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3. ABORDAGENS SOBRE CONSUMO MIDIATIZADO E ESTRATÉGIAS

3.1 Considerações acerca do consumo feminino no ambiente virtual: características,

3.1.1 Percussores da moda e sua contribuição para o mercado fashion

Ao fazer referência ao termo “moda”, umas das primeiras associações que fazemos é aos desfiles de roupas, com modelos magras e esbeltas, andando sobre passarelas e mostrando ao público as novidades da coleção que chegará às lojas nos próximos meses. Em todos os lugares do mundo, esses eventos são disputados,

62 Site Nielsen.com. Panorama do comportamento do consumo e estilo de vida das mulheres

brasileiras. Disponível em: https://www.nielsen.com/br/pt/insights/article/2019/panorama-do- comportamento-de-consumo-e-estilo-de-vida-das-mulheres-brasileiras/. Acesso em: 02 out.2019.

concorridos e recebem sempre muita atenção da mídia, seja em São Paulo, no Brasil, ou mesmo em Paris, na França.

Existem muitas definições para a palavra “moda”. No entanto, a que a atribui “como um fenômeno social de caráter temporário que descreve a aceitação e a disseminação de um padrão ou estilo pelo mercado consumidor até a sua massificação e consequente obsolescência como diferenciador social” (VASCONCELOS,2005, p. 03 apud TREPTOW, 2003, p.27) é a mais coerente com este trabalho, que versa principalmente sobre a moda de roupas e acessórios femininos.

Do latim “modus”, a palavra moda significa costume, maneira ou comportamento. Para entender a moda e sua importância social e mercadológica, é necessário fazer um resgate histórico e captar a sua influência em diversas gerações, desde as antigas civilizações até os dias atuais. Para muitos estudiosos, o surgimento das vestimentas está relacionado à necessidade do ser humano de se proteger do frio, da chuva ou do calor.

A utilização das roupas remonta a 600 mil a.C. Dada as escavações, foram encontradas agulhas feitas de ossos, em que eram feitas roupas utilizando pele animal. Além da proteção do frio e calor, os nossos ancestrais também se protegiam das pedras e dos espinhos. Incialmente, as roupas tinham esse viés de proteção apenas. Com o passar das gerações, foram ganhando novas funcionalidades.

Figura 14: Acessórios simbolizam poder e status aos faraós egípcios

Fonte: Site Etiqueta Única, 2019

Na Mesopotâmia, com o surgimento da tecelagem, a roupa era enrolada ao corpo e era possível manter a cor original ou tingi-las com cores diversas. Já no Egito, as roupas

caminhavam junto com a identidade. Era possível, a partir das vestimentas, definir quem era quem na sociedade egípcia. Os faraós se distinguiam dos demais por não utilizarem ornamentos. A calda de um leão e um falso cavanhaque abaixo do queixo eram os dois símbolos do poder. Já na civilização romana, a toga dos magistrados era utilizada para demonstrar poder e soberania.

A diferenciação das roupas masculinas das femininas aconteceu no início do século XIV. Das peças do vestuário feminino se destacavam os vestidos, utilizados somente por mulheres, acadêmicos e membros da igreja, enquanto que o masculino era composto por calças apertadas. Em seguida, começaram a querer evidenciar seus corpos: homens usando roupas para evidenciar seus ombros e as mulheres, as cinturas.

Séculos depois, temos uma maior definição do mercado de moda. O primeiro ateliê da alta-costura surgiu em Paris, em 1858. Seu fundador, o estilista inglês Charles Frederick Worth, é considerado o “pai da alta-costura”. Ele é conhecido também por substituir a crinolina pela anquinha, uma espécie de armação utilizada para dar volume aos quadris e nádegas femininas. A silhueta dos modelos de Worth dominou a chamada Belle Époque63.

A Primeira Guerra Mundial exerceu uma grande influência na história da moda. A guerra em si e o luto consequentemente desencadearam mudanças no vestuário feminino, principalmente. As roupas das mulheres assumiram tons mais sóbrios. Com o passar dos anos, as roupas femininas foram adquirindo novos estilos e roupagens, década a década. Para entender melhor, a seguir foi feito um resumo das principais décadas e seus maiores influentes.

