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Perfil demográfico e profissional dos respondentes

No documento Perfis de carreira da geração Y (páginas 109-115)

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 Perfil demográfico e profissional dos respondentes

Neste item será descrito o perfil demográfico e profissional dos respondentes que compuseram a amostra analisada utilizando-se a estatística descritiva, para organização, sumarização e descrição dos dados.

A amostra é composta por respondentes nascidos entre 1982 e 1994, mas 83% nasceram entre 1984 e 1990, ou seja, tem idade entre 22 e 28 anos. A idade média é de 25 anos.

Tabela 1 - Ano de nascimento e idade dos respondentes

Ano de Nascimento Idade aproximada Número de Respondentes %

1982 30 44 2% 1983 29 178 7% 1984 28 216 9% 1985 27 264 11% 1986 26 322 14% 1987 25 354 15% 1988 24 344 14% 1989 23 267 11% 1990 22 197 8% 1991 21 112 5% 1992 20 31 1% 1993 19 31 1% 1994 18 16 1%

As mulheres são maioria somando 57% dos respondentes, proporção um pouco superior à média nacional que é de 51% (IBGE, 2012). O grau de escolaridade da amostra é alto, sendo

71% graduados e 21% pós-graduados. De acordo com os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) de 2009, apenas 17,8% dos trabalhadores brasileiros tem ensino superior (DIEESE, 2011).

84% dos respondentes são solteiros e 93% não têm filhos. As faixas de renda individuais são variadas dentro da amostra, conforme mostra a tabela 2. Aproximadamente 59% da amostra tem rendimento superior ao rendimento médio do brasileiro, que é de R$ 1.202,50, de acordo com os dados do censo 2010 (IBGE, 2012).

Tabela 2 - Faixa de renda individual média mensal dos respondentes Renda individual % de respondentes

Sem rendimento 5% até R$ 622,00 7% entre R$ 622,00 e R$ 1.244,00 29% entre R$ 1.244,00 e R$ 1.866,00 20% entre R$ 1.866,00 e R$ 3.110,00 20% entre R$ 3.110,00 e R$ 6.220,00 16% Mais de R$ 6.220,00 3%

A tabela 3 mostra as faixas de renda familiar, indicando níveis superiores às faixas de renda individual. Conclui-se que apesar da amostra ser composta na maioria por indivíduos solteiros, existe um complemento de renda para composição da renda familiar, provavelmente proveniente dos pais dos respondentes. Tendo em vista os dados do censo 2010, que apontam que 42% dos domicílios tem rendimento nominal mensal de até 2 salários mínimos e 47% tem rendimento nominal mensal entre 2 e 10 salários mínimos (IBGE, 2012), conclui-se que a amostra é composta por poucos indivíduos de baixa renda familiar e tem maior proporção de indivíduos de alta renda, sendo aproximadamente 75% pertencentes as classes A e B, de acordo com a classificação proposta pela ABEP (2012).

Tabela 3 - Faixa de renda familiar média mensal dos respondentes

Renda familiar % de respondentes

até R$ 1.244,00 7%

entre R$ 1.244,00 e R$ 2.488,00 18%

entre R$ 2.448,00 e R$ 6.220,00 40%

entre R$ 6.220,00 e R$ 12.440,00 22%

Os respondentes residem predominantemente no Sudeste (72%) do país, conforme mostra o gráfico 1. Dentre o total de respondentes, 50% residem no estado de São Paulo, 10% em Minas Gerais e 10% no Rio de Janeiro.

Gráfico 1 – Região geográfica de residência dos respondentes

O uso da internet é alto dentre os respondentes. Apenas 2% passam menos de uma hora por dia na rede e 23% passam mais de 8 horas por dia conectado. Esse resultado vai ao encontro da teoria sobre a Geração Y, que inclusive é nomeada por alguns autores como Geração Internet (TAPSCOTT, 2010), por sua alta inserção e facilidade de uso dessa tecnologia. O gráfico 2 indica o tempo médio de uso diário da internet na amostra.

