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Cristianismo Em Crise Hank Hanegraaff-EXCELENTE

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Academic year: 2021

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C94D

Um câncer está devorando

a Igreja de Cristo.

(2)

DIGITALIZADO POR:

PRESBÍTERO

(TEÓLOGO APOLOGISTA)

PROJETO SEMEADORES DA PALAVRA

VISITE O FÓRUM

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CRISTIANISMO

EM CRISE

Um câncer está devorando

a Igreja de Cristo.

Ele tem de ser extirpado!

H A N K H A N E G R A A F F

©

CB 4D

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Indice

R e c o n h e c im e n to s... 9

A n tes de C o m eç a r... 11

____________________ P A R T E I____________________ Transform ando a Verdade em M ito lo g ia...21

Ca p í t u l o 1 ELENCO DE PERSONAGENS... 31 Ca p í t u l o 2 SEITA OU SECTÁRIO?... 43 Ca p í t u l o 3 PENTECOSTAL OU SECTÁRIO?... 51 Ca p í t u l o 4 MAPEANDO O C U R SO ... 55 ___________________ P A R T E II___________________ F é na F é...65 Ca p í t u l o 5 A FORÇA DA F É ...71 Ca p í t u l o 6 A FÓRMULA DA F É ... 79 Ca p í t u l o 7 A FÉ DE DEUS... 93 Ca p í t u l o 8 O HALL DA FAMA DA F É ... 103

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4 Cristianism o em Crise H om en s e D em ô n io s D e ific a d o s?... 111 Ca p í t u l o 9 DEIFICAÇÃO DO HOM EM ... 115 Ca p í t u l o 10 REBAIXAMENTO DE DEUS ... 131 Ca p í t u l o 11 ENDEUSAMENTO SATÂNICO... 139 Ca p í t u l o 12 DIMINUIÇÃO DE CRISTO... 147 ____ ______ P A R T E I I I _______________ __________________ P A R T E I V ____________________ A tro cid a d es sobre a E x p ia ç ã o... 155

Ca p í t u l o 13 RECRIAÇÃO SOBRE A C R U Z ... 165

Ca p í t u l o 14 REDENÇÃO NO IN FERN O ... 175

Ca p í t u l o 15 RENASCIMENTO NO INFERNO... 181

Ca p í t u l o 16 REENCARNAÇÃO... 189

_______________ ? A R T E V____________________ L im ites entre R iqu ezas e N e c e ss id a d e s... 193

Ca p í t u l o 17 CONFORMIDADE CULTURAL... 199 Ca p í t u l o 18 CHANTAGEM E EXTORSÃO... 209 Ca p í t u l o 19 CONTRATOS E ACORDOS... 229 Ca p í t u l o 20 CONTEXTO, CONTEXTO, CONTEXTO... 235 __________ ________ PA R T E V I _ ____ A ch a q u es e S o frim e n to s...253 Ca p í t u l o 21 SINTOMAS E DOENÇAS ... 261 Ca p í t u l o 22 SATANÁS E AS ENFERMIDADES ..277 Ca p i t u l o 23 O PECADO E AS MOLÉSTIAS... 285

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Indice 5 __________ __ P A R T E V I I__________________ D e Volta ao B á s ic o... 303 Ca p í t u l o 25 A = AM ÉM ...311 Ca p í t u l o 26 B = BÍBLIA ... 319 Ca p í t u l o 27 C = CONGREGAÇÃO...331 Ca p í t u l o 28 D = DEFESA ... 339 Ca p í t u l o 29 E = ESSENCIAIS... 345 E p ílo g o...353 KENYON E OS PRINCIPAIS PROPONENTES DUM EVANGELHO DIFERENTE... 359 Ap ê n d i c e A : OS “UNGIDOS DE DEUS” ESTÃO ACIMA DA CR ÍTICA ?...395

Ap ê n d i c e B : APOLOGÉTICA: A DEFESA DA F É ...399

Ap ê n d i c e C: OS TRÊS CREDOS UNIVERSAIS...407

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Dedicatória

A Erwin de Castro — exemplo dum leigo que se esforça p o r servir a D eus de todo o coração, alma e mente.

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Reconhecimentos

Agradeço ao meu Pai celestial pela saúde, força e tudo o mais que me permitiu com pletar Cristianismo em Crise. É um a bênção poder contar com a assessoria e o apoio dum conselho cujas orações e encorajamento foram funda- mentais na consecução deste projeto.

Sou especialmente grato pelo discernimento e assistên- cia de Bob Lyle e dos pesquisadores do Christian Research Institute (CRI). (Nota da edição em português: O autor refere-se à entidade sediada nos EUA, à qual nos referire- mos a partir de agora como ICP - Instituto Cristão de Pesquisas). A gradeço igualm ente a Elliot M iller, Ron Rhodes, Ken Samples, Paul Carden, Brad Sparks e B. J. Oropeza, pela revisão crítica deste manuscrito, antes da sua publicação.

Adicionamente, meu reconhecim ento à incansável de- dicação do meu assistente, Erwin de Castro que, além do intelecto notável, é um amigo de confiança, perm anecendo do meu lado ainda nas horas mais difíceis.

Outros que m erecem ser m encionados são:

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1 0 Cristianism o em Crise

Berit Kjos, por seu discernimento, ajuda e principal- mente orações.

Rolly DeVore, pelo acom panham ento diligente de en- sinos provenientes do cham ado “m ovim ento da F é” (ele tom ou-se um especialista neste campo).

Kathis Delph, pelo desempenho datilográfico, quando a dorm ência me im pedia os dedos.

Ed Decker, por seu constante encorajamento e fiel apoio em oração.

Bob Hawkins e o pessoal da Harvest House Publishers, pelo apoio e corajosa dedicação à publicação deste volu- me.

Steve Halliday, porque emprestou suas habilidades edi- toriais a este projeto e pela noite inteira gasta para atender a um com prom isso de prazo marcado.

Gretchen Passantino, por seu trabalho editorial.

E, finalmente, agradeço à m inha esposa Kathy e aos nossos seis filhos — Michelle, Katie, David, John Mark, Hank Jr. e Christy - que dem onstraram notável paciência e compreensão, até o fim. David, em particular, fez-me saber que chegara o tem po de terminar, pela insistente pergunta: “Quantas páginas mais, papai?”

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Antes de Começar

Imagine que um a noite, já tarde, você em barque num avião para fazer o longo vôo entre Los Angeles e A tlanta.1 Dando um a espiada pelo interior da cabina, você nota que vários passageiros com eçaram a ler revistas ou jornais. U m hom em e sua esposa, na fileira da frente, dão curso a um a calm a conversação. Vários passageiros parecem estar olhando para o espaço, envolvidos num m undo de pensa- mentos. A lguns até j á com eçaram a dorm ir. V ocê se espreguiça sonolento e antecipa um a viagem q u ieta e pacífica.

Im ediatam ente antes da decolagem, porém, a calma subitamente se transform a em caos, quando seis crianças barulhentas e sua mãe em barcam no avião. E la se senta do outro lado do corredor e parece alheia à confusão causada. N ão somente seus filhos gritam e falam alto, mas tam bém parecem vacilar atordoadamente entre o riso nervoso e as lágrimas.

A ira e a irritação pintadas na fisionom ia de seus com- panheiros de viagem são óbvias. No entanto, ninguém parece disposto a fazer algum a coisa. Finalmente, você não consegue mais se conter. Inclinando-se na direção da

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12 CrisTianismo em Crise

mãe. balbucia: “M adame, poderia fazer algo com relação a seus filhos, por favor? Eles estão fora de controle! Não vê que as pessoas querem ler? Já é muito tarde e estamos cansados! Precisamos dum pouco de paz e silêncio!”

Com o se tivesse sido sacudida de volta à realidade, a m ulher olha direto para seus olhos e, com voz trêmula, responde: “Sim, sim, o senhor tem razão. Lamento, queira me desculpar! O senhor sabe, acabei de receber um recado dizendo que meu marido sofreu um terrível acidente de carro. Ele está em estado de com a e os médicos não sa- bem se viverá. Estou passando por tempos difíceis para mostrar-me à altura das circunstâncias e... e... não estou certa se meus filhos estão agüentando bem a pressão” .