Na década de 1920, o nome de maior representatividade para a história da moda foi Gabrielle Bonheur Chanel, fundadora da grife Chanel, considerada a estilista símbolo da mulher moderna. Sua relação com a moda começou em 1910, enquanto funcionária de uma loja de chapéus. Em pouco tempo, Coco ou Chanel, como era conhecida por seus amigos, virou proprietária de duas lojas de chapéus e roupas. Uma delas mantém, até hoje, seu endereço localizado no nº 31 da Rue Cambon da Maison Chanel, em Paris.

O “black dress”, ou pretinho básico, um vestido preto do tecido crepe com mangas compridas e justas, foi criação de Coco Chanel. A ousadia na criação da peça se deu em virtude da cor, uma vez que o preto estava associado ao luto e dessa forma pouco utilizado

63 A Belle Époque é uma expressão francesa que significa “bela época”. Foi um período de cultura cosmopolita na história da Europa que começou no final do século XIX e durou até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

na alta-costura. Tal peça é do senso comum, está presente em quase todos os guarda- roupas femininos devido a sua versatilidade.

Na Segunda Guerra Mundial, a moda era tida como um assunto sem importância. Sem evidência, a loja Chanel passou a comercializar apenas perfumes e acessórios. Peças como o cardigã, vestido preto e acessórios de pérolas, símbolos da grife Chanel, passaram a figurar apenas no início dos anos 1950 e viraram peças atemporais. Da mesma forma que a Primeira Guerra Mundial, a Segunda influenciou diretamente o vestuário feminino. Roupas e calçados de cores sóbrias, influenciados pelos uniformes dos soldados, voltaram a vestir as mulheres da época.

Ainda em consequência da guerra, nos Estados Unidos, em 1946, surgiu o conceito ready-to-wear, que definia a produção em larga escala, possibilitando que um modelo de roupa assumisse diversas numerações. Anos depois, a França adotou a ideia e transformou no conceito do mundo da moda, definido como prêt-à-porter64. O primeiro a criar uma coleção prêt-à-porter foi Pierre Cardin, em parceria com a loja de departamentos parisiense, Printemps.

A proposta era inovadora: os clientes entravam nas lojas, escolhiam suas roupas e numeração e as levavam para casa, após o pagamento. Tal modelo foi difundido em vários países do mundo. Na atualidade, o mercado da moda, em especial do vestiário, se estabeleceu assim. De lojas de departamentos a boutiques, as peças são dispostas nas vitrines e nas gôndolas. A consumidora escolhe, prova e compra, tudo ao mesmo tempo. Outro nome com igual destaque no pós-guerra foi o do estilista Christian Dior. O lançamento da coleção “Carrole”, em 1947, teve um grande impacto, uma vez que foram apresentadas peças como a saia na altura do tornozelo, vestidos com maior volume, saias rodadas, ombros à mostra e modelos que definiam a cintura feminina. O principal objetivo do estilista era regatar a elegância do vestuário feminino, perdida em tempos de guerra.

Foi atribuída ao estilista a responsabilidade pelo renascimento de Paris pós-guerra e por ter colocado a cidade no centro da moda internacional. Christian Dior utilizava em suas criações tecidos extravagantes que chamavam bastante atenção e agregavam unicidade a sua marca. Em 1952, aos 52 anos, o mundo fashion foi surpreendido com a morte do estilista. O estilista Yves Saint Laurent assumiu o cargo de diretor artístico da

64 A expressão foi instituída por J. C. Weill e marcou uma fase da indústria da moda na Europa: produzir industrialmente roupas com preços acessíveis, sem perder a identidade da moda e das últimas tendências. Neste momento, a alta-costura assumiu um novo papel ao se perpetuar como tradição e luxo.

Democratização da moda: o advento do prêt-à-porter. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-

marca, que permaneceu no cargo por apenas 3 anos, porém deu uma grande contribuição, dentre elas: a Linha Fuso de 1957.

