depararem com o desafio de atuar nesta modalidade de ensino.

O questionamento 02 da entrevista refere-se a: Como foi a tua trajetória na

educação até chegar a atuar na Educação Profissional? Nas colocações dos

participantes foi possível destacar segundo o quadro 10, que 02 (duas) pedagogas que atuavam na educação profissional não tiveram a opção de trabalho com esta modalidade de ensino pautada na identificação com as especificidades do trabalho, indicando que tal opção deve-se à motivos de ordem pessoal, seja por opção de

turno de trabalho na escola ou por acreditar que teria um perfil mais adequado para o trabalho com alunos adultos.

Para as inferências que apontaram a opção pela atuação nos cursos da educação profissional tomando por base a especificidade do trabalho, a pesquisa identificou 04 (quatro) pedagogas, que tomam suas atividades como desafiadoras e inovadoras. Houve uma inferência que apontou para uma organização da estrutura da escola, na qual não existe o papel da pedagoga que atua especificamente com as turmas da educação profissional.

Os relatos que reafirmam os dados evidenciados podem ser observados por meio do Quadro 9 na sequência:

Quadro 9 – Trajetória profissional

MOTIVOS EXPLICITADOS PEDAGOGA

PARTICIPANTE DA PESQUISA

Categoria: motivos pessoais Total de

respostas: 02

“A educação profissional foi na verdade a opção de turno, então aqui pra mim era interessante o turno da noite que tinha educação profissional e eu pra trabalhar no pedagógico tenho uma perfil que condiz mais com a educação profissional, com a educação do adulto do que com a infantil, tanto que eu larguei a prefeitura por causa disso. eu vim parar na educação profissional também por acaso”. P1 “Eu vim pra cá por que é mais perto da minha casa e tem vaga! Aqui não é dividido assim... todo mundo trabalha com o todo. Esse ano que entrou uma pedagoga nova e ele resolveu que o melhor era mudar um pouco e eu aceitei e aí fiquei responsável pela Educação Profissional. Pra mim é tranquilo porque eu sempre fiquei bem atenta ao que o Coordenador que trabalhava aqui orientava, mas é difícil sem o coordenador”.

P3

Categoria: sem identificação com o curso Total de

respostas: 01

“Minha trajetória era só com o Ensino Médio e quando foi implantado o curso técnico, aí a gente começou a caminhar juntos, mas eu entendo bem pouco. Não tem uma divisão, uma pedagoga específica para atender a educação profissional todas atendemos. Tem uma pedagoga que tem experiência na iniciativa privada, então ela tem bastante noção de trabalhar com o profissional técnico, mas atendemos juntas, tanto do técnico quanto do médio”.

P4

Categoria: afinidade com a educação profissional Total de

respostas: 04

“Quando eu cheguei aqui a noite tinha a educação profissional e o Ensino Médio. Como eu era nova na escola a chefe da Educacional achou melhor as novas ficarem no ensino médio. E eu estava com muita vontade de ter outra experiência no Pedagógico e comecei a dividir com uma outra pedagoga. Nesse interim no final do semestre tiveram que trocar as Pedagogas e a pedagoga que ia para o Saúde Bucal não quis. Ela falou: Não, não quero, não me adapto com esse curso. Ela trabalhava com Administração e não quis. Ela queria o Ensino Médio. Nessa eu falei: Eu gostaria! Eu gostaria de trocar. Eu já estava acompanhando, porque a gente trabalha todas juntas. Sempre

acompanhei o trabalho delas nesse semestre inteiro, vendo como elas faziam, como elas trabalhavam com os professores, como elas faziam os documentos, sempre curiosa acompanhando. Aí chegou essa oportunidade e eu peguei”.

P2 “Quando eu comecei a trabalhar aqui em 2011, eu só peguei curso técnico e eu dei preferência por serem adultos, pois era Subsequente. Daí eles transferiram o Subsequente para o noturno e eu escolhi ficar com o Integrado. Eu gosto de pegar no 1º ano e seguir com eles até o 4º ano”.

