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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.3 Perfil Socioeconômico dos professores

A Tabela 1 apresenta o perfil socioeconômico dos professores da rede municipal de ensino do município de Taboleiro Grande – RN. Percebe-se o sobressalto do gênero feminino (78,6%) em relação ao gênero masculino (21,4%), gerando um desarranjo neste cenário. A UOL divulgou uma pesquisa no ano de 2010 em que 8 em 10 professores da educação básica no Brasil são mulheres, o que demonstra que as mulheres dominando essa faixa de mercado de trabalho não só no Município de Taboleiro Grande-RN, mas também em todo o país. Segundo essa mesma pesquisa, existem quase 2 milhões de professores, dos quais mais de 1,6 milhão são do sexo feminino. O INEP apresenta a

Teaching and Leaming International Survey (TALIS) que traduzido significa Pesquisa Internacional

sobre o Ensino e Aprendizagem. Esta pesquisa coleta dados de diversos países sobre o ambiente de aprendizagem e as condições de trabalho dos professores nas escolas, com o objetivo de informar de forma comparável, confiável e atual do ponto de vista dos profissionais nas escolas para ajudar os países a revisar e definir políticas para o desenvolvimento de uma profissão docente de alta qualidade, segundo esta, o perfil do professor brasileiro é definido como mulher (71%), com 39 anos de idade e em média 14 de experiência no magistério e elas também são maioria ocupando os cargos de direção no Brasil (75%) (MEC 2011).

Tabela 1. Perfil Socioeconômico dos professores

01. Gênero Masculino 78,6% Feminino 21,4% 100,0% Total

02. Faixa Etária Até 24 anos 3,6% 25 – 29 21,4% 30 – 39 57,1% 40 – 49 14,3% 50-54 3,6% 100,0% Total 03. Cor Branco (a). 39,3% Pardo (a). 46,4% Preto (a). 7,1% Amarelo (a). 7,1% 100,0% Total 04. Salário bruto

aproximadamente, (com adicionais, se houver).

Até 880,00. De 881,00 a 1760,00. De 1761,00 a 2640,00. De 2641,00 a 3520,00 Total

10,7% 21,4% 46,4% 21,4% 100,0%

05. Há outra atividade que contribui para renda

pessoal?

Sim, na área da

Educação. Sim, fora da área da Educação. Não. Total

21,4% 21,4% 57,1% 100,0%

06. Considerando todas as atividades exercidas,

qual o salário bruto aproximadamente.

Até 880,00. De 881,00 a 1760,00. De 1761,00 a 2640,00. De 2641,00 a 3520,00. 3520,00 Mais de Total

10,7% 21,4% 39,3% 21,4% 7,1% 100,0%

07. Quantos anos trabalha como professor

Primeiro

ano. 3-5 anos. 6-10 anos. 11-15 anos. 16-20 anos. 20 anos. Mais de Total 3,6% 32,1% 21,4% 10,7% 17,9% 14,3% 100,0% 08. Há quantos anos

trabalha como professor nesta escola.

Primeiro

ano. 1-2 anos. 3-5 anos. 6-10 anos. 16-20 anos. 20 anos. Mais de Total

21,4% 7,1% 35,7% 14,3% 14,3% 7,1% 100,0%

09. Há quantos anos ministra aulas para alunos da(s) turma(s) em que se

encontra.

Primeiro

ano. 1-2 anos. 3-5 anos. 6-10 anos.

16-20 anos. Mais de 20 anos. Total 25% 7,1% 39,3% 14,3% 10,7% 3,6% 100,0% 10. Situação trabalhista nesta escola.

Estatuário. CLT. temporário. Contrato Prestador de serviços em contrato. Total

35,7% 7,1% 7,1% 50% 100,0%

11. Carga horária semanal nesta escola.

40 horas. De 20 a 39 horas. Total

17,9% 82,1% 100,0%

12. Em quantas escolas trabalha.

Apenas nesta escola. Em 2 escolas. Total

85,7% 14,3% 100,0%

13. Carga horária semanal, em todas as escolas em que trabalha.

De 20 a 39 horas. 40 horas. Mais de 40 horas. Total

64,3% 28,6% 7,1% 100,0%

14. carga horária semanal dedicada às atividades extraclasse, em todas as escolas em que trabalha.

Menos de 1/3 da

carga horária. 1/3 da carga horária.

Mais de 1/3 da carga

horária. Total

35,7% 57,1% 7,1% 100,0%

Em relação a faixa etária (Tabela 1) dos respondentes, a maior parte (57,1%) apresenta a idade de 30 a 39 anos seguido de 25 a 29 anos (21,4%), caracterizando o corpo docente do município consideravelmente jovem, o que mostra que os professores iniciam cedo nessa profissão; há também professores com 40 a 49 (14,3%), o que é uma pequena parcela em relação as faixas anteriormente citadas, e ainda uma pequena parcela nos extremos das idades até 24 anos (3,6%) e 50 a 54 anos (3,6%). Destes respondentes em sua maioria se consideram pardos (46,4%), brancos (39,4%) e preto e amarelo com (7,1%) respetivamente. De acordo com a pesquisa realizada pela TALIS (2013) a média da idade dos professores da educação básica no Brasil é de 39,15 anos, o que mostra que o município segue a estatística do país.