Imagine com o se sentiria naquele momento! De repen- te, você percebe a realidade dum a perspectiva inteiramen- te nova. A irritação cede lugar à compaixão. Num instante você passa a ver aquela mulher e suas circunstâncias atra- vés dum novo par de lentes. Um a m acrom udança ocorreu em sua perspectiva, num microsegundo.

Precisamos exatam ente desse tipo de macromudança, agora mesmo, para evitar um a bem real e presente crise no cristianismo. Sem tal mudança, tanto na percepção quanto na perspectiva, a Igreja está em horrendo perigo. Permita- me explicar.

Nos últimos anos, multidões que professam o nom e de Cristo assumiram um a postura altamente distorcida em relação ao que significa, realmente, ser cristão. Talvez o mais alarmante é que milhões têm sido impedidos de levar a sério as reivindicações de Cristo porque percebem o cristianismo como algo negativo, e os líderes cristãos como artistas do contra.

Sob o pendão de “Jesus é o S en h o r” , m ultidões estão sendo ludibriadas por um evangelho de g anância e abra- çando doutrinas cuja origem é ineg av elm en te m ística. M as apesar de estarem convencidas de que o que ou- vem é a coisa real, na verdade estão abraçando um a

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A ntes de C om eçar 13

b arata contrafação. V erdades eternas, tiradas da P alavra de D eus, estão sendo pervertidas nu m a m itologia per- versa - e enquanto isso o cristianism o está despencan- do, a um a velocidade de q u eb rar o pescoço, num a crise de proporções nunca vistas.

Esta é um a acusação tremenda, eu sei - e compreendo que pode ser difícil de engolir. Portanto, para provar que não sou um alarmista, perm ita-m e dar-lhe algumas provas daquilo que você vai ler neste livro. As citações abaixo podem mostrar-se tão ultrajantes que pareçam fabricações; mas cada um a delas — juntam ente com cada outro exem- pio que há neste livro — foi cuidadosam ente autenticada. Estas citações têm caído diretamente dos lábios ou das penas dum punhado de homens e mulheres que se consi- deram profetas modernos. E são esses autoproclamados apóstolos que estão levando a Igreja a um reino de seitas. Mas não aceiíe apenas a m inha palavra quanto a isso:

“Satanás venceu Jesus na cruz” .

— Kenneth Copeland ‘‘Você não está olhando para Morris Cerullo - você está olhando para Deus, está olhando para Jesus” .

— M orris Cerullo “Nunca, jam ais, em tempo algum, vá ao Senhor e diga: ‘Se for da tua vontade...’ Não perm ita que essas palavras destruidoras da fé saiam de sua boca” .

— Benny Hinn “Deus precisa receber perm issão para trabalhar neste reino terrestre em favor do homem... Sim!

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14 C r im a n is m o em Crise

hom em detém o controle, quem deixou de exercê-lo? D eus” .

— Frederick K. C. Price “O hom em foi criado em termos de igualdade com Deus, e podia perm anecer na presença dele sem qualquer consciência de inferioridade” .

- Kenneth E. Hagin Conform e você verá, isso é apenas a ponta do iceberg. Se sistemas sectários ou ocultos, como o m ovim ento da N ova Era, representam a maior am eaça ao corpo de Cristo pelo lado de fora, o câncer mortal, representado por essas citações, constitui um a das piores ameaças ao cristianismo pelo lado de dentro. O verdadeiro Cristo e a verdadeira fé bíblica estão sendo rapidamente substituídos por alternati- vas doentias, oferecidas por um grupo de mestres que pertencem ao denom inado “M ovim ento da F é” .

Este câncer vem sendo alimentado por um a constante dieta que poderia ser cham ada de “cristianismo das refei- ções rápidas” — belas na aparência, mas fracas em substân- cia. Os provedores dessa dieta cancerígena têm utilizado o poder das ondas de rádio e televisão, bem como um a pletora de livros e fitas criteriosa e agradavelm ente emba- lados, a fim de atrair suas presas para o jantar. E os desavisados têm sido chamados a amar não o Mestre, mas aquele que está na m esa do Mestre.

Durante anos venho pregando sobre este assunto com u m a u rg ên cia dram ática. E m adição, lem bro-m e das incontáveis horas passadas com o Dr. W alter M artin (fun- dador do Instituto Cristão de Pesquisas - EUA), antes de sua morte, discutindo tal catástrofe e suas implicações para a fé cristã histórica.

Para evitar esta crise, precisamos m udar nossa percep- ção de Deus com o um meio para se chegar a um fim,

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A nte s de C om eçar 15

reconhecendo que Ele é o fim em si mesmo. Precisamos m udar dum a teologia baseada em perspectivas temporári-

as para um a teologia alicerçada sobre verdades eternas.

E, m esmo crendo que ocorrerão, é claro que tais mu- danças não serão fáceis. Os alimentadores desse câncer ocupam algumas das mais poderosas plataformas dentro do cristianismo. Controlam vastos recursos e sabem que perderão muitos milhões de dólares se desmascarados.

As apostas são tão altas que aqueles que estão fazendo o cristianismo m ergulhar num a crise parecem dispostos a fazer e dizer virtualmente qualquer coisa para silenciar a oposição e obter apoio financeiro.

Este livro esclarece as crenças de cerca dum a dúzia dos mais influentes “mestres da Fé” em evidência, hoje em dia. Apesar de que um núm ero bem maior de personalida- des poderia ser citado, quero enfocar a atenção sobre os que detêm m aior influência dentro do “m ovim ento da F é”. Os indivíduos que repetidam ente tenho citado são aqueles que tendem a determ inar os rumos do movimento, e que são os responsáveis pelo surgimento dum a hoste de imita- dores.

Visto que os mestres da Fé consideram -se parte dum movimento, em sua maioria não estão filiados a um a orga- nização religiosa monolítica. Por isso nem todos eles sus- tentam todas as doutrinas que serão exam inadas neste li- vro. Mas o espectro de falsos ensinos aqui aríalisados re- presenta, exatamente, o inteiro M ovim ento da Fé. Noutras palavras, nem todos os mestres da Fé têm exatam ente as m esmas crenças acerca de cada ponto doutrinário aqui apresentado, mas no conjunto defendem um âm ago co- m um de doutrinas aberrantes que os colocam, corretamen- te, dentro dos esboços gerais do M ovim ento da Fé.

Nem tudo quanto eles expõem está errado. Se nada prom ovessem senão o erro, suas audiências rapidamente se encolheriam até à insignificância. As vezes é possível assistir a quinze minutos dum “program a da Fé” e nos

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Cristianism o em Crise

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admirar da tam anha confusão a respeito deles, visto que nada podemos ver e ouvir digno de censura. M as é o que

ocorre no minuto dezesseis que deveria nos fa z e r tremer sobre os calcanhares, pois é o erro fa ta l misturado com a verdade que fa z o M ovim ento da Fé tornar-se tão perigo- so. Apesar de, supostamente, elevar o nome de Jesus,

lançam o Cristo bíblico no ridículo, substituindo-o por um a criatura resultante de sua própria imaginação.

Este livro, pois, enfoca sua atenção sobre os erros mor- tais do M ovim ento da Fé. Eu nada mais desejaria além de p a ssa r m eu te m p o p in ta n d o as p a isa g e n s frescas e verdejantes da verdade bíblica, mas quando um lobo fica vagueando pela paisagem é hora de guardar o pincel e pegar um instrumento diferente. Este livro tem uma preo- cupação principal: desm ascarar a heresia. Não gosto da tarefa, mas é preciso que seja feita. Recusar esse dever bíblico em favor de opções mais agradáveis é diminuir a pessoa de Cristo e desprezar a Igreja que ele comprou com seu próprio sangue. Não tive escolha senão escrever

Cristianismo em Crise.

M inha insistente oração é não somente que os leitores prestem atenção, mas que esta obra possa, dalgum a ma- neira, ser usada por Deus para efetuar uma m udança na- queles que ousam tom ar o sagrado nome de “cristão” so- bre seus lábios impuros, ausentes dum toque purificador da parte de Deus.