P5 “No ano passado assumi como pedagoga da Edu Prof. e três meses depois a Coordenadora saiu para assumir um cargo na SEED. Então eu fiquei no cargo dela como Coordenadora dos cursos, pois como eu tinha experiência como professora da educação profissional desde 2013, a direção pediu para que eu assumisse a função. Foi bem desafiador, pois era uma nova forma de trabalho, mas contei com a ajuda dos professores, da direção e formamos uma equipe de trabalho. Eu gosto de trabalhar em equipe e acho que não tem que fragmentar”.

P6 Fonte: a autora (2017)

Os relatos obtidos por meio da questão 2 não nos causaram estranheza, uma vez que não há um critério pré-determinado pela SEED na ocasião da distribuição das vagas das pedagogas nas escolas que se destine a atuação na educação profissional, mas sim como já abordado nesta pesquisa, como pedagogo unitário. Dessa forma, o profissional pode optar por atuar em qualquer período/turno na escola, desde que haja disponibilidade de vaga, independente do nível ou modalidade de oferta de ensino.

Assim, em conformidade com os relatos das participantes P1 e P2, a opção por atuarem nos cursos da educação profissional não se deu por afinidade com a modalidade de ensino ofertada, ou mesmo por conhecerem o trabalho a ser desenvolvido com profissionais das diversas áreas que passam a atuar como docentes nas escolas, mas sim por questões voltadas à logística ou questões particulares.

Dentre as pedagogas entrevistadas 3 (três) relataram o fato de que “gostam” de atuar na educação profissional e que percebem que tem “afinidade” com essa modalidade de ensino. Esses são elementos importantes para uma prática pedagógica que caminhe na perspectiva do trabalho em grupo, da coletividade, da partilha e do exercício da criatividade no cotidiano escolar. Requisitos fundamentais para a formação dos sujeitos, que além dos conteúdos específicos de sua área de formação, precisam estar preparados para o mundo do trabalho.

Nesse sentido, Behrens (1996, p.119) nos aponta também para a abertura quanto à partilha dos saberes, sendo um elemento significativo na atuação dos pedagogos uma vez que:

A partilha dos saberes, nesse processo- o da investigação e da troca- necessita investimento na práxis como lugar da produção do saber e possibilidade de construção da “vida dos professores”. Sabe-se pela convivência no meio acadêmico que uma pedagogia que se proponha interativa e dialógica precisa levar em conta que o saber se constrói ao longo do ser professor e de sua experiência de vida pessoal e profissional. BHERENS (1996, p.119).

Para compreender melhor o trabalho desenvolvido pelas pedagogas que atuam na educação profissional, solicitamos que as mesmas relatassem experiências significativas que tenham vivenciado no campo desta modalidade de ensino, sendo relatado os seguintes apontamentos:

“Não tenho nenhuma experiência significativa, sempre faço meus atendimentos, eu acho o turno da noite bem parado, não sei se o pessoal vem mais cansado se... o que que acontece aqui são as Semanas do Administrador, que é bem legal, quando tem uma palestra, quando eles providenciam ali na educação profissional sempre vou assistir, gosto de ver, gosto de dar uma opiniãozinha pro coordenador, o que que valeu a pena o que que não valeu, sabe. Então é isso que eu faço basicamente”. (P1) “É muito interessante o comprometimento dos alunos. Os alunos do regular são mais infantis. Os do técnico são mais maduros... e tem a mesma idade! Mas eu não sei o que é que acontece ali no trabalho pedagógico, talvez, que eles ficam mais comprometidos, maduros, fazem trabalhos muito mais interessantes e parecem ter idades diferentes. Parece um pessoal mais comprometid!” (P3)

“Eu vejo os trabalhos, as oficinas que eles trabalharam nas semanas em que eles montam a empresa e fazem as demonstrações. Essa visão de trabalho poderia também ser introduzida no Ensino Médio”. (P4)