Gráfico 2 - Tempo médio de uso diário da internet dos respondentes

82,5% estão trabalhando atualmente. O tempo de experiência profissional é variado na amostra, sendo que 33% tem menos de 3 anos de experiência profissional, conforme indica a tabela 4.

Tabela 4 - Anos de experiência profissional dos respondentes Anos de experiência profissional % de respondentes

Entre 1 e 2 anos 16%

Entre 2 e 3 anos 17%

Entre 3 e 5 anos 28%

Entre 5 e 7 anos 21%

Mais de 7 anos 17%

A mobilidade física, indicada pelo número de empresas para as quais os respondentes trabalharam nos últimos 5 anos, é descrita na tabela 5. 59% dos respondentes trabalharam para 2 ou 3 organizações nos últimos 5 anos, sugerindo um tempo médio de empresa de 1,5 à 2,5 anos. 23% indicaram uma mobilidade física maior, trabalhando para 4 ou mais empregadores. Em média, os respondentes trabalharam em 3 organizações nos últimos 5 anos.

Os indicadores da pesquisa sobre rotatividade desenvolvida pelo DIEESE (2011), com base nos dados da RAIS, apresentam um tempo médio de emprego de 3,9 anos em 2009, que coloca a amostra em uma posição de maior movimentação entre empregadores do que a média identificada na pesquisa nacional. A pesquisa também indica que o grupo com maior número de desligamentos ao ano é dos jovens até 29 anos de idade, mas não informa a rotatividade específica desse grupo.

Tabela 5 - Número de empresas para as quais os respondentes trabalharam nos últimos 5 anos Número de empresas para as quais

já trabalhou nos últimos 5 anos % de respondentes

0 1% 1 12% 2 27% 3 32% 4 15% 5 8% 6 3% 7 ou mais 3%

50% da amostra atua em cargos de analista, auxiliar ou assistente e 18% são estagiários. Apenas 15% estão em cargos de gestão. A tabela 6 mostra essa distribuição. 11% dos respondentes indicaram a opção “outros” em cargo e diversas pessoas especificaram suas ocupações atuais. Foi possível identificar que dentre esses 13% são professores, 12% são

estudantes, 9% são técnicos e 8% são engenheiros. Os demais respondentes indicaram as mais diversas ocupações, tais como, babá, policial, vendedor, jornalista, profissional autônomo, etc.

Tabela 6 - Cargo dos respondentes

Cargo % de respondentes

Diretor / Gerente 3%

Coordenador / Supervisor / Consultor 12%

Analista / Auxiliar / Assistente 50%

Trainee 5%

Estagiário 18%

Outro 11%

É interessante notar a presença de pessoas de diversas ocupações interessadas em responder uma pesquisa sobre carreira. Isso pode indicar que essas pessoas tem uma visão do conceito moderno de carreira, que não necessariamente apresenta relação com determinadas profissões ou com estruturas hierárquicas e considera a carreira como sequencia de experiências profissionais ao longo da vida (HALL, 2004).

O fato de a amostra apresentar uma alta proporção de indivíduos de alta escolaridade, alta renda e alto uso diário da internet pode estar relacionado à técnica de coleta de dados, ou seja, o uso do questionário eletrônico disponível na internet, já que essa técnica costuma obter respostas de pessoas desse perfil (VASCONCELLOS; GUEDES, 2007).

Como o público alvo teve como base os indivíduos cadastrados em um banco de dados de uma empresa de recrutamento e seleção, ou seja, pessoas que buscaram ou estão buscando um novo emprego, é possível que isso proporcionado uma amostra de indivíduos que apresentam maior movimentação entre empregadores nos últimos 5 anos.

A tabela 7 apresenta a estatística descritiva das questões das escalas de atitudes de carreira proteana e sem fronteiras. O coeficiente de variação é calculado pela divisão do desvio padrão pela média. Quando é menor que 15%, é considerado de dispersão baixa; quando está entre 15% e 30%, a dispersão é média; e quando é superior a 30%, a dispersão é alta (COSTA, 2011).