Em 1960, a moda passou a ser utilizada para demonstrar um estado de espírito. A proposta era ter um desprendimento dos padrões comportamentais e do estilo das décadas passadas. As peças do vestuário que remetiam à sobriedade começaram a ser substituídas por roupas mais largas, peças em jeans, listradas, jaquetas, calças de boca fina influenciadas por astros do rock, como Elvis Presley, e atores de Hollywood, como James Dean e Marlon Brando. A banda inglesa Beatles também teve uma grande influência.

O período é igualmente associado na história pelo fato dos jovens não se vestirem mais de forma idêntica aos seus pais. Foi nessa proposta que surgiu a minissaia no guarda- roupa feminino. Criada pela inglesa Mary Quant e pelo francês André Courréges65, a peça foi associada à juventude e à revolução sexual. Personalidades famosas também foram destaques na época: Jean Seberg, Audrey Hepburn e Natalie Wood foram alguns nomes de maior referência na moda para as mulheres.

Figura 15: Minissaias femininas da década de 1960

Fonte: Revista Santatêxtil, 2019

O filme Bonequinha de Luxo66 apresentou ao público novidades e tendências da moda, como o vestido preto da atriz principal. Nesta mesma época, além da minissaia, as

65A moda nos anos 60 e sua influência no vestuário atual. Disponível em: https://www.santatextil.com.br/noticia/a-moda-nos-anos-60-e-sua-influencia-no-vestuario-atual. Acesso

em: 06 out. 2019.

66 A atriz Audrey Hepburn atuou como a personagem principal do filme Holly Golightly. Um dos fatores que tornaram a participação da atriz de forma destacada foi seus figurinos elaborados por Hubert Givenchy, estilista da grife que leva seu sobrenome, e Edith Head. Um dos principais modelos do vestuário foi um

calças chamadas de cigarretes67 ganharam destaque. O ano de 1965 é marcado pela coleção de um dos inventores da minissaia, o francês André Courrèges. Além da peça que marcou a época, botas brancas, vestido de corte reto e a calça Saint Tropez – de cintura baixa e evidenciando o umbigo – compuseram a coleção do estilista. A década de 60 foi igualmente marcada pelas roupas unissex, a exemplo do smoking feminino, criado pelo estilista Yves Saint Laurent, em 1966.

Emilio Pucci68, considerado o “príncipe das estampas”, também contribuiu para a história da moda. Com peças coloridas de inspiração psicodélica com abstração, cores, escalas cromáticas e uma tendência aos pintores do Renascimento, ele fez sua marca obter um grande espaço, tanto na moda quanto na decoração. Ele também é lembrado por ter lançado, em 1960, as peças conhecidas como “cápsulas” que eram conjuntos em nylon, elástico e seda.

O movimento hippie69 também teve uma grande parcela de contribuição para a moda dos anos 1960. Os jovens passaram a usar os cabelos longos e soltos, as roupas eram compostas por batas indianas, saias longas e calças estilo boca de sino. O festival de música de Woodstock, ocorrido em 1969, contribuiu para a popularização do movimento contracultura da época. A fase mais radical da moda dos anos 60 ficou a cargo do estilista Paco Rabanne. Em 1967, ele lançou uma coleção com inspiração espacial: peças de argola de metal e discos de plástico estavam presentes.

Os anos 1970 também tiveram influência do movimento hippie, assim como o cenário musical da época: a androginia, o punk e a discoteca foram alguns dos estilos que se pronunciaram nas ruas. O movimento punk, nascido em Londres em 1976, que se opunha à sociedade de consumo, inspirou muitos estilistas a fazerem peças e acessórios

vestido “tubinho preto”, considerado por muitos como um clássico. O filme foi dirigido por Blake Edwards e foi vencedor de 2 Oscars: trilha sonora e canção original. LEAL, Carla Marinho. Os figurinos de Audrey

Hepburn em Bonequinha de Luxo (1961). Disponível em: https://cinemaclassico.com/figurinos/os-

figurinos-bonequinha-de-luxo-1961/. Acesso em: 05 out. 2019.

67 A calça cigarrete possui um comprimento da calça comprida. O modelo faz com que a barra termine no tornozelo. Os modelos de calças que toda mulher deve ter. Disponível em: https://www.etiquetaunica.com.br/blog/os-modelos-de-calcas-que-toda-mulher-deve-ter/. Acesso em: 06 out. 2019.