No que diz respeito as faixas salariais (Tabela 1), a grande maioria está na faixa de R$ 1.761,00 a R$ 2.640,00 (46,4%) que está relacionado aos profissionais que realizaram algum curso de pós-graduação; inclui-se também a parcela que o salário é de R$ 2.641 a R$ 3.520,00 (21,4%), pois grande parte fez pós-graduação (Tabela 2); apresentada a seguir, entre especialização com mínimo de 360 horas (50%), atualização ou aperfeiçoamento com mínimo de 180 horas (3,6%) e mestrado (3,6%). Uma parte tem o salário entre R$ 881,00 e R$ 1.760,00 (21,4%), por tratar-se de professores que possuem apenas graduação, pois grande parte (42,9%) não possuem curso de pós-graduação (Tabela 2), e uma pequena parte com até R$ 880,00 (10,7%) que diz respeito as pessoas que atuam como auxiliar de professores, ajudando ao professor titular nas turmas de crianças menores.

Veja (2014) divulgou uma pesquisa mostrando que “o salário dos professores brasileiros está entre os piores do mundo”. A pesquisa diz ainda que “dados da OCDE (Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico) mostram que os salários dos professores brasileiros são extremamente baixos quando comparados a países desenvolvidos”, isso explica a grande parte dos professores exercerem outra atividade que contribui para sua renda pessoal (Tabela 1) com uma parcela expressiva de 42,8%, destes 21,4% são na área da educação e 21,4% fora da área da educação, os outros 57,1% não possuem outra atividade, dependendo exclusivamente deste emprego para a sua sobrevivência.

O Plano Nacional de Educação (2016) apresenta uma pesquisa realizada em uma parceria entre o MEC e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Esse estudo, que teve abrangência nacional sobre a saúde dos professores, “revelou que 69,1% dos professores faltaram ao menos um dia no último ano e 14,7% precisaram se ausentar do trabalho por sete dias ou mais”, os principais motivos apontados por essas faltas foram 53,3% problemas de saúde, seguido de problemas familiares e problemas no deslocamento. Além disso, os resultados quanto aos motivos das faltas relacionadas ao estado de saúde são inéditos. Problemas de voz são os mais frequentes com 17,7% do total de

professores da educação básica, na sequência, destacam-se, problemas respiratórios com 14,6% e problemas emocionais com 14,5%.

Isso demonstra que o município de Taboleiro Grande-RN tem grande chance de entrar nesta estatística pela grande parcela de professores com mais de uma atividade para contribuir na renda pessoal, o que caracteriza uma preocupação já que 21,4% possuem outro trabalho sendo na área da educação e 21,4% fora da área da educação perda para a educação municipal.

Quando é perguntado aos professores quanto é o salário bruto considerando todas as atividades realizadas (Tabela 1), os percentuais das faixas salariais de até R$ 880,00 é de 10,7%, 21,4% se apresentam entre R$ 881,00 e R$ 1760,00 e outros 21,4% com R$ 2.641,00 a R$ 3.520,00, continuam o mesmo, porém há uma mudança no percentual respostas, onde na faixa de R$ 1.761,00 a R$ 2.640,00 baixou de 46,4% para 39,3% e 7,1% aumentam seu salário bruto para R$ 3.521,00 ou mais, ou seja em sua maioria o salário não tem um aumento significativo, mas o perfil dos docentes em estudo é de não se contentar com o que tem, buscando novas formas de melhorar as condições de vida.

Em relação ao tempo de trabalho como professor (Tabela 1) há uma variação nas respostas, apenas 3,6% estão em seu primeiro ano, 32,1% trabalham nessa profissão de 3 a 5 anos, 21,4% há 6 a 10 anos, 10,7% de 11 a 15 anos, 17,9% estão entre 16 e 20 anos e ainda 14,3% estão na docência há mais de 20 anos. Assim o corpo docente apesar de ser em sua maioria jovem, já que 82,1% possuem até 39 anos, mas é em sua maioria antiga viso que 42,9% trabalham a mais de 6 anos e destes 32,2% estão a mais de 11 anos.

De acordo com o site da Previdência Social (2016) a aposentadoria do professor por tempo de contribuição é um benefício para aquele que comprove pelo menos 30 anos de contribuição para o homem e 25 anos de contribuição para a mulher, exercidos exclusivamente para o magistério em estabelecimento de Educação Básica, que se trata da educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Neste sentido, podemos dizer que em 10 anos em média teremos 14,3% dos professores do município se aposentando, o que demonstra uma oportunidade para os universitários que pretendem ou pretenderem a entrar neste mercado de trabalho no município em estudo.