O título deste livro, Cristianismo em Crise, não é ne- nhum exagero. O câncer que ele expõe está atingindo seu estágio crítico, sendo espalhado com tal velocidade que garante o título do livro. Contudo, graças a Deus, acredito piamente que este é um câncer para o qual há cura.

Este livro não visa meram ente desm ascarar as trevas por meio da luz; seu papel é substituir a crise do atual cristianismo por um cristianismo centrado em Cristo. Não pretende apenas condenar as trevas, mas construir um fa- rol em meio à tempestade insurgente.

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A ntes de C om eçar 17

Eu tinha em mente três categorias de leitores quando me sentei para escrever este livro. Em primeiro lugar, meu coração se desdobra em favor daquela gente que foi enga- nada para unir-se ao M ovim ento da Fé - gente sincera no seu desejo de servir ao Senhor, mas que tem sido conduzida por um a vereda que conduz diretamente ao reino das sei- tas. Desejo desesperadam ente que esses crentes de valor vejam a verdade do Evangelho e troquem um a fé fingida pela autêntica — a fé que tem encorajado, nutrido e fortale- cido homens e mulheres por todos os dois mil anos de história da verdadeira Igreja cristã.

Em segundo lugar, escrevo para cristãos que professam uma fé bíblica, os quais podem estar ou preocupados ou confusos acerca do M ovim ento da Fé. Espero que este livro resolva para sempre quaisquer perguntas que você possa ter acerca da verdadeira natureza desse movimento, e se ele se adapta à consciência cristã. A resposta é: não se adapta. O M ovim ento da Fé é em tudo tão sectário como os ensinamentos dos mórmons, das Testem unhas de Jeová e da Ciência Cristã. Não merece um verdadeiro apoio cristão.

Em terceiro lugar, quero m ostrar claramente aos obser- vadores de fora da Igreja que o M ovim ento da Fé não representa o cristianismo bíblico. Nos poucos meses que precederam o lançamento deste livro mais de um mestre do M ovim ento da Fé foi desm ascarado em rede nacional pela televisão americana, por práticas e crenças duvidosas. Quero proclamar, em alto e bom som, que o Movimento da Fé há muito se desviou do cristianismo ortodoxo. Enfa- ticamente. esse movimento não representa os cristãos bí- blicos. Já temos um número suficiente de problemas; não podem os nos dar ao luxo de associar-nos às aberrações sectárias do M ovim ento da Fé.

Talvez a carga de responsabilidade que sinto ao escre- ver este livro seja melhor expressa por meio das advertên- cias de Pedro. Paulo e do Mestre por excelência, Jesus

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1 8 Cristianism o em Crise

Cristo. Tire um m om ento para ouvir as palavras deles, que reverberam através dos séculos.

• O apóstolo Pedro disse:

“A ssim com o no m eio do povo surgiram falsos profetas, assim tam bém haverá entre vós fa lso s

mestres, os quais introduzirão dissimuladamente

heresias destruidoras, até ao ponto de renega- rem o Soberano Senhor que os resgatou, trazen- do sobre si mesmos repentina destruição. E mui- tos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o cam inho da verda- de; também, movidos por avareza, farão comér- cio de vós, com palavras fictícias...” (2 Pe 2.1-3 - ARA).

· A essa advertência, acrescentou Paulo:

“E que, dentre vós mesmos, se levantarão ho- mens que falarão coisas perversas, para atraí- rem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lem- brando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós” (At 20.30,31).

• Ouça agora as palavras do próprio Cristo: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas que vêm até vós vestidos com o ovelhas, mas interi- ormente são lobos devoradores” (Mt 7.15).

Não constitui motivo de grande alegria soar o alarme, mas se faz necessário. Lam ento o dano espiritual já sofri- do por tantos e é m inha esperança que este livro venha a salvar pelo menos algumas ovelhas de Cristo dum terrível destino.

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Antes de C om eçar 1 9

Que Deus se digne em usar este livro não somente para desm ascarar os falsos mestres que estão transform ando a verdade em mitologia, mas tam bém para propor soluções a um cristianismo em crise.

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PARTE I

Transformando

a Verdade

em Mitologia

A h i s t o r i e t a q u e se s e g u e é u m a c o m p o s i ç ã o d o s e n s i n o s e r r ô n e o s d e i n d i v í d u o s c o m o B e n n y H i n n , K e n n e t h C o p e l a n d , K e n n e t h H a g i n , F r e d e r i c k P r i c e e m u i t o s o u t r o s . A p e s a r d e q u e n e m t o d o s o s m e s t r e s d a F é a s s i n e m c a d a a s p e c t o d e s t a h i s t o r i e t a , t o d o s e l e s t ê m f e i t o c o n t r i b u i ç õ e s s u b s t a n c i a i s t a n t o à p r o d u ç ã o q u a n t o à p r o l i f e r a ç ã o d e s s a s a b e r r a ç õ e s e h e r e s i a s .

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erta feita, há muito, muito tempo, num planeta distante,1 vivia um bom Deus. Ele era muito parecido com você e com igo2 — um ser que tinha entre 1,88 e 1,90 m etro de altura, pesava cerca de 90 quilos e cujo palm o media cerca de 23 centí- metros.

A sabedoria e o poder de Deus eram tão grandes que ele não só podia visualizar belas imagens, como transformá- las em realidade,3 utilizando-se dum poder especial chama- do a “força da fé” .4

U m dia, esse Deus teve um a tempestade mental e deci- diu usar a força da fé para criar algo soberbo e especial.5 Resolveu produzir um m undo novo inteiro, trazendo-o à existência.6 Esse m undo não seria um mundo antigo qual- quer; mas seria o mais fantástico m undo que se poderia imaginar. De fato, esse mundo tom ar-se-ia tão maravilho- so que conseguiria duplicar o Planeta M ãe no qual Deus vivia.7

Depois de visualizar cuidadosam ente cada detalhe de seu maravilhoso mundo, Deus entrou em ação. Liberando a força de sua fé com o um tom ado, fez o planeta vir à existência, falando, conform e o vira com os olhos da men- te.8E com o Deus ficou excitado! Olhando com amor para essa sua nova criação clássica, cham ou-a de planeta Terra.

M as isso foi somente o começo. De súbito, um a hoste de brilhantes novas idéias com eçaram a inundar a consci- ência criativa de Deus. Ele com eçou a visualizar vastos oceanos e fontes de água abundante. Ele viu m ontes m agnificentes e cam pos férteis. S ua m ente produziu lampejos de trovões e de relâmpagos. Plantas, flores e árvores irrom peram em rápida sucessão, através de seus pensamentos. Deus com eçou a visualizar um a vida repleta de pássaros e criaturas de todo tam anho e formato.

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Cristianismo em Crise 2 4

No entanto, havia muito mais para vir, pois após cinco dias de vividas visualizações, a mente de Deus moveu-se ainda para outra dimensão. No dia seis, no olho de sua mente, viu a jó ia coroadora da criação. Conforme os deta- lhes tom avam -lhe form a na mente, Deus de súbito se viu concentrado sobre um a exata duplicação de si m esm o.9

E assim Deus falou, e de repente, de dentro do solo primitivo do planeta Terra surgiu outro deus - um deus escrito com “d” minúsculo, mas que, não obstante, era um deus.״ ) Quando a imagem desse pequeno deus" tomava for- ma, Deus viu que se tinha ultrapassado a si mesmo, pois ali, perante seus olhos, estava de pé um outro deus - com um corpo igual ao seu, incluindo tamanho e formato.12

Finalmente, Deus tinha feito a coisa! Ele tinha pensado o impensável, e, mediante sua Palavra de fé, havia criado um a criatura que nem estava subordinada a ele.13

Mas que Deus ficou alegre não há que duvidar, porque agora dispunha dum com panheiro cuja natureza era idênti- ca à sua - um deus que podia pensar com o ele, ser como ele, e fazer quase (mas não exatamente) tudo quanto ele fazia. Assim, chamou essa cópia de “A dão” , e deu-lhe completo domínio e autoridade sobre a criação inteira.14 Essa criatura tinha tanto poder que seu Criador não podia fazer qualquer coisa na Terra sem primeiramente obter sua perm issão.15

Adão era, verdadeiramente, um superser! Podia voar como os pássaros e nadar submerso na água como um peixe. E isso não é tudo. M esm o sem um traje espacial, podia voar por todo o universo. De fato, com um simples pensam ento ele podia se transportar para a lua!16

No entanto, m esmo depois de haver criado um superser como Adão, Deus ainda não estava plenam ente satisfeito. De alguma maneira, simplesmente reconheceu que faltava uma peça no quebra-cabeças. Assim, pondo sua mente em ação. foi acometido de outra tempestade cerebral.