“Os trabalhos que temos desenvolvido com as turmas concluintes são muito especiais. As turmas de Administração desenvolvem o Plano de Negócios e eu acho muito importante esse trabalho. No ano passado nós fizemos uma equipe de professores para orientar os alunos, o que foi muito bacana, pois não ficou com um professor somente. Eles tiveram uma boa interação, os alunos se sentiram mais a vontade. Temos conseguido quebrar o estigma do TCC, pois é uma construção do conhecimento importante para o aluno, para a vida”. (P6)

Percebemos no relato das participantes da pesquisa uma relação bastante forte entre o amadurecimento emocional dos alunos e o trabalho, sendo este um

elemento de diferenciação entre os alunos do Ensino Médio Regular e do Ensino Médio Integrado. A experiência significativa relatada está relacionada à prática profissional, o que representa em suas descrições o sucesso do curso e da formação dos alunos.

É importante evidenciar que a educação profissional tem como objetivo a formação do sujeito na sua totalidade, considerando seus aspectos sociais, psicológicos, biológicos, emocionais, culturais e as condições materiais em que se inserem, destacando que a formação profissional é um dos elementos de formação dos mesmos, que contribuirá para a construção de sua identidade e sua relação com o mundo.

Corroborando com essa ideia, Corrêa (2005, p.135), evidencia que:

A complexidade dessa formação aponta para a importância de considera-la como um processo ético, político e cultural, que se fundamenta na compreensão da educação como uma prática social e cultural, como relações sociais entre seres humanos. Significa que as atividades educativas na escola não podem ter uma visão reducionista de transmissão de conhecimentos, desenvolvimento de competência e habilidades, mas o reconhecimento de que para a formação do trabalhador para as relações sociais de produção a escola tem que priorizar a sua constituição como seres humanos e sociais, englobando maneiras de viver, sentir e pensar.

A questão 04 da entrevista buscou elucidar qual a compreensão das pedagogas acerca da concepção e dos fins da educação profissional. Para levantar esta temática indagamos: O que é educação profissional para você?

No que se refere esta questão os participantes se pronunciaram em conformidade com o Quadro 10:

Quadro 10 – Concepção de Educação Profissional

MOTIVOS EXPLICITADOS PEDAGOGA

PARTICIPANTE DA PESQUISA

Categoria: mão-de-obra Total de

respostas: 01

“Eu vejo a educação profissional como uma mão- de-obra barata. Eu vejo que são pessoas que às vezes não tem a oportunidade ou não conseguiram talvez ou não pensaram em de repente fazer um curso superior e eles terminam o ensino médio e vem para os cursos técnicos. Mas eu vejo assim, que nós que temos o curso superior né nossa faixa de salário já não é tão gratificante, eu fico imaginando o pessoal do curso técnico”.

P1

Categoria: oportunidade Total de

respostas: 01

“É uma opção extra pra esse alunos, em especial aqui na região em que a agente trabalha que eles não tem muita perspectiva de dar

continuidade e fazer um curso universitário, pois eles tem que trabalhar. Então uma opção a mais pra eles no mercado de trabalho e também de gostar....muitos vem porque gostam, se identificam e a questão de muitos tem poucas oportunidades de fazer cursos, não tem muito dinheiro, e é uma oportunidade de fazer alguma coisa diferente e ainda de extra para o mercado de trabalho. Sempre conseguem estágio e eu acho muito bom, porque é um caminho a mais, Não só pensando no financeiro né? Também tem a questão pessoal. Muitos vem porque gostam, acho que talvez essa oportunidade eles não tenham na vida que eles levam aqui no entorno e a escola tem que oferecer o melhor”.

P3

Categoria: atender ao mercado Total de

respostas: 02

“Eu vejo que atende o mercado. O aluno procura o curso pra ele conseguir ingressar no mercado de trabalho. O Integrado vai atender também a questão de ingressar na faculdade, o vestibular, mas eu vejo bem que o aluno entra no curso visando o mercado de trabalho. Ele vai continuar, indo pra faculdade, mas eu vejo que procuram o curso técnico pra trabalhar, pra garantir uma colocação”.

