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Pentecostal ou Sectário?

T e n h o estado tanto aborrecido quanto preocupado com aqueles que usam as perversões do M ovim ento da Fé para meter um a cunha entre os pentecostais e os não-pentecos- tais.1 Tal postura é não só contraprodutiva, mas altamente di\ isora, pois o M ovim ento da Fé é inegavelm ente sectá- rio e isso independe de ele envolver práticas pentecostais ou não.

Faço questão de deixar claro que as questões discutidas neste livro não constituem um debate “caseiro” entre cren- les dedicados, sobre matérias tais como a perpetuidade dos dons espirituais. Tam bém não questiona se você deve falar em línguas ou se Deus ainda cura hoje em dia. Não versa sobre o método correto do batism o e nem conjectura se você é pré, mid ou pós-tribulacionista.

Q uero salientar que crentes sinceros e dedicados po- dem diferir em suas opiniões acerca de questões periféri- cas. Mas não podem fazê-lo quando se trata das doutrinas essenciais do cristianismo, que o distinguem das seitas. Quando se trata de questões com o a formação da fé, a natureza de Deus e a expiação de Cristo, deve haver uni- dade. E como Agostinho tão bem colocou a questão: “Nos

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essenciais, unidade; em não-essenciais, liberdade; e em todas as coisas, am or” .

Em sua m aior parte, os pentecostais e os não-pentecos- tais são unidos a respeito dos pontos essenciais da fé cris- tã. Suas diferenças primárias circunscrevem-se a pontos doutrinários não-essenciais. Em bora seja possível debater vigorosamente questões secundárias a respeito da fé, nun- ca deveríamos perm itir que elas servissem de pretexto para nos dividir.

Não é assim, entretanto, quando está em foco o Movi- mento da Fé; neste ponto devemos traçar um a linha divi- sória. O M ovim ento da Fé tem subvertido, basicamente, a própria essência do cristianismo, apresentando-nos tanto um Cristo como um cristianismo falsos. Portanto, fazer frente contra a teologia do M ovim ento da Fé não nos divide; pelo contrário, nos unifica.

É um grave erro associar o M ovim ento da Fé ao pente- costalismo. E realmente um absurdo que os mestres do M ovim ento da Fé tenham sido capazes de metamorfosear- se de pentecostais, assim prejudicando a reputação dum m ovim ento legítimo dentro do cristianismo evangélico.

Outrossim, é trágico que um certo núm ero de mestres não-pentecostais tenha se valido dos mestres da Fé para provar que o m ovim ento pentecostal está em decadência. De fato, alguns têm usado as vazias declarações dos mes- tres da Fé para rotular os pentecostais como zelosos, po- rém sem conhecimento, ou, entusiastas sem iluminação, ou, resumindo, espertos, mas sem conteúdo. Naturalmente, tais posicionam entos pecam contra a verdade.

Estamos preparados para cham ar um hom em com o o Dr. Gordon Fee, um dos mais notáveis eruditos bíblicos de hoje, de esperto, mas sem conteúdo? Haveríamos de dizer que o Dr. W alter Martin, fundador do Instituto Cris- tão de Pesquisas e pai da revolução m oderna contra as seitas, era um hom em que tinha zelo sem conhecimento? Estaríamos querendo realmente classificar Chuck Smith,

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pastor da Capela Calvário de Costa Mesa, Califórnia, e fundador dum dos maiores e mais eficazes movimentos cristãos da história moderna, com o alguém cheio de entu- siasmo, porém falto de iluminação?

Alguns dos pensadores de maior expressão e clareza hoje em dia são cristãos pentecostais: homens como o Dr. Paul Walker, da Igreja de Deus do Monte Parã, em Atlanta, Estado da Geórgia; o Dr. M ark Ruthland, da Assem bléia de Deus Calvário, em Orlando, Flórida; Elliot Miller, edi- tor jornalístico e autor de A Crash Course on the N ew Age

M ovem ent (“Em Rota de Colisão com o M ovim ento da

N ova Era”), considerado por muitos a publicação definiti- va sobre o assunto; Michael Green, notório autor e reitor de Santo Aldate, em Oxford; e George Carey, respeitável teólogo e arcebispo de Canberbury; e isso sem falar num a série de outros, igualmente proeminentes.

Outrossim, algumas das mais eruditas refutações ao m ovim ento e à teologia da Fé têm se originado no próprio meio pentecostal. Exemplos notáveis disso incluem as obras de W alter M artin,2 Gordon Fee,3 Dan M cConnell,4 Charles F a ra h ,5 E llio t M ille r,6 H. T erris N e u m a n 7 e D ale H. Sim m ons.8

Mas o que tem se mostrado especialmente trágico, en- tretanto, é que um a larga seleção de crentes, homens e mulheres (pentecostais ou não) estão endossando líderes

dentro do M ovimento da Fé. E incrível pensar que esse

sistema sectário tornou-se tão poderoso que cristãos, cré- dulos a perder de vista, tenham dado um a carta branca para os mestres da Fé divulgarem suas venenosas perver- sões doutrinárias diante dum público desavisado.

É particularmente difícil de entender como algumas editoras evangélicas não somente publiquem mas também defendam os ensinos sectários dos pregadores da Fé. Pior talvez é que programas radiofônicos e televisivos estão ansiosos por trazer a público alguns desses homens e mu- lheres, ao vivo e em cores, aos lares de milhões de espec­

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tadores, todos os dias. Se os cristãos não têm critério em publicar e prom over tais ensinos, nada os impede de lan- çar ao ar programas produzidos por seitas com o a Escola da Unidade do Cristianisno ou a Igreja da Ciência Religio- sa.

Anos atrás, quando a M oody Press percebeu que um de seus autores havia trocado o cristianismo pelo reino das seitas, im ediatam ente tirou seu livro de circulação. Pru- dentem ente recusaram -se a prom over um hom em cujos ensinos eram, pelo menos indiretamente, responsáveis pe- las trágicas conseqüências físicas de pelo menos noventa homens, mulheres e crianças.9

Em agudo contraste com isso, quando certas editoras e produtoras são avisadas acerca da teologia sectária de au- tores ligados ao M ovim ento da Fé, as tais im ediatamente se m obilizam em sua defesa.

Ficamos a perguntar onde estão os heróis da fé, aqueles que se dispõem a defender a integridade? Aonde foram parar aqueles hom ens e mulheres que, tal como os santos de antigamente, estão dispostos a enfrentar “o aço brandi- do do tirano, a ju b a rubra de sangue do leão, e as chamas dum milhar de m ortes” , para preservar a fé um a vez dada aos santos? Se cristãos se dispuseram a dar suas próprias vidas nos dias passados, não deveríamos estar dispostos a sacrificar nossas posições, plataformas e popularidade a fim de preservar a fé?

Estam os diante de um a crise no seio do cristianismo. M as ela não se deve a qualquer equívoco por parte do m ovim ento de renovação pentecostal. Antes, incide e sus- tenta-se sobre um a luta de vida e morte entre a ortodoxia e a heresia — entre o Reino de Cristo e o das seitas.

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