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T ransform ando a Verdade em M itologia 2 5

Com o se fora um raio, tudo lhe ocorreu. Adão fora feito à sua imagem, pelo que, com o era óbvio, na sua constituição era tanto fêm ea como macho. Portanto, por que não separar a parte macho da parte fêmea? Sem tem- po a perder, lançou-se à ação! Causando um sono profun- do a Adão, Deus o abriu, rem oveu a parte fêm ea da parte macho e fez um ser de beleza incomparável: a mulher - hom em com útero - e chamou o hom em dotado de útero de “Eva” .17

D essa vez, porém, Deus fora longe demais, pois trou- xera à existência os próprios seres que, um dia, haveriam de expulsá-lo do planeta novo que criara. Por incrível que pareça, aqueles superseres, algum dia, voltar-se-iam contra seu Criador, relegando-o à condição de maior fracasso de todos os tempos.

Pois como você deve compreender, longo tempo antes de Deus ter visualizado e trazido à existência o planeta Terra, criara ele um outro mundo cheio de seres chamados anjos. E um desses anjos era um ser de beleza e brilho de tirar o fôlego, a ponto de ter sido cham ado de “Lúcifer” , a Estrela da Manhã.

Lúcifer tinha grandes ambições. De fato, queria exercer controle sobre tudo quanto Deus havia criado; tornando-se exatamente igual ao Altíssimo. Ele tentou derrubar Deus com o poder das palavras, mas terminou perdendo.18 Por causa de sua traição, foi expulso do céu, passando a se cham ar “Satanás” , o opositor.

Atirado do Planeta Mãe, onde Deus vivia, Satanás veio parar na réplica que Deus trouxera pela palavra à existên- cia - a Terra, onde Adão e Eva viveriam um dia. Ali, ficou à espera dum a oportunidade para atacar a Deus no- vãmente.

E então, um belo dia, ela apareceu. Não muito depois que Deus trouxera Adão e Eva à vida, Satanás espiou-os de pé, despidos, no meio do jardim do Éden.

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2 6 Cristianismo em Crise

Instantaneam ente transformou-se num a serpente e, me- diante astúcia, enganou os dois pequenos deuses para co- m eterem traição cósmica. Pelo preço dum a m açã Adão e Eva venderam sua natureza divinizada a Satanás. E o dia- bo, através de Adão, tornou-se o deus deste m undo.19

Infelizmente, Adão e Eva não somente perderam sua condição de deuses, mas foram infundidos com a própria natureza de Satanás.20 A dão tornou-se a primeira pessoa a nascer de novo; “nascera” com a natureza de Deus e agora “nascia de novo” com a de Satanás.21

N um instante de inconsciência, o primeiro hom em e a prim eira mulher foram transformados de divinos para de- moníacos, tornando-se susceptíveis ao pecado, às enfermi- dades e ao sofrimento — e, o m ais importante de tudo, à m orte espiritual. De fato, o corpo de Eva (que original- m ente fora designada para dar a luz pelo lado) passou por um a transformação radical. Daquele m om ento em diante, ela e sua prole fem inina teriam filhos pela região mais baixa de suas anatom ias.22

A partir daquele m om ento crucial, Adão e Eva foram barrados do jardim do Éden, ao m esmo tempo em que Deus era banido da Terra. Satanás tinha agora direitos legais sobre a Terra e todos os seus habitantes.23 Deus foi deixado do lado de fora, buscando desesperadam ente um a m aneira de tornar a entrar.24

N um instante Deus tornara-se o m aior fracasso de to- dos os tempos. Não somente perdera seu anjo de maior vulto, e pelo menos um terço dos outros anjos, mas tam- bém o primeiro homem, a primeira mulher, a Terra e toda a sua plenitude!23

Mas Deus ainda não estava a ponto de atirar a toalha. Consciente de que precisava do convite do hom em para voltar à Terra, ele im ediatam ente entrou em ação. Depois de alguns milhares de anos, finalmente encontrou um ho- m em cham ado Abraão que aceitou ser a isca e tom ar-se o veículo pelo qual Deus, se tivesse sorte, algum dia poderia ganhar de volta o m undo que havia perdido.26

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Transform ando a Verdade em M itologia 2 7

Através de Abraão, eventualm ente um segundo Adão haveria de nascer, o qual, se tudo corresse de acordo com o plano, faria voltar ao hom em a sua natureza divina, e a Deus a sua boa Terra.

Abraão bem que poderia ter dito a Deus para passear “em outra freguesia” .27 Em lugar disso, porém, resolveu entrar no negócio de Deus. De fato, vieram a se tornar irmãos de sangue.28 Forjaram um acordo que daria a Abraão saúde e riquezas, e que reconquistaria para Deus uma posição no m undo por ele criado.29 O plano de Deus era fazer de Abraão o pai de todas as nações, e produzir, dentre seus descendentes, outro Adão, que reconquistaria o torrão perdido pelo primeiro.

Em consonância com sua Palavra, Deus fez de Abraão um hom em m uitíssim o rico. Em seguida, um a vez mais, retornou à prática da visualização. Por sua mente passa- ram imagens dum Adão inteiramente novo - um hom em que, um dia, haveria de restaurá-lo a seu lugar correto no universo e banir para sempre o seu arqui-rival, Satanás, do reino.

E então aconteceu! Um dia, a im agem desse Salvador surgiu na mente de Deus. Sem um m om ento de hesitação, ele começou a falar e trouxe à existência o quadro do Redentor que havia pintado na tela de sua consciência.30 Excitado, confessou positivamente: “O M essias está vin- do, o M essias está vindo!”31

Enquanto o Espírito de Deus pairava sobre um a mulher jovem cham ada Maria, a confissão com eçou a tom ar for- m a diante de seus próprios olhos.32 A Palavra falada tor- nou-se pernas, braços, olhos e cabelo. E então, de repente, emergiu o corpo do segundo A dão.33

O segundo Adão foi chamado de Jesus. N a qualidade de descendente de Abraão, Jesus foi rico e próspero. Vivia num a casa grande,34 m anuseava dinheiro grosso35 e até usa- va roupas da m oda.36 Era tão rico que precisava dum te- soureiro para cuidar de todo o seu dinheiro.37

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2 8 Cristianism o em Crise

Jesus, que era muito sábio para fazer coisas virem à existência, falando,’8 mostrou a seus discípulos como do- m inar a arte da confissão positiva.™ Assim sendo, eles tam bém desfrutaram de saúde e riqueza ilimitadas. Alguns de seus seguidores aprenderam tão bem a lição que se tornaram ricos acima de qualquer compreensão. O apósto- lo Paulo, por exemplo, tinha tanto dinheiro que os oficiais do governo trabalhavam febrilmente na tentativa de obter dele algum suborno.4“

Jesus também venceu todo truque e tentação que Sata- nás lançara-lhe no decurso de sua caminhada. Embora nunca tivesse apregoado ser Deus, obteve êxito quanto a viver uma vida sem pecado e perfeita.41 Dito e feito, Jesus passou pelo teste onde o primeiro Adão fracassara.

E então, no viço de sua vida, Jesus entrou num jardim - muito parecido com o Éden, onde o primeiro Adão deixara de ser deus. Neste jardim , cham ado Getsêmani, Jesus percorreu os estágios finais dum processo que have- ria de transformá-lo dum hom em imortal num ser satâni- co42 permitindo-lhe, por sua vez, recriar os homens como pequenos deuses,43 os quais, por isso m esmo, não continu- ariam sujeitos ao látego do pecado, das enfermidades e do sofrimento.44

Com o parte do processo, Jesus teria de morrer dupla- mente na cruz, tanto espiritual quanto fisicamente. Se a m orte física tivesse sido suficiente, os dois ladrões sobre a cruz poderiam ter expiado os pecados da hum anidade.43 Não, a chave real foi a morte espiritual e o sofrimento no inferno.