Há uma mudança quanto ao tempo que estão lecionando nas escolas de Taboleiro Grande-RN (Tabela 1), 21,4% estão em seu primeiro ano, 7,1% estão de 1 a 2 ano, o que mostra que algumas mudanças aconteceram no corpo docente das escolas municipais nestes últimos dois anos, 35,7% dos docentes estão de 3 a 5 anos, 14,3% estão entre 6 e 10 anos, com também 14,3% de 16 a 20 anos e por fim 7,1% dos respondentes estão a mais de 20 anos, desse modo podemos dizer que a maior parte dos professores que estão lecionando neste momento nas escolas do município estão diante da

mudança política que aconteceu no ano de 2013, não se tratando de um processo de seleção para que assim fossem escolhidos .

Essas estatísticas não mudam em relação as aulas ministradas para alunos da(s) turma(s)/série(s) e que encontram hoje (Tabela 1), 25% estão em seu primeiro ano, 7,1% estão entre 1 e 2 anos, 39,3% estão entre 3 e 5 anos, 14,3% estão entre 6 e 10, 10,7 % encontram-se de 16 a 20 e por fim uma pequena parcela de 3,6% estão a mais de 20 anos.

A situação trabalhista do professor no Município de Taboleiro Grande (Tabela 1) é em sua maioria prestador de serviço por contrato temporário com 50% dos respondentes, e ainda 7,1% são sem contrato provisório, 7,1% por CLT, e outros 35,7% são estatutários. De acordo a UOL (2013) os “contratos temporários de docentes prejudicam o desempenho dos alunos”, a pesquisa apresenta um levantamento feito a partir de dados do Censo Escolar do ano de 2012, que três em cada 10 contratos de professores no Brasil são temporários, chegando a ser 25% dos contratados dos municípios, vindo a ser um prejuízo para a educação brasileira por ter professores que não tem uma função bem definida por um tempo razoável, em seguida o professor da Universidade Federal de São Paulo Luiz Carlos Novaes afirma “o contrato temporário afeta o trabalho pedagógico de forma muito grande. Uma hora os professores estão em um lugar, uma hora estão em outro. Você divide os professores e a escola não aguenta esse nível de precarização”. Quanto a isto a educação de Taboleiro Grande-RN está em uma situação preocupante pois em sua maioria os professores são contratados temporariamente, não permitindo que se faça um trabalho que tenham benefícios futuros exatamente pela incerteza de quem estará ensinando nos anos seguintes, pois os 35,7% estatuários são uma parcela pequena para garantir mudanças benéficas para o processo de ensino aprendizagem dos alunos da educação básica do município.

Conforme UOL Educação (2013), no Brasil o professor tem uma jornada de trabalho em média de 25 horas semanais, os dados trazidos pela TALIS em 2013 são preocupantes pois mostram que diante dos dados coletados entre 14 mil docentes, a carga horária semanal de aulas no Brasil é, em média, de 25 horas. No município em estudo não é diferente (Tabela 1), e 82,1% dos professores dizem trabalhar de 20 a 39 horas e os 17,9% restante possuem uma carga horária de 40 horas semanais. Além disso 85,7% trabalham apenas na escola municipal, enquanto 14,3% trabalham 2 escolas, e assim considerando todas as escolas em que lecionam a carga horária se modifica, onde 7,1% trabalham mais de 40 horas semanais, 28,6% 40 horas e a maior parte trabalham de 20 a 39 horas semanais com 64,3%.

Além das horas que lecionam, há também as horas gastas com atividades extraclasse como por exemplo com formação e estudo, pois os professores nunca param de estudar por surgir sempre algo novo para se atualizar, com o planejamento, levando em consideração que todo professor precisa

fazer um plano de aula para atender de forma satisfatória em seus objetivos em sala, e com isso há também a produção dos recursos didáticos que serão necessários para a reprodução de sua aula.

Nesse sentido, levando em consideração todas as escolas que trabalham (Tabela 1), 57,1% dos professores responderam dedicar 1/3 da sua carga horaria, 35,7% destinam menos de 1/3 e 7,1% utilizam mais de 1/3 da carga horaria para este ofício. De acordo com a legislação a jornada de trabalho de 40 horas semanais deve ser distribuída da seguinte forma:

Figura 2. Distribuição da carga horária dos professores da educação básica. Duração total da jornada Interação com estudantes Atividades extraclasse

40 horas semanais No máximo 2/3 da jornada No mínimo 1/3 da jornada Fonte: MEC (2012).

Diante disso, podemos perceber que os professores estão seguindo a lei que define que no mínimo 1/3 da jornada de trabalho seja destinada as atividades extraclasse, bem como estão dentro da duração total dessa jornada que é de no máximo 40 horas semanais.

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