P4 “Dar uma formação ao aluno para ele entrar no campo profissional, mais pra ele aprender até pra poder cobrar, por que antes eles tinham que saber para poder cumprir as exigências do mercado e hoje eu falo pra eles não... eles tem que saber porque se tiverem um funcionário, tem que saber fazer para ensinar e cobrar. Na perspectiva do gestor. Eu cobro que eles tem que saber fazer na hora do estágio, mas muito mais pra que quando estiver fazendo uma faculdade e abra uma pequena empresa ele também saiba ensinar o seu funcionário”.

P5

Categoria: formação diferenciada Total de

respostas: 01

“uma experiência muito boa e que os alunos saem com um diferencial. O que ainda não está legal é a fragmentação das matérias do ensino regular, a Matriz Curricular. Tinha que ter outro formato, ou carga horária integral, não sei. Mas por exemplo na disciplina de Arte, eles têm todo o conteúdo do Ensino Médio para ser trabalhado em apenas um ano. Biologia tem apenas nos dois últimos anos. Não sou favorável a essa fragmentação”.

P6

Fonte: a autora (2017)

A compreensão dos princípios e fundamentos que norteiam as práticas na educação profissional são elementos fundantes do trabalho pedagógico a ser desenvolvido no interior das escolas, uma vez que se trata de uma modalidade de ensino diferenciada, que aborda a formação integral dos sujeitos e suas relações com o trabalho e com a vida em sociedade como um todo.

Ao tomar consciência da importância do papel do pedagogo nesse contexto, como elemento e agente de transformação das práticas realizadas no contexto escolar, os profissionais envolvidos podem ser orientados em seu cotidiano e em processos de formação continuada promovidos pelas equipes pedagógicas, desenvolvendo uma tomada de consciência acerca dos fins da educação profissional e de sua importância na construção histórica dos alunos que dela fazem parte.

Ter clareza quanto às características, fundamentos e aos fins da educação profissional é crucial para que o trabalho pedagógico ocorra no interior das escolas com coerência teórica e com a certeza de que as bases teóricas estarão fundamentando a prática desenvolvida, uma vez que é diferenciada nesta modalidade de ensino.

De acordo com as participantes da pesquisa, é recorrente a vinculação da educação profissional com a ideia de formação enquanto “mão-de-obra”, “oportunidade” ou “atendimento ao mercado de trabalho”, demonstrando uma visão um tanto reducionista dos fins da educação profissional.

Apenas uma das participantes evidenciou a característica de “formação diferenciada”, apontando para a possibilidade de um currículo mais amplo, mas que atualmente ainda é fragmentado. Sobre esta questão, cabe destacar o que nos aponta Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005, p.167) quando definem o currículo integrado como:

(...) um currículo integrado pode ser compreendido como aquele próprio de todo o ensino médio, pois o objetivo não é a formação de técnicos, mas a formação de pessoas que compreendam a realidade e que possam também atuar como profissionais. Dessa forma, amplia-se o olhar para o ensino- médio (já posto pela LDB), assegurando que essa etapa da educação básica promova o “aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científico- tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina” (LDB n 9394/96).

Ainda sobre esta questão, perguntamos às pedagogas no item 5 da entrevista: Como é o seu dia-a-dia como pedagoga da educação profissional?

Este questionamento tinha como objetivo central, identificar práticas pedagógicas que estivessem voltadas às especificidades do campo da educação profissional, obtendo os dados exposto no Quadro 11:

Quadro 11 – Prática profissional na Educação Profissional

MOTIVOS EXPLICITADOS PEDAGOGA

PARTICIPANTE DA PESQUISA

Categoria: desconhecimento da função Total de

respostas: 01

“Eu chego na escola organizo o horário, vejo os professores que não estão na escola, que faltaram, faço adiantamento de aula, faço atendimento dos alunos e venho pra cá fazer as minhas coisas de trabalho e no intervalo