U m dia, sobre um a cruz cruel, o Cristo de cristal - modelo de virtude - foi transform ado num endemoninha- do contaminado. O cordeiro tornou-se um a serpente46 e foi parar no próprio ventre da Terra. Ali chegando, foi tortu- rado por Satanás e seus subordinados.47 E todo o inferno riu-se.48

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Transform ando a Verdade em M itologia 2 9

Mal sabia Satanás, porém, que o último riso seria por causa dele. Pois da m esm a form a que Adão caíra na arma- dilha de Satanás, no Éden, agora Satanás tinha caído na armadilha de Deus, no inferno.49

Com o você deve estar vendo, Satanás tinha se rebenta- do em cim a dum a tecnicidade. Ele havia atraído Jesus ao inferno ilegalmente,50 esquecendo-se completamente de con- siderar que Jesus nunca havia, realmente, pecado. Torna- ra-se pecado em resultado da culpa alheia. Para seu des- gosto, Satanás e suas hostes demoníacas haviam torturado o emaciado, exaurido, apequenado e verminoso espírito de Cristo sem direitos legais.51

Essa era exatamente a abertura pela qual Deus vinha esperando. Aproveitando a brecha, Deus proferiu suas pa- lavras cheias de fé até os interiores da Terra. De súbito, o distorcido e emaciado espírito de Jesus começou nova- mente a tufar e voltou à vida, com eçando a parecer-se com algo nunca antes visto pelo diabo.52

Ali, na presença sinistra do próprio maligno, Jesus co- m eçou a flexionar seus músculos espirituais. Enquanto a horda de demônios lamuriantes a tudo contemplava, Jesus chicoteou o diabo em seu próprio quintal. Arrancou as chaves das mãos de Satanás e emergiu do inferno como um hom em que havia nascido de novo.53

Deus havia conquistado a taça das eras. Não somente enganara Satanás, arrancando-lhe o senhorio, ao usar Je- sus com o isca, mas tam bém o havia apanhado num a tecnicidade, através do que Jesus pôde nascer de novo.

Mas isso ainda não é tudo. Visto que Jesus foi recriado dum ser satânico para uma encarnação de Deus, você tam- bém pode tornar-se um a encarnação divina - tal qual Je- sus Cristo de N azaré!54E, como encarnação de Deus, pode ter saúde e riqueza ilimitadas - um palácio como o Taj Mahal, com um Rolls Royce defronte dele.55 E você pode se considerar um pequeno messias percorrendo a Terra!36

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3 0 Cristianism o em Crise

Tudo quanto se faz m ister agora é reconhecer a sua própria divindade. Você tam bém pode aproveitar-se da força da fé. N unca mais terá de orar: “Seja feita a Tua vontade” .57 Antes, sua palavra é um a ordem divina.58 Usan- do sua língua para liberar a força da fé, você poderá falar e trazer à existência o que d e se ja r.59 E poderá viver feliz para sempre, depois disso, neste planeta de prosperidade.

□ □ □

Bem, aí está — a casca da verdade recheada de mons- truosas m entiras! O que você acaba de ler é um a composi- ção dos escritos e das divagações dos mais poderosos mestres que operam no centro da Igreja cristã atual - pessoas que têm transformado, sistematicamente, a verda- de de Deus em mitologia.

O que você descobrirá, enquanto continua a leitura, é tão arrepiante que sua inclinação natural será para a des- crença ou m esmo a negação. Mas lhe asseguro que aquilo que estou comunicando aqui não se baseia em exageros ou sensacionalismo. Antes, trata-se dum testemunho doloro- samente acurado e com pletam ente documentado.

Portanto, prepare-se, enquanto descemos para o terreno das seitas.

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Elenco de

Personagens

T a l v e z o melhor pomo para começarmos nossa inves- tigação seja um breve exame dos principais mestres da mensagem da Fé. E importante observar que a parte cen- trai de sua teologia pode ser traçada diretamente a partir dos ensinos sectários da metafísica do Novo Pensamento. E muito da teologia do Movimento da Fé é facilmente perceptível em seitas tais como Ciência Religiosa, Ciência Cristã e a Escola da Unidade do Cristianismo.

Muito antes do M ovim ento da Fé tornar-se-.uma força dominante dentro da Igreja cristã, Finéias Parkhust Quimby (1 £02-1866), o pai do Novo Pensamento, j á divulgava a noção de que a enfermidade e o sofrimento, em última análise, têm sua origem no pensam ento incorreto.1 Os se- guidores de Quimby afirm avam que o hom em pode criar sua própria realidade através do poder da afirm ação (can- fksüo) positiva:‘ Profissionais da metafísica há muito vi- nham ensinando seus adeptos a visualizarem a saúde e a riqueza, e então afirmá-las e confessá-las com suas bocas, a fim de que as imagens intangíveis pudessem ser trans- formadas em realidades tangíveis.־'

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Cristianism o em Crise

3 2

Em bora os proponentes da teologia da Fé tenham ten- tado ajustar à religião o conceito metafísico do “poder da m ente” , substituindo-o pela “força da fé” , para todos os propósitos práticos a distinção é inócua, visto não haver um a diferença verdadeira. Para exemplificar, o escritor do N ovo.Pensam ento, W arren Felt Evans, escreveu que “a fé é a form a mais intensa de ação m ental” .4 Ao tratar um paciente, Evans com entou que “o efeito da sugestão [ou afirmação de que o paciente está bem] é o resultado da fé do sujeito, pois é sempre proporcional ao grau em que o paciente acredita no que você diz” .5 De igual modo, H. Emilie Cady, um bem conhecido colaborador da Escola de Unidade do Cristianismo Charles e M yrtle Fillmore, expli- cou que “nossa afirmação, escudada pela fé, é o elo que conecta nossa necessidade hum ana consciente com seu [de Deus] poder e suprimento” .6 Cady tam bém asseverava que “há poder em nossa palavra de fé para trazer todas as coisas boas até nossa vida diária”.7 Tais afirmações de- monstram que a distinção entre a “m ente” da metafísica e a “fé” da teologia da Fé é de modo algum mais do que cosmética.

Não há com o negar que grande parte da teologia da Fé deriva-se diretamente da metafísica. Mas algo da substân-

cia, estilo e esquemas próprios do m ovim ento pode ser

oriundo dos ensinos e práticas primariam ente expressos por certos milagreiros e reavivalistas da fé, após a Segun- da Guerra Mundial, que atuaram dentro de círculos pente- costais.8 N o tocante à substância, por exem plo, tanto Kenneth Copeland quando Kenneth Hagin apontam para T. L. Osborn e W illiam Branham com o verdadeiros ho- mens de Deus que influenciaram grandemente suas vidas e seus ministérios. Naturalmente, o próprio Osborn seguia consistentem ente E. W. Kenyon, em suas práticas de distorção das Escrituras,9 e Branham tinha denunciado (en- tre outras coisas) a doutrina da Trindade como de origem diabólica.1״

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E le n c o de P e r s o n a g e n s

Infelizmente. Hagin e Copeland não estão sozinhos na confirmação dos dizeres de Branham: o proponente da Fé, Benny Hinn, também o aprova de todo o coração." Quan- do se trata do estilo, porém. Hinn gravita mais na direção dos milagreiros da fé como Aimee Semple McPherson e Kathryn Khulman. A influência dessas mulheres sobre a vida e o ministério de Hinn é tão grande que ele continua visitando seus locais de sepultamento e experimenta "a unção" que, segundo afirma, em ana dos ossos delas.12 Em adição, Hinn tem dado seu endosso ao notório reavivalista A. A. Alien.13 um publicitário da fé se é que podemos chamá-lo assim.