Tabela 7 - Estatística descritiva das questões das escalas de atitudes de carreira proteana e sem fronteiras Questão Média Padrão Desvio

Coeficien te de

variação Dispersão

1 Quando oportunidades de desenvolvimento não me foram oferecidas por minha empresa, busquei-as por

mim mesmo 4,3030 0,9065 21,1% média

2 Sou responsável por meu sucesso ou fracasso em minha carreira 4,3013 0,8501 19,8% média 3 De um modo geral, tenho uma carreira bastante independente e dirigida por mim 3,4491 1,0717 31% alta 4 Liberdade para escolher minha própria trajetória de carreira é um dos meus valores mais importantes 4,0585 0,9774 24,1% média

5 Estou no comando de minha própria carreira 3,6961 1,1259 30,5% alta

6 No final das contas, dependo de mim mesmo para avançar em minha carreira 4,1561 0,9796 23,6% média 7 No que diz respeito à minha carreira, quem toma as decisões sou eu 4,0766 0,9896 24,3% média 8

Em minhas experiências passadas, confiei mais em mim mesmo do que em outras pessoas para encontrar um

novo emprego, quando necessário 3,4747 1,1605 33% alta

9 Eu conduzo minha própria carreira, baseado(a) em minhas prioridades pessoais e não nas prioridades de

meu empregador 2,9945 1,2375 41% alta

10 Não é muito importante para mim a forma com que as pessoas avaliam as escolhas que eu faço em minha carreira

3,8371 1,1848 31% alta

11 O que mais importa para mim é como eu me sinto em relação a meu sucesso na carreira e não como outras

pessoas se sentem a respeito disso 3,9360 1,1749 29,8% média

12 Sigo a minha própria consciência se a minha empresa solicitar que eu faça algo que seja contra os meus valores

3,4941 1,1358 33% alta

13 O que eu acho que está certo em minha carreira é mais importante para mim do que o que minha empresa acha 3,6301 1,1726 32% alta 14 Em minhas experiências passadas, eu segui meus próprios valores mesmo quando a empresa me pediu

para fazer algo com o qual eu não concordava 4,3001 1,0076 23,4% média

15 Procuro tarefas que me permitam aprender algo novo 3,7635 1,1871 32% alta

16 Gostaria de trabalhar em projetos com pessoas de várias organizações 4,0598 1,1106 27,4% média 17 Gosto de tarefas que requeiram que eu trabalhe fora da organização 4,0265 1,0550 26,2% média 18 Gosto de tarefas em meu trabalho que requeiram que eu trabalhe além do meu próprio departamento 4,1772 1,0257 24,6% média

19 Gosto de trabalhar com pessoas fora da minha organização 3,1574 1,3211 42% alta

20 Gosto de trabalhos que requeiram que eu interaja com pessoas de várias organizações diferentes 4,4996 0,8172 18,2% média 21 No passado, busquei oportunidades que me permitissem trabalhar fora da organização 3,0303 1,2291 41% alta 22 Sinto-me motivado quando enfrento experiências e situações novas 3,8628 1,1886 31% alta 23 Gosto da previsibilidade decorrente de se trabalhar continuamente para a mesma organização 3,5846 1,2654 35% alta 24 Eu me sentiria bastante perdido se não pudesse trabalhar para a minha atual organização 3,8468 1,2336 32% alta

Questão Média Padrão Desvio

Coeficien te de

variação Dispersão

esteja familiarizado do que procurar por outro emprego em outro lugar

26 Se minha empresa proporcionasse emprego vitalício, eu nunca iria querer procurar trabalho em outras organizações

4,3030 0,9065 21,1% média

27 O meu ideal de carreira seria trabalhar apenas para uma única organização 4,3013 0,8501 19,8% média

No documento Perfis de carreira da geração Y (páginas 109-115)