68 Nascido em Nápoles, em 1941, de uma família nobre italiana, Emilio Pucci tinha o título de Marquês de Barsento. Estudou Sociologia nos Estados Unidos e foi piloto da Aeronáutica Italiana. Os seus primeiros modelos de roupas foram desenhados para si mesmo. O primeiro traje criado para outra pessoa foi uma roupa de esqui para uma amiga que colocou a vestimenta em evidência. SANTA CONSTANCIA site.

Perfil de Emilio Pucci. Disponível em: http://santaconstancia.com.br/noticias/perfil-de-emilio-pucci/.

Acesso em: 07 out. 2019.

69 Processo que teve origem nos Estados Unidos, impulsionado por músicos, artistas e intelectuais, conquistou adeptos do mundo inteiro, ávidos a atacar o sistema, ou seja, uma sociedade produtora de guerras, violência, miséria e angústia. A origem do termo deriva da palavra “hipster”, utilizada para classificar ativistas do movimento negro. ABRANTES, Beatriz. Movimento Hippie: entenda tudo sobre contracultura de 1960! Disponível em: https://www.stoodi.com.br/blog/2018/08/13/movimento-hippie/. Acesso em: 05 out. 2019.

utilizados por seus simpatizantes. As roupas eram feitas com tachas, camisas grafitadas, roupas pretas de couro, coturnos e alfinetes. Os principais seguidores, no início do movimento, eram os jovens desempregados e estudantes.

A década também foi marcada pela presença de estilistas de diversas nacionalidades: Calvin Klein (Estados Unidos), Jean Paul Gaultier (França), Claude Montana (França), Kenzo (Japão), Giorgio Armani (Itália) e Ralph Lauren (Estados Unidos) que contribuíram para a internacionalização da moda.

A excentricidade e a teatralidade da moda ficaram a cargo do glam rock70, que surgiu no começo da década de 70, na Grã-Bretanha, e após 1976 com o movimento da discoteca nos EUA. Nessa época, apareceram as lantejoulas, o brilho e glitter collants justos. Elton John e Marc Bolan eram alguns nomes representativos do movimento. A androginia do cantor David Bowie, que usava roupas desenhadas pelo estilista japonês Kansai Yamamoto, contribuiu para o estilo glam rock.

As peças eram os sapatos plataformas, mullets tingidos a mão, vestidos com estampas, echarpes de plumas e blusões de lantejoulas, além de pinturas corporais e faciais. A música latina, o funk e o soul foram os estilos musicais do apogeu do movimento da discoteca. Apareceram os tops “tomara que caia” de lantejoulas e as blusas halter neck de lurex; as calças justas passaram a ser vendidas em diversas lojas.

Figura 16: Jovens do Movimento Punk da década de 1970

Fonte: Site Uptadeordie, 2019

70 O movimento ganhou visibilidade com a formação da banda T-Rex, liderada pelo vocalista Marc Bolan. Ele adotou um visual de brilhos, cores fortes, plumas, maquiagem e cabelos armados e longos. Também usou o chapéu denominado cartola. O vocalista se tornou o maior ídolo do rock’n’roll inglês e os jovens começaram a copiar seu visual exagerado. Era o inicio de um novo movimento chamado de androginia, ou seja, sem gênero. TIME, Modices. Glam Rock e sua influência para o mundo da moda. Disponível em: https://www.modices.com.br/moda/glam-rock-influencia-moda/. Acesso em: 07 out. 2019.

Para o cinema, a influência do filme “Os embalos de sábado à noite”, que teve como protagonista o ator John Travolta, disseminou o estilo discoteca nas ruas juntamente aos tecidos elásticos sintéticos, vestidos de spandex e sapatos de salto alto usados com meias curtas nos corpos das mulheres. A marca inglesa Swanky Modes confeccionava peças sensuais em lycra. Com o surgimento do movimento punk, o glam rock e a androgenia foram substituídos.

O berço do fenômeno punk rock foi Londres, apesar da corrente musical ter surgido nos EUA, mais precisamente em Nova York. Eram características desse movimento as músicas altas e de tom agressivo, e as roupas com a mesma proposta. Indignação, autoexpressão e experimentação davam o tom ao movimento. A banda Sex Pistols se destacou nesse contexto, usando roupas que geravam grande curiosidade, compostas por peças como “camisa anarquia”, “camisetas destruição”, “calças bondaje” e “trajes de carrasco”.

As peças foram propagadas pela loja Sex, cujos donos eram Vivienne Westwood e Malcolm MacLaren. As cores predominantes nessas peças eram o vermelho, preto, branco, rosa fluorescente e azul. A estampa xadrez também aparecia nas roupas. A temática da estilista era voltada para os urbanos modernistas e a história celta.

Com a chegada da década de 1980, a palavra “extravagante” adjetivava as ombreiras, sobreposições, o vinil e as diferentes cores. Na época, os jovens passaram a consumir em grande quantidade as peças dos renomados estilistas. No vestuário feminino, as peças de alfaiataria e ternos com ombros marcados tiveram destaque. A saia longa, até então associada à ingenuidade da mulher, passou a representar poder e liberdade.

Com a popularização do terno, a empresa alemã Hugo Boss conquistou grande prestígio internacional, produzindo roupas de trabalho e uniformes. A marca também é associada ao primeiro uso de merchandising, sendo utilizada uma peça com sua etiqueta a mostra no seriado de televisão Miami Vice. Outros seriados, como Dallas e Dynasty, apresentavam atores com figurinos extravagantes.

Considerada como a década do exibicionismo social, os anos 80 também foram marcados pela exibição, feita por atrizes, de acessórios caros, como a bolsa de luxo. Em paralelo, existia o movimento do hip hop71. Roupas em tecido kent eram muito comuns

71O hip-hop é um movimento cultural que surgiu no bairro do Bronx, em Nova York. É resultante dos confrontos e trocas culturais entre os negros norte-americanos, jamaicanos e porto-riquenhos. PINHO, Osmundo. Hip-Hop, Cultura. Disponível em: http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/h/hip-hop-cultura. Acesso em: 07 out. 2019.

na cultura africana; e o verde, preto e amarelo eram as cores mais utilizadas nas roupas esportivas difundidas pelo movimento.

Já a década de 1990 é marcada pela diversidade. A partir dessa época, estilos diferentes e composições conviviam juntos. Jeans coloridos e blusas estilo “segunda pele”, além de calças e bermudas largas e camisas xadrez, sob a influência do visual Grunge72, eram as mais utilizadas.

Além da influência do campo musical, a década foi marcada pelo retorno de peças dos anos 60 e 70, releituras muito comuns no universo fashion. Nos anos 2000, peças dos anos 70 voltaram a figurar entre os preferidos do público feminino: calças de cintura alta, jeans rasgados, camisas xadrez e óculos redondos, caracterizando o movimento da moda, cujas tendências vão e voltam em outras estações com novas roupagens.

A moda é um produto intangível e, como qualquer produto, tem ciclo de vida. Seu começo é feito com o lançamento, passa pelo consenso, depois vem o consumo e a massificação, e em seguida o desgaste. Em si, ela é autodestruidora. Após o surgimento de uma nova moda, com cores, conceitos e inspirações diferentes, a primeira cai em desuso e total obsolescência. A cada novo lançamento, o ciclo de vida é acionado e o processo começa novamente.

Figura 17: Ciclo da moda e estilo

Fonte: Site Audaces, 2019

72 O grunge é considerado um subgênero do rock alternativo. Surgiu no final dos anos 1980, em Washington, EUA. Teve inspirações no hardcore punk, heavy metal e indie rock. SANCHES, Luciana. O

movimento Grunge: origem e curiosidades. Disponível em: https://www.omelete.com.br/musica/o-

A figura acima demonstra o ciclo de vida de produtos que ficam entre duas categorias: modinha e clássicos73. São os produtos que entram com bastante força no mercado, mantém-se durante uma temporada e logo tende a perder território para outros produtos. Há possibilidade de retorno, no entanto, com certo distanciamento da primeira.

3.1.2 A busca pela adequação dos padrões de beleza no universo feminino e seus