Isso nos leva ao terceiro item, os esquemas. Os mestres da Fé, como Robert Tilton e Marilyn Hickey, têm abraça- do muitas práticas inicialmente adotadas por pregadores pentecostais tais como Allen e Oral Roberts, conforme veremos adiante.

Oral Roberts, como você deve saber, é quem afirmou ter Jesus dito a ele que Deus o escolhera para descobrir um tratamento efetivo contra o câncer. Num longo apelo, Roberts admitiu francamente que o Senhor lhe teria dito: “Eu não teria permitido que você e seus associados cons- truíssem uma torre de pesquisas com 20 andares a menos que estivesse para lhes dar um plano contra o câncer". Roberts então disse que Jesus o instruíra para dizer a seus associados que não era "Oral Roberts pedindo [dinheiro], mas o Senhor deles".14

(O projeto chegou a ser completado, mas desde então foi “fechado e vendido a um grupo de investidores para desenvolvimento comercial".1" E não foi encontrada ne- nhuma cura para o câncer.)

Igualmente. Alien ludibriou seus seguidores ao afirmar que podia dar ordem a Deus para ”transformar notas dum dólar em notas de 20 dólares".1׳'T am bém se tornou conhe- cido por exortá-los a obter "roupas de oração ungidas com o óleo m ilagroso"17 e por oferecer "o miraculoso creme de

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3 4 Cristianism o em Crise

barbear das tendas” como pontos de contato para milagres pessoais.18 Chegou m esmo a “lançar um breve program a de ‘ressurreição de m ortos’” .19 Mas, naturalmente, o pro- gram a morreu.

Alien foi eventualm ente expulso das Assembléias de Deus quando teve de pagar fiança, depois que foi preso por estar dirigindo em briagado.20 M orreu em 1970 daquilo que “notícias reportaram com o cirrose hepática” .21

Quando exam inam os os provedores primários da teolo- gia da Fé, deparamo-nos com provas vivas da m áxim a que “o erro gera o erro, e a heresia gera a heresia” . Se, por exemplo, você exam inar a progressão sectária de E. W. Kenyon, descobrirá que seus desvios originais do cristia- nismo ortodoxo foram pequenos, em comparação com aque- les que caracterizaram os estágios posteriores de seu mi- nistério. E, conforme os discípulos de Kenyon se sucedi- am, os erros tornaram-se ainda mais pronunciados. Hagin, que popularizou Kenyon, não somente expandiu os erros de Kenyon, mas até adicionou alguns. Sua progressão de mal para pior teve continuidade com pessoas como Kenneth Copeland e Charles Capps e vem se intensificando através de líderes ministeriais com o Frederick Price, Benny Hinn e Robert Tilton.

Textos distorcidos, milagres forjados e Cristos contra- feitos são denom inadores comuns do elenco de persona- gens do M ovim ento da Fé. Eis um breve apanhado, * com informações resumidas sobre cada pessoa que aparece nos capítulos subseqüentes e no epílogo, num a seção especial intitulada “Kenyon e os Principais Proponentes dum Evan- gelho D iferente” .

” Pelo fato desta seção constituir apenas um a prévia, as transcrições não são form alm ente docum entadas. Todas elas aparecerão mais adiante no livro, >ob forma expandida, sendo am pla e incondicionalm ente referendadas pela j;:ação das fontes.

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Elenco de P ersonagens 3 5

Essek William Kenyon

Essek W illiam Kenyon, cuja vida e m inistério sofreram tremendo impacto de seitas como Ciência da Mente, Esco- la da Unidade do Cristianismo, Ciência Cristã e a metafísica do N ovo Pensamento, é o verdadeiro pai do m oderno Mo- vimento da Fé. Muitas frases popularizadas pelos atuais mestres da prosperidade, com o “o que eu confesso, eu p o ssu o ” , foram o rig in alm en te cunhadas po r K enyon. Kenneth Hagin tomou em prestado pesadam ente da obra de Kenyon, incluindo sua declaração que diz: “C ada ho- m em que nasceu de novo é um a encarnação [divina], e o cristianismo é um milagre. O crente é tanto um a encarnação quando o era Jesus de N azaré” .

Kenneth E. Hagin

Não somente Hagin jacta-se de alegadas visitas ao céu e ao inferno, mas tam bém conta numerosas experiências fora do corpo.

Conta que, estando no meio dum sermão, foi subita- mente transportado de volta no tempo, indo parar no as- sento de trás dum carro onde viu um a jovem da sua igreja com etendo adultério com o motorista. A experiência intei- ra durou cerca de quinze minutos, após o que Hagin abrup- tamente se viu de volta à igreja, e exortou seus congrega- dos a orarem.

Virtualmente, todo mestre da Fé importante tem sofri- do o impacto do ministério de Hagin, incluindo um de seus pupilos mais importantes, Kenneth Copeland.

Kenneth Copeland

Copeland deu início ao seu ministério m em orizando as mensagens de Hagin. Não dem orou muito para aprender o bastante de Hagin e estabelecer seu próprio sistema sectá- rio. Dizer que seus ensinos são heréticos é um a exposição suavizada. Copeland pronuncia ousadam ente Deus com o o

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3 6 C ristianism o em Crise

m aior fracasso de todos os tempos, proclam ando atrevida- mente que “Satanás venceu Jesus na cruz” . Descreveu Cris- to no inferno com o “um espírito em aciado, exaurido, apequenado e verminoso".

Mais sobre os ensinos de Copeland e suas conexões ocultas são docum entados adiante neste livro, incluindo paralelos entre ele e o fundador do m ormonism o, Joseph Smith. A despeito das evidências, Benny Hinn advertiu em tom am eaçador que “aqueles que atacam Kenneth Copeland estão atacando a própria presença de Deus".

B e n n y H in n

Benny Hinn é uma das estrelas de mais rápido cresci- mento no circuito da Fé. De acordo com um artigo na revista Christianity Today, em edição de 5 de outubro de 1992, as vendas de seus livros, no último ano e meio, ultrapassaram as de James Dobson e Charles Swindoll juntos. Ao m esmo tempo em que reivindica estar “sob a unção”, Hinn tem proferido algumas das mais inacreditáveis declarações que se possa imaginar, incluindo a reivindica- ção de que o Espírito Santo lhe revelara que as mulheres haviam sido originalmente constituídas para dar à luz pelo lado de seus corpos.

A despeito de fatos tão absurdos quanto ultrajantes, Hinn tem conseguido obter larga aceitação e proeminência dentro da igreja cristã evangélica. Sua plataforma, na Trinity Broadcasting Network, bem como a prom oção favorecida por editores evangélicos que não seguem um a linha dou- trinária ortodoxa, têm-no alçado a uma condição de inegá- vel estrelato.

Quer fale da história de sua família ou de seus encon- tros com o Espírito Santo, suas histórias raramente se harmonizam com os fatos. Um caso a destacar são as milhares de curas reivindicadas por ele. Recentemente ele me enviou três exemplos - presum ivelm ente o primor da

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Elenco de P ersonagens 3 7

sua colheita - como prova de seu poder como operador de milagres. Um dos casos envolveu um hom em supostamen- te curado de câncer no cólon. Um a pessoa ingênua nas lides médicas, ao ler o relatório patológico, bem poderia ver a nota de “sem evidência de m alignidade” , e mesmo assim ser enganada. O consultor médico do Instituto Cris- tão de Pesquisas, entretanto, observou que o tum or do cólon em questão fora removido cirurgicamente, em vez de ser curado milagrosamente! Os outros dois casos tive- ram problemas com paravelm ente sérios.

Frederick K. C. Price

Frederick Price é o mais notável dentre um certo nú- mero de pregadores da prosperidade de origem afro-ame- ricana. Sua igreja em Los Angeles atualmente afirma pos- suir cerca de 16 mil membros. Ele é visto nacionalmente pela televisão e tem se referido a si m esmo com o “o principal expoente do Nom eie-o e Reivindique-o” . Price tem adicionado suas próprias distorções à teologia da Fé, asseverando que Jesus assumiu a natureza de Satanás an-

tes da crucificação, e que a oração do Pai Nosso não se

destina aos crentes de hoje. Apesar de dizer a seus segui- dores que não permite enfermidades em seu lar, sua espo- sa foi acom etida de câncer na área pélvica. Referindo-se às suas possessões materiais, diz que a razão pela qual dirige um Rolls Royce é que está seguindo os passos de Jesus.

John Avanzíni

John Avanzini é considerado por seus parceiros de Fé como um a insuspeitável autoridade em questões de econo- m ia bíblica. A verdade, entretanto, é que sua autoridade presta-se a separar pessoas pobres do pouco dinheiro que possuem. Sempre que os mestres da Fé precisam de di- nheiro, inevitavelmente cham am por ele. Arm ado dum a série de truques que distorcem a Bíblia, costuma falar, de

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3 8 Cristianism o em Crise

m odo insuspeito, que “alguém maior do que a loteria che- gou. Seu nom e é Jesus!”

Conform e diz, se Jesus era rico, também devemos sê- lo. Ele im agina Cristo num a im agem de espelho dele mes- mo - vestido dos pés à cabeça com roupas de alta costura, um a casa grande e um elenco missionário rico e bem financiado. Pensar diferente disso, afirma, impede os cren- tes de colher a prosperidade determ inada por Deus.

Avanzini passa por toda um a gama de ensinos que m ostra às pessoas com o meter a mão nas “riquezas dos ím pios” até aquilo que poderia ser m elhor descrito como seu “ludibrio cem vezes dobrado” . Quando se trata de tirar dinheiro do povo de Deus, poucos podem atingir a eficá- cia de John Avanzini, exceto, talvez, Robert Tilton.

R obert Tilton

Robert Tilton atingiu seu ponto m áximo com o pesca- dor de fundos ao criar um m étodo de arrecadação* enfocando o tem a do sucesso na vida. Tudo aconteceu quando ele viajou para o Havaí, em busca de alguma iluminação da parte do Senhor. Diz Tilton: “Se tiver de ir à cruz, que seja num lugar bonito, não num a região poei- renta como Jerusalém, onde o que tem é muita, muita pedra” . Enquanto descansava num a exótica região selva- gem (por ele cham ada de deserto), “percebeu que sua m issão era persuadir os pobres a dar o que pudessem a ele — o delegado de Deus - para que fossem abençoados” .

Certo dia, Tilton sintonizou-se com os “infomerciais” de Dave Del Dotto, que explora o ramo imobiliário. O resto é história. U sando o que viu com o paradigma, ele construiu um império que recolhe nada menos que 65 milhões de dólares por ano.

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M as agora parece que seu império tende a se encolher rapidamente, em meio a relatórios de escândalos e a um bom número de ações na justiça (informações adicionais mais adiante). Ao responder a acusações de que as cartas de pedido de oração que ele prom ete responder term inam sendo jogadas fora, debochou: “Deitei-me tanto no alto daqueles pedidos de oração que os produtos químicos en- traram na m inha corrente sangüínea e acabei tendo dois derrames cerebrais sem graves conseqüências” .

Se isso não é ultrajante o bastante para você, continue a leitura.

M arilyn Hickey

Marilyn Hickey, de m odo muito parecido com Tilton, em prega um a larga gam a de táticas para que seus seguido- res lhe enviem dinheiro. Entre seus muitos chamarizes há roupas de oração ungidas, estolas cerimoniais e cordinhas que podem ser usadas com o pontos de contato. N um a de suas cartas de apelo, ela promete que dorm irá num a estola cerimonial, “pressionando seus pedidos de oração contra o peito” e “colocará suas petições nos ombros dela” — tudo em troca dum a doação sugerida.

Em sua maior parte, os ensinos de Hickey são reciclados à base de outros pregadores da prosperidade, tais como Tilton, Hagin e Copeland. Sua m ensagem é condim entada por expressões típicas do jargão da Fé com o “a fé do tipo de D eus” , “confissão atrai possessão” e “receber segue-se ao ato de dar” .

Charles Capps

Charles Capps foi ordenado, por Kenneth Copeland, ministro da Convenção Internacional de Igrejas e Minis- tros da Fé. Deriva seus ensinos diretamente de Kenneth Hagin. Essa perigosa combinação tem levado Capps a fa- zer algumas das mais blasfemas declarações do M ovim en­

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4 0 C ristianism o em Crise

to da Fé. Ele chegou ao ponto de ensinar que Jesus é produto da confissão positiva de Deus. A conclusão lógica a que levam suas declarações acerca da encarnação é a negação da própria preexistência de Cristo. Ironicamente, no m esm o capítulo onde com unica essa heresia, ele escre- ve: “Se você se expor continuamente a um ensino errado, o espírito do erro ser-lhe-á transm itido” .

Os ensinamentos de Capps variam desde a blasfêmia até o ridículo. Para exemplificar, ele afirma que se alguém disser: “M orro de vontade de fazer algo” ; “Isto é de mor- te!” ; ou: “Estou morrendo de rir” tais declarações acaba- rão se tornando verdadeiras.* De acordo com Capps, é precisam ente por isso que os membros da raça hum ana agora vivem somente cerca de setenta anos, em lugar dos novecentos de Adão.

J e r r y S a v e lle

Jerry Savelle tem feito sua fortuna imitando virtual- m ente todos os mestres da Fé previam ente identificados. Sua maior reivindicação à fama, entretanto, deriva de sua habilidade em imitar K enneth Copeland.

Savelle associa-se a toda heresia do M ovim ento da Fé. No tocante à saúde, jacta-se de que as enfermidades e as doenças não podem entrar no seu mundo. Quanto às rique- zas, diz que as palavras têm o poder de fazê-las aparecer. Atualmente, vende suas fitas gravadas e livros para 36 países, à média espantosa de 300 mil cópias por ano.

M orris Cerullo

Morris Cerullo afirma que desistiu da impulsiva ambi- ção de se tornar governador do Estado de N ova Jérsei, para ser ministro do Evangelho. Testem unha ter tido seu primeiro encontro com Deus aos oito anos de idade. D es­

* No original, expressões com o “ I ’m ju st dying to do that” e "That just tickled m e to dea th ” .

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Elenco de P ersonagens 41

de então, sua vida tem se constituído de experiências as mais relevantes, um a após outra. Diz que foi ensinado por rabinos da mais alta envergadura, tirado dum orfanato ju- daico por dois seres angelicais, transportado ao céu para um encontro face a face com Deus, e que lhe fora dito que seria capaz de prever o futuro.

C erullo, com o dissem os no início, é o m estre da Fé que se jacto u : “V ocê não está olhando para M orris C erullo — você está olhando para D eus, está olhando para Je su s” . (Nos capítulos seguintes você verá m ais sobre essa e outras reivindicações). N o u tra ocasião, ele afirm ou que D eus o estava orientando a dizer: “E ntregai a m im as vossas carteiras, diz D eus, e deixai-m e ser o Sfenhor do vosso dinheiro... Sim, sede obedientes à mi- nha v o z ” .

Paul Crouch

Paul C rouch e sua esposa, Jan, são os fundadores da

Trinity B ro a d ca stin g N e tw o rk (TB N ), que atualm ente

tem um a rede calcu lad a em m eio bilhão de dólares. E conform e C rouch diz pessoalm ente: “D eus, na verdade, deu-m e a voz m ais p o d e ro sa da histó ria do m u n d o ״ . Infelizm ente, essa voz presta-se a pro ferir ensinos cuja p ro ced ên cia não é outra senão o reino das seitas. A influência de C rouch tornou-se tão vasta que pode le- vantar nada m enos que 50 m ilhões de dólares num úni- co program a. O que m uitos cooperadores da T B N não sabem , no entanto, é que parte desse dinheiro é desvia- do para p ro m o v er o sectarism o de grupos e indivíduos que não som ente negam a T rindade, m as tam bém afir- m am que essa crença crucial do cristianism o é um a doutrina pagã. E realm ente irônico que um a rede de radiodifusão cham ada “T rin d a d e ” {Trinity), dedique-se a prom o v er doutrina antitrinitariana.

A respeito daqueles que falam contra os ensinos falsos difundidos por sua rede de radiodifusão, ele diz o seguin­

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4 2 Cristianism o em Crise

te: “Penso que estão condenados e a caminho do inferno; e acredito m esmo que não há redenção para eles” . Pouco depois de me encontrar com Crouch para provar que o M ovim ento da Fé com prom ete doutrinas cristãs essenci- ais, ele apareceu diante das câmeras de televisão e decla- rou encolerizado: “Se vocês querem criticar Ken Copeland por sua pregação sobre a fé, ou papai Hagin, saiam da minha vida! Nem ao menos desejo falar com vocês ou ouvi-los. N ão quero ver seu rosto carrancudo. Saiam da minha presença, no nom e de Jesus” .

Tristemente, refere-se à m ensagem da Fé como “um reavivam ento da verdade... restaurada por alguns poucos homens valorosos” .

Conclusão

Tragicamente, esses difusores do erro têm obtido êxito em enganar seus seguidores com um a m ensagem que soa autêntica mas, na realidade, não passa de contrafação. Eles apontam para as Escrituras, produzem “m ilagres” e ope- ram sob a bandeira de “Jesus é o Senhor” .

Mas medite nas palavras do próprio Senhor Jesus, quan- do proclamou: “M uitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos dem ônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nun- ca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.22,23).

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Seita ou Sectário?

/ I i n d a que o M ovim ento da Fé seja inegavelmente sectário - e que grupos particulares dentro do m ovim ento sejam nitidamente seitas - deve-se salientar que existem

muitos crentes sinceros e nascidos de novo dentro desse movimento. Não posso exagerar ao enfatizar esse ponto

crucial. Esses crentes, em sua m aior parte, mostram-se totalmente alheios à teologia sectária do movimento.

Tenho encontrado pessoalm ente diversas pessoas que- ridas que se enquadram nessa categoria. Não questiono sua fé nem sua devoção a Cristo. Eles integram aquele segmento do M ovim ento da Fé que, por algum a razão, não com preenderam nem internalizaram os ensinamentos heréticos apresentados pela liderança de seus respectivos grupos. Em muitas instâncias, são novos convertidos ao cristianismo que ainda não se firm aram bem na fé. Mas nem sempre é este o caso.

Lem bro-m e com grande gosto, por exemplo, da afini- dade compartilhada comigo por duas senhoras que partici- param do m eu program a de treinamento para evangelismo pessoal, em Atlanta, Estado da Geórgia. A cada ano, elas trabalhavam, diligente e fielmente, treinando membros de

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4 4 Cristianism o em Crise

igreja para serem testemunhas eficazes do Evangelho. Eram tão dedicadas a Cristo com o qualquer pessoa cristã; e. no entanto, davam seu fiel apoio a Kenneth Copeland e Kenneth Hagin. Ainda posso relem brar as conversações que tivemos, em 1985, acerca deste tópico. E o que se destaca mais vividamente em m inha mente é a honesta convicção delas de que esses homens não ensinavam o que eu afirmava que faziam.

Por anos seguidos, tenho recebido centenas de cartas de pessoas dentro do M ovim ento da Fé que depois reco- nheceram estar completamente alienadas das piores here- sias com que estavam sendo alimentadas - indivíduos que deixaram o seguinte testemunho: “Enquanto não percebi a evidência com meus próprios olhos, não me dispus a en- frentar a questão” . Por essarazão, devemos tom ar o cuida- do de julgar a teologia do M ovim ento da Fé, antes que sejamos seduzidos por ela.

O que Constitui uma Seita?

O próprio Cristo, em seu magnífico Sermão da Monta- nha, nos ensinou a não julgarm os baseados na justiça pró- pria ou m ovidos pela hipocrisia. Com o frágeis mortais, só vemos as coisas pelo lado de fora; é Deus quem discerne os intuitos do coração (cf. 1 Cr 28.9; Jr 17.10).

Tendo dito isso, perm ita-m e no entanto reiterar que aqueles que, com consciência, aceitam a teologia da Fé, estão claramente abraçando um evangelho diferente - na realidade, nenhum evangelho. Nunca nos esqueçamos que as Escrituras nos admoestam, enfaticamente, a testar todas as coisas através da Palavra de Deus, apegando-nos ao que é bom (1 Ts 5.21; cf. At 17.11). Conform e nos exorta Judas, devemos batalhar diligentemente pela fé (Jd 3).

À altura em que estiver terminando a leitura deste li- vro, você se verá face a face com um a documentação detalhada que demonstra, conclusivamente, que muitos dos

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Seita ou Sectário? 4 5

grupos dentro do M ovim ento da Fé não passam de seitas. Portanto, precisamos com preender exatamente o que que- remos dizer com o vocábulo “seita” . Para os propósitos desta obra, enfocarei duas maneiras primárias em que um a seita pode ser definida.

Em primeiro lugar, pode ser definida por uma perspec-

tiva sociológica. De acordo com o sociólogo J. M ilton

Yinger, “o termo é usado de muitos modos diferentes, normalmente com as seguintes conotações: dimensão re- duzida, busca por algum a experiência mística, falta de e s t r u t u r a o r g a n i z a c i o n a l e a p r e s e n ç a d u m líd e r carism ático” .' Em sua maior parte, os sociólogos têm ten- tado evitar tons negativos em suas descrições de seita - para os de dentro, a visão é outra. O m esm o não pode ser dito, no entanto, acerca do público como um todo, impeli- do pela mídia.

De acordo com o observador de religiões J. Gordon M e lto n , a d é c a d a de 1970 v iu o s u r g im e n to de “antisectaristas seculares” que “com eçaram a falar em ‘sei- tas destrutivas’, grupos que hipnotizavam ou promoviam um a form a de lavagem cerebral nos seus adeptos, destruí- am sua capacidade de fazer juízos racionais e os transfer- m avam em escravos do líder do grupo” .2 Seitas dessa vari- e d a d e são v is ta s ta n to c o m o e n g a n a d o r a s q u a n to manipuladoras, pois sua liderança exerce controle sobre virtualmente cada aspecto da vida dos membros. Outros- sim, os convertidos são tipicamente cortados de todas as suas associações anteriores - incluindo parentes e amigos — e espera-se deles que prestem a mais com pleta devoção, lealdade e com prom isso à seita.3 Exem plos de seitas consi- deradas socialm ente destrutivas variam desde os Hare Krishnas, passando pela Igreja da Unificação, do Reveren- do Sun M yung Moon, até à Família do Amor, liderada por "M oisés” David Berg (Mo).

A segunda form a de definir um a seita é mediante a

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4 6 Cristianism o em Crise

rada um grupo pseudocristão. Com o tal, a seita reivindica ser cristã, mas nega uma ou mais das doutrinas essenciais do cristianismo histórico; essas doutrinas enfocam ques- tões com o o significado da fé, a natureza de Deus, a pessoa e a obra de Jesus Cristo. O professor Gordon Lewis, do Seminário Denver, assim sumariou um a seita, afirman- do que é:

Qualquer m ovim ento religioso que reivindica o apoio de Cristo ou da Bíblia, mas distorce a m ensagem central do cristianismo mediante (1) algum a revelação adicional, e (2) deslocando algum a doutrina fundamental da fé em virtude dum a questão secundária.4

O fundador do Instituto Cristão de Pesquisas (nos EUA), W alter Martin, acrescentou que “um a seita tam bém pode ser definida com o um grupo de pessoas reunido em tom o dum a pessoa específica ou da m á representação dum per- sonagem bíblico” .5 Dum ponto de vista teológico, a con- cepção de seita inclui organizações com o a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a Worldwide Church

o f God, a Sociedade Torre de V igia e a Igreja da Ciência

Religiosa.

Um a característica primária das seitas em geral consis- te em tirar textos bíblicos de seus contextos, criando pre- textos em favor de suas perversões teológicas.6 Em adição a isso, as seitas têm se apropriado, e de form a bem criati- va, da terminologia cristã, ao mesmo tempo que derramam seus próprios significados nas palavras.7 Para exemplificar, apesar de que praticam ente todas elas pregam e louvam o nom e de “Jesus” , seu Jesus é ridiculamente diferente do Jesus da fé cristã histórica. E como o próprio Jesus Cristo colocou a questão; a verdadeira prova de fogo é: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15 - ARA).

